Abri os olhos com dificuldade, demorou bastante até eu conseguir me estabilizar. Parecia estar num quarto de hospital, era branco e a luminosidade do sol cegavam meus olhos.
Um homem e duas mulheres adentraram no quarto, uma delas fechou a cortina da janela e outra verificou minha temperatura.
- Vejo que ocorreu tudo bem na cirurgia. – O homem de cabelo perfeito começou a tagarelar, não entendi metade do que disse. – Você foi atingida por duas balas, por sorte nenhuma ficou alojada em seu corpo. Vai se sentir desconfortável com a medicação, tontura e cansaço. Recomendo que fique de repouso o resto do mês. – Deitei minha cabeça no travesseiro, eu não queria ouvir nada do que diziam.
Desespero,a palavra que usaria para determinar minha vida em milhares de situações.Qualquer fio de esperança que percorria por minhas veias, havia secado lentamente causando dor e sofrimento, não somente para mim, mas também para meus irm&atild
Eu e meu pai procuramos fósforos, velas, lanternas e pilhas. E tudo que fosse necessário para sobrevivermos à noite fria.Já minha mãe se preocupou em arranjar cobertores, travesseiros e qualquer coisa que fosse para nos deixar confortáveis e aconchegantes.
Obarulho do meu pai cortando lenha me acordou, Thomas e Sophie dormiam e minha mãe fazia o café da manhã. A chuva tinha cessado, mas os estragos estavam por todos os lados.- Parece que passou um furacão. – Comentei coçando o olho ao sentar na banqueta do balcão.
Thomas colocou os fones de ouvido. Sophie adormeceu ao nosso lado. Minha mãe apoiou sua mão no ombro de meu pai, parecia que isso o acalmava. E eu voltei a ver a paisagem mais maravilhosa do mundo pela janela.Meus amigos diziam que eu era muito otimista sobre todas as coisas que me cercava e que às vezes isso chegava a ser irritante. Mas sabe de uma coisa? Eunãome importava! Meu mundo era colorido ao extremo e n&at
Acordei ofegante em meu quarto sem vida, no orfanato da Senhorita Bennet. Desejei que ao menos uma única vez, eu não acordasse encarando aquelas paredes mofadas.Minhas mãos se encharcaram de suor quando limpei minha testa. Acendi a luz do abajur podendo ver Thomas e Sophie dormindo. Ver o peito
Três anos depois cá estava eu. Deitada em minha cama dura, em nosso quarto frio e sem vida. Longos três anos se passaram. Nunca estudei tanto igual eu estudava nesses últimos meses. Fiz uma promessa a mim mesma que me mostraria capaz de lutar pelos meus irmãos e pela minha vida.Era ano de vestibular, minha herança estava presa e eu não sabia nem por onde começar. Se eu passasse
- Vou tentar um vestibular. Estudo há meses para isso. Tenho dezessete anos e pela lei ainda estou sob a guarda dela. E parece que ela não quer que eu estude... – Torci a boca pensando numa estratégia melhor. - Se ela descobrir... – Falou se levantando.
A hora corria e eu não tinha mais tempo, corri para fazer o vestibular. Suei feito louca, meu coração estava disparado e meu estômago revirava. Eu só tinha essaoportunidade e não desperdiçaria sendo reprovada.Quando eu voltasse ao orfanato me daria muito mal e eu não tinha muitas vidas para desperdiçar. Não me importaria com a punição, mas as vidas dos meus irm&atild
Abri os olhos com dificuldade, demorou bastante até eu conseguir me estabilizar. Parecia estar num quarto de hospital, era branco e a luminosidade do sol cegavam meus olhos. Um homem e duas mulheres adentraram no quarto, uma delas fechou a cortina da janela e outra verificou minha temperatura. - Vejo que ocorreu tudo bem na cirurgia. – O homem de cabelo perfeito começou a tagarelar, não entendi metade do que disse. – Você foi atingida por duas balas, por sorte nenhuma ficou alojada em seu corpo. Vai se sentir desconfortável com a medicação, tontura e cansaço. Recomendo que fique de repouso o resto do mês. – Deitei minha cabeça no travesseiro, eu não queria ouvir nada do que diziam.
Por favor, não me abandone! Vendo Nancy ser atingida por um tiro, tirei forças de onde não tinha pulando em cima de Mason, no qual me acertou com um soco na cara e outro no estômago. Mason era bem mais forte do que se esperava. Busquei os olhos de Bennet que me evitava ao máximo que podia. - Tia Bennet! – Gritei quando Mason pousava violentamente outro soco em minha cara. - Chega Mason! – Gritou Bennet em meio à chuva forte. - Chega? Esse moleque vai estragar tudo. – Mason se virou bruscamente cerrando os dentes para Bennet, no
Mason nos obrigou a sair para o jardim apontando aquela coisa pesada para nós. Bennet seguia seus passos em silêncio, apenas fazendo o que Mason mandava. - Para trás. – O vento bagunçava meus pensamentos. Mason obrigou Logan a ficar na casa, ou cravaria uma bala bem no meu peito. Uma parte de mim se sentiu lisonjeada, outra terrivelmente assustada. - Não vamos chegar a lugar algum desse jeito. – Falei alto para que me ouvisse, já que o barulho dos trovões atrapalhava nosso diálogo. Bennet não estava tão calma quanto Mason. Posso não ter morrido há três anos, mas eu já e
Trânsito e mais trânsito, chegamos ao local que me causava arrepios pelo corpo todo. Segurei firme a mão de Logan tapando a respiração, parecia que aquele caminho não tinha fim. Não me admiraria se Mason chegasse primeiro que nós na mansão. Nancy, pensamento positivo. Nada vai mudar se vocês forem idiotas e perderem essa chance de provar que tal testamento é inválido! - Não sei quanto tempo mais posso aguentar. – Choraminguei. - Já está no fim, estamos juntos lembra? – Afirmou apertando minha mão.&n
No dia seguinte deitada na cama de Logan, o observei colocar uma camisa branca social por dentro da calça prendendo com o cinto de couro preto, sorri vendo tal cena, agarrei seu cobertor até a altura de meus olhos. Em seguida passou minha gravata vermelha preferida em volta de seu pescoço dando um nó. Pelo reflexo do espelho, Logan me pegou o observando me fazendo corar de imediato. Escondi meu rosto entre as cobertas tentando passar despercebida. - Você fica linda quando está envergonhada. – Minhas bochechas esquentaram a ponto de parecer que eu estava com febre. - E você vai se atrasar. – Afirmei indo ao banheiro. -
Logan comprou os ingressos do filme, para minha sorte era filme antigo. Um thriller chamado Psicose, amava aquele filme desde que meu pai havia me apresentado. - Vai amar o filme. – Falei sorrindo ao apertar seu braço quando ele se sentou ao meu lado segurando um balde de pipoca e dois refrigerantes. Peguei de sua mão antes que caísse tudo em cima de mim. - Não gosto de terror. – Afirmou tomando um gole de seu refrigerante. - Não é terror. É clássico. – Assegurei enfiando pipoca em minha boca. - Pessoas morrem? – Lo
No dia seguinte não foi diferente do anterior, trabalho e mais trabalho onde isso se repetiu pelas próximas duas semanas. O Juiz Peterson não cedeu em sua decisão, nem sequer me ofereceu uma colher de chá. Logan e eu nos víamos quando podíamos, ele prometeu não sumir de repente e até sugeriu para que eu conhecesse sua mãe, mas a ideia de dar de cara com Bennet me assustou, e resolvemos esperar mais um pouco antes desse encontro. E detalhe, ele não comentava sobre o que ocorria na MC3, nem mesmo migalhas, se falavam de mim ou se sentiam minha falta. - Estou desesperada, o ano está acabando junto com meu prazo, e eu não sei o que fazer. Literalmente! – Eu
Você implora por silêncio, mas esquece que o barulho está dentro de você. O pensamento mais sábio que havia tido desde que fizera dezoito anos. N era a melhor companhia que eu consegui arranjar em anos. E olha que ela só apareceu há poucos dias! Ótimo, tudo o que precisava era alguns dias para procurar um emprego novo que pague minhas contas e garanta o futuro dos meus irmãos. Não poderia ficar melhor. Beck corria pelo quarto ao se arrumar, parecia ir para um lugar importante, já que nunca corria. Passou pela porta acenando me deixando outra vez sozinha no quarto.&nbs
Nós percebemos que as coisas mudam, quando algo muito importante para de ser importante a ponto de não nos importarmos mais. Nem em um milhão de anos imaginaria Logan me levar aquele lugar novamente. Estávamos de volta ao mirante, onde tinha visto Logan chorar pela primeira e última vez. - Acha que não posso ser feliz, por que meu pai morreu? Que não posso aproveitar a vida, por que minha mãe está ficando doida? Ou ver minha tia, uma pessoa que eu pensava que conhecia, se tornar alguém cruel? Talvez eu tenha culpa ou não, não tem como saber. E se eu tiver, eu não quero essa culpa! – Logan disparou a falar assim que saímos do car