Share

Um Vício Irresistível
Um Vício Irresistível
Author: Guinevere Moore

Capítulo 1

Author: Guinevere Moore
— Clarice, estou grávida. Você precisa se divorciar do Sterling o quanto antes, senão, quando a criança nascer, vai crescer sem pai. Que crueldade seria! — A voz chorosa da mulher ecoava pelo telefone.

Clarice Preston apertou as têmporas com os dedos, o rosto impassível enquanto respondia com frieza:

— Teresa, quer dizer mais alguma coisa? Fale logo, assim eu gravo tudo de uma vez. Vai ser útil no processo de divórcio para eu pegar mais dinheiro dele.

— Clarice, sua desgraçada! Está gravando?! — Teresa gritou, furiosa, antes de desligar abruptamente.

O som do telefone mudo ficou no ar. Clarice abaixou o olhar para o teste de gravidez que segurava nas mãos. As palavras "quatro semanas" saltavam da folha como se estivessem em negrito. Aquilo parecia um golpe, mas, ao mesmo tempo, uma chance de redenção.

Ela havia planejado contar a Sterling sobre a gravidez naquela mesma noite, mas agora sabia que isso era desnecessário. A decisão já estava tomada: aquele filho, apesar de vir em um momento inoportuno, seria sua salvação.

Depois de um dia exaustivo no escritório, Clarice voltou para casa. Assim que entrou, foi recebida por Catarina, a empregada.

— Sra. Clarice, segui à risca o cardápio que a senhora me passou de manhã. Assim que trocar de roupa, pode vir preparar as refeições.

Clarice tirou os sapatos e começou a caminhar para dentro da casa.

— Faça você mesma. Quero tomar um banho.

Catarina hesitou, surpresa, mas respondeu rapidamente:

— Ah? Claro, tudo bem!

A empregada ficou pensativa. Era estranho. Clarice sempre fazia questão de cozinhar para Sterling, mesmo quando estava doente. O que teria acontecido? Será que tinham brigado?

Clarice, exausta, deixou-se levar pela água quente do banho. O cansaço do dia a fez adormecer na banheira sem perceber.

Ela foi despertada de repente por uma sensação de peso sendo retirado de si. Assustada, abriu os olhos e deu de cara com os olhos escuros de Sterling Davis.

— Catarina disse que você não está se sentindo bem. Está doente? — Ele perguntou, num tom neutro, enquanto a expressão permanecia fria como de costume, escondendo qualquer sinal de emoção.

Ao encará-lo, Clarice lembrou-se do telefonema de Teresa Fonseca. Um sorriso amargo surgiu em seus lábios.

— Sua cunhada está grávida. Você quer que ela tenha o filho, né? — Perguntou ela, com sarcasmo.

Sterling confirmou com um simples "sim".

Clarice tentou encontrar algum traço de emoção no rosto dele, mas não encontrou nada. Desapontada, ela afastou-o com um leve empurrão, saiu da banheira e enrolou-se na toalha.

— Eu não permito que ela tenha esse filho! — Declarou Clarice, fria.

Nenhuma mulher aceitaria de bom grado a existência de uma amante, muito menos a ideia de que essa amante tivesse um filho dentro de seu casamento. Para Clarice, era claro: ou o filho dela ou o de Teresa permaneceria. Não havia espaço para ambos.

Se Sterling insistisse em manter o filho de Teresa, ela pediria o divórcio.

A reação de Sterling veio rápida e cortante. Seus olhos penetrantes fixaram-se nela como uma lâmina afiada.

— Quem decide se ela terá ou não o filho sou eu, não você! Clarice, estou te avisando: não toque no filho dela!

Clarice encarou o homem que dividia sua cama há três anos. Agora, ele a olhava como se fosse um inimigo mortal, pronto para despedaçá-la. A dor em seu peito era insuportável, como se uma faca estivesse sendo cravada lentamente. Ele estava claramente disposto a proteger aquele filho a qualquer custo. Não era de se admirar que Teresa tivesse tido a audácia de ligar para ela e exigir o divórcio.

Naquele momento, ela percebeu com clareza. Toda a paixão à primeira vista, o carinho que cresceu com o tempo, o amor que ela nutriu sozinha por ele... Tudo havia chegado ao fim.

Respirando fundo, Clarice engoliu o nó em sua garganta e, com a voz fria e firme, disse:

— Sterling, quero o divórcio.

Ela sabia que, quando o filho de Teresa nascesse, seria forçada a sair de cena. Era melhor tomar a iniciativa e encerrar aquilo com dignidade. Além disso, com a gravidez de Teresa, ela tinha provas suficientes da traição de Sterling para conseguir uma boa compensação financeira no divórcio.

O rosto de Sterling escureceu imediatamente com a menção do divórcio.

— Você quer se divorciar de mim? Por quê? É por causa do Asher? Ele voltou, né? O amor da sua vida?

Clarice ficou surpresa com a acusação, mas logo soltou uma risada irônica.

— Se você já sabe que eu amo o Asher, então assine logo o divórcio para que eu possa finalmente ficar com ele!

Nos três anos de casamento, ela havia feito de tudo para ser uma boa esposa. Apesar de nunca ter sido valorizada em sua própria família, onde sempre fora tratada como uma princesa inútil, ela se dedicou a aprender a cozinhar, a fazer bolos, a decorar flores... Tudo para agradá-lo.

Sterling tinha problemas de estômago. E foi ela quem, com três anos de esforço e refeições equilibradas, conseguiu curá-lo.

Ela tinha dado tudo de si por ele. E agora ele jogava na cara dela que ela amava outro homem? Como isso não poderia machucá-la?

Sterling rangeu os dentes, furioso. De repente, aproximou-se dela, a intensidade de sua presença esmagadora.

— Você é minha mulher, Clarice. Mesmo que nos divorciemos, continuará sendo minha. Esqueça a ideia de ficar com outro homem. Isso é um sonho! — Ele declarou, com uma autoridade que beirava a ameaça.

— Se você não assinar o divórcio, eu vou te processar por traição! — Clarice enfrentou o olhar dele sem hesitar, com uma voz firme e cortante. — Quando toda Londa descobrir que a Teresa é uma amante, a reputação dela vai pro lixo. Você, que a protege tanto, não vai querer isso, vai?

No passado, Clarice conseguia ignorar a presença constante de Teresa. Mas agora que ela estava grávida, era impossível fechar os olhos. Dividir o mesmo homem com outra mulher já era insuportável, mas agora, dividir até mesmo o pai dos filhos? Isso ela jamais aceitaria.

Sterling, com seu semblante frio e impenetrável, ergueu o queixo dela com os dedos longos e firmes. Seus olhos escuros eram gélidos, carregados de uma ameaça silenciosa.

— Se não quer ver o Grupo Preston afundar, é melhor agir com prudência. Não toque na Teresa! — As palavras dele eram como marteladas no peito de Clarice, cada sílaba carregada de um peso sufocante.

Ele a soltou com um movimento brusco e, sem pressa, ajeitou a roupa, recuperando a postura impecável de um elitista de alta sociedade. Quando saiu, deixando-a sozinha, ela olhou para o próprio reflexo no espelho e soltou um riso amargo.

Era irônico. Clarice, o rosto público da Torres Advocacia, uma das advogadas mais respeitadas de Londa, estava ali, reduzida a uma figura patética e submissa diante do próprio marido. Ela, que brilhava nos tribunais, era uma sombra diante de Sterling.

Respirando fundo, ela afastou os pensamentos e trocou de roupa. Vestiu algo confortável e desceu as escadas.

Ao entrar na sala de jantar, ouviu a voz suave de Sterling ao telefone:

— Não chore, eu estou indo agora mesmo.

Em seguida, ele saiu apressado, deixando para trás apenas o eco de suas palavras. Clarice olhou para os pratos cuidadosamente preparados sobre a mesa, mas perdeu completamente o apetite.

Pensando no filho que carregava, forçou-se a comer um pouco. Cada garfada parecia feita de cera, insípida e difícil de engolir.

De volta ao quarto, seu celular tocou. Era uma cliente. A mulher parecia embriagada e não parava de falar. Contava como, no início do casamento, ela e o marido haviam construído tudo juntos, enfrentando dificuldades, mas felizes. Agora, com dinheiro e estabilidade, ele a traía abertamente, rodeado de amantes.

As palavras da cliente fizeram Clarice pensar em seu próprio casamento. Três anos ao lado de Sterling e, fora um pequeno círculo de amigos próximos, ninguém sabia que eles eram casados. Pelo menos, a cliente ao telefone tinha vivido momentos felizes ao lado do marido. Ela, nem isso.

Uma melancolia tomou conta de Clarice. Antes, ela acreditava que estar ao lado do homem que amava era suficiente, mesmo que isso significasse humilhar-se. Agora, percebia que tudo não passava de uma ilusão. Ela não passava de uma "lambe-botas", uma idiota disposta a tudo por alguém que nunca a valorizou.

A cliente acabou adormecendo enquanto falava. Clarice desligou o telefone, olhou para o relógio e fechou os olhos, tentando dormir. Amanhã seria o começo de uma nova vida.

No meio da noite, o toque insistente do celular a despertou. Ainda sonolenta, atendeu.

— Sra. Clarice, desculpe incomodá-la, mas poderia vir até a Opulentia House buscar o Sr. Sterling? Ele bebeu demais.

Antes que ela pudesse responder, a ligação foi encerrada.

Clarice respirou fundo, irritada. Amanhã de manhã, eles iriam ao cartório para finalizar o divórcio. Se ela não fosse buscá-lo agora, ele provavelmente estaria tão bêbado que não conseguiria acordar a tempo, adiando ainda mais o processo. Resignada, levantou-se, vestiu um casaco e saiu.

"Depois do divórcio, ele pode se afogar em bebida por conta própria. Não será mais problema meu."

Ela já havia ido à Opulentia House várias vezes para buscar Sterling. O caminho era tão familiar que parecia automático. Quando entrou na sala reservada, viu Teresa sentada à mesa. Aquilo não a surpreendeu. Teresa era íntima daquele grupo de herdeiros ricos, enquanto Clarice, mesmo casada com Sterling, sempre se sentira como uma intrusa naquele círculo.

— Sra. Clarice, desculpe fazer você vir até aqui a essa hora. — Disse Valentino Bennett, o mais jovem do grupo, com um tom educado. Entre todos, ele era o único que demonstrava algum respeito por ela.

— Não tem problema. — Respondeu Clarice com um leve sorriso, sua voz sempre calma e controlada.

Os amigos de Sterling geralmente a desprezavam, chamando-a pelo primeiro nome, como se ela não significasse nada. Valentino, no entanto, sempre a tratava com formalidade, chamando-a de "Sra. Clarice". Talvez fosse porque ele era irmão mais novo de Asher, o homem que um dia havia sido importante em sua vida. Seja como for, ela tinha uma boa impressão dele.

De repente, uma voz fria e autoritária cortou o ambiente:

— A Sra. Teresa está aqui. Ela pode cuidar do Sterling. Sua presença é desnecessária. Pode ir embora.
Patuloy na basahin ang aklat na ito nang libre
I-scan ang code upang i-download ang App

Kaugnay na kabanata

  • Um Vício Irresistível   Capítulo 2

    Clarice olhou para o homem que havia falado. Era Callum Martinez, amigo de infância de Sterling. A família Martinez era uma das mais tradicionais de Londa, e Callum sempre desprezara Clarice por sua origem humilde. Contudo, aquele típico playboy arrogante não passava de uma ferramenta nas mãos de Teresa, constantemente usado por ela para atacá-la.Pensando nisso, Clarice esboçou um leve sorriso. Seus lábios vermelhos se moveram com delicadeza, e sua voz soou suave:— A senhora Teresa de quem você fala é a esposa legítima do irmão mais velho do Sterling. Se alguém ouvir o que você acabou de dizer, pode acabar pensando que existe algo... Inapropriado entre eles.Callum havia falado de propósito para irritá-la, mas Clarice não via necessidade de poupar Sterling na frente de seus amigos. Ela o amava, sim, mas não ao ponto de aceitar humilhações.Teresa, que até então parecia satisfeita, imediatamente apertou os punhos ao ouvir aquelas palavras. Uma expressão sombria passou rapidamente por

  • Um Vício Irresistível   Capítulo 3

    — Você não disse que alguém queria te matar? Só liguei para confirmar se você já morreu. — A voz do homem era carregada de sarcasmo. Clarice apertou o celular com força, respondendo palavra por palavra: — Eu sou dura na queda. Não vou morrer tão fácil! Assim que terminou de falar, desligou a ligação e bloqueou o número de Sterling em um movimento rápido e decidido. …Na suíte VIP de um hospital pertencente ao Grupo Davis, Teresa estava deitada na cama. Sua pele parecia pálida demais, quase translúcida, como se uma brisa pudesse derrubá-la. Sterling estava encostado em uma das paredes, segurando o celular. Seu rosto estava impassível, difícil de ler. Teresa, nervosa, tentou medir suas palavras: — Sterling, a Clarice está bem? Ele guardou o celular no bolso, sem mudar a expressão: — Ela está bem. Por dentro, Teresa amaldiçoava Clarice, mas manteve a voz doce e preocupada: — Você deveria ir para casa ficar com ela. Aqui tem médicos e enfermeiros, não precisa se preoc

  • Um Vício Irresistível   Capítulo 4

    — Ela sofreu um acidente de carro? — Sterling perguntou, franzindo os lábios enquanto seus olhos escuros pousavam em Jaqueline. De repente, ele se lembrou da ligação que havia recebido de Clarice na noite anterior. E se fosse verdade...Nesse momento, a porta do quarto foi aberta. Clarice entrou com sua habitual elegância fria, irradiando uma aura distante. Teresa, ao vê-la, deixou transparecer por um breve momento uma expressão sombria, mas rapidamente a substituiu por uma máscara de preocupação. — Eu ouvi dizer que você sofreu um acidente! Venha cá, deixa eu ver se está tudo bem. Foi grave? — Teresa falou com uma urgência exagerada, como se realmente estivesse preocupada. Os olhos de Sterling escureceram ainda mais. Para ele, aquilo só podia significar uma coisa: Clarice e Jaqueline haviam se unido para enganá-lo. Clarice caminhou até Jaqueline e, com um gesto protetor, puxou-a para trás de si. — Volte para casa. Deixe isso comigo. — Disse ela com firmeza. Jaqueline, in

  • Um Vício Irresistível   Capítulo 5

    — Sacrificar a mim para ajudar Teresa? Nem sonhe, Sterling! — Clarice falou com um sorriso no rosto, mas com a dor rasgando seu peito. — Além disso, já decidi: quero o divórcio. Me diga quando terá tempo para irmos ao cartório resolver isso. O sorriso dela era radiante, mas quanto mais brilhava, mais dolorido era o vazio dentro dela. Ela sempre soube que Sterling favorecia Teresa, mas nunca imaginou que a preferência dele fosse tão descarada. No entanto, deixar Teresa se aproveitar dela para subir na vida? Nunca! — Quer o divórcio? Então resolva primeiro o assunto do trending topic de Teresa. Depois disso, eu te dou o que você quer. Mas se eu tiver que agir, não será tão simples quanto você fazer uma retratação. — Sterling respondeu com firmeza, sem nem pensar duas vezes. Para ele, o pedido de divórcio de Clarice era apenas uma estratégia para chamar sua atenção. Ele não acreditava que ela realmente quisesse terminar o casamento. Afinal, três anos atrás, Clarice havia usado t

  • Um Vício Irresistível   Capítulo 6

    Ao ouvir o som, Isaac imediatamente levantou o divisor entre os bancos da frente e de trás, garantindo privacidade. Sterling olhou para a mulher em seus braços. Era como se estivesse hipnotizado. Inclinou-se e pressionou os lábios contra os dela. No mesmo instante, um flash cruzou a mente de Clarice: a cena de Sterling beijando Teresa no hospital mais cedo. Sentiu o estômago revirar e, instintivamente, empurrou Sterling, levando a mão à boca enquanto começava a engasgar com um enjoo. O som seco de sua ânsia fez o rosto de Sterling escurecer. — Clarice, o que isso significa? — Ele perguntou, com a voz dura e irritada. Ele a beijava, e ela tinha a audácia de reagir assim? Clarice rapidamente pegou um lenço e limpou os lábios, levantando o rosto para encará-lo com raiva. — Estamos prestes a nos divorciar. Não acha que isso é completamente inapropriado? Sterling estendeu a mão, segurando o queixo dela com firmeza, forçando-a a encará-lo. — Você ainda nem cumpriu o que pro

  • Um Vício Irresistível   Capítulo 7

    Teresa, como cunhada mais velha, ser tão próxima de Sterling, o cunhado mais novo, sem se preocupar com o que os outros poderiam falar... Era um absurdo. Isaac pensou em impedir o mordomo, mas antes que pudesse fazer algo, viu Clarice abrir a porta do carro e descer. Ao ouvir as palavras do mordomo, ela já tinha deduzido. Túlio provavelmente desmaiou por causa de Teresa. Ela havia avisado Sterling antes, mas ele não acreditou nela. Agora que Túlio tinha passado mal, Clarice se perguntou como Sterling se sentiria. Talvez nem sentisse nada. Afinal, além de Teresa, ele não se importava com mais ninguém. O mordomo, ao ver Clarice, ficou visivelmente aliviado e até um pouco exaltado. Sua voz aumentou sem perceber: — Sra. Davis, venha rápido comigo! Clarice começou a caminhar em direção à casa e perguntou enquanto andava: — Já chamaram o médico da família? — Sim, mas ele disse que vai demorar cerca de vinte minutos para chegar. — Abriram as janelas para ventilar a casa?

  • Um Vício Irresistível   Capítulo 8

    Túlio ficou tão irritado que quase desmaiou de verdade. Sterling, famoso no mundo dos negócios por sua inteligência e habilidade, parecia esquecer metade do cérebro toda vez que o assunto era Teresa. Clarice, com a expressão tranquila, serviu uma tigela de sopa e colocou na frente de Túlio. Sua voz era suave: — Vô, tome um pouco de sopa. Túlio pegou a tigela e tomou um gole. O sabor quente e reconfortante ajudou a aliviar sua raiva. Depois de colocar a tigela na mesa, ele lançou um olhar afiado para Sterling e disse: — Já que você tocou no assunto, vou falar. Clarinha, toda vez que vem aqui, faz questão de cozinhar para mim. Ela sabe o que eu gosto de comer, e, quando tem peixe, ainda tira as espinhas para mim. Clarinha cuida de mim com toda a dedicação! Já a Teresa... Toda vez que aparece, só sabe se jogar no sofá, cheia de manha, enquanto os empregados ficam correndo para servi-la. E eu? Quem cuida de mim? A expressão de Túlio ficou ainda mais séria. — As duas são de fa

  • Um Vício Irresistível   Capítulo 9

    Sterling foi completamente desarmado pelo tom da voz de Clarice. Suas mãos firmes seguraram sua cintura, puxando-a ainda mais para perto, como se quisesse fundi-la ao próprio corpo. — Clarice, você também sentiu minha falta, não sentiu? Vamos, me chama de amor. Eles estavam casados há três anos, e quase todas as noites faziam amor. Sterling conhecia cada ponto sensível do corpo dela, sabia exatamente o que fazer para deixá-la sem fôlego e como levá-la ao limite do prazer. Fazia dois dias que não estavam juntos. A saudade já o consumia, e agora, com ela tão macia em seus braços, não pretendia deixá-la escapar. Além disso, fazer amor ao ar livre era algo que ele ainda não havia experimentado. Clarice mordia os lábios, tentando conter os sons que queriam escapar de sua garganta. Sterling, que parecia tão sério e contido na vida pública, era completamente diferente na intimidade. Ele adorava provocá-la, adorava vê-la implorar por ele. E fazia questão de só satisfazê-la quando ela o

Pinakabagong kabanata

  • Um Vício Irresistível   Capítulo 232

    — Não tenho motivos para ir. Melhor deixar pra lá. — A voz do homem carregava um leve tom de melancolia. — Você não quer ver sua mãe? — Sei que ela está bem na família Bennett. Isso me basta. — Por que não a levou com você? Você tem plenas condições de sustentá-la, não tem? — Na família Bennett, ela tem alguém que ama. Ao meu lado, não teria ninguém. Se eu a forçasse a vir comigo, ela murcharia. O caminho que sua mãe escolheu foi voluntário. Se ele a arrancasse dali, ela não seria feliz. E sem felicidade, a vida dela se esvairia mais rápido. Então, para quê? Sterling permaneceu em silêncio. Ele nunca havia pensado sobre amar e ser amado. Desde pequeno, só aprendera a sobreviver e conquistar o que queria, sem nunca refletir sobre sentimentos. O que era, afinal, o amor? — Esquece. Falar disso com você é perda de tempo. Quando um dia amar alguém de verdade, vai entender o que estou dizendo. A ligação caiu. Sterling ficou segurando o celular, se perguntando: o que era

  • Um Vício Irresistível   Capítulo 231

    Agora que Clarice não gostava mais dele, Sterling também achava isso irritante. Não entendia por que se importava tanto com isso. O toque do celular interrompeu seus pensamentos. Ele atendeu. — Sr. Sterling, encontramos os outros dois mercenários. Mas já era tarde. Arrancaram a língua deles e quebraram seus braços e pernas. Estão vivos, mas... Vegetando. Não conseguem falar, não podem escrever. Não há nada que possamos extrair deles. Quem fez isso não teve piedade. — A voz do outro lado soava despreocupada, mas carregava um certo tom de provocação. — Ah, e sobre aquilo... Você já perguntou para sua esposa sobre o mentor dela, Thiago? Ou ainda não fizeram as pazes? A última frase veio carregada de um humor malicioso. Sterling soltou um riso frio. — Eu e minha esposa estamos muito bem. Quem disse que brigamos? No entanto, não pôde evitar que um pensamento surgisse. Quando, exatamente, as coisas entre ele e Clarice começaram a desandar? Provavelmente no dia em que ela pediu

  • Um Vício Irresistível   Capítulo 230

    — Se eu não digo, você não diz e Teresa também não diz, quem vai saber que você é minha esposa? — Sterling soltou uma risada fria. — Clarice, não testa a minha paciência. Sobe agora e cuida da Teresa! Clarice sentia cada fibra do seu corpo rejeitar aquela ordem. Ainda tentava lutar, agarrando-se à última esperança. — Sterling, eu preciso mesmo fazer isso? Se aceitasse cuidar de Teresa, essa mulher se sentiria ainda mais no direito de pisar nela. — Você pode recusar. Mas, nesse caso, o tratamento da sua avó será interrompido imediatamente. Desde pequeno, tudo que Sterling viveu e todas as pessoas com quem teve contato o transformaram em alguém frio, incapaz de sentir amor ou sequer entender seu significado. Para ele, usar Fernanda para controlar Clarice não era errado. No fim das contas, o mundo não funcionava assim? As pessoas não faziam tudo o que fosse necessário para alcançar seus objetivos? O corpo de Clarice tremia de raiva. Sterling era cruel. Para agradar Teresa, não

  • Um Vício Irresistível   Capítulo 229

    — Clarinha, vamos almoçar? — A voz de Jaqueline soou atrás dela. Clarice afastou os pensamentos e se virou para encará-la. — Jaque, me desculpa, mas preciso ir ao hospital. Não vou conseguir almoçar com você hoje. Fica para a próxima, eu te convido! Ela tentou manter a voz estável, sem demonstrar emoção. Mas Jaqueline percebeu que havia algo errado. — Clarinha, foi o Sterling… — Minha avó precisa de mim. Vou lá ver como ela está. — Clarice a interrompeu antes que pudesse terminar a frase. Não queria que Jaqueline soubesse que, diante de Sterling, ela não tinha a menor liberdade. Que era como uma marionete, sempre sendo puxada para onde ele queria. — Então vai logo! Marcamos outro dia. — Jaqueline não insistiu. Sabia que Clarice jamais usaria a avó como desculpa, então, se ela estava dizendo que havia um problema, era porque realmente havia. — Até mais! — Clarice acenou, lançou um breve olhar para o homem ao lado de Jaqueline e saiu apressada. Ela caminhava rápido. N

  • Um Vício Irresistível   Capítulo 228

    Clarice ficou momentaneamente surpresa, mas logo recompôs os pensamentos e sorriu antes de responder: — E os funcionários da Villa Serenidade? Por que você não menciona eles? Além disso, hoje em dia qualquer hacker pode modificar um endereço de IP. Quer mesmo me acusar com uma prova tão frágil? De manhã, quando Sterling tocou no assunto, ela nem levou a sério. Afinal, ela sabia que não tinha feito nada de errado e sua consciência estava limpa. Mas agora estava claro que alguém queria incriminá-la, como já havia acontecido antes. Talvez fosse hora de jogar na cara de Sterling as provas que havia reunido das armadilhas anteriores. — Os funcionários da casa têm mais de quarenta, cinquenta anos. Nenhum deles entende disso! Clarice riu com ironia. Então, segundo ele, pessoas de quarenta ou cinquenta anos não poderiam saber nada sobre tecnologia? Ele estava subestimando a inteligência de quem? — Meu avô quer que a gente marque logo a cerimônia de casamento. — Sterling continuou

  • Um Vício Irresistível   Capítulo 227

    — Jaque... — Clarice estava prestes a falar quando a porta da sala de descanso se abriu. Jaqueline levantou a cabeça e encontrou diretamente o olhar do homem, um meio sorriso brincando nos lábios dele. Pensou consigo mesma que Clarinha tinha acertado em cheio—ele chegou rápido mesmo. — Ele veio te procurar. Conversem aí, eu te espero lá fora! — Clarice empurrou levemente Jaqueline, levantou-se e ajeitou a roupa antes de se virar. Ao ver o homem, sorriu educadamente e cumprimentou. — Sr. Simão. — Sra. Davis. — O homem respondeu formalmente. Clarice corrigiu suavemente: — Pode me chamar de Clarice. Antes, ela adorava ser chamada de Sra. Davis. Agora, esse título soava como uma piada amarga, algo que não lhe pertencia mais. O homem arqueou ligeiramente a sobrancelha, mas não disse nada. Clarice saiu sem hesitar. Assim que passou pela porta, o celular tocou. — A Giulia caiu na rua e foi parar no hospital. Está na emergência. O rosto de Clarice mudou sutilmente. — O qu

  • Um Vício Irresistível   Capítulo 226

    — Giulia, o que você disse? — A voz do outro lado da linha soou cortante, carregada de descontentamento.— Thi... Thiago! — Giulia estava apavorada, mal conseguia falar.Thiago. O advogado que morreu ao cair de um prédio há cinco anos. O mentor de Clarice.— Ele morreu há cinco anos! — O homem do outro lado reforçou, a voz grave e impaciente. — Pare de se assustar à toa!— Ele... Ele não morreu! Ele está vivo! Está bem na minha frente! — Giulia soltou outro grito, a voz trêmula de puro terror.— Alguém está tentando te assustar. Não diga besteira! — O homem a alertou com frieza.— Não é truque, é real! — O rosto diante dela era tão vívido, tão real, que o pânico tomou conta de seu corpo. O mundo girou, e, sem conseguir suportar o choque, Giulia desmaiou, caindo no chão.Seu celular escorregou de sua mão, batendo com força no chão. A tela rachou instantaneamente.— Giulia! Fale comigo! — O homem do outro lado da linha chamou por ela várias vezes, mas não obteve resposta.Ela estava inco

  • Um Vício Irresistível   Capítulo 225

    Então, ela se virou apressada e saiu quase correndo.Jaqueline fez menção de ir atrás, mas Clarice segurou seu braço.— Não adianta correr atrás. Vai ser inútil.A reação daquela mulher só confirmava que ela era mesmo Giulia. Se não fosse, por que teria fugido tão desesperada?— Então, vamos embora? — Jaqueline suspirou, aceitando que não havia mais o que fazer.— Você entregou o cartão à vendedora e nem olhou as joias. Vai sair assim, sem comprar nada? — Clarice sorriu de canto. — Aposto que ele vai aparecer aqui daqui a pouco.Afinal, para confirmar a autenticidade do cartão, a funcionária certamente ligaria para o dono.Quanto a Giulia, Clarice já tinha um plano. Agora que ela havia reaparecido, não escaparia tão fácil.Jaqueline apertou os lábios.— Na verdade, eu não quero gastar o dinheiro dele. Mas se eu não gastar, ele diz que eu fico esperando amor, e amor ele não pode me dar.Ela dormia com ele, mas tudo era consensual. Não tinha nada a ver com romance.Se aceitasse o dinheir

  • Um Vício Irresistível   Capítulo 224

    Naquele momento, Clarice e Jaqueline passavam em frente a uma joalheria quando, sem querer, Clarice viu uma mulher escolhendo anéis dentro da loja. O rosto dela parecia familiar. Sentindo um aperto no peito, Clarice segurou o braço de Jaqueline e entrou. Assim que se aproximou, reconheceu a mulher de imediato.Era Giulia.Cinco anos atrás, Giulia havia procurado o escritório de advocacia onde Clarice estagiava para dar entrada no divórcio. O marido, além de infiel, era violento. Quem assumiu o caso foi Thiago, seu mentor.Mas o processo sequer chegou ao fim. Antes disso, Thiago morreu ao cair do alto de um prédio.Clarice conhecia bem Thiago. Ele era explosivo, gritava por qualquer coisa, mas nunca, jamais, seria alguém que tiraria a própria vida.Após a morte dele, Clarice tentou encontrar Giulia para entender melhor os acontecimentos. Mas, antes que pudesse conseguir qualquer resposta, Giulia vendeu a casa e desapareceu.Nos últimos cinco anos, Clarice investigou discretamente a mort

Galugarin at basahin ang magagandang nobela
Libreng basahin ang magagandang nobela sa GoodNovel app. I-download ang mga librong gusto mo at basahin kahit saan at anumang oras.
Libreng basahin ang mga aklat sa app
I-scan ang code para mabasa sa App
DMCA.com Protection Status