Luiza se viu numa situação complicada.Baixou os olhos, falando de maneira indiferente:- Não é que eu não queria me divorciar, é que o período de reflexão de um mês ainda não terminou.Ainda faltavam mais de dez dias para o final desse período.Clara acenou com a cabeça.- Eu sei disso, mas você poderia se mudar da Quinta do Lago? Por favor, não more mais lá. Se algo inesperado acontecer, minha tia não vai suportar.Clara a ameaçou, usando Helena.O que ela queria dizer era que, se Luiza não concordasse, e algo ruim acontecesse a Helena por causa disso, a culpa seria de Luiza.Clara era realmente capaz de tudo.Com a voz rouca, Luiza perguntou:- Srta. Clara, você poderia me devolver aquela bolsa que está em suas mãos?Clara ficou paralisada por um momento, um pouco confusa.- Por que de repente quer a bolsa que estou segurando?- Porque vendi essa bolsa para a Srta. Clara, então Miguel me pediu para devolver o dinheiro. Agora devo a ele 4 milhões e não posso deixar a Quinta do Lago.
Luiza pressionou o botão para chamar o elevador e, quando as portas se abriram, se deparou com uma figura imponente de pé no interior. Era Fabiano, vestindo, para sua surpresa, um uniforme de paciente. Ele pareceu momentaneamente atônito.- Luiza?- O que você está fazendo aqui? - Luiza se mostrou igualmente surpresa ao vê-lo.Fabiano forçou um sorriso.- Fui internado depois de Miguel ter quebrado uma das minhas costelas na Quinta do Lago.Ela não esperava que Miguel tivesse sido tão severo, mas não sentiu simpatia por Fabiano.- Você veio visitar sua sogra? - Indagou Fabiano.Luiza assentiu.- Como você sabia?- Vim visitar a tia também. Estamos no mesmo hospital, então decidi subir para vê-la. - Fabiano soube que Helena iria se submeter a uma cirurgia e veio visitá-la.- Então vá ver sua tia. Estou de saída. - Disse Luiza.Ela estava a ponto de entrar no elevador quando, por algum motivo, Fabiano subitamente segurou o botão para manter as portas abertas.Ele queria se desculpar, ma
- Por que voltou com ele? - Miguel a envolveu em seu abraço.- Hoje fui atrás do amuleto da sorte com ele, e ele me trouxe de volta. - Luiza sentia um aperto no coração, tentava delicadamente se afastar, desejando sair de seus braços.Miguel não a deixou, segurou ela mais firme, apoiando o queixo em sua cabeça.- Conseguiu recuperar o amuleto da sorte?Luiza fez que sim com a cabeça.Ouvindo isso, Miguel visivelmente se animou.Isso sim era melhor.Ele a guiou pela mão até a sala de jantar.- Lívia preparou o seu prato favorito esta noite.Luiza ficou em silêncio enquanto ele a conduzia até a mesa, repleta de seus pratos prediletos.- Miguel, você já jantou? - Luiza perguntou baixinho, olhando para os pratos na mesa.- Estava esperando você para comermos juntos.Luiza assentiu, com uma voz suave como a de algodão.- Está bem, então vamos comer juntos.Poderia ser o último jantar, então decidiu acompanhá-lo.Luiza se sentou e colocou sua bolsa ao lado.Miguel lançou a ela um olhar, pare
Luiza ficou em silêncio, a respiração se tornou pesada enquanto ele segurou seu queixo, forçando ela a levantar a cabeça.- Fale.- Sim. - Admitiu Luiza, olhando nos olhos dele.O rosto dele se fechou.- O que você está pensando?Ela ficou em silêncio por um momento, a voz fria.- Eu quero me separar de você.O olhar de Miguel se tornou penetrante.- Sério?- Sério. - Ela confirmou com um aceno.- Não sente nada, nem um pouco de pesar? - Ele perguntou.Luiza comprimiu os lábios; havia saudade, mas de que valia? Clara estava grávida, e seu pai esperava por ela na prisão.Eera ela quem não tinha escolha, só podia desistir.Então, ela disse:- Já te disse, decidi que não te amo mais.Miguel ficou atordoado, seu rosto momentaneamente pálido.Luiza aproveitou a oportunidade para se soltar e fugir com sua bolsa.Miguel, se recuperando, avançou com passos largos para alcançá-la, acidentalmente puxou sua bolsa, fazendo com que uma elegante caixa de presente caísse dela.Era o amuleto da sorte
Para fazê-lo se enojar, Luiza suportou a dor ao dizer:- Sim, me apaixonei por ele, vou seguir com ele.- Você realmente não muda. - Miguel olhou para ela friamente.- E você? - Luiza perguntou, suportando a dor, com o rosto pálido. - Claramente, você fez a Clara engravidar, por que continua me perturbando? É porque ela não pode fazer certas coisas no início da gravidez e por isso que você não me deixa em paz? É porque você quer dormir comigo, não é?- Não. - Miguel negou.Luiza ficou atônita.- Então, qual é a sua intenção? Você se apaixonou por mim?A emoção nos olhos dele estava turbulenta, e justo quando Luiza pensou que ele diria sim, ele se calou.Após alguns segundos de silêncio, o coração de Luiza esfriou, e ela sorriu amargamente,- Se não me ama, então me deixe ir.Desta vez, ele não se opôs, soltou ela e se sentou na cama.Luiza arrumou suas roupas, enquanto ele permanecia sentado, mantendo a mesma pose, como um túmulo solitário.Luiza olhou para sua silhueta e disse suaveme
Havia andado apenas alguns passos quando o telefone tocou.Era Clara quem ligava.- Miguel, a tia não está se sentindo muito bem., ela quer ver você agora.Miguel olhou para a mulher na janela, que estava quieta, provavelmente perdida em pensamentos.Ele, por fim, não foi até lá, se virou e se dirigiu para o hospital.No hospital.Quando Miguel entrou, Clara estava massageando a barriga de Helena, que estava pálida e parecia estar muito mal.- Mãe, você está bem? - Miguel se sentou ao lado dela e pegou a mão de Helena.Helena deu um tapinha fraco no dorso da mão dele.- Tenho tido dores de estômago frequentes, acho que não vou durar muito.Miguel, com um semblante sombrio, confortou ela:- Não vai ser assim, a medicina está muito avançada. Depois da cirurgia, você vai ficar bem.- Não me esconda a verdade. Eu vou fazer uma gastrectomia total. Mesmo que a cirurgia seja um sucesso, no máximo, viverei mais um ano e meio. Se não der certo, talvez eu nem sobreviva à cirurgia depois de amanh
- Quem te deu permissão para sugerir essas coisas à minha mãe? - Miguel parou, olhando ela de cima para baixo.Clara ficou surpresa e seus olhos rapidamente se encheram de lágrimas.- Miguel, não fui eu quem sugeriu, foi a sua mãe.- Ela pensa que o filho que você espera é meu, claro que sugeriria isso.Clara ficou atônita, baixando a voz:- Fale mais baixo.Ela temia que as pessoas de Helena ouvissem essa frase.Miguel manteve uma expressão indiferente.- Você sabe muito bem qual é o nosso acordo.Clara, com lágrimas nos olhos, disse de forma pungente:- Mas você não disse que realizaria qualquer desejo meu? Meu desejo agora é casar com você.- E daí se eu casar com você? Você sabe que eu não te amo. - Miguel permaneceu impassível.- Eu sei, mas ainda te amo. - Sua voz era suave. - Não quero que você sofra, por isso me dediquei a cuidar da tia, quero apenas fazê-la um pouco mais feliz e realizar o desejo dela.Miguel achou isso engraçado.- Agradeço por cuidar da minha mãe, mas você f
No dia seguinte, Luiza estava trabalhando no estúdio. Como Marina tinha viajado a trabalho recentemente, Luiza precisava ir ao trabalho todos os dias. Olívia subiu e disse:- Srta. Luiza, tem um visitante à sua procura lá embaixo.- Já vou. - Luiza colocou de lado o esboço que ela estava desenhando e desceu as escadas.Clara esperava na sala de exposições. Ao vê-la, perguntou com um sorriso:- Lulu, já devolveu a bolsa ao Miguel?- Já devolvi. - Luiza respondeu, mantendo um semblante calmo. - Srta. Clara, o que a traz ao nosso estúdio?Clara sorriu.- Na verdade, ontem à noite, no hospital, Miguel me pediu em casamento.Luiza ficou chocada, sentindo como se milhares de agulhas lhe perfurassem o coração.Miguel pediu Clara em casamento ontem à noite?Depois de discutirem, ele foi pedir Clara em casamento?- Assim que minha mãe terminar a cirurgia, Miguel e eu vamos nos casar. Gostaria de encomendar um vestido de noiva aqui. - Clara continuou, falando mais para si mesma.Luiza quase não