Simão tinha uma leve tristeza no olhar enquanto contava o que havia acontecido no hospital. Luana suspirou: — Essas pessoas da família Nunes realmente falam de uma maneira muito grosseira. Ao entrarem no salão privado, Luiza estava sentada sozinha, quieta. Para animá-la, Luana a mimava, servindo a ela comida e vinho constantemente. Luiza, se sentindo sufocada, pegou seu copo de vinho e o bebeu de uma vez só. Sem perceber, já havia bebido vários copos e estava completamente tonta, apoiando o queixo na mão, com o olhar perdido. Simão olhou para ela, sentindo uma profunda compaixão. Ele estendeu a mão e tirou o copo de vinho de suas mãos: — Beber demais faz mal. Beba menos. — Não, me devolva o copo. — Luiza protestou, tentando pegá-lo de volta. Simão levantou o copo, o tirando do alcance dela, com uma expressão um pouco séria: — Você já está bêbada. Não beba mais. — Ela está chateada, deixe ela beber. — Disse Luana. Ela acreditava que, se a pessoa estivesse de mau hu
Anos atrás, Michel foi destituído do cargo de CEO do Grupo Sunland por ele, e desde então guardava rancor. Mais tarde, o filho de Michel, Walter, foi morto por ele por trair o grupo, e Bruna, após cometer um ato impensado, teve os braços e as pernas quebrados e foi enviada para fora do país. Por isso, Michel o odiava profundamente e sempre aguardava uma oportunidade de vingança. A cooperação dele com Theo não foi por acaso, mas sim uma conspiração planejada por muito tempo. Por que o Theo rompeu o noivado com a Bruna e o Michel não o responsabilizou? Era muito provável que o Michel já estivesse em conluio com Theo há tempos, apenas aguardando o momento certo. O conflito interno no Grupo Sunland não surgiu de repente; as rachaduras já existiam por anos, e o que aconteceu foi apenas a culminação de uma crise latente. Quanto a Helena, sua saúde já não estava boa. Ele teve problemas e Helena sofreu um grande impacto, mas o poder de Luiza jamais se compararia ao de Michel. L
Assim que ouviu isso, Isabelly ficou impaciente. Ela caminhou até a Sra. Nunes e disse:— Mãe, você não pode se enganar. Você sabe muito bem qual é o rancor entre a família da Luiza e a do Miguel. Será que essa mulher realmente pode ficar com o Miguel de forma sincera? Pode ser apenas uma farsa, um truque para voltar e roubar o patrimônio da família Souza.Ao ouvir isso, a Sra. Nunes também ficou um pouco preocupada:— Mas o Miguel acabou de dizer que não precisa do Grupo Nunes, que ele prefere abrir mão e me deixar organizar os bens da forma que eu achar melhor.— O Miguel pode estar no controle agora e por isso pode dizer essas coisas, mas e depois? E se a Luiza conseguir manipulá-lo, sussurrar no ouvido dele continuamente? Será que o Miguel não poderia, por causa dela, se voltar contra nós? Afinal, hoje de manhã, nós falamos coisas horríveis para aquela mulher. Com o temperamento que ela tem, você acha que ela não vai guardar rancor contra nós?O rosto da Sra. Nunes endureceu.Isabe
O tom dela era abafado, carregado de desdém e uma fala arrastada pelo efeito do álcool. — Eu não quero te beijar, eu te odeio, eu não gosto de você... Miguel ficou chocado, paralisado por alguns segundos. Naquele instante, ele teve vontade de estrangular aquela mulher, mas, ao baixar a cabeça, viu que ela estava chorando, lágrimas escorrendo silenciosamente de seus olhos, em um lamento triste. Miguel se sentiu completamente exausto e saiu do quarto. ... De maneira inexplicável, eles começaram a se tratar com frieza. Na manhã seguinte, Miguel não insistiu em pedir um beijo de bom dia. Colocou o roupão e saiu do quarto. Quando Luiza acordou, já tinha esquecido tudo o que havia acontecido na noite anterior. Ela se arrumou, se vestiu e desceu as escadas. — Bom dia, senhora! — Ângela a cumprimentou do topo da escada. — Bom dia! — Luiza sorriu. Miguel estava sentado tomando café da manhã, enquanto olhava o celular. Luiza não o incomodou, se sentou em frente a ele e co
Marina estava muito nervosa, com as mãos entrelaçadas e mordendo levemente o lábio inferior. Luiza, um pouco preocupada com o estado dela, foi até lá para segurar suas mãos. Quando Marina a viu, franziu um pouco as sobrancelhas, mas logo relaxou e sorriu levemente. — Luiza, você veio? — Sim, hoje o Leo vai ter alta, eu vim ajudar você a arrumar as coisas. — Obrigada. — As mãos de Marina estavam geladas, e ela apertou as mãos de Luiza. Luiza pareceu notar isso e apertou as mãos dela também. — Como foi o exame do Leo? — Os exames da manhã foram todos bons, só falta a última avaliação. Vai depender do Yago, é ele quem decide se o Leo pode ter alta. — Certo. Yago examinava com seriedade, e ninguém ao redor ousava falar, com medo de atrapalhá-lo. Finalmente, ele retirou o estetoscópio e disse: — O Leo está bem, ele pode ter alta hoje. Marina finalmente se tranquilizou e sorriu. Quando se virou, viu Geraldo a olhando com um olhar profundo, também aliviado. Marina
Um grupo de pessoas saiu do hospital. Geraldo dirigia o carro pessoalmente, enquanto Luiza e Marina estavam sentadas no banco de trás com Leandro. Marina segurava Leandro no colo e, de repente, disse: — Sr. Geraldo, que tal nos levar para casa primeiro? Vou deixar a bagagem lá e depois saímos novamente. — Certo. — Respondeu Geraldo. Ele sempre foi uma pessoa de poucas palavras. Se Marina não falasse, ele não sabia o que dizer. Ao chegarem ao condomínio, Marina desceu com eles e disse ao Geraldo: — Sr. Geraldo, hoje é um dia útil, você deve estar muito ocupado. Volte para a empresa e cuide dos seus assuntos. Eu levo o Leo para cima. — De agora em diante, vou vir às segundas, quartas e sextas para ver o Leo. — Geraldo falou de repente, como se temesse que Marina recusasse. Ele acrescentou. — O Leo precisa de nós agora. Sua condição exige isso. Marina também pensou nisso e aceitou: — Tudo bem. Contanto que isso ajudasse Leandro a melhorar, ela estava disposta a ceder.
Luiza disse: — Eu não estou tentando te dar uma lição de moral, só acho que, não importa o motivo, não devemos prejudicar nosso corpo.— Eu não estou prejudicando meu corpo. — Respondeu Leandro. — Meus pulmões realmente têm um problema.Luiza ficou um pouco surpresa. — Desculpa, foi meu erro, não deveria ter duvidado de você.— Você é esperta, mas não tome decisões por conta própria. As questões dos meus pais, eles mesmos resolvem, não precisa você me ensinar o que fazer. — O rosto de Leandro parecia inofensivo, mas seus pensamentos eram bem incomuns.Provavelmente ele também era uma criança de alto QI.Luiza não tinha a intenção de magoá-lo, então acenou com a cabeça. — Ok, vou guardar seu segredo.Só então Leandro ficou em silêncio.Luiza continuou: — Na verdade, eu também tenho um filho. Ele é um ano mais novo que você, muito fofo.Ao ouvir ela falar sobre seu filho, Leandro virou a cabeça para olhá-la. — E ele?Ele perguntou por que o menino não estava ali.Quando mencion
Miguel apertou os lábios e gentilmente afastou ela. — Alice, eu e a vovó estamos ao seu lado, nós não vamos te machucar. — Mas eu só quero você! — As lágrimas de Alice continuavam a escorrer. A Sra. Nunes entregou um lenço ao Miguel. — Miguel, enxugue as lágrimas da Alice. Miguel fez o que lhe foi pedido e, em seguida, tentou convencê-la a jantar. Alice finalmente aceitou comer obedientemente. A Sra. Nunes suspirou aliviada e olhou para Isabelly, que sorriu levemente para ela, como se dissesse: "Viu, mãe? O Miguel ainda se importa com a Alice, e a Alice também depende dele, eles combinam bem juntos." A Sra. Nunes também achava que os dois combinavam, um casal bonito e com uma relação próxima. Enquanto comiam, de repente Isabelly exclamou: — Ai! — O que foi? — A Sra. Nunes olhou para Isabelly. Miguel também olhou. — Eu sabia! Essa mulher não é boa coisa! Acabou de voltar para Valenciana do Rio e já está envolvida em escândalo de novo! — Isabelly mostrou o celul
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que