Luiza subitamente sorriu.Miguel não conseguia entender sua expressão e perguntou:- Com esse acordo, você está satisfeita?Luiza balançou a cabeça, seu rosto limpo, calmo e resoluto:- Eu estive te dando chances o tempo todo, mas você não as aproveitou. Agora que desisti, você finalmente decide enfrentar esses problemas, mas preciso te dizer, Miguel, já é tarde demais.Desta vez, ela estava realmente decidida a se divorciar.Ela já tinha se magoado muitas vezes, não se atrevia a ter mais esperanças.Ninguém sabia o quanto ela tinha sofrido nas últimas duas semanas, as inúmeras noites de dor, rolando na cama, incapaz de dormir...Mas ela não disse essas palavras, porque os sentimentos eram pessoais, deixar alguém era aprender a se acostumar com a solidão, sozinha...Agora ela já estava começando a se acostumar, ficar ao lado do pai, ela se sentia feliz, não queria voltar para Quinta do Lago.Além disso, ela sentia que Nanda não seria tão obediente.Embora ela tivesse concordado em ir p
- Lulu, você está se divorciando do Miguel? - A voz do Sr. Souza soava surpresa.Ouvindo suas palavras, Luiza percebeu que Miguel havia conversado com a família Souza; provavelmente sua sogra também já estava informada.Luiza falou em tom baixo:- Vovô, eu e o Miguel não temos personalidades compatíveis, pensei que seria melhor nos separarmos para cada um encontrar sua própria felicidade.O Sr. Souza franziu a testa.- É por causa daquela confusão com a Bruna outro dia? Se for, eu a faço vir aqui e se desculpar ajoelhada...- Não é isso, vovô. - Interrompeu Luiza. - Nosso divórcio não é por causa daquela situação.- Então é por causa da Nanda? - O Sr. Souza também tinha visto aquela notícia recentemente, mas ele não podia fazer nada em relação à Nanda.O pai dela tinha sido um braço direito do seu filho antes de falecer. Após a morte de Zeca, foi Igor que trouxe suas cinzas de volta para o país.Eles, a família Souza, deviam muito a eles.Assim, o Sr. Souza só podia fechar um olho.-
Miguel seguiu ela.Luiza se surpreendeu.- Por que você veio atrás de mim?- Para te ajudar a encontrar.Luiza não disse nada e entrou no seu quarto junto dele.Miguel não visitava esse quarto havia muito tempo.Ele olhou para o teto, onde ficava o pequeno sótão secreto de Luiza. O quarto estava lindo, sem nenhuma mudança.Luiza revirava o quarto de cima a baixo, não encontrando a certidão de nascimento, coçou a cabeça.- Que estranho, eu me lembro de ter colocado os documentos aqui.- Não consegue encontrar os documentos? - Miguel se virou e perguntou.Luiza respondeu:- Não sei onde coloquei.Miguel de repente sorriu, raramente fazendo uma piada:- Será que não é porque você não quer se separar e escondeu de propósito?O rosto de Luiza endureceu.- Impossível, deve estar com meu pai. Vou procurar no quarto dele.Ela disse e saiu correndo; após alguns passos, de repente se lembrou do bebê em sua barriga e diminuiu o passo, entrando no quarto de Bryan.Finalmente, encontrou os documen
Ele achava que ela ainda estava zangada.Luiza sorriu e disse:- Miguel, eu já não estou mais zangada; chegou o momento de deixar para trás. Sinto apenas alívio, não raiva.Miguel estremeceu.Luiza continuou:- Que seja uma boa despedida, sem olhar para trás.Nos seus olhos profundos, parecia surgir uma fissura, e demorou muito até que ele finalmente falasse:- Você realmente não se arrepende?- Não me arrependo.Miguel finalmente a soltou suavemente.Luiza recuperou a liberdade dos braços e das pernas, respirando levemente.Eles partiram para o cartório.Hoje, Eduardo não veio junto; foi Miguel quem dirigiu.Luiza sentou no banco do passageiro, olhando pela janela, em silêncio.Uma hora depois, o carro parou na entrada do cartório.Luiza voltou a si e olhou para Miguel:- Miguel, chegamos ao cartório.Miguel ficou sentado no carro por um momento antes de responder:- Estou ciente.Ele desceu do carro.Falando nisso, essa era a segunda vez que Luiza vinha ao cartório.Da última vez, fo
Talvez por ter se acostumado a se impor sobre ela desde o início, ela sempre obedecia; assim, ele se habituou a resolver problemas dessa maneira.Mas agora, ele finalmente percebeu que ela detestava ser tratada como uma criança ou como sua propriedade.- Deixe para lá, já passou, vamos voltar, talvez seja a nossa vez. - Luiza o chamou de volta.Ela estava em pé diante de um prédio branco, o sol batendo em seu rosto; e nesse instante, seu rosto parecia brilhar, bela de uma maneira quase surreal.Miguel ficou um pouco atordoado.Então, ele apagou o cigarro e voltou com ela para o cartório.O processo de divórcio foi tranquilo, não tinham filhos nem disputas, e em poucos minutos as formalidades estavam concluídas.Ao sair do cartório, Miguel olhou para ela e perguntou:- Que tal um almoço de despedida?Luiza pensou por um momento, achou que era uma boa ideia e acenou com a cabeça:- Sim.Ele havia deixado para ela o Grupo Medeiros e os Jardins da Serra, avaliados em alguns bilhões, uma ge
Nanda disse suavemente:- Irmão, preciso ir ao hospital fazer um exame hoje e estou um pouco assustada. Você pode me acompanhar?Luiza, que estava bem perto, ouviu claramente as palavras de Nanda e sorriu de canto.Sabia que Nanda não ficaria quieta.Hoje era o dia em que eles registrariam o divórcio, e Nanda certamente estava ansiosa, querendo saber se já estavam divorciados.Miguel falou calmamente:- Pedi para o Eduardo te acompanhar.- Irmão, você não vai vir?- Tenho compromissos.- Irmão, hoje é o dia em que você vai ao cartório se divorciar da cunhada? - Como esperado, Nanda ainda fez a pergunta.Miguel apertou os lábios finos e disse em tom baixo:- Sim, já registrei.Ao ouvir essa frase, Nanda claramente engoliu em seco do outro lado.Luiza achava que Nanda deveria estar feliz agora, mas o que ela disse foi de autoreprovação:- Irmão, foi por minha causa? Desculpe, eu causei seu divórcio com a cunhada...- Chega, não vamos falar mais sobre isso. - Miguel parecia não querer ouv
Ela começou a sentir os enjoos da gravidez.Após enxaguar a boca, se olhou no espelho e notou que havia engordado bastante, com o rosto mais redondo.Descendo as escadas em seu suéter folgado, ouviu vozes vindas da sala de jantar.Uma era a voz de Bryan, a outra, muito parecida com a de Theo?Theozinho?Luiza entrou na sala de jantar, onde Bryan e Theo conversavam à mesa.- Então você é o filho da Jaqueline. - Disse Bryan, olhando para o Theo, emocionado.Jaqueline Neves também havia sido uma de suas sócias no início, dentre sete pessoas, apenas Jaqueline era mulher, e ela era amiga íntima da mãe de Luiza, Fabiana.Bryan refletiu sobre quão pequeno o mundo parecia, depois de tantos anos, encontrar o filho de Jaqueline, Theo.Bryan perguntou:- Então você está morando com seu pai, Dario?- Sim, após a morte da minha mãe, fiquei sozinho e acabei indo morar com meu pai. - Respondeu Theo calmamente, com um olhar melancólico.Bryan sentiu uma pontada de pena por ele.Ele tinha ouvido falar
O amor abençoado pelos pais de ambos os lados era o melhor dos casamentos.Luiza acabava de sair....Do lado de Miguel, ele recebeu uma ligação:- Sr. Miguel, hoje chegou um homem ao Jardins da Serra, o Sr. Bryan o chamou de Theo.Miguel, que estava jogando golfe, ouviu isso e seu rosto se fechou:- O que ele foi fazer no Jardins da Serra?- Não sei, ele acabou de almoçar com o Sr. Bryan no refeitório. O Sr. Bryan me mandou sair, então não ouvi o que eles falaram, mas a senhora saiu hoje e foi no carro do Sr. Theo. Parece que o Sr. Bryan gosta muito desse Sr. Theo.Miguel ficou com uma expressão sombria, parecendo que Bryan queria arranjar um encontro entre eles.Luiza estava no carro de Theo, conversando casualmente:- Ouvi do tio que você se registrou para o divórcio com Miguel ontem.Luiza assentiu:- Meu pai te contou isso também? Vocês são próximos?- Não muito.- Então por que ele te chamou para almoçar lá em casa?Theo respondeu sorrindo:- Esta manhã fui ao monte atrás do Jard
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que