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Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco
Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco
Author: Chuva Solitária

Capítulo 1

Author: Chuva Solitária
Com apenas quatro anos de casamento, Bruno já tinha outra mulher fora de casa.

Na entrada de uma mansão luxuosa, na Cidade D, Helena estava sentada no banco traseiro de um carro de luxo, observando silenciosamente seu marido se encontrando às escondidas com outra mulher.

A garota era muito jovem, vestia um vestido branco, pura e encantadora.

Eles caminharam de mãos dadas, como amantes íntimos, e o rosto de Bruno exibia uma suavidade que Helena nunca havia conquistado.

A jovem levantou a cabecinha e, com um tom doce, se aproximou dele.

— Meus pés estão tão doloridos, Bruno, me pegue no colo!

Helena achou que Bruno não aceitaria, pois ele sempre foi muito orgulhoso e de temperamento difícil. Mesmo que tivesse grande afeição por essa mulher, ele dificilmente suportaria tamanha fragilidade.

Mas, no instante seguinte, os pensamentos de Helena se mostraram errados.

Seu marido tocou suavemente o delicado nariz da garota, com uma ternura fria e cuidadosa, e em seguida a ergueu pelos quadris, como se fosse tratar de algo muito precioso.

A mão branca da garota repousava com naturalidade na nuca musculosa de Bruno, e ela acariciava gentilmente os fios de cabelo negro e brilhante.

Bruno tinha uma marca de nascença na nuca, sensual ao olhar, e ainda mais ao toque. Helena se lembrava de uma vez, enquanto estavam fazendo amor, em que, sem querer, tocou essa marca e Bruno a segurou firme pelos braços, ficando furioso e agressivo...

De fato, Bruno não suportou mais e a empurrou contra um pilar grosso, seus olhos brilhavam com um desejo claro.

Helena fechou os olhos, com delicadeza, não querendo mais olhar.

Nunca havia visto Bruno daquela maneira, tão entregado ao amor, a ponto de ser quase selvagem.

E ela? O que era para ele?

Antes do casamento, foi ele quem a perseguiu com insistência: — Helena, você é a parceira mais adequada para mim.

Aquelas palavras fizeram Helena abandonar a arte que tanto amava e, sem pensar duas vezes, se entregou ao casamento com a família Lima, entrando no mundo dos negócios e da fama. E ao se entregar ao amor, o único destino foi o sofrimento.

Em quatro anos, Bruno conquistou o poder da família.

Helena se tornou uma figura irrelevante, desprezada por ele por ser tão séria e sem sensualidade, e ele escolheu se entregar a outra mulher.

Helena, você foi tão ingênua, tão ridícula.

...

Ao abrir os olhos novamente, Helena já não sentia amor nem rancor.

Quando o amor ia embora, era hora de falar sobre dinheiro.

A mansão onde Bruno e sua amante se encontravam era, na verdade, um dos bens do casal, uma propriedade adquirida com o esforço e a parceria de Helena.

Ela não queria ceder nada a eles.

Em voz baixa, Helena perguntou para a secretária à frente, Ana Pereira:

— Esses três meses, o Bruno tem ficado com ela o tempo todo?

Ana respondeu com firmeza:

— A garota se chama Camila Fernandes, é amiga de infância do Sr. Bruno, só que não é das mais espertas. Três meses atrás, o Sr. Bruno, desconsiderando a oposição de todos, a colocou na empresa e tem a protegido desde então.

Uma pilha de documentos foi colocada à frente de Helena.

Ela folheou calmamente os papéis, sentindo que talvez pudesse ajudar a concretizar aquilo.

Contanto que Bruno estivesse disposto a dividir os bens do casal, ela pegaria o que fosse seu por direito: o dinheiro, as ações... E partiria sem olhar para trás.

Do lado de fora do carro, as folhas das árvores já começavam a murchar, tingidas de amarelo.

O sol poente tingia o céu com seus últimos raios dourados, deslumbrantes.

Helena respirou fundo e, controlando suas emoções, ligou para Bruno. Talvez ele estivesse ocupado demais com a amante, pois o telefone tocou várias vezes até que finalmente atendeu, sua voz fria e distante.

— Tem algo que você precise?

Helena baixou o olhar e, com calma, disse:

— Hoje é o meu aniversário. Você vem jantar em casa?

Do outro lado da linha, Bruno ficou em silêncio por um momento.

Um homem que não queria voltar para casa certamente encontraria mil desculpas para isso, desde compromissos de trabalho até jantares de negócios.

Mas Helena, com uma percepção afiada, ouviu claramente a respiração ofegante da garota.

— Bruno, você já terminou? Eu não deixo você falar com ela...

Bruno ficou quieto por alguns segundos e, após um breve silêncio, respondeu com um tom constrangido:

— Se não houver mais nada, vou desligar.

O som do telefone sendo desligado ecoou, claro e sem espaço para dúvidas. Esse era o estilo de Bruno: direto, sem hesitação.

Ana, irritada, murmurou com raiva:

— O Sr. Bruno é insuportável! Ele se esqueceu...

Mas Helena não se abalou com as palavras dela.

Na verdade, ela até pensava consigo mesma, lamentando ter interrompido o encontro de Bruno com outra mulher. Mas o que fazer? Ela, como sua esposa legal, tinha o direito de estar insatisfeita.

Helena sorriu suavemente, com uma calma fria:

— Ele não se esqueceu, Ana. Ele simplesmente não se importa.

Se virando para a secretária, ela continuou:

— Ana, desligue toda a água e energia dessa mansão. Quando ele voltar, vai saber o caminho de casa.

Ana não pôde deixar de dizer:

— Seus métodos são realmente impressionantes.

Helena não respondeu, virou o rosto e ficou em silêncio, olhando pela janela do carro.

O pôr do sol dourado estava deslumbrante.

Ela se lembrava claramente daquele dia, muito tempo atrás, em um entardecer como aquele, quando perguntou ao Bruno se o contrato de casamento entre eles seria válido para a vida inteira, se ele jamais a trairia.

Bruno respondeu afirmativamente, dizendo que, em seu coração, Helena era a mais importante.

Mas agora, ele a fazia sentir que o único valor que importava era o dinheiro.

Uma lágrima escorreu pelo canto de seus olhos...

Helena chegou à Mansão Belezas.

Meia hora depois, a secretária trouxe um contrato de divórcio.

Helena queria a metade da fortuna.

Ela havia tomado banho e já estava vestida, mas algo a fez caminhar até o espelho, onde, sem entender bem o motivo, tirou o roupão branco e ficou observando seu corpo sob a luz intensa do lustre de cristal.

O corpo, marcado pelos anos de trabalho duro, não era esbelto nem volumoso, mas a pele branca mantinha uma aura de frieza.

No entanto, ficou claro que isso não era o suficiente para atrair um homem. Caso contrário, por que Bruno a teria traído?

Helena pensou naquela garota, e, involuntariamente, imaginou Bruno fazendo amor com aquele corpo jovem e vigoroso. Certamente, seria muito mais intenso do que quando fazia amor com ela.

Ela franziu a testa levemente, envergonhada pelo próprio pensamento.

A porta do closet foi aberta suavemente.

Bruno tinha voltado.

Bruno estava parado na porta do closet.

A camisa preta de grife e a calça social modelavam seu corpo alto e esguio, e seus traços faciais, bem definidos, sob a luz brilhante, exalavam o charme de um homem maduro.

Helena não pôde deixar de pensar que, mesmo sem a fortuna bilionária, Bruno, só com sua aparência e corpo excepcionais, certamente teria muitas mulheres dispostas a namorá-lo.

Ela dormiu com ele por quatro anos; não era uma perda.

Os dois se olharam, e ambos sabiam exatamente o que o outro pensava.

Bruno entrou lentamente no closet, parando atrás de sua esposa e ficando ali, observando o reflexo dela no espelho. Helena já estava vestida, com os longos cabelos negros cuidadosamente arrumados, e, mesmo após o banho, ela parecia manter sua postura forte e decidida.

Bruno se lembrava bem de como ela foi no início do casamento, ainda com um ar de fragilidade.

Naquela primeira noite, diante do corpo de Bruno, Helena tremia de medo, seu corpo inteiro se contraindo.

Naquela noite, nada aconteceu entre eles. Mas, duas semanas depois, um imprevisto nos negócios fez com que, naquela noite, Helena se encolhesse em seus braços, chamando por ele, e, então, se entregaram verdadeiramente um ao outro como marido e mulher.

Desde então, a intimidade deles era rara.

Dentro de casa, Helena era a dona imponente e respeitada do lar. No Grupo Glory, era a Presidente Helena, a mulher que detinha todo o poder, sempre com uma aparência perfeita, forte e fria.

Até mesmo na cama, Bruno achava que Helena nunca tinha se permitido realmente relaxar e aproveitar.

Com o tempo, ele acabou se cansando dessa situação.

Bruno se aproximou de Helena e, de forma provocante, falou:

— Foi você quem mandou cortar a água e a luz da mansão, não foi? Só porque eu estava cuidando um pouco mais da filha de um... Velho amigo, você ficou chateada?

Helena o encarou no espelho.

Bruno sabia que esses dias eram o período fértil de Helena.

Ele tocou suavemente a orelha dela, se inclinando e sussurrando:

— Você está fazendo isso por causa do seu aniversário? Ou é só uma questão das suas necessidades físicas? Com 26 anos, você já tem tanta vontade assim?

Suas palavras eram ríspidas, mas Helena entendia o que ele queria.

Ele queria um filho.

Diogo Lima, da família Lima, tinha 10% das ações do Grupo Glory. Bruno queria ter um filho para aumentar seu valor de barganha.

No entanto, Bruno não sabia que eles estavam enfrentando dificuldades para ter um filho. Depois daquele acidente, quando Helena o empurrou e foi violentamente chutada no ventre, as chances de gravidez eram mínimas.

Helena fechou os olhos suavemente, escondendo a dor que sentia.

Mas Bruno, de repente, parecia cheio de energia.

Ele a levantou com facilidade, colocando ela na cama macia do quarto. Em instantes, seu corpo se deitou sobre o dela...

Como Helena poderia aceitar isso?

Ela empurrou o peito do marido, os cabelos negros caindo parcialmente sobre o travesseiro branco. Seu pijama estava levemente solto.

— Bruno Lima!

Mas Bruno não desviava o olhar do rosto de Helena, como se estivesse hipnotizado, se inclinando para beijá-la, seu corpo mais impaciente do que nunca...

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