De Volta ao Dia do Acidente Aéreo, Farei Meu Noivo Salvar a Seu Primeiro Amor

Quando percebi que estava revivendo, o avião já começava a balançar.

Ao lado, os membros da tripulação estavam distribuindo os paraquedas. Quando chegaram a mim e a Daniela, perceberam que um estava com defeito.

Depois de algumas hesitações, Miguel decidiu me entregar o último paraquedas.

— Helena, este paraquedas é para você.

Ao ver Miguel, com uma expressão angustiada, me entregando o último paraquedas, dei um passo para trás, recusando e dizendo:

— Não precisa. Miguel, salve a Daniela primeiro.

Desta vez, eu não queria carregar a responsabilidade de outra vida, queria viver para mim mesma!

Miguel, ao ouvir minhas palavras, imediatamente respirou aliviado.

Ele me olhou profundamente, e, em seguida, até suas sobrancelhas, que estavam sempre franzidas, se suavizaram, com um tom de alegria em sua voz.

Ele imediatamente puxou Daniela para perto de si e colocou o último paraquedas nas costas dela.

— Helena, você é minha noiva. Eu deveria salvar você em primeiro lugar, mas, já que você me pediu para salvar a Daniela primeiro, não vou falhar com sua solicitação!

Após dizer isso, ele imediatamente puxou Daniela e saltou com ela pela porta do avião.

Ele nem sequer me deu um último olhar, como se tivesse medo de que eu fosse mudar de ideia.

Era realmente engraçado. Ele achava que todo mundo era como ele?

Foi uma escolha dele, mas depois de sermos salvos, ele começou a se arrepender.

Ele fez isso na vida passada também: deu o último paraquedas para mim, e, depois que saltei, ele gentilmente ficou ao meu lado, deixando Daniela sozinha no avião.

Porém, mesmo após aterrissarmos em segurança, ele imediatamente entrou em contato com a equipe de resgate para procurar por ela.

Mas, a essa altitude de milhares de metros, com o avião caindo, não havia qualquer possibilidade de Daniela sobreviver.

Quando soube da morte de Daniela, Miguel não teve qualquer reação, nem mesmo quando estava diante de mim. Ele apenas disse, de forma indiferente:

— Ela era uma pessoa sem importância.

Ele sequer hesitou em cuidar de todos os assuntos relacionados a Daniela enquanto eu estava triste.

A única coisa que pediu foi, com algum pesar, para que ela não fosse enterrada sozinha, e como havia um espaço no cemitério da família Castro, poderia enterrá-la lá.

Eu, claro, aceitei de bom grado e ainda perguntei se ele queria adiar o nosso casamento.

Mas o que ele me disse?

Ele segurou minha mão e, com um olhar cheio de carinho, me disse:

— Helena, casar com você é o único desejo da minha vida. Você não vai querer adiar nosso casamento por causa de uma estranha sem importância, vai?

Só mais tarde, descobri que foi justamente por causa dessa estranha sem importância que ele queria me casar rapidamente, para me torturar! Ele queria que eu passasse a vida inteira pagando caro por meus pecados.

Mas, aquela escolha inicial, foi algo que eu o forcei a fazer?

Eu o obriguei a me escolher?

Não.

Então, qual a relação entre a morte dela e eu?

Nada.

Portanto, nesta vida, eu decidi dar a chance de sobrevivência à pessoa que ele mais amava, e ele deveria me agradecer por isso.