Quando o Amor Se Apaga
Juliana Dias
Na véspera do casamento, meu noivo, Mário Ferreira, professor de história, celebrou uma cerimônia tradicional na Vila do Antigo com sua amada Beatriz Almeida, que estava com câncer.
Sob o céu estrelado, ele a abraçou e sorriu com ternura:
— Segundo os antigos, quem se casa primeiro é a esposa legítima. Mesmo que eu já tenha oficializado minha união com Celeste, ela não passa de uma simples concubina.
Entre as bênçãos dos presentes, eles brindaram e consumaram a união.
Testemunhei tudo isso sem chorar nem fazer escândalo, e silenciosamente marquei uma consulta para interromper minha gravidez.
Amei Mário por quinze anos, dos quinze aos trinta.
Mas, no coração dele, sempre houve espaço apenas para minha meia-irmã Beatriz.
Se era assim, eu o deixaria partir.
Mais tarde, me juntei a uma equipe isolada de exploração geológica na Antártica, deixando para Mário apenas um pedido de divórcio e um presente de despedida.
Mas, por alguma razão, aquele homem que sempre me desprezou parecia ter envelhecido da noite para o dia.
5 DibacaCompleted