O que ele fez se revelou uma espada de dois gumes.No início, era possível ameaçá-la, mas agora, com as coisas já feitas, isso significava que Fabiano tinha calculado os passos de Miguel.Uma vez que ele podia ameaçá-la, ela também podia fazer o mesmo.- Todo esse esforço foi para ajudar Miguel a se livrar de você, essa mulher insidiosa. - Encarou ela, Fabiano.Luiza respondeu:- No fim das contas, é por ele ou por você mesmo? Você sabe no seu coração. Claramente quer ajudar a Clara a conquistar o Miguel para si, falando tão nobremente, dizendo que é para ajudá-lo. Você perguntou se ele precisava disso? Ele concordou, ele aprovou?Fabiano ficou sem palavras.- Você não teme que eu conte ao Miguel sobre seu acordo com Helena?- Conte, então. No pior dos casos, ambos perdemos. Se eu não estiver bem, não pense que você estará. - Bufou Luiza. Vendo que ele não tinha mais o que falar, ela lentamente retirou sua mão e disse com um tom melancólico. - Você me armou uma vez, e eu te devolvi um
Eram 19h30.Luiza foi a primeira a chegar ao Sabor de Lisboa, seguida por Marina, que chegou logo depois, se encontrando na entrada.Assim que saiu do carro, Marina segurou a mão de Luiza.- Você se divorciou do Miguel hoje? - Luiza havia postado isso no Facebook, e Marina estava preocupada com ela.- Sim, foi a formalização do divórcio. Só podemos finalizar o resto dos procedimentos após o período de reflexão. - Luiza esboçou um sorriso forçado.Marina olhou para ela.- Lulu, você está triste?- Não estou triste. Já disse que era isso que eu queria. Finalmente, estou livre. - Ela sorriu, seus olhos se curvando de tal forma que a tristeza não era visível.Marina a observou por um momento, como se quisesse confortá-la, e então disse com um tom de voz intencionalmente elevado:- Que bom que nossa Lulu pode renascer!Luiza respondeu com um murmúrio, baixando os olhos, escondendo a tristeza que ninguém podia ver.Ela disse a si mesma para não pensar mais nisso, que as coisas haviam chegado
Luiza balançou a cabeça.- Ainda não.Um grupo de pessoas começou a fazer os pedidos.Luiza falou com Theo pelo celular: “Deixei minhas funcionárias pedirem primeiro.”Theo respondeu: “Ok, podem começar sem mim. Acabei de terminar uma entrevista e estou a caminho.”Luiza colocou o celular de lado e disse a elas:- O Presidente Pires disse que está a caminho. Vamos começar a comer.Com essas palavras, o garçom entrou com a comida e trouxe também uma garrafa de vinho caro.Luiza deu uma olhada.- Eu não pedi esta garrafa.- Foi uma senhorita quem enviou. Ela me pediu para dizer que lhe deseja uma feliz separação! - O garçom, sem entender a situação, transmitiu a mensagem conforme instruído.O rosto de Luiza esfriou. Ela pegou a garrafa e perguntou ao garçom:- Quem mandou esta garrafa?- Ela não disse o nome.- Era uma moça branca, vestindo um vestido branco?- Sim, era ela. - O garçom assentiu.Devia ter sido a Clara. Enviando esta garrafa de propósito para irritá-la.Luiza se levantou.
Luiza de repente abriu os olhos, um brilho gélido saltou deles, e ela fincou o abridor de garrafas na barriga de Troy. Troy soltou um grito, segurando o ventre enquanto tombava para o lado. O abridor de garrafas era o mesmo que Luiza havia pegado da mesa momentos antes, e com um único golpe ela conseguiu atingir seu objetivo. Sem hesitar, ela saiu correndo.- Não fuja! - Troy gritou. - Peguem essa maldita!Alguns seguranças alcançaram Luiza. Com as pernas trêmulas, ela sentia os efeitos de remédios, mal conseguindo manter-se consciente. Tentou correr de volta para o quarto de Marina, mas ao subir as escadas, foi agarrada por alguns seguranças e contida no corredor. Troy saiu ofegante, com uma expressão furiosa, e agarrou os cabelos dela, a pressionando contra a parede.- Está bem, se a sobrinha gosta de transmitir ao vivo em público, então vou realizar o seu desejo.Ele se aproximou, respirando pesadamente, e ordenou aos seguranças.- Nunca fiz isso no corredor, deve ser emocionant
Luiza recordou o incidente, o ódio ardente em seus olhos, ainda queria o golpear, mas foi detida por Miguel. - Chega, não suje suas mãos.Com isso, ele jogou Troy, ensanguentado, aos pés de Eduardo. - Agora é com você.- Entendido. - Respondeu Eduardo.Luiza foi erguida nos braços, atordoada por um momento, completamente sem forças, permaneceu lá, olhando para trás. Eduardo se aproximou com dois seguranças e começou a espancar Troy impiedosamente. Enquanto isso, Clara permanecia sob uma luz intensa, com um olhar frio. A única coisa que Luiza conseguiu recordar em seu último lampejo de racionalidade foi o que o garçom que trouxe a bebida disse, que a garrafa foi enviada por uma senhora? Teria sido Clara a arquitetar essa armadilha?- Não olhe para isso, está uma bagunça. Você pode ter pesadelos à noite.Miguel virou o rosto dela, a impedindo de ver. Luiza desviou o olhar, o olhando de forma confusa, como se o estivesse conhecendo pela primeira vez. Não esperava que ele tivesse ess
Chegando à Quinta do Lago, os longos cabelos de Luiza estavam molhados, grudados em seu delicado rosto. Miguel afastou os cabelos dela e a carregou para o segundo andar.Luiza estava deitada na cama, ainda um pouco disposta a brincar. - Sua perna está melhor?- Está quase.- Já tirou o gesso?- Retiraram esta tarde. - Respondeu Miguel com seriedade, enquanto via a expressão de desconforto dela, ele trouxe uma toalha para ela limpar o suor.Uma onda de calor a atingiu, e Luiza se encolheu, tremendo involuntariamente.- Yago está quase chegando, aguente mais um pouco. - Disse Miguel, ajudando ela a se levantar e oferecendo água morna para ela beber.A racionalidade de Luiza derreteu, e ela ficou lá, em seus braços, bebendo alguns goles de água, relutante em soltar ele.Ela estava quente demais, sentindo a pele fria de Miguel ao tocar ele, não querendo se afastar, se colando a ele, se aninhando em seu abraço forte.- Luiza? - Miguel chamou baixinho.Luiza estava um pouco desconfortável.
Miguel estava um pouco fora de controle, mas sabia que chegou ao limite nessa noite. Ele interrompeu o que estava fazendo e soltou Luiza, se dirigindo para abrir a porta.Ao abrir a porta, Yago estava lá com o celular na mão. - Miguel, o que está acontecendo? Eu gritei tantas vezes em casa e vocês não responderam!O Miguel estava com expressão chateada. - Onde está o remédio?Yago entregou uma caixa de remédios para ele. Miguel pegou e, enquanto Yago queria entrar para ver Luiza, Miguel o bloqueou com o pé, não permitindo sua entrada. - Como se toma este remédio?- Tome duas cápsulas, com água. - Disse Yago, com uma expressão confusa. - Miguel, por que está bloqueando a porta? Eu só quero verificar como está minha cunhada.- Não precisa verificar, vá embora. - Disse Miguel, fechando a porta assim que pegou os remédios.Yago do lado de fora resmungou: - Caramba! Entreguei o remédio e fui tratado assim. Miguel! Você ainda é humano?- Volte para casa. - Respondeu Miguel com frieza,
No dia seguinte.Luiza acordou, sentindo todo o seu corpo dolorido e fraco. Ela se sentou na cama e olhou em volta para o quarto, se lembrando da noite anterior...Ela foi drogada por Troy e depois Miguel a salvou, a trouxe de volta para casa e então... Eles se beijaram nesta cama. Luiza cobriu o rosto de repente. Ué, como eles se beijaram ontem à noite? Ela foi drogada, mas Miguel não foi, então por que ele estava a beijando? E quando Miguel confrontou Troy ontem à noite, ele parecia realmente assustador, aquele olhar fez Luiza ter a ilusão de que Miguel se importava com ela... Ela ficou confusa. Miguel não deveria odiar profundamente uma mulher que o traiu repetidamente? Por que ele estava sendo tão gentil com ela de novo? Ela não se atreveu a continuar com seus pensamentos e decidiu parar por aí. Afinal, eles já haviam se divorciado, não deveria voltar atrás... Então, por fim, ela pegou seu celular de volta e discretamente desceu as escadas.- Sra. Luiza.Lívia a chamou lá
Ao ver o rostinho pálido de Felipinho, Luiza não conseguiu conter a dor no coração. Felipinho tinha pouco mais de três anos, mas, por causa de Theo, já havia passado por tantos eventos seguidos. Ela estava profundamente arrependida. Sentia pena do Felipinho, e odiava o Theo. O odiava com toda a sua alma! Enquanto assistia ao noticiário, completamente absorta, seu celular foi subitamente arrancado de sua mão. Ao levantar os olhos, viu que quem tinha pegado o aparelho era Theo. Ele jogou o celular de volta para Giovana e, com um rosto impassível, disse: — Já chega. Vamos comer. No dia seguinte, o navio atracou. Luiza finalmente saiu daquele porão escuro e sombrio. Ao sentir o brilho do sol pela primeira vez, ficou um pouco desconfortável e apertou os olhos. Ao olhar ao redor, viu um mar azul e um país completamente desconhecido... As placas ao redor estavam escritas em um idioma que ela não conseguia entender. No entanto, deduziu que aquele era um país quente e com ce
Ele falava, mas Luiza não olhava para ele. Theo ficou irritado e segurou o queixo dela com força, forçando ela a virar o rosto e encará-lo. — Sabe de uma coisa? Eu fui bondoso demais com você. Se, na época em que você estava grávida do Felipinho, eu tivesse sido mais firme, ele nem teria nascido. Luiza ficou atônita por um momento e, furiosa, retrucou: — Theo, você é um monstro! — Não existe homem que aceite sua mulher dar à luz o filho de outro homem. Mas por que, no final, eu aceitei? Porque eu vi o quanto você queria esse filho, vi o quanto você se esforçou para tê-lo. Então, no fim, não fiz nada contra ele. Eu aceitei. Sei que te magoei, mas pensei em passar o resto da minha vida te compensando. — Eu não preciso disso. — Luiza respondeu, palavra por palavra. — Nunca gostei de você. Ele ficou impassível. — E daí? Agora você está nas minhas mãos. Não tem como fugir. — Tanto faz. — Luiza sorriu friamente, os lábios curvados com indiferença. — Minha família morreu, e
Luiza olhou para ele, sem dizer uma palavra. — Você acha que, deixando de comer, vai me fazer sentir pena de você? — Theo perguntou com o rosto frio. Luiza sorriu com indiferença. — Não. Eu não me rebaixo a esse tipo de artimanha, porque simplesmente não me dou ao trabalho de agradar você. Theo encarou aquele rosto frio e sorriu levemente. — Ótimo. Você não quer me agradar? Então fique aqui e morra de fome, por mim tanto faz. Luiza deu um sorriso desolado e se deitou novamente na cama. Ela já havia decidido: se algo acontecesse com sua família, ela não teria mais vontade de viver. Theo podia mantê-la presa, mas, se ela desistisse da própria vida, não haveria nada que ele pudesse fazer. Com o rosto carregado, Theo saiu do quarto. Na manhã seguinte, por volta das nove, Luiza ainda se recusava a comer. Theo estava ouvindo Giovana falar sobre os assuntos no País R quando Laís veio reportar: — Sr. Theo, a Srta. Luiza ainda não quis tomar o café da manhã. Ela trouxe
Nos olhos dela, aquele homem era frio como gelo, com um sorriso gélido nos lábios. Ele disse suavemente: — Este é o preço por não me obedecer. As pupilas de Luiza se dilataram levemente. Theo continuou: — Eu te dei uma chance naquela época. Te chamei para me encontrar várias vezes, mas você ignorou. Achou que eu, mesmo em apuros, não teria como te capturar? Pois bem, mesmo que eu morra, vou te levar comigo... Luiza ficou atônita, a raiva tomando conta de seu coração. Ela levantou a mão, tentando acertá-lo no rosto. — Desgraçado! Mas não conseguiu. Theo segurou seu pulso e o torceu para trás. Ele a olhou friamente, sem nenhum traço de emoção: — Eu já te dei oportunidades no passado, mas você não as aproveitou. Agora, não há mais chance... Com a dor, Luiza franziu as sobrancelhas e lançou um olhar furioso para ele: — Você é um desgraçado! — Você está certa. Sou mesmo um desgraçado. — Ele nem sequer usava mais os óculos, não se importando em manter uma aparência civi
Theo estava sentado no sofá, o olhar frio como uma lâmina de gelo cravado nas marcas de mordida no pescoço dela. Seus olhos semicerrados estavam carregados de rancor e cobiça. — De onde vieram essas marcas no seu pescoço? Luiza ficou sem palavras. Abriu a boca, mas conseguiu pronunciar apenas uma frase: — Você... Não está morto? — Você acha que eu morreria tão facilmente? — Theo soltou uma risada sarcástica. — Mas as notícias diziam... Que você tinha se enforcado na prisão! — Se eu não tivesse forjado aquela notícia, como poderia sair da prisão? — Ele sorriu com frieza. Então era isso! As notícias sobre a prisão nas Américas eram falsas, apenas uma encenação para enganar o público. Na verdade, Theo havia escapado como um verdadeiro mestre da fuga! "Não era de se estranhar que tudo tivesse parecido tão conveniente. Um homem tão calculista como ele nunca deixaria de ter uma rota de fuga preparada." Enquanto Luiza refletia sobre isso, Theo se levantou abruptamente e agar
Luiza, sem escolha, caminhou até a entrada do elevador e disse: — Pode ficar por aqui. Eu vou subir sozinha. Volte para casa, eu também já estou indo. — Vou esperar o elevador chegar. — Ele não tinha intenção de ir embora, seus longos dedos se entrelaçando nos dela. Assim, os dois ficaram de mãos dadas até o elevador chegar, e as portas se abrirem diante deles. Luiza olhou para ele e disse: — O elevador chegou. Eu realmente preciso ir. — Tudo bem. Ele soltou a mão dela, mas permaneceu parado do lado de fora, com o olhar cheio de saudade, fixo nela. O coração de Luiza estava agitado. Mesmo quando as portas do elevador se fecharam completamente, o canto de seus lábios ainda estava levemente curvado em um sorriso. Ao chegar ao estacionamento, ela abriu a porta do carro e jogou sua bolsa para dentro. No momento em que ia entrar no veículo, uma sombra repentina surgiu ao seu lado. Luiza levantou o olhar, alarmada. Uma toalha foi pressionada contra seu nariz e boca, e
Durante o jantar, ele a observava o tempo todo. Luiza abaixou a cabeça para tomar a sopa, desconfortável sob o olhar constante dele. Ergueu os olhos e encontrou os dele: — Por que está me olhando assim? — Quando sua avó e as outras voltam para as Américas? — Miguel perguntou enquanto descascava um camarão e o colocava no prato dela com naturalidade. Luiza olhou para o camarão, esboçou um leve sorriso, não recusou e o levou diretamente à boca: — Devem voltar amanhã. Hoje já cuidaram de toda a bagagem. — E seu pai? — Ele continuou, sem desviar o olhar. — Devo começar a organizar o retorno dele para Valenciana do Rio? Luiza pensou por um momento antes de responder: — Meu pai vai ficar no País R por enquanto. — Ainda não confia em mim? — Ele perguntou, encarando ela atentamente. Luiza respondeu com serenidade: — Não é isso. Só acho que ainda não está tão seguro. Quero esperar até que tudo esteja resolvido para trazê-lo de volta para Valenciana do Rio. — Você tem med
O olhar de Miguel parecia em chamas. Ele segurou a cintura dela com uma mão, enquanto a outra a puxava para mais perto, beijando cada centímetro de sua pele. Luiza estava tão fraca que parecia derreter como água, pendurada pelo pescoço dele, deixando que ele fizesse o que quisesse... ...Ao entardecer, o celular de Luiza tocou. Ela ouviu o toque familiar e abriu os olhos nos braços de Miguel. Viu que ele estava atendendo o celular dela. — Por que você está atendendo minhas ligações? — Perguntou ele, só então percebendo que sua voz estava rouca. À tarde, ele havia sido tão intenso que ela gritou até ficar sem voz. — Foi o Felipinho quem ligou. Então eu atendi por você. — Respondeu Miguel, segurando ela com um braço enquanto usava a outra mão para atender o telefone. Ele falou de forma preguiçosa com Felipinho, que estava do outro lado da linha. — Sua mãe talvez demore um pouco mais. Podem jantar sem ela, não precisam esperar. — Por que não precisam me esperar? — Luiza perg
— Desta vez, a reconciliação é real, certo? — Miguel perguntou. Luiza franziu as sobrancelhas, um pouco confusa. — Quero dizer, uma reconciliação de verdade, sem separações no futuro, certo? — Miguel a olhou diretamente nos olhos, sua expressão séria. Sob o olhar intenso dele, Luiza se sentiu desconfortável e, com um leve sorriso irônico, respondeu: — Isso não é garantido. Quem sabe daqui a alguns dias a gente brigue de novo? Miguel franziu a testa, impaciente. — Da sua boca não sai uma palavra boa. Luiza tentou conter o riso, mas antes que pudesse responder, Miguel a surpreendeu com um beijo. Sua voz rouca ecoou em seu ouvido: — Se não fala coisas boas, então vou lavar essa boca. Luiza congelou por um momento. "Esse é o jeito dele de lavar a boca?" Ele até colocou a língua. O beijo de Miguel a deixou sem fôlego. Tentando se recompor, ela colocou a mão no peito dele e perguntou: — Já terminou de lavar? — Não, ainda está muito suja. Precisa de mais lavagens.