Ela rapidamente se escondeu no closet e atendeu a chamada de vídeo.Quando a chamada foi conectada, o rostinho bonito de Felipinho apareceu na frente de Luiza, dissipando temporariamente o frio que havia em seu coração.— Felipinho. — Ela sorriu, mas seus olhos ficaram um pouco marejados.Felipinho era uma criança esperta, e suas pequenas sobrancelhas imediatamente se franziram.— Mamãe, você não está feliz?— Claro que estou. — Luiza sorriu amplamente, com medo de não parecer convincente o suficiente, ainda piscou de forma brincalhona. — Você acha que alguém com essa cara está infeliz?Felipinho não disse nada, e só depois de um momento, com sua voz doce e suave, ele disse:— Mas mamãe, eu acho que você não está feliz.As lágrimas quase escaparam dos olhos de Luiza. Ela rapidamente os fechou, piscando para afastar a ardência.— A mamãe não está infeliz.— Mamãe, se você não está feliz com o papai, volte para nós. — A voz de Felipinho era tão leve e suave, como se quisesse confortá-la.
Luiza também acenou com a cabeça e entrou.— Lulu, você veio. — Marina ficou radiante ao ver Luiza.Luiza sorriu levemente: — Não tinha nada demais para fazer, então vim fazer companhia para você e o Leo.Marina, entediada no hospital, riu: — Você pode vir sempre que quiser, estou aqui sozinha todo dia, é bem chato.— Claro. — Luiza entregou presentes e frutas para Leo. — Leo, isso é para você.— Leo, essa é sua madrinha, a madrinha Luiza. — Marina apresentou.Leandro olhou silenciosamente para Luiza e, como raramente, sorriu.Luiza ficou surpresa: — O Leo sorriu.— Eu também vi. — Marina estava surpresa, com os olhos arregalados, olhando para Luiza. — Lulu, o Leo com certeza gosta muito de você, ele quase nunca sorri.— Sério? — Luiza ficou contente e se aproximou um pouco mais de Leandro. — Você gosta de mim? Que tal apertar minha mão?Ela estendeu a mão para Leandro e, para sua surpresa, Leandro realmente estendeu a mão e segurou a mão delicada dela.Até Luiza ficou intrigada.
Luiza assentiu com a cabeça e disse: — As coisas mudam, mas as pessoas também. Quatro anos, nem muito tempo, nem pouco, mais de mil dias e noites, tempo suficiente para mudar muita coisa. — Sabia que você não era boa coisa. — De repente, uma voz fria se fez ouvir ao lado. Luiza virou a cabeça. Viu Isabelly apoiando a Sra. Nunes, e o resmungo de desprezo veio dela. O olhar severo da Sra. Nunes caiu sobre Luiza, depois se voltou para Simão, com evidente desdém, perguntando: — Ela é a Luiza? Aquela mulher sem-vergonha que vive correndo atrás do Miguel por aí? A Sra. Nunes já conhecia Luiza, mas disse aquilo de propósito para que todos ao redor ouvissem. Ela queria humilhar Luiza em público. De fato, algumas pessoas pararam para assistir à cena. Isabelly falou friamente: — Mãe, você nem imagina, ontem eu liguei para essa garota e ela ainda me desafiou, dizendo que iria mesmo seduzir o Miguel e perguntou o que poderíamos fazer contra ela. Luiza olhou friamente para
A Sra. Nunes pensou no caso de Alice e ficou ainda mais furiosa.— A Alice também! Ela era uma menina tão boa, cresceu ao meu lado sem passar por nenhuma dificuldade. Mas foi por sua causa, por sua culpa! Só por sua causa ela passou por aquilo...Se não fosse pelo fato de estarem no saguão do hospital, cheio de gente, a Sra. Nunes teria revelado tudo. Ela engasgou com as palavras, a voz embargada de raiva:— Luiza, eu nunca vou te perdoar!Luiza ficou ali parada, como se estivesse distante, sem qualquer expressão no rosto.As pessoas ao redor começaram a se juntar, curiosas.Simão percebeu que aquela situação não levaria a nada e puxou Luiza dali.No estacionamento, ele olhou para Luiza. Ela parecia completamente atordoada. Ele sentiu um aperto no peito e não pôde deixar de perguntar:— Luiza, você está bem?Luiza voltou a si e esboçou um leve sorriso.— Ela já terminou de me xingar?Sua atitude era de alguém que não se importava com as palavras de Sra. Nunes.Simão, no entanto, ainda
Simão tinha uma leve tristeza no olhar enquanto contava o que havia acontecido no hospital. Luana suspirou: — Essas pessoas da família Nunes realmente falam de uma maneira muito grosseira. Ao entrarem no salão privado, Luiza estava sentada sozinha, quieta. Para animá-la, Luana a mimava, servindo a ela comida e vinho constantemente. Luiza, se sentindo sufocada, pegou seu copo de vinho e o bebeu de uma vez só. Sem perceber, já havia bebido vários copos e estava completamente tonta, apoiando o queixo na mão, com o olhar perdido. Simão olhou para ela, sentindo uma profunda compaixão. Ele estendeu a mão e tirou o copo de vinho de suas mãos: — Beber demais faz mal. Beba menos. — Não, me devolva o copo. — Luiza protestou, tentando pegá-lo de volta. Simão levantou o copo, o tirando do alcance dela, com uma expressão um pouco séria: — Você já está bêbada. Não beba mais. — Ela está chateada, deixe ela beber. — Disse Luana. Ela acreditava que, se a pessoa estivesse de mau hu
Anos atrás, Michel foi destituído do cargo de CEO do Grupo Sunland por ele, e desde então guardava rancor. Mais tarde, o filho de Michel, Walter, foi morto por ele por trair o grupo, e Bruna, após cometer um ato impensado, teve os braços e as pernas quebrados e foi enviada para fora do país. Por isso, Michel o odiava profundamente e sempre aguardava uma oportunidade de vingança. A cooperação dele com Theo não foi por acaso, mas sim uma conspiração planejada por muito tempo. Por que o Theo rompeu o noivado com a Bruna e o Michel não o responsabilizou? Era muito provável que o Michel já estivesse em conluio com Theo há tempos, apenas aguardando o momento certo. O conflito interno no Grupo Sunland não surgiu de repente; as rachaduras já existiam por anos, e o que aconteceu foi apenas a culminação de uma crise latente. Quanto a Helena, sua saúde já não estava boa. Ele teve problemas e Helena sofreu um grande impacto, mas o poder de Luiza jamais se compararia ao de Michel. L
Assim que ouviu isso, Isabelly ficou impaciente. Ela caminhou até a Sra. Nunes e disse:— Mãe, você não pode se enganar. Você sabe muito bem qual é o rancor entre a família da Luiza e a do Miguel. Será que essa mulher realmente pode ficar com o Miguel de forma sincera? Pode ser apenas uma farsa, um truque para voltar e roubar o patrimônio da família Souza.Ao ouvir isso, a Sra. Nunes também ficou um pouco preocupada:— Mas o Miguel acabou de dizer que não precisa do Grupo Nunes, que ele prefere abrir mão e me deixar organizar os bens da forma que eu achar melhor.— O Miguel pode estar no controle agora e por isso pode dizer essas coisas, mas e depois? E se a Luiza conseguir manipulá-lo, sussurrar no ouvido dele continuamente? Será que o Miguel não poderia, por causa dela, se voltar contra nós? Afinal, hoje de manhã, nós falamos coisas horríveis para aquela mulher. Com o temperamento que ela tem, você acha que ela não vai guardar rancor contra nós?O rosto da Sra. Nunes endureceu.Isabe
O tom dela era abafado, carregado de desdém e uma fala arrastada pelo efeito do álcool. — Eu não quero te beijar, eu te odeio, eu não gosto de você... Miguel ficou chocado, paralisado por alguns segundos. Naquele instante, ele teve vontade de estrangular aquela mulher, mas, ao baixar a cabeça, viu que ela estava chorando, lágrimas escorrendo silenciosamente de seus olhos, em um lamento triste. Miguel se sentiu completamente exausto e saiu do quarto. ... De maneira inexplicável, eles começaram a se tratar com frieza. Na manhã seguinte, Miguel não insistiu em pedir um beijo de bom dia. Colocou o roupão e saiu do quarto. Quando Luiza acordou, já tinha esquecido tudo o que havia acontecido na noite anterior. Ela se arrumou, se vestiu e desceu as escadas. — Bom dia, senhora! — Ângela a cumprimentou do topo da escada. — Bom dia! — Luiza sorriu. Miguel estava sentado tomando café da manhã, enquanto olhava o celular. Luiza não o incomodou, se sentou em frente a ele e co
O resultado final foi que Priscila e Elias ficaram na mesma bicicleta que Eduardo. O espaço restante na bicicleta do Francisco foi ocupado pelo assistente dele, Lucas. A atmosfera no local estava especialmente fria, principalmente em volta de Francisco, onde ele mantinha uma expressão severa durante todo o trajeto. Felipinho olhou para trás e comentou: — A cara do tio Francisco está tão feia. Luiza também notou, mas não disse nada. Foi Miguel, ao lado, quem respondeu: — Essa é a tensão das famílias reconstituídas. — Famílias reconstituídas? — Felipinho parecia não entender a frase e olhou para o pai. Hoje, Miguel estava claramente diferente em termos de roupa. Ele usava um casaco escuro de lã e, por baixo, um suéter preto de gola alta. Não estava tão formal como de costume, o que lhe dava um ar mais descontraído, mas ainda assim elegante e distinto. Era impossível não notar sua presença. Miguel, olhando para as duas bicicletas à frente, explicou com um olhar profund
Ela estava muito determinada, parecia realmente não querer mais ficar com Francisco.Luiza não fez mais perguntas.Priscila, no entanto, a questionou de volta:— E você? O Miguel já veio até o País R, ficou aqui mais de uma semana, e qualquer pessoa com os olhos abertos sabe que ele fez tudo isso por você. O que você pensa sobre isso? Vai dar uma chance a ele?"Quem disse que só a Priscila tem más lembranças?"Luiza também tinha suas próprias lembranças, as de como a família Souza a magoou, e essas ainda estavam bem vivas em sua mente.Mesmo que a verdade já tivesse sido esclarecida, a dor que ela sofreu ainda era dor, não poderia ser apagada com o simples apertar de uma tecla de "excluir".Ela olhou para o nada com uma expressão tranquila.— Eu não sei. O Felipinho quer muito um pai, mas, no fundo, eu não quero.— Então você não quer. — Priscila disse, direta. — Nós mulheres temos um sexto sentido. Se não queremos, é não querer, não precisamos nos forçar. Ficar se torturando vai só no
— Bisavó, a Maria e as outras também vão! Parece que vai ser necessário preparar mais comida! — Felipinho também estava muito animado e se virou para Melissa, dizendo isso.Assim, os três se tornaram parte de um grupo maior.Miguel estava à parte, com o rosto fechado.Ele queria sair com a esposa e o filho para passar mais tempo com Luiza.Mas não esperava que Felipinho tivesse convidado a família de Francisco também. Agora, o grupo estava bem maior, e ele imaginava que seria difícil até mesmo conversar.No entanto, o que ninguém esperava era que Priscila também tivesse chamado Elias.Miguel, Luiza e Felipinho estavam em um carro.Já Francisco estava em uma situação mais difícil. Provavelmente, por ter causado algum problema com Priscila na noite anterior, ela não quis andar com ele. Ela pegou Maria no colo e entrou no carro de Elias.Francisco ficou sozinho e, com o rosto fechado, deu ordens ao motorista para seguir.Meia hora depois, o grupo chegou ao parque de diversões.Assim que s
— O tio Elias é muito legal, bonito e engraçado. Eu pensei que, se o papai e a mamãe ficassem juntos, então eu poderia me casar com o tio Elias. Não seria perfeito?Francisco ficou com uma expressão sombria e respondeu, aborrecido:— Você se casar com ele? Isso eu não aceito.— Mas o tio Elias é tão legal...— Quieta! De qualquer forma, é impossível você se casar com ele. Nem você, nem sua mãe. — Francisco a interrompeu, impedindo ela de elogiar Elias.Maria fez um biquinho e foi carregada por Francisco até o andar de baixo.Ao descer, percebeu que a sala estava cheia de gente e que provavelmente todos ouviram o que ele disse lá em cima. Francisco ficou um pouco embaraçado.Maria, no entanto, não se incomodou. Ela se desvencilhou dos braços de Francisco e correu até onde estava Felipinho.— Felipinho.Felipinho cruzou os braços e levantou uma sobrancelha, olhando para Maria.— Você quer se casar com aquele tio Elias?Maria ficou com o rosto vermelho.— Não posso? Ele é tão bonito.— Eu
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então
Melissa assentiu.— Mas um chef assim não deveria ter grandes ambições? Ele realmente não quer fama e fortuna e está disposto a ser o chef particular de vocês?— No começo, ele também não queria, mas eu apoio o desenvolvimento de novos pratos dele e prometi que o ajudaria a abrir um restaurante, a expandir sua reputação. Só assim ele aceitou trabalhar como nosso chef particular, para ter mais tempo para criar novos pratos.Ao ouvir isso, Luiza finalmente entendeu que o chef da Mansão Jardim tinha uma história importante por trás. Ela nunca havia perguntado antes; só achava que a comida dele era deliciosa. Mas, pelo visto, Miguel tinha feito várias promessas a ele.— Você foi muito atencioso. — Melissa sorriu.Miguel disse:— Se a senhora gostar da comida, posso pedir para o chef vir todos os dias e preparar as três refeições para vocês. Qualquer outra necessidade que tiver, é só me dizer; se estiver ao meu alcance, farei de tudo para atender.Ele estava tentando agradar Melissa.Meliss
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som