Luiza assentiu com a cabeça e disse: — As coisas mudam, mas as pessoas também. Quatro anos, nem muito tempo, nem pouco, mais de mil dias e noites, tempo suficiente para mudar muita coisa. — Sabia que você não era boa coisa. — De repente, uma voz fria se fez ouvir ao lado. Luiza virou a cabeça. Viu Isabelly apoiando a Sra. Nunes, e o resmungo de desprezo veio dela. O olhar severo da Sra. Nunes caiu sobre Luiza, depois se voltou para Simão, com evidente desdém, perguntando: — Ela é a Luiza? Aquela mulher sem-vergonha que vive correndo atrás do Miguel por aí? A Sra. Nunes já conhecia Luiza, mas disse aquilo de propósito para que todos ao redor ouvissem. Ela queria humilhar Luiza em público. De fato, algumas pessoas pararam para assistir à cena. Isabelly falou friamente: — Mãe, você nem imagina, ontem eu liguei para essa garota e ela ainda me desafiou, dizendo que iria mesmo seduzir o Miguel e perguntou o que poderíamos fazer contra ela. Luiza olhou friamente para
A Sra. Nunes pensou no caso de Alice e ficou ainda mais furiosa.— A Alice também! Ela era uma menina tão boa, cresceu ao meu lado sem passar por nenhuma dificuldade. Mas foi por sua causa, por sua culpa! Só por sua causa ela passou por aquilo...Se não fosse pelo fato de estarem no saguão do hospital, cheio de gente, a Sra. Nunes teria revelado tudo. Ela engasgou com as palavras, a voz embargada de raiva:— Luiza, eu nunca vou te perdoar!Luiza ficou ali parada, como se estivesse distante, sem qualquer expressão no rosto.As pessoas ao redor começaram a se juntar, curiosas.Simão percebeu que aquela situação não levaria a nada e puxou Luiza dali.No estacionamento, ele olhou para Luiza. Ela parecia completamente atordoada. Ele sentiu um aperto no peito e não pôde deixar de perguntar:— Luiza, você está bem?Luiza voltou a si e esboçou um leve sorriso.— Ela já terminou de me xingar?Sua atitude era de alguém que não se importava com as palavras de Sra. Nunes.Simão, no entanto, ainda
Simão tinha uma leve tristeza no olhar enquanto contava o que havia acontecido no hospital. Luana suspirou: — Essas pessoas da família Nunes realmente falam de uma maneira muito grosseira. Ao entrarem no salão privado, Luiza estava sentada sozinha, quieta. Para animá-la, Luana a mimava, servindo a ela comida e vinho constantemente. Luiza, se sentindo sufocada, pegou seu copo de vinho e o bebeu de uma vez só. Sem perceber, já havia bebido vários copos e estava completamente tonta, apoiando o queixo na mão, com o olhar perdido. Simão olhou para ela, sentindo uma profunda compaixão. Ele estendeu a mão e tirou o copo de vinho de suas mãos: — Beber demais faz mal. Beba menos. — Não, me devolva o copo. — Luiza protestou, tentando pegá-lo de volta. Simão levantou o copo, o tirando do alcance dela, com uma expressão um pouco séria: — Você já está bêbada. Não beba mais. — Ela está chateada, deixe ela beber. — Disse Luana. Ela acreditava que, se a pessoa estivesse de mau hu
Anos atrás, Michel foi destituído do cargo de CEO do Grupo Sunland por ele, e desde então guardava rancor. Mais tarde, o filho de Michel, Walter, foi morto por ele por trair o grupo, e Bruna, após cometer um ato impensado, teve os braços e as pernas quebrados e foi enviada para fora do país. Por isso, Michel o odiava profundamente e sempre aguardava uma oportunidade de vingança. A cooperação dele com Theo não foi por acaso, mas sim uma conspiração planejada por muito tempo. Por que o Theo rompeu o noivado com a Bruna e o Michel não o responsabilizou? Era muito provável que o Michel já estivesse em conluio com Theo há tempos, apenas aguardando o momento certo. O conflito interno no Grupo Sunland não surgiu de repente; as rachaduras já existiam por anos, e o que aconteceu foi apenas a culminação de uma crise latente. Quanto a Helena, sua saúde já não estava boa. Ele teve problemas e Helena sofreu um grande impacto, mas o poder de Luiza jamais se compararia ao de Michel. L
Assim que ouviu isso, Isabelly ficou impaciente. Ela caminhou até a Sra. Nunes e disse:— Mãe, você não pode se enganar. Você sabe muito bem qual é o rancor entre a família da Luiza e a do Miguel. Será que essa mulher realmente pode ficar com o Miguel de forma sincera? Pode ser apenas uma farsa, um truque para voltar e roubar o patrimônio da família Souza.Ao ouvir isso, a Sra. Nunes também ficou um pouco preocupada:— Mas o Miguel acabou de dizer que não precisa do Grupo Nunes, que ele prefere abrir mão e me deixar organizar os bens da forma que eu achar melhor.— O Miguel pode estar no controle agora e por isso pode dizer essas coisas, mas e depois? E se a Luiza conseguir manipulá-lo, sussurrar no ouvido dele continuamente? Será que o Miguel não poderia, por causa dela, se voltar contra nós? Afinal, hoje de manhã, nós falamos coisas horríveis para aquela mulher. Com o temperamento que ela tem, você acha que ela não vai guardar rancor contra nós?O rosto da Sra. Nunes endureceu.Isabe
O tom dela era abafado, carregado de desdém e uma fala arrastada pelo efeito do álcool. — Eu não quero te beijar, eu te odeio, eu não gosto de você... Miguel ficou chocado, paralisado por alguns segundos. Naquele instante, ele teve vontade de estrangular aquela mulher, mas, ao baixar a cabeça, viu que ela estava chorando, lágrimas escorrendo silenciosamente de seus olhos, em um lamento triste. Miguel se sentiu completamente exausto e saiu do quarto. ... De maneira inexplicável, eles começaram a se tratar com frieza. Na manhã seguinte, Miguel não insistiu em pedir um beijo de bom dia. Colocou o roupão e saiu do quarto. Quando Luiza acordou, já tinha esquecido tudo o que havia acontecido na noite anterior. Ela se arrumou, se vestiu e desceu as escadas. — Bom dia, senhora! — Ângela a cumprimentou do topo da escada. — Bom dia! — Luiza sorriu. Miguel estava sentado tomando café da manhã, enquanto olhava o celular. Luiza não o incomodou, se sentou em frente a ele e co
Marina estava muito nervosa, com as mãos entrelaçadas e mordendo levemente o lábio inferior. Luiza, um pouco preocupada com o estado dela, foi até lá para segurar suas mãos. Quando Marina a viu, franziu um pouco as sobrancelhas, mas logo relaxou e sorriu levemente. — Luiza, você veio? — Sim, hoje o Leo vai ter alta, eu vim ajudar você a arrumar as coisas. — Obrigada. — As mãos de Marina estavam geladas, e ela apertou as mãos de Luiza. Luiza pareceu notar isso e apertou as mãos dela também. — Como foi o exame do Leo? — Os exames da manhã foram todos bons, só falta a última avaliação. Vai depender do Yago, é ele quem decide se o Leo pode ter alta. — Certo. Yago examinava com seriedade, e ninguém ao redor ousava falar, com medo de atrapalhá-lo. Finalmente, ele retirou o estetoscópio e disse: — O Leo está bem, ele pode ter alta hoje. Marina finalmente se tranquilizou e sorriu. Quando se virou, viu Geraldo a olhando com um olhar profundo, também aliviado. Marina
Um grupo de pessoas saiu do hospital. Geraldo dirigia o carro pessoalmente, enquanto Luiza e Marina estavam sentadas no banco de trás com Leandro. Marina segurava Leandro no colo e, de repente, disse: — Sr. Geraldo, que tal nos levar para casa primeiro? Vou deixar a bagagem lá e depois saímos novamente. — Certo. — Respondeu Geraldo. Ele sempre foi uma pessoa de poucas palavras. Se Marina não falasse, ele não sabia o que dizer. Ao chegarem ao condomínio, Marina desceu com eles e disse ao Geraldo: — Sr. Geraldo, hoje é um dia útil, você deve estar muito ocupado. Volte para a empresa e cuide dos seus assuntos. Eu levo o Leo para cima. — De agora em diante, vou vir às segundas, quartas e sextas para ver o Leo. — Geraldo falou de repente, como se temesse que Marina recusasse. Ele acrescentou. — O Leo precisa de nós agora. Sua condição exige isso. Marina também pensou nisso e aceitou: — Tudo bem. Contanto que isso ajudasse Leandro a melhorar, ela estava disposta a ceder.