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Capítulo 3

Penulis: Aurora Mendes
Aline soltou um sorriso repentino e disse:

— Porque a mamãe gosta muito de você! O papai não gostar de mim não é um problema, mas será que pode gostar um pouco mais da mamãe?

Ela falou bem baixinho, os olhos grandes e brilhantes fixos em Olavo.

Olavo sentiu algo estranho: como esperado, sabia que Isadora não podia ter um propósito tão simples como só o bem-estar da filha.

Seu tom soou frio, com um toque de sarcasmo arrogante:

— Foi sua mãe que mandou você dizer isso?

Aline balançou a cabeça rapidamente:

— Não!

Com certeza, Olavo não acreditou. Seu olhar se tornou ainda mais indiferente.

Aline percebeu que suas palavras pareciam ter deixado o pai irritado, mas, no fundo, ela sabia que sua situação era como a da Pequena Sereia: não viveria por muito tempo.

A mamãe dizia que ela estava curada, mas Aline conseguia sentir que sua doença ainda era grave.

Lá no fundo, se um dia ela desaparecesse como espuma e voltasse para o mar, queria que sua mãe ainda tivesse alguém que a amasse.

Aline se levantou, caminhou pelo tapete macio até a estante e pegou um caderno:

— Papai, a mamãe gosta de você, é verdade. Pode dar uma olhada aqui.

Olavo hesitou por um instante, diante do olhar esperançoso da filha.

Ele pegou o caderno de capa de couro, claramente, muito antigo.

Aline sorriu com doce:

— Você tem que ler, tá bom?

Olavo sabia que Isadora gostava dele, e não precisava que ninguém lhe dissesse isso.

Justamente por isso, nem sequer se deu ao trabalho de abrir o caderno. Apenas respondeu de forma simples, como se fosse só para não decepcionar a filha.

Quando Isadora voltou com o leite quente, Aline já estava dormindo.

Então, saiu do quarto com cuidado, levando Olavo consigo.

Após fechar a porta e se afastar, ela disse:

— Amanhã de manhã, leve Aline para a escola. Você não precisa dormir no quarto de hóspedes, eu durmo lá.

Olavo riu com frieza:

— O que foi? Quer aproveitar a noite para tentar se enfiar na minha cama de novo?

A ironia cruel fez Isadora empalidecer por um instante.

Ela se lembrou, no começo do casamento, tinha realmente feito esse tipo de coisa.

Embora tivesse sido uma ordem do avô, no fundo, ela mesma também quis arriscar.

Mas, depois de todos esses anos, já havia entendido tudo.

Apertando levemente os lábios, respondeu:

— Fica tranquilo. Nunca mais.

Os olhos de Olavo se estreitaram levemente:

— Espero que cumpra sua palavra.

Isadora sabia que ele não acreditava, mas também não precisava explicar nada. Seus sentimentos por ele haviam se desgastado ao longo dos anos.

Ela já não o amava mais.

Nesse instante, o celular de Olavo tocou. Na tela, brilhava um nome bem familiar para Isadora: Tereza.

Ela se afastou discretamente, enquanto, atrás dela, a voz baixa e magnética de Olavo ecoava:

— Tereza... hoje não vou. Dorme bem...

O coração de Isadora permaneceu impassível.

...

Na manhã seguinte, Isadora ajudou Aline a se vestir. E Olavo observava de lado.

Quando Isadora terminou, entregou a garrafinha de água e a mochila para ele, naturalmente.

Olavo olhou para os itens cor-de-rosa em suas mãos e arqueou uma sobrancelha.

Daniel, que estava prestes a pegá-los, foi interrompido por Isadora:

— Olavo, segure isso.

O olhar dele ficou um pouco indecifrável, mas acabou pegando os itens.

Daniel, por sua vez, não conseguiu segurar um leve sorriso. Ver o sempre sério e distante Olavo segurando aqueles acessórios infantis tão delicados era uma cena raríssima. Ele parecia um pai de primeira viagem.

Ao ver aquilo, Aline também sentiu uma felicidade imensa.

Antes, ela só conseguia ver esse tipo de cena na TV.

Agora, sua mãe e seu pai estavam ali com ela...

Ela se sentia muito sortuda!

Isadora beijou a testa dela e disse:

— Coma direitinho, estude bastante.

Depois, se virou para Olavo:

— Aline está sob sua responsabilidade.

Olavo assentiu, depois ordenou:

— Daniel, reúna os acionistas. Em meia hora, quero uma reunião no Grupo Carvalho.

— Certo!

Daniel retomou sua postura profissional e saiu apressado para abrir a porta do carro.

Isadora observou os dois partirem.

Dentro do carro, instalou-se um silêncio breve e constrangedor.

Eles nunca haviam passado tanto tempo juntos, o que tornou até mesmo Daniel um pouco desconfortável.

Mas Olavo não sabia que, para Aline, apenas estar ao lado dele já era uma felicidade imensa.

Ela começou a imaginar o amanhã, o depois de amanhã...

E, de repente, se sentiu um pouco gananciosa.

Seus olhos brilharam ao olhar para Olavo com expectativa.

Ele percebeu e, um pouco desconcertado, perguntou:

— O que foi?

Aline pigarreou levemente e, com um tom hesitante e esperançoso, perguntou baixinho:

— Papai, hoje você pode me buscar na escola? Mas, se estiver muito ocupado, tudo bem...

Sua voz foi ficando cada vez mais fraca.

Ela não tinha muita confiança.

Os olhos de Olavo se aprofundaram um pouco.

Depois do dia anterior, ele já não sentia tanta rejeição por essa menina. Além disso, ele havia prometido a Isadora que assumiria seu papel de pai.

Sendo assim, buscá-la não seria um grande problema.

— Que horas você sai?

Os olhos de Aline brilharam de alegria, respondeu rapidamente:

— Às quatro e meia!

— Certo.

A felicidade tomou conta dela.

Se aquilo fosse um sonho, ela nunca queria acordar.

Ela sorriu, radiante.

Olavo notou aquele sorriso e seu olhar se tornou um pouco mais complexo: tão ingênua.

Se não fosse filha de Isadora, talvez até gostasse dela.

Quando chegaram à escola, Aline desceu animada.

Assim que chegou à sua turma, pegou o relógio de pulso e enviou uma mensagem de voz para a mãe:

— Mamãe! O papai disse que vai me buscar hoje!

Sua vozinha animada estava cheia de orgulho, até falou um pouco mais alto para que seus colegas pudessem ouvir.

Uma menina ao lado arregalou os olhos, surpresa:

— Aline, seu papai vem mesmo te buscar hoje?

Aline levantou o queixo com confiança:

— Claro!

— Que legal! — A menina sorriu.

Afinal, muita gente na turma já tinha cochichado que Aline não tinha pai.

Agora, ninguém poderia mais dizer isso.

E Aline mal podia esperar para a hora da saída.

...

Enquanto isso, Isadora ouviu a mensagem da filha e, sem perceber, um sorriso suave apareceu em seus lábios.

Mas, ao mesmo tempo, seu coração doía um pouco.

Nos momentos que restavam, queria fazer Aline o mais feliz possível.

Se Aline estivesse feliz, faria qualquer coisa por ela.

Ela também enviou uma resposta de voz:

— Então hoje não vou te buscar, tá bom? Tenha um ótimo dia, querida!

Ao abrir o Instagram, a primeira postagem que viu era de Daniel.

A foto mostrava um par de brincos de diamante rosa, e a legenda dizia:

[Peça especial que o chefe fez questão de arrematar! Mais um dia invejando a Srta. Teresa... Tantos ricos no mundo, e eu não podia ser um deles? Que triste...]
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