- O que foi? Não sabe como explicar?Miguel encarou seu rosto delicado com um profundo frio nos olhos.Luiza mordeu o lábio. - Foi porque ontem não tive outra opção de presente...- Você realmente tem muitas desculpas.Luiza ficou sem palavras e fechou os olhos. - Sim, eu sou atrevida, sou volúvel, gosto de dar amuletos aos homens. Isso é meu sinal de atrair pretendentes. Qualquer homem que os receba ficará enfeitiçado por mim. Está satisfeito com minha resposta?A personalidade instável de Miguel tornava difícil para Luiza não ser rebelde na sua frente. Realmente, agora, entre ela e ele, era como uma filha rebelde de 15 anos e um homem conservador e antiquado. Luiza decidiu que iria o provocar até ficar furioso. Ela disse uma frase para desabafar, e depois acrescentou mais uma: - Ainda bem que você não usou aquele amuleto. Se não, meu desejo teria se realizado. Como eu me arrependeria agora?- Que desejo você fez?- Você não acabou de ouvir? Quem usa o amuleto será enfeitiçado p
Luiza ficou tão assustada que quase saltou da cama, mas foi mantida pressionada por ele e não conseguia se mexer.- Já foi tudo dado! - Sua voz estava cheia de ressentimento.Miguel resmungou friamente.- Eu não me importo. De qualquer forma, você vai buscar esse amuleto de volta para mim.Luiza sacudiu a cabeça, se recusando a concordar. Já que ela já havia dado o amuleto, como poderia ter coragem de pedir de volta? Mas se ela discordasse, Miguel a "seduziria". Luiza agarrou firmemente o lençol com as mãos, o suor começando a brotar de sua testa. No final, ela teve que ceder, resignada: - Está bem, me solte!- É melhor você fazer o que prometeu, não ignore minhas palavras. - Disse Miguel, a soltando e foi vestir uma camisa preta.Luiza ficou furiosa e bateu na cama. Miguel olhou friamente para ela, seu olhar a fez tremer de medo. Luiza ousou não dizer nada, apenas murmurou: - Eu te odeio...- O que você disse?Miguel olhou para ela, seus olhos ainda cheios de intensidade, a faz
Luiza enxugou as lágrimas e disse a Lívia:- Lívia, pode passar o remédio em mim?- Claro. - Lívia tratou Luiza como se fosse uma criança, pegou um cotonete para aplicar o medicamento e instruiu. - A senhora deve ficar quietinha hoje. O senhor pediu para você ficar em casa e não ir a lugar nenhum.- Entendi. - Luiza respondeu de maneira abafada, era sábado hoje, se não saísse, então não saiu. Ao meio-dia, Miguel ligou para Lívia, perguntando como Luiza estava.Lívia respondeu:- A senhora está bem, já aplicou o remédio e está em casa almoçando.Luiza, que estava ao lado almoçando, ouviu que era uma ligação de Miguel e disse:- Lívia, me dê o telefone, eu vou falar com ele.Lívia passou o telefone.Luiza pegou o telefone, e Miguel, do outro lado, ficou em silêncio.Luiza esperou um momento, começou a ficar nervosa e inconscientemente chamou:- Miguel...Por que ele não estava falando?Havia acontecido alguma coisa?- Como está a sogra? - Luiza, segurando o telefone, se sentiu nervosa s
Ela se sentou de repente tão perto, que deixou Miguel surpreso.- Por que tão perto assim?O rosto dela corou levemente.- Foi sem querer.Miguel, sem dizer nada, respondeu de forma suave e perguntou:- Você já jantou?- Sim, jantei em casa. E você, comeu no hospital?- Comi. - Miguel parecia cansado, dando um leve suspiro.Luiza o observava, nervosa.- Como está a saúde da sua mãe?- O relatório só sai amanhã. - Miguel olhou para ela.Luiza, preocupada que ele pudesse estar de mau humor, disse de forma suave:- Não se preocupe tanto, sua mãe vai ficar bem.Enquanto falava, o abraçava, tentando consolá-lo.Miguel sentiu um tumulto no peito e, de repente, levantou a mão, circulando a cintura fina dela.- Obrigado por me consolar.Luiza não falou nada, apenas continuou o abraçando em silêncio.De repente, Miguel perguntou:- Sua bunda está melhor? Ainda dói?- Melhorou muito depois que apliquei o remédio. - Luiza respondeu, envergonhada.- Me deixe ver. - Ele tentou levantar a saia dela.
Ao chegar nesse ponto, Luiza ficou um pouco desanimada e franziu as belas sobrancelhas, dizendo:- Já foram todos dados, seria muito constrangedor pedir de volta.- De qualquer forma, tem que ser recuperado. - O tom de Miguel não deixava margem para discussão, especialmente porque ele detestava vê-los no pescoço dela.Luiza achava que ele era realmente uma pessoa peculiar.O que ela dava a ele, ele não fazia questão de usar, mas ficava ainda mais irritado ao ver outros usando.- Entendido... - Ela se aconchegou nele e concordou.Finalmente satisfeito, Miguel a beijou na testa, com uma voz muito mais suave.- Durma.Luiza o abraçou e lentamente adormeceu.Quando estava quase amanhecendo, Miguel recebeu uma ligação. Após ouvir algumas palavras do outro lado, seu rosto se endureceu e ele saiu da cama às pressas.Luiza pressentiu que algo estava errado e se sentou na cama.- Tio, o que aconteceu?- Os resultados dos exames da minha mãe saíram, há um problema, preciso ir lá agora. - Miguel
Theo era decisivo. Ele retirou o amuleto da sorte que usava no pescoço e, ao mesmo tempo, apresentou uma caixa de presente.- Este amuleto da sorte pode ser devolvido à Srta. Luiza, mas espero que a Srta. Luiza aceite o meu presente em retribuição.Luiza se surpreendeu.- Mas isso foi um presente de aniversário para você, como assim um presente em retribuição?- Não estou acostumado a receber presentes sem retribuir. Se for para aceitar, deve existir uma retribuição. - Theo abriu a sua própria caixa de presente.Dentro, havia também um amuleto da sorte.Porém, era um amuleto da sorte adornado com diamantes, claramente destinado a uma senhora.Ele afirmou, sem deixar margem para dúvidas:- Ontem à noite, a Srta. Luiza me deu um amuleto da sorte, então fiz questão de escolher um presente em retribuição. A Srta. Luiza não vai recusar meu presente, vai?Luiza não viu outra opção senão aceitar o presente.- Então está bem, vamos trocar presentes. Obrigada, Presidente Pires.Afinal, o amulet
Luiza caminhava lentamente em direção ao quarto do hospital.Helena jazia na UTI, seu rosto, outrora belo, agora estava muito mais magro do que o habitual.Não era de se admirar que Miguel estivesse de mau humor desde que voltou do hospital, dado que a condição de Helena havia piorado.- Se sentem. - Disse Helena suavemente, enquanto recebia a medicação por via intravenosa, convidando ela a se sentar.Luiza, obediente, se sentou.Enquanto olhava para a agulha intravenosa em sua mão, Helena disse em voz baixa:- Os resultados dos exames saíram hoje, e não são bons. Pode ser que eu precise de uma cirurgia nos próximos dias.Luiza acenou com a cabeça, sabendo que sua sogra ainda tinha mais a dizer, e escutou atentamente.- Ouvi dizer que você voltou a morar na Quinta do Lago nos últimos dias?Ao ouvir isso, Luiza se enrijeceu e olhou para sua sogra.Sua sogra sabia de tudo.Helena prosseguiu calmamente:- Você teme que sua sogra morra subitamente e não possa ajudá-la a tirar seu pai da pr
Luiza se viu numa situação complicada.Baixou os olhos, falando de maneira indiferente:- Não é que eu não queria me divorciar, é que o período de reflexão de um mês ainda não terminou.Ainda faltavam mais de dez dias para o final desse período.Clara acenou com a cabeça.- Eu sei disso, mas você poderia se mudar da Quinta do Lago? Por favor, não more mais lá. Se algo inesperado acontecer, minha tia não vai suportar.Clara a ameaçou, usando Helena.O que ela queria dizer era que, se Luiza não concordasse, e algo ruim acontecesse a Helena por causa disso, a culpa seria de Luiza.Clara era realmente capaz de tudo.Com a voz rouca, Luiza perguntou:- Srta. Clara, você poderia me devolver aquela bolsa que está em suas mãos?Clara ficou paralisada por um momento, um pouco confusa.- Por que de repente quer a bolsa que estou segurando?- Porque vendi essa bolsa para a Srta. Clara, então Miguel me pediu para devolver o dinheiro. Agora devo a ele 4 milhões e não posso deixar a Quinta do Lago.
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.
Luiza franziu a testa, achando que Miguel estava confundindo o filho, e lançou a ele um olhar repreensivo antes de dizer para Felipinho: — Não é nada disso. O papai e a mamãe só estavam conversando sobre algumas coisas.— Conversando sobre o quê? É sobre voltar a casar? — Voltar a casar? — Miguel captou a palavra e perguntou. — Como você sabe essa palavra? Quem te ensinou? — Foi a Maria que me falou. Ela disse que, quando marido e mulher brigam, eles se divorciam, e quando fazem as pazes, eles voltam a casar.Luiza estava prestes a explicar o que significava divórcio, mas Miguel foi mais rápido e perguntou ao Felipinho: — Você quer muito que o papai e a mamãe voltem a casar? — Claro que sim. — Felipinho assentiu com a cabecinha e respondeu seriamente. — Senão, se o papai casar com outra pessoa e a mamãe se casar com outro, vocês vão me abandonar. Ao ouvir isso, os dois ficaram surpresos. Luiza finalmente entendeu por que Felipinho sempre queria que eles fizessem as pazes;
— O Elias veio ao aniversário da Maria, é uma coisa boa, todo mundo está feliz. Por que você está tão explosivo, parecendo um barril de pólvora? — Miguel retrucou sem rodeios.O rosto de Francisco se fechou:— Isso é problema seu?— E eu sentir ciúmes é problema seu? — Miguel rebateu, com seu rosto bonito e calmo.Bem nesse momento, o bolo chegou até eles. Maria estendeu um pedaço para Francisco:— Papai, coma o bolo.O bolo tinha sido trazido pelo próprio Elias, que o colocou diretamente nas mãos de Francisco.Miguel riu de novo:— Viu? Até o papel de pai está sendo assumido por outro homem.Francisco respondeu:— É porque eu desprezo fazer esse tipo de coisa.— Despreza fazer? Ou é porque nem tem chance de fazer? — Miguel o provocou, com um sorriso cheio de intenções.O rosto de Francisco ficou sombrio.Miguel disse:— Não diga que eu não avisei: como homem, esperar que a mulher venha rastejando para te agradar é impossível.Francisco ironizou:— Você se orgulha de se rebaixar assim?
Miguel entrou a passos largos e, com os braços fortes, levantou o filho, dizendo com um tom gentil:— Desculpe, Felipinho, eu me atrasei.— Hmph! Aachei que você nem viria. — Felipinho resmungou, mas seu humor claramente melhorou, e um pequeno sorriso apareceu em seu rosto.Luiza olhou para ele, percebendo que Felipinho estava feliz.Ela não pôde evitar olhar para Miguel. "Com ele por perto, será que tudo realmente ficaria tão melhor?"Miguel explicou:— O que eu prometo, eu cumpro. Foi só o trânsito que me atrasou um pouco.Ele explicou pacientemente ao menino.Felipinho ficou ainda mais contente e olhou para Maria, dizendo:— Maria, meu pai também veio.Maria fez um gesto de "V" com os dedos e respondeu:— Então vamos soprar as velas juntos!— Claro.Então, os dois homens, cada um segurando seu filho, se juntaram ao redor de um lindo bolo e sopraram as velas com força.Todos os adultos na sala aplaudiram.Especialmente Elias, que deu um assobio exagerado e soltou um grito de animaçã
Luiza olhou para ele: — Já está pensando no aniversário tão cedo? — Claro, esse ano é diferente. — Por que é diferente? — Nos anos anteriores, o papai nunca estava presente no meu aniversário. Este ano ele está, então é claro que será diferente! — Os olhos de Felipinho brilhavam de expectativa. Luiza o observou com uma expressão um pouco complexa. Desde que Miguel veio ao País R para ver Felipinho, o menino vinha falando muito sobre ele. Dava para ver o quanto a presença do pai era importante para ele... Mas aceitar Miguel assim... Ela simplesmente não conseguia superar essa barreira em seu coração... Nesse momento, o bolo foi trazido. Lucas entrou e perguntou a Francisco: — Presidente Francisco, o bolo já chegou, é para cortar agora? Francisco olhou para Maria, quase como se estivesse competindo por sua atenção, e pegou a filha que estava entre Priscila e Elias. — Maria, o papai preparou um bolo para você, quer cortar agora? — Francisco perguntou, olhando para
Conversando, o carro entrou na mansão da família Amorim.No vasto gramado verde, havia um carro desconhecido estacionado. Priscila estava parada sob a luz do sol, sorrindo para a pessoa dentro do carro.— Elias, você veio.O homem dentro do carro acenou com a cabeça.Em seguida, a porta do carro se abriu, e desceu um homem de feições refinadas, vestindo um terno casual, com um ar gentil e educado.— Por que você não me avisou? Se tivesse me avisado, com certeza eu teria ido ao aeroporto te buscar. — Priscila olhou para ele, com um brilho alegre nos olhos.Luiza raramente via Priscila tão bem-humorada.Já Francisco exibia um sorriso sarcástico evidente.Então era um rival amoroso.Luiza finalmente entendeu.— Hoje é o aniversário da Maria, vim especialmente para isso, queria fazer uma surpresa para ela. — Elias tirou um presente de dentro do carro. — Isso é para a Maria.— Não me entregue, daqui a pouco você mesmo pode dar a ela. Tenho certeza de que vai ficar muito feliz. — Priscila re
A situação de Bryan era algo que Miguel precisava resolver; Luiza não sentia qualquer constrangimento, pois considerava que isso era uma compensação que ele devia à família dela.Com isso resolvido, não havia mais nada para dizer entre eles.Miguel quis perguntar sobre Francisco, mas Luiza pegou uma bebida, fingindo tomar um gole enquanto olhava para o celular, mantendo a cabeça baixa para evitar conversar com ele.Tudo o que ele dizia era a mesma coisa de sempre, sem graça. Ela não queria se envolver mais com ele e, por isso, também não estava interessada em ouvir.O tempo passava, segundo a segundo.O telefone de Luiza tocou novamente.Ela estava distraída antes, aparentando ler notícias, mas, na verdade, sem absorver uma única palavra.Quando o telefone tocou, ela se recompôs, atendeu e respondeu com um tom de voz calmo:— Alô.— Estou na entrada, venha para fora. — Francisco já havia chegado.— Certo.Luiza respondeu, encerrou a ligação e colocou o celular de volta na bolsa, já se