O céu, antes cristalino, foi escurecendo aos poucos até a noite engolir tudo ao redor. Dentro do carro, um silêncio pesado dominava o ambiente, quase evidente.Margarida ocupava o banco do passageiro, ao lado de Vicente, deixando para trás a mansão da família Carvalho. A luz fria da lua invadia a janela, criando um brilho prateado que envolvia Vicente, destacando ainda mais sua figura imponente e distante.Na presença dele, Margarida não conseguia mostrar nem sombra da rebeldia de antes. Momentos atrás, na casa da família Carvalho, tinha se mostrado toda espinhosa, mas agora, recolhida em si, mantinha a cabeça baixa, arriscando apenas olhares furtivos em sua direção.— Sr. Vicente, muito obrigada. — Murmurou ela, quebrando o silêncio.Mais cedo, no calor da discussão, Margarida tinha chamado Vicente apenas pelo nome na frente de todos, mas agora, mais calma, percebia sua imprudência. Vicente era uma figura importante, além de ser seis anos mais velho que ela, assim como Augusto. Como
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