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Capítulo 5

Author: Emanuelly Ramos
Noemi desceu da motocicleta modificada, carregando uma sacola de papel.

O segurança, ao ver a mulher com calças de yoga justas, ficou com os olhos arregalados.

Noemi balançou os longos cabelos soltos com descontração e cumprimentou o segurança antes de entrar na escolinha.

Ela já sabia em que sala estava o Léo e, ao encontrar a professora principal, sorriu e se aproximou.

— Oi, eu trouxe os doces de cera para o Leonardo. Ouvi dizer que os doces que ele trouxe estão fazendo o maior sucesso com as outras crianças.

A professora a observou atentamente.

— Foi você quem pediu para o Leonardo trazer os doces de cera para a escola?

Noemi sorriu animada.

— Sim, esses doces foram feitos por um amigo meu, com cera de abelha de primeira qualidade...

— Foi você quem fez meu filho quase sufocar!!

Um grito explosivo surgiu atrás de Noemi. Quando ela se virou, uma palmada forte e sonora atingiu seu rosto com força.

Noemi viu estrelas instantaneamente.

— Por que você me bateu?! — Ela gritou.

— Estou batendo justamente em você, sua desgraçada, que só faz mal aos outros!!

Noemi não era do tipo que deixava os outros lhe imporem limites facilmente. Ela lambeu o sangue que escorria do canto da boca e avançou, entrando em uma luta com vários pais.

...

Na hora da saída da escola, Viviane foi buscar Nina. No caminho de volta para casa, ouviu Nina, com uma vivacidade incrível, descrevendo a cena em que Noemi havia sido agredida.

Noemi havia sido agredida, Léo quis ajudar, mas Nina o segurou pela gola da camisa com uma mão só e o puxou para longe.

Com o rosto inchado e cheio de hematomas, Noemi, acompanhada de Léo, pediu à professora para sair mais cedo.

As mães das outras crianças conheciam Noemi e começaram a xingar ela. Nina não entendia o que elas falavam, mas sabia que eram palavras muito feias.

Nina se sentou na cadeirinha de criança e olhou para a paisagem familiar do lado de fora da janela.

— Mamãe, a gente vai para casa da família Freitas?

Os olhos de Nina, antes brilhantes, se apagaram instantaneamente.

— Essa é a nossa última vez indo para a casa da família Freitas. — Viviane respondeu.

...

— Senhora, senhorita, vocês já chegaram! — Clara, ao ver Viviane, respirou aliviada.

Viviane tinha saído da casa da família Freitas havia apenas um dia e uma noite, e os empregados lá já não estavam aguentando mais.

— Eu e a Nina viemos apenas para pegar nossas coisas. — Viviane disse indiferente.

Clara não pensou muito, apenas lembrou:

— A Srta. Noemi está em casa.

Viviane segurou a mão de Nina e entrou na sala, ouvindo Noemi xingar alto.

— Aquelas malditas gordas, não quero nem saber delas! Se eu realmente for brigar, eu vou estourar as vísceras delas todas! Ai, Lorenzo, mais leve!

Noemi estava sentada no sofá, enquanto Lorenzo, com um cotonete, aplicava remédio em sua ferida.

Léo, preocupado, perguntou:

— Noemi, está doendo?

— Minha pele é grossa, não dói nada! Ai! Lorenzo, não aperte tanto!

Noemi mostrou os dentes, levantou a perna e tentou chutar Lorenzo na coxa.

O homem fez um som de desdém e disse:

— Sente direito!

Ao ver que Noemi estava machucada, o coração de Léo se apertou ainda mais de culpa.

— Foi minha culpa, fiz com que a Noemi se machucasse.

Léo estufou as bochechas e baixou a cabeça.

Ele levantou os olhos, olhando cuidadosamente para o rosto de Lorenzo.

Antes, quando a Viviane se queimou ou cortou a mão ao fazer frutas, sangrando bastante, Lorenzo nunca se preocupou, muito menos fez questão de cuidar do ferimento dela.

Mas, quando Noemi se machucou, Lorenzo tirou as manoplas, pegou um cotonete e, pessoalmente, aplicou o remédio nela.

Para Lorenzo, Noemi era a única pessoa importante.

Léo virou a cabeça e viu Viviane e Nina entrando.

— Humph!

Assim que Léo as viu, ele ficou irritado, virando o rosto para o lado, não querendo falar com as duas.

Noemi apoiou as mãos atrás de si, se inclinando para frente, se aproximando de Lorenzo, que estava ao seu lado.

— Viviane, você finalmente voltou, né? — A voz de Noemi estava cheia de sarcasmo.

Lorenzo nem sequer olhou para Viviane, apenas deu a ordem:

— A roupa da Noemi está suja, vá até o closet e pegue algumas roupas novas para ela.

Nos olhos dele, na sua mente, só havia Noemi.

Viviane ignorou o que Lorenzo disse e subiu as escadas de mãos dadas com Nina.

Ele havia prometido no casamento cuidar de Viviane por toda a vida, e fez Viviane acreditar que a amava.

...

Depois do nascimento de Léo e Nina, eles passaram a dormir em quartos separados. E a sua sogra também a aconselhou a ser compreensiva. Ela deveria cuidar das crianças, comer e dormir com elas, sem atrapalhar o ritmo de vida de Lorenzo.

Um dia, quando ela levou uma sopa de pêra com flor de lótus para Lorenzo, ela ouviu ele falando com alguém pelo fone de ouvido: "Já estamos dormindo em quartos separados, como eu vou saber se ela ronca?"

Viviane ouviu o som de uma risada alegre de Noemi vindo do fone.

Ela colocou a sopa de pêra com flor de lótus em cima da mesa e saiu silenciosamente do quarto.

"Ela é muito pegajosa, você não acha que às vezes ela é bem irritante?"

Outra frase, vinda dos fones de ouvido, perfurou o tímpano de Viviane.

Desde aquele dia, Viviane focou completamente em seus filhos.

...

Quando a silhueta de Viviane desapareceu no segundo andar, Noemi finalmente falou:

— A Viviane... Parece que não está muito feliz, ela ainda está brava comigo, né?

Lorenzo estava aplicando o remédio em Noemi com seriedade. Ao ouvir a pergunta, ele respondeu:

— Não precisa se preocupar com ela.

Ele sabia muito bem. Viviane, com Nina, voltaria para a casa dos pais, mas não aguentaria nem 24 horas.

Depois que Noemi fosse embora, Viviane voltaria a se humilhar, tentando agradar ele.

Léo, que estava ao lado, fazia cara feia e resmungava:

— Tudo culpa da Nina. Se não fosse ela me impedindo, eu teria protegido a Noemi!

Noemi estendeu os braços e puxou Léo para um abraço.

— O Léo ainda está crescendo, mas para mim, você e seu pai são dois homens muito fortes e incríveis.

Capaz de se igualar a Lorenzo, Léo mordeu os lábios, e um sorriso brilhou em seus olhos.

Ele olhou para Lorenzo com admiração.

Pouco tempo depois, Viviane e Nina desceram.

Viviane carregava uma mala de 28 polegadas, enquanto Nina ajudava a levantar a roda traseira da mala.

Nina sempre foi forte, mas, para garantir o desenvolvimento saudável da filha, Viviane nunca a deixava carregar coisas mais pesadas do que seu próprio peso.

No ombro de Nina, estava uma mochilinha escolar, e com uma das mãos ela segurava um ursinho de pelúcia.

Noemi, surpresa, exclamou:

— Viviane, você está levando uma mala tão grande. Para onde vai?

Lorenzo olhou para a mala nas mãos de Viviane, e seus olhos profundos já estavam cobertos por uma camada de gelo.

— O que você está aprontando agora? — Perguntou ele.

Viviane, ofegante, colocou a mala no chão.

Com dificuldade, ela tirou a aliança de casamento e a colocou sobre a mesa de café, bem na frente de Lorenzo.

Ela olhou os dedos longos e esculpidos de Lorenzo, brancos e suaves.

Depois de sete anos de casamento, Lorenzo nunca usou a aliança.

Com o passar dos anos, Viviane engordou, e o anel agora deixava uma marca inapagável em seu dedo anular.

Lorenzo levantou a sobrancelha com frieza, e seu suspiro poderia congelar o ar ao redor.

— Viviane, chega!

Era sempre a mesma história: voltando para a casa dos pais e tirando a aliança.

Comportamento tão infantil!

O olhar de Viviane se fixou no pulso de Lorenzo, e então ela deslizou os olhos até o pulso de Noemi.

— Vocês já estão usando relógios de casal? — Ela deu uma risada, dizendo isso.

Foi então que Lorenzo olhou para o pulso de Noemi. Ela estava usando o mesmo modelo de relógio feminino que ele.

— Viviane, o relógio que eu e o Lorenzo estamos usando é de casal, mas o significado para a gente é diferente. Esses são os relógios dos amigos! — Noemi resmungou, com uma expressão desafiadora. — Eu e o Lorenzo crescemos juntos, como se fôssemos da mesma família. Então, qual o problema de usar o mesmo modelo de relógio?

— Ah, verdade. — Noemi de repente se lembrou de algo. Ela pegou uma caixinha quadrada da sua mochila de esportes. — O Lorenzo sabia que você estava de mal humor, então ele me pediu para escolher um presente para você. Viviane, aceite o presente, e vamos deixar o incidente no jantar de aniversário para trás, ok?

Noemi abriu a caixa de veludo, mostrando a Viviane um colar de trevo de quatro folhas, de acabamento simples e grosseiro.

Ela inclinou a cabeça, com uma expressão inofensiva, e fez questão de mostrar a Viviane que estava usando um colar igualzinho, só que o dela era um modelo caro e refinado.

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