Luiza pressionou o botão para chamar o elevador e, quando as portas se abriram, se deparou com uma figura imponente de pé no interior. Era Fabiano, vestindo, para sua surpresa, um uniforme de paciente. Ele pareceu momentaneamente atônito.- Luiza?- O que você está fazendo aqui? - Luiza se mostrou igualmente surpresa ao vê-lo.Fabiano forçou um sorriso.- Fui internado depois de Miguel ter quebrado uma das minhas costelas na Quinta do Lago.Ela não esperava que Miguel tivesse sido tão severo, mas não sentiu simpatia por Fabiano.- Você veio visitar sua sogra? - Indagou Fabiano.Luiza assentiu.- Como você sabia?- Vim visitar a tia também. Estamos no mesmo hospital, então decidi subir para vê-la. - Fabiano soube que Helena iria se submeter a uma cirurgia e veio visitá-la.- Então vá ver sua tia. Estou de saída. - Disse Luiza.Ela estava a ponto de entrar no elevador quando, por algum motivo, Fabiano subitamente segurou o botão para manter as portas abertas.Ele queria se desculpar, ma
- Por que voltou com ele? - Miguel a envolveu em seu abraço.- Hoje fui atrás do amuleto da sorte com ele, e ele me trouxe de volta. - Luiza sentia um aperto no coração, tentava delicadamente se afastar, desejando sair de seus braços.Miguel não a deixou, segurou ela mais firme, apoiando o queixo em sua cabeça.- Conseguiu recuperar o amuleto da sorte?Luiza fez que sim com a cabeça.Ouvindo isso, Miguel visivelmente se animou.Isso sim era melhor.Ele a guiou pela mão até a sala de jantar.- Lívia preparou o seu prato favorito esta noite.Luiza ficou em silêncio enquanto ele a conduzia até a mesa, repleta de seus pratos prediletos.- Miguel, você já jantou? - Luiza perguntou baixinho, olhando para os pratos na mesa.- Estava esperando você para comermos juntos.Luiza assentiu, com uma voz suave como a de algodão.- Está bem, então vamos comer juntos.Poderia ser o último jantar, então decidiu acompanhá-lo.Luiza se sentou e colocou sua bolsa ao lado.Miguel lançou a ela um olhar, pare
Luiza ficou em silêncio, a respiração se tornou pesada enquanto ele segurou seu queixo, forçando ela a levantar a cabeça.- Fale.- Sim. - Admitiu Luiza, olhando nos olhos dele.O rosto dele se fechou.- O que você está pensando?Ela ficou em silêncio por um momento, a voz fria.- Eu quero me separar de você.O olhar de Miguel se tornou penetrante.- Sério?- Sério. - Ela confirmou com um aceno.- Não sente nada, nem um pouco de pesar? - Ele perguntou.Luiza comprimiu os lábios; havia saudade, mas de que valia? Clara estava grávida, e seu pai esperava por ela na prisão.Eera ela quem não tinha escolha, só podia desistir.Então, ela disse:- Já te disse, decidi que não te amo mais.Miguel ficou atordoado, seu rosto momentaneamente pálido.Luiza aproveitou a oportunidade para se soltar e fugir com sua bolsa.Miguel, se recuperando, avançou com passos largos para alcançá-la, acidentalmente puxou sua bolsa, fazendo com que uma elegante caixa de presente caísse dela.Era o amuleto da sorte
Para fazê-lo se enojar, Luiza suportou a dor ao dizer:- Sim, me apaixonei por ele, vou seguir com ele.- Você realmente não muda. - Miguel olhou para ela friamente.- E você? - Luiza perguntou, suportando a dor, com o rosto pálido. - Claramente, você fez a Clara engravidar, por que continua me perturbando? É porque ela não pode fazer certas coisas no início da gravidez e por isso que você não me deixa em paz? É porque você quer dormir comigo, não é?- Não. - Miguel negou.Luiza ficou atônita.- Então, qual é a sua intenção? Você se apaixonou por mim?A emoção nos olhos dele estava turbulenta, e justo quando Luiza pensou que ele diria sim, ele se calou.Após alguns segundos de silêncio, o coração de Luiza esfriou, e ela sorriu amargamente,- Se não me ama, então me deixe ir.Desta vez, ele não se opôs, soltou ela e se sentou na cama.Luiza arrumou suas roupas, enquanto ele permanecia sentado, mantendo a mesma pose, como um túmulo solitário.Luiza olhou para sua silhueta e disse suaveme
Havia andado apenas alguns passos quando o telefone tocou.Era Clara quem ligava.- Miguel, a tia não está se sentindo muito bem., ela quer ver você agora.Miguel olhou para a mulher na janela, que estava quieta, provavelmente perdida em pensamentos.Ele, por fim, não foi até lá, se virou e se dirigiu para o hospital.No hospital.Quando Miguel entrou, Clara estava massageando a barriga de Helena, que estava pálida e parecia estar muito mal.- Mãe, você está bem? - Miguel se sentou ao lado dela e pegou a mão de Helena.Helena deu um tapinha fraco no dorso da mão dele.- Tenho tido dores de estômago frequentes, acho que não vou durar muito.Miguel, com um semblante sombrio, confortou ela:- Não vai ser assim, a medicina está muito avançada. Depois da cirurgia, você vai ficar bem.- Não me esconda a verdade. Eu vou fazer uma gastrectomia total. Mesmo que a cirurgia seja um sucesso, no máximo, viverei mais um ano e meio. Se não der certo, talvez eu nem sobreviva à cirurgia depois de amanh
- Quem te deu permissão para sugerir essas coisas à minha mãe? - Miguel parou, olhando ela de cima para baixo.Clara ficou surpresa e seus olhos rapidamente se encheram de lágrimas.- Miguel, não fui eu quem sugeriu, foi a sua mãe.- Ela pensa que o filho que você espera é meu, claro que sugeriria isso.Clara ficou atônita, baixando a voz:- Fale mais baixo.Ela temia que as pessoas de Helena ouvissem essa frase.Miguel manteve uma expressão indiferente.- Você sabe muito bem qual é o nosso acordo.Clara, com lágrimas nos olhos, disse de forma pungente:- Mas você não disse que realizaria qualquer desejo meu? Meu desejo agora é casar com você.- E daí se eu casar com você? Você sabe que eu não te amo. - Miguel permaneceu impassível.- Eu sei, mas ainda te amo. - Sua voz era suave. - Não quero que você sofra, por isso me dediquei a cuidar da tia, quero apenas fazê-la um pouco mais feliz e realizar o desejo dela.Miguel achou isso engraçado.- Agradeço por cuidar da minha mãe, mas você f
No dia seguinte, Luiza estava trabalhando no estúdio. Como Marina tinha viajado a trabalho recentemente, Luiza precisava ir ao trabalho todos os dias. Olívia subiu e disse:- Srta. Luiza, tem um visitante à sua procura lá embaixo.- Já vou. - Luiza colocou de lado o esboço que ela estava desenhando e desceu as escadas.Clara esperava na sala de exposições. Ao vê-la, perguntou com um sorriso:- Lulu, já devolveu a bolsa ao Miguel?- Já devolvi. - Luiza respondeu, mantendo um semblante calmo. - Srta. Clara, o que a traz ao nosso estúdio?Clara sorriu.- Na verdade, ontem à noite, no hospital, Miguel me pediu em casamento.Luiza ficou chocada, sentindo como se milhares de agulhas lhe perfurassem o coração.Miguel pediu Clara em casamento ontem à noite?Depois de discutirem, ele foi pedir Clara em casamento?- Assim que minha mãe terminar a cirurgia, Miguel e eu vamos nos casar. Gostaria de encomendar um vestido de noiva aqui. - Clara continuou, falando mais para si mesma.Luiza quase não
Ela correu de volta para a Luminar Joias para buscar algumas coisas. Não esperava que, ao abrir a porta, encontrasse o estúdio todo bagunçado, revirado de cima a baixo.Luiza ficou parada, chocada, e perguntou a Olívia:- Olívia, o que aconteceu? O estúdio foi assaltado ontem à noite?- Eu não sei, acabei de chegar. - Olívia estava confusa.Luiza disse:- Ana veio trabalhar hoje?- Ainda não.- Já são mais de nove da manhã. - Luiza, de repente, teve um mau pressentimento e instruiu Olívia. - Vá rápido ao armazém, veja se aquele lote de novos designs de roupas ainda está lá.Olívia correu para o armazém imediatamente.Luiza subiu para o segundo andar; seu escritório também estava uma bagunça, e seu notebook, completamente destruído.Ela mudou de expressão e se agachou para procurar os desenhos de design.A fechadura da gaveta estava quebrada, e todos os papéis haviam desaparecido.Luiza ficou estremecida.Nesse momento, Olívia correu até ela, com uma expressão de urgência:- Chefe, aqu
Ela disse isso apenas para ganhar tempo. Realizar um casamento, no mínimo, levaria de quinze dias a um mês. Nesse período, seria tempo suficiente para Miguel encontrá-la. Talvez também fosse o suficiente para que ela reunisse provas contra Theo. A luz do sol entrava pela janela, iluminando o ambiente. Theo se recostou na cadeira, observando ela por um longo tempo antes de finalmente falar: — Você está falando sério? — Claro. — Ela respondeu calmamente, mantendo os olhos baixos. Seus cílios finos projetavam uma sombra delicada sobre o rosto, uma beleza tão cativante que fazia o coração acelerar. O pomo-de-adão de Theo se mexeu involuntariamente. Ele se inclinou para mais perto de seu rosto sereno e delicado, fitando ela intensamente enquanto dizia: — Certo. O casamento que não aconteceu naquela época foi uma das minhas maiores decepções. Já que estamos no País Y e planejamos viver juntos daqui em diante, vamos realizar o casamento e fazer de você minha esposa de verdade. L
Cinco minutos depois, a médica saiu do quarto. Theo estava esperando do lado de fora e, ao vê-la sair, imediatamente se aproximou. — Como ela está? — Essa senhorita tem um grave transtorno psicológico... — A médica, seguindo as instruções de Luiza, explicou a Theo que não poderia forçá-la ou pressioná-la. Caso contrário, o problema poderia se agravar e causar algo mais sério. Theo assentiu, indicando que entendia. Quando a médica foi embora, ele abriu a porta e entrou no quarto. Luiza estava deitada na cama, imóvel, já vestindo um novo pijama. Theo se aproximou e, ao ver o rosto dela pálido e com os olhos bem fechados, não disse nada. Após um momento de hesitação, ele saiu do quarto. Na verdade, o coração de Luiza estava batendo descontroladamente. O celular que ela havia conseguido da médica estava escondido debaixo do travesseiro naquele momento. Com medo de que Theo descobrisse, sentia como se seu coração fosse saltar pela garganta. Esperou até ele sair, então tiro
Assim que aquele caderno foi colocado sobre a mesa, o olhar de Luiza se desviou imediatamente para ele. No entanto, ela não ousou demonstrar interesse, permanecendo deitada no sofá com uma expressão vazia e frágil. O vômito era uma encenação. Embora, na verdade, tivesse comido demais na noite anterior. Ela já havia tomado sua decisão: em vez de arriscar uma fuga e se expor ao perigo lá fora, era melhor permanecer ao lado de Theo, esperando pacientemente pelo momento certo para agir. Se conseguisse pôr as mãos naquele caderno, poderia destruir Theo completamente, o arrastando para o inferno. O foco de Luiza agora não era mais fugir, mas sim aquele caderno. Entretanto, para continuar ao lado de Theo, ela precisava encontrar uma forma de mantê-lo a uma distância segura. Momentos antes, ao vomitar, Theo acreditou que ela tivesse tido uma reação de choque. Luiza aproveitou a situação, fingindo uma expressão de completa desesperança. Logo, a médica chegou. Theo, ansioso, se l
— Não tenha medo. — Theo abaixou o olhar para ela, seus olhos turvos, denunciando a embriaguez. — Eu só quero cuidar de você. — Eu não concordei. — Luiza respondeu com o rosto frio e a voz firme. Theo deu um leve sorriso, a embriaguez cada vez mais evidente. — Luiza, há dois meses você já é minha esposa. — O casamento nem chegou a acontecer. — Ela retrucou, cortante. — Eu não sou sua esposa. — Isso foi porque o Miguel estragou tudo. Caso contrário, você já seria minha esposa... — Ele murmurou, acariciando o rosto dela com um olhar intenso e obcecado. O corpo de Luiza se arrepiou, e ela ficou completamente tensa. Foi então que Theo soltou a mão dela e começou a abrir os botões de seu pijama. — Saia daqui! — A mão de Luiza estava livre novamente, e ela usou toda a força para empurrá-lo. Embora a força entre homens e mulheres fosse desigual, um homem não consegueria segurar uma mulher adulta que lutava incessantemente, a menos que usasse violência para dominá-la. Mas T
A única vez que ela foi egoísta foi quando deixou Larissa levar aquele pen drive. Ela queria que Luiza soubesse toda a verdade e nunca mais aceitasse Theo. Quanto a alguém como ela, Luiza simplesmente não conseguia odiá-la. Ela era uma pessoa lamentável. Luiza disse: — Se algum dia você me vir fugindo, pode fingir que não viu? Giovana não respondeu à pergunta, se limitando a dizer: — Eu te aconselho a ficar quietinha ao lado do Presidente Theo. Lá fora é muito perigoso. Ela enfatizava repetidamente que o mundo lá fora era perigoso. Mas se isso era verdade ou apenas algo que Giovana inventava, Luiza não sabia dizer. Afinal, ela nunca tinha saído. À noite. Luiza estava sentada no sofá, refletindo sobre aquelas notas criminais. Se o País Y era um lugar muito caótico, então Theo era ainda mais despótico ali. Mesmo que ela conseguisse fugir por sorte, Theo jamais seria levado à justiça. Isso significava que ela e sua família continuariam em perigo. Por outro lado, se
Luiza se esquivou. Theo apertou os dedos levemente rígidos e semicerrou os olhos. — Eu aconselho você a aceitar logo. Caso contrário, se eu perder a paciência, talvez tenha que usar a força com você. — Sem-vergonha! — Luiza o encarou, furiosa. Theo esboçou um leve sorriso. — Sem-vergonha por quê? Nós já fizemos nossos votos no casamento, não foi? Você disse "sim" diante do padre. — Pela lei, eu ainda sou esposa do Miguel. — Isso não significa nada. — Seus olhos ficaram mais frios. — No País Y, as leis do seu país não têm validade. Aqui, você é minha esposa e não vai escapar. Luiza apertou os lábios e preferiu não responder, temendo que suas palavras inflamassem ainda mais a conversa. — Eu queria bater um papo com você, mas hoje não tenho tempo. Preciso sair. Fique aqui quietinha, alguém trará suas refeições. — Depois de dizer isso, ele saiu. Talvez fosse encontrar o general da Brigada do Norte. Luiza permaneceu no quarto, olhando pela janela para o lado de fora. D
Ao ver o rostinho pálido de Felipinho, Luiza não conseguiu conter a dor no coração. Felipinho tinha pouco mais de três anos, mas, por causa de Theo, já havia passado por tantos eventos seguidos. Ela estava profundamente arrependida. Sentia pena do Felipinho, e odiava o Theo. O odiava com toda a sua alma! Enquanto assistia ao noticiário, completamente absorta, seu celular foi subitamente arrancado de sua mão. Ao levantar os olhos, viu que quem tinha pegado o aparelho era Theo. Ele jogou o celular de volta para Giovana e, com um rosto impassível, disse: — Já chega. Vamos comer. No dia seguinte, o navio atracou. Luiza finalmente saiu daquele porão escuro e sombrio. Ao sentir o brilho do sol pela primeira vez, ficou um pouco desconfortável e apertou os olhos. Ao olhar ao redor, viu um mar azul e um país completamente desconhecido... As placas ao redor estavam escritas em um idioma que ela não conseguia entender. No entanto, deduziu que aquele era um país quente e com ce
Ele falava, mas Luiza não olhava para ele. Theo ficou irritado e segurou o queixo dela com força, forçando ela a virar o rosto e encará-lo. — Sabe de uma coisa? Eu fui bondoso demais com você. Se, na época em que você estava grávida do Felipinho, eu tivesse sido mais firme, ele nem teria nascido. Luiza ficou atônita por um momento e, furiosa, retrucou: — Theo, você é um monstro! — Não existe homem que aceite sua mulher dar à luz o filho de outro homem. Mas por que, no final, eu aceitei? Porque eu vi o quanto você queria esse filho, vi o quanto você se esforçou para tê-lo. Então, no fim, não fiz nada contra ele. Eu aceitei. Sei que te magoei, mas pensei em passar o resto da minha vida te compensando. — Eu não preciso disso. — Luiza respondeu, palavra por palavra. — Nunca gostei de você. Ele ficou impassível. — E daí? Agora você está nas minhas mãos. Não tem como fugir. — Tanto faz. — Luiza sorriu friamente, os lábios curvados com indiferença. — Minha família morreu, e
Luiza olhou para ele, sem dizer uma palavra. — Você acha que, deixando de comer, vai me fazer sentir pena de você? — Theo perguntou com o rosto frio. Luiza sorriu com indiferença. — Não. Eu não me rebaixo a esse tipo de artimanha, porque simplesmente não me dou ao trabalho de agradar você. Theo encarou aquele rosto frio e sorriu levemente. — Ótimo. Você não quer me agradar? Então fique aqui e morra de fome, por mim tanto faz. Luiza deu um sorriso desolado e se deitou novamente na cama. Ela já havia decidido: se algo acontecesse com sua família, ela não teria mais vontade de viver. Theo podia mantê-la presa, mas, se ela desistisse da própria vida, não haveria nada que ele pudesse fazer. Com o rosto carregado, Theo saiu do quarto. Na manhã seguinte, por volta das nove, Luiza ainda se recusava a comer. Theo estava ouvindo Giovana falar sobre os assuntos no País R quando Laís veio reportar: — Sr. Theo, a Srta. Luiza ainda não quis tomar o café da manhã. Ela trouxe