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Sem Cadeias, Só Vitória
Sem Cadeias, Só Vitória
Author: Emanuelly Ramos

Capítulo 1

Author: Emanuelly Ramos
Viviane Coelho chegou ao hotel com a filha, e a festa de aniversário de 5 anos do seu filho já tinha começado.

Lorenzo Freitas estava ao lado do filho, e a luz suave das velas iluminava o rostinho infantil e inocente de Léo.

Léo juntou as mãos e fez um pedido:

— Eu espero que a tia Noemi possa ser minha nova mamãe.

Viviane estremeceu um pouco. Estava chovendo muito lá fora, e, para evitar que sua filha e o bolo de aniversário se molhassem, ela estava praticamente encharcada.

Sua roupa ficou como uma camada de gelo, envolvendo seu corpo por completo.

Noemi Coelho riu alto e disse:

— Quantas vezes eu já falei para não me chamar de tia! Me chama de Noemi diretamente! Eu sou a melhor amiga do seu pai!

Sua risada ecoou na sala, e todos os amigos de Noemi, que estavam ali, começaram a rir também. Apenas Noemi tinha coragem de brincar com Lorenzo na frente de tantas pessoas.

Léo piscou os olhos brilhantes e deu um sorriso fofo para Noemi.

Noemi esfregou o rosto de Léo e perguntou:

— Léo, por que você de repente quer uma nova mamãe?

Léo olhou rapidamente para Lorenzo e respondeu:

— Porque o papai gosta de você!

Noemi riu e pegou Léo no colo, abraçando Lorenzo pelos ombros. Ela levantou uma sobrancelha e disse para Lorenzo, com um tom de provocação:

— Os olhos do Léo são bem afiados!

Lorenzo franziu a testa e, se dirigindo aos presentes, disse:

— São apenas palavras inocentes de criança.

Ele pediu para que ninguém levasse isso a sério.

Mas crianças não mentiam.

Todo mundo sabia que Lorenzo e Noemi eram amigos desde a infância.

Noemi sempre esteve rodeada de meninos, e os pais de Lorenzo não gostavam dela.

Quando Viviane tinha 18 anos, a família Coelho a trouxe de volta e, com toda a esperança e amor da família Coelho, ela se casou com Lorenzo e teve filhos com ele.

As pessoas na sala estavam zombando:

— Você gosta mais da mamãe ou da Noemi?

— Eu gosto mais da Noemi! A mamãe é uma caipira!

Um sorriso frio, quase imperceptível, passou pelos olhos de Noemi. Ela abraçou Léo com carinho, beijando sua testa.

Viviane sentiu todo o sangue de seu corpo congelar.

Léo nunca gostou de ter contato físico com os outros.

Quando Viviane o abraçava, ele sempre se esquivava, resistindo.

Ele era como o pai, distante, difícil de se aproximar.

Mas agora, Léo estava sentado no colo de Noemi, sorrindo carinhosamente para ela.

Lorenzo olhava Noemi com um olhar de ternura que Viviane nunca tinha visto antes.

Eles pareciam mais uma família de verdade.

— Mamãe. — A voz da filha a fez voltar ao presente.

Viviane abaixou os olhos para olhar Nina, as lágrimas borrando sua visão.

— Qual é o desejo de aniversário da minha Nina? — Sua voz estava trêmula.

— A Nina só quer a mamãe!

— E o papai e o Léo?

Lágrimas quentes caíram sobre as costas da mão de Nina, que se apavorou.

— Mamãe, não chore! Eu vou falar com o Léo, para ele não ficar grudado na tia.

Nina e Léo eram gêmeos. Quando Viviane os teve, sofreu uma grande hemorragia. Ela ligou para Lorenzo enquanto estava na sala de parto, e quem atendeu foi Noemi.

"O Lorenzo foi comprar pipoca. Ele vai me acompanhar na Disney para ver os fogos. Pode ficar tranquila durante o parto!"

O som dos fogos estourando no céu parecia ter ecoado nos ouvidos de Viviane.

Desde aquele dia, seu coração estava dilacerado.

Viviane segurou a mão de Nina e abriu a porta do camarote.

O ambiente ficou em silêncio total.

— Como a Sra. Freitas veio? — Uma das pessoas presentes perguntou.

Era a festa de aniversário de seus filhos, mas sua presença deixou todos surpresos.

Era como se a Viviane não fosse bem-vinda ali.

Noemi manteve Léo em seus braços, como um gesto silencioso de declarar seu território.

Viviane colocou a caixa de bolo sobre a mesa, ainda com gotas de chuva no rosto.

Léo levantou a cabeça e olhou para Noemi. Ela estava com a maquiagem impecável e os cabelos escuros, volumosos e suaves.

Quando ele olhou para Viviane, fez uma careta de desagrado.

Viviane abriu a caixa do bolo. O bolo que ela mesma fez tinha desenhos que ela passou a tarde inteira desenhando, com figuras de Léo e Nina em estilo de desenho animado.

Quando ela começou a cortar o bolo ao meio, suas mãos estavam trêmulas.

Viviane empurrou a metade do bolo cortado na direção de Léo.

— Léo, vou realizar o seu desejo de aniversário. A partir de hoje, eu não sou mais sua mamãe.

— Você está brincando com isso? — Lorenzo repreendeu friamente.

Viviane olhou para ele, sem traços de afeição nos olhos.

— Nós vamos nos divorciar, a Nina fica comigo, e o Léo fica com você.

— Mamãe, você está fazendo isso por birra? — Léo, que já era esperto, olhou para Viviane com o mesmo olhar frio que Lorenzo. — Mamãe, você pode parar de fazer drama? Eu não gosto de passar o meu aniversário com você, porque você sempre fica controlando o que eu como.

Léo olhou para o bolo com o rosto de desenho animado, achando-o feio.

— E outra, eu já estou enjoado do bolo que você faz! Hoje eu quero comer o bolo que a Noemi me deu!

— Léo! Você não pode comer bolo de fora, você vai ter uma reação alérgica! — Nina gritou.

— No bolo não tem tanto leite! — A voz de Noemi tinha um tom de repreensão. — O Léo é um menino, não crie ele tão delicado! Ele tem alergia ao leite porque a Viviane foi muito cuidadosa e nunca deixou o Léo tomar leite!

Noemi abaixou a cabeça e perguntou ao garoto nos seus braços:

— Léo, você quer confiar em mim? Você precisa comer mais bolos com leite, assim vai aumentar sua imunidade, e no futuro você não vai mais ter alergia ao leite!

Léo assentiu vigorosamente.

— Eu confio na Noemi, a mamãe é do interior, ela não entende nada!

Viviane sorriu de forma quebrada, sentindo o gosto de sangue na boca, como se fosse ferro enferrujado.

Ela foi casada com Lorenzo por sete anos, mas nunca conseguiu conquistar seu coração.

Criou Léo por cinco anos, e a carne e o sangue que caíram dela se transformaram nas lâminas que a feriram.

— Se você não gostou do bolo que eu fiz, então jogue fora. — Viviane disse com dificuldade. Era como se uma lâmina tivesse cortado sua garganta, e em sua boca restava um gosto metálico e doce.

— Léo, sempre que você precisou de algo, eu tentei ao máximo te atender. Se você quer uma nova mamãe, então eu vou abrir espaço para a Noemi. — Ela disse ao filho. — Essa foi a última vez que eu te desejei feliz aniversário.

Viviane pegou a mão de Nina e, com uma voz suave, disse:

— Vamos.

Ela já não queria mais o filho, nem o marido.

— Viviane. — Lorenzo a chamou, seu rosto altivo estava coberto por uma camada de frieza. — Você realmente acredita nas palavras de uma criança?

— Sim, eu acredito. Amanhã, às três da tarde, no Cartório de Registro Civil da Cidade J, não se atrase.

Viviane olhou para Lorenzo, o homem que amou por sete anos, e em seu olhar só restava determinação.

Ela se virou, mas viu um homem alto e imponente parado na porta.

A luz iluminava seu rosto de traços marcantes, seus olhos estreitos a observavam, como se assistisse a um bom espetáculo.

Viviane o reconheceu, Benjamin Santana, o príncipe herdeiro do círculo social da Cidade J, Lorenzo se dava bem com ele publicamente, mas nos bastidores estavam em conflito.

No aniversário de Léo e Nina, Lorenzo havia convidado figuras importantes, mas não imaginava que conseguiria trazer Benjamin, aquela grande figura.

Noemi imediatamente colocou Léo de volta na cadeirinha de criança, levantou as mãos e acenou animada:

— Oi, Benjamin, eu te chamei e você veio logo! Isso é que é fazer bonito!

— Não foi por sua causa que eu vim. — Benjamin respondeu, mas não olhou para Noemi.

Seu olhar passou por ela e seguiu até Viviane, que já havia saído.

Benjamin levantou os cantos dos lábios, e uma pequena covinha sedutora apareceu no canto de sua boca.

Ele perguntou ao Lorenzo:

— Sua esposa vai se divorciar de você, então eu... Preciso mudar a forma de me referir a ela?

— Ela não vai se divorciar de mim! — Lorenzo falou com confiança.

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