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All Chapters of A Amante que Virou Cunhada: Chapter 1 - Chapter 10

30 Chapters

Capítulo 1

— Srta. Margarida, sua família ainda não atendeu o telefone? — Perguntou a enfermeira, já em sua enésima indagação.Margarida estava sentada na pequena cama da sala de atendimento, ouvindo aquela pergunta repetida diversas vezes, enquanto o celular que ela havia ligado permanecia mudo, como se afundasse no silêncio. Sob a luz opaca da lâmpada, seus traços delicados e sua postura frágil se evidenciavam. Mesmo com os dedos levemente pálidos ao segurar o aparelho, havia nela um charme etéreo, algo tão bonito que parecia acima do mundano.Mesmo vestindo apenas uma simples blusa branca e calça preta, ela emanava uma beleza encantadora, quase sobrenatural, que suavizava até mesmo o tom apressado da enfermeira.— Srta. Margarida, seu tornozelo apresentou uma lesão grave nos tecidos moles. Se você for para casa sozinha, corre o risco de agravar a situação. É melhor que alguém venha te buscar para podermos autorizar sua alta. — Explicou a enfermeira, com voz carregada de preocupação.Margarida
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Capítulo 2

Claramente, Augusto havia acabado de retornar do Hotel Luar e agora se encontrava no pequeno quarto de Margarida. Ainda usando seu elegante terno branco, que exalava uma aura de sofisticação, ele se destacava à distância com sua postura impecável, o semblante terno e a aparência de um personagem saído de uma pintura. Assim como há treze anos, bastava um olhar para que Margarida se perdesse nele.Entretanto, pela primeira vez, Margarida sentiu estranheza ao olhar para o homem que estava ao seu lado dia e noite por tanto tempo. Ao erguer o olhar, Augusto percebeu a aparência desleixada de Margarida, com o pé machucado, e franziu levemente a testa.— Como é que você se machucou assim? — Perguntou Augusto, o tom de sua voz, suave e repleto de uma preocupação sutil, fazendo parecer que nada havia mudado desde os velhos tempos.Apertando a maçaneta com mais força, Margarida permaneceu imóvel antes de responder, num tom contido:— Hoje, fui ajudar no museu de artes e acabei me envolvendo em
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Capítulo 3

Quando Margarida desceu as escadas, notou que havia várias pessoas reunidas na sala de estar. No meio de todos, estava uma figura muito familiar. Alguém que ela só tinha visto pela televisão no dia passado.— Margarida, por que demorou tanto? — Luísa se levantou do sofá num rompante e a puxou para perto, sem muita delicadeza, lhe lançando um olhar de leve reprovação. — Eu mandei a empregada te chamar faz tempo... Aconteceu o quê? Ficou dormindo demais? Sua futura cunhada está aqui embaixo esperando você há um tempão!A futura cunhada a que Luísa se referia era ninguém menos do que Leonor Almeida, a noiva recém-anunciada de Augusto e a filha da família Almeida. Talvez porque estivessem vivendo dias de intenso romance, até naquele momento Leonor continuava usando o sapato de cristal que Augusto lhe havia dado publicamente no dia anterior. Visto de longe, ela parecia um cisne nobre. Mas, graças ao rosto doce e aos olhos grandes e arredondados, ainda tinha um ar de menina, quase infantil
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Capítulo 4

Augusto e Leonor haviam oficializado o namoro apenas no dia anterior, e agora o símbolo do compromisso deles já tinha desaparecido. Era, sem dúvida, um tremendo problema.Mas Margarida jamais poderia imaginar que isso teria algo a ver com ela.Suportando a dor latejante na perna, ela seguiu Luísa escada abaixo.Na ampla sala de estar, Leonor já havia retornado do jardim e chorava desconsoladamente pela perda do seu precioso sapato de cristal, enquanto Augusto a envolvia num abraço protetor, tentando acalmá-la com palavras sussurradas. No entanto, assim que ele avistou Margarida, toda a doçura em seu olhar desapareceu num piscar de olhos, dando lugar a uma frieza cortante.— Cadê os sapatos? — Disparou Augusto diretamente, sem hesitação, já tomando partido de Leonor, as sobrancelhas franzidas em acusação.Margarida contraiu os lábios e lançou um olhar rápido para Leonor, que a encarava com um brilho de malícia mal disfarçado nos olhos marejados. Com a voz firme e articulando cada sílab
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Capítulo 5

Treze anos se passaram desde que Margarida conheceu Augusto, quando ela tinha apenas oito anos. Durante todo esse tempo, não importava a situação, Augusto sempre acreditou nela incondicionalmente, permanecendo ao seu lado.Mas agora, aquela farsa descarada de Leonor era tão grosseira e mal executada que causava constrangimento a qualquer um que presenciasse a cena.Talvez Luísa não percebesse as entrelinhas daquela drama, mas Margarida não conseguia acreditar que Augusto não tivesse notado algo errado naquela história toda. No entanto, Augusto apenas encarava Margarida com uma intensidade perturbadora. Após um silêncio que pareceu durar uma eternidade, ele recuou alguns passos e se posicionou ao lado de Leonor, entrelaçando seus dedos nos dela num gesto que atravessou Margarida como uma lâmina afiada.— Margarida, vou dizer pela última vez. — Declarou ele. — Devolva os sapatos e peça desculpas à Leonor.A convicção na voz de Augusto deixou claro que ele acreditava plenamente na versão
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Capítulo 6

— Vem cá. — Disse Vicente.Ele permanecia imóvel à entrada da mansão da família Carvalho. Ao ouvir as palavras de Margarida, seus olhos negros e profundos como poços de mistério vacilaram por um instante quase imperceptível, mas ele concordou sem demonstrar qualquer emoção.Com aquela simples frase, o ambiente antes sufocado pelo silêncio começou a vibrar com uma tensão evidente. O coração de Margarida, que até então batia inquieto como um pássaro preso, finalmente encontrou paz, como se voltasse ao abrigo seguro de seu ninho após uma tempestade.No momento seguinte, ela se moveu em direção a Vicente, pronta para deixar aquele lugar que tanto a oprimia.Mas naquele exato instante, Augusto avançou com passos firmes, bloqueando o caminho como uma barreira intransponível.— Peraí! Vicente, você veio na minha casa hoje porque a Margarida reclamou com você, né?Vicente se deteve, estreitando levemente os olhos. Sua expressão pairava indefinível entre a serenidade calculada e uma concordânci
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Capítulo 7

O céu, antes cristalino, foi escurecendo aos poucos até a noite engolir tudo ao redor. Dentro do carro, um silêncio pesado dominava o ambiente, quase evidente.Margarida ocupava o banco do passageiro, ao lado de Vicente, deixando para trás a mansão da família Carvalho. A luz fria da lua invadia a janela, criando um brilho prateado que envolvia Vicente, destacando ainda mais sua figura imponente e distante.Na presença dele, Margarida não conseguia mostrar nem sombra da rebeldia de antes. Momentos atrás, na casa da família Carvalho, tinha se mostrado toda espinhosa, mas agora, recolhida em si, mantinha a cabeça baixa, arriscando apenas olhares furtivos em sua direção.— Sr. Vicente, muito obrigada. — Murmurou ela, quebrando o silêncio.Mais cedo, no calor da discussão, Margarida tinha chamado Vicente apenas pelo nome na frente de todos, mas agora, mais calma, percebia sua imprudência. Vicente era uma figura importante, além de ser seis anos mais velho que ela, assim como Augusto. Como
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Capítulo 8

Margarida ainda era uma criança de oito anos quando conheceu tanto Augusto quanto Vicente.Naquela época, Vicente nem de longe lembrava a figura imponente e quase intocável que se tornara hoje em dia.Aos quinze anos, Vicente já carregava nas costas o peso de ser o primogênito legítimo da família Almeida, mas seu retorno após sete anos desaparecido depois de um sequestro o jogou numa família que mal conseguia reconhecer. O rapaz, naqueles tempos, encarava uma situação difícil demais.Num fim de tarde, enquanto Margarida se escondia na beira do rio para brincar com seus bonequinhos de barro, acabou flagrando Vicente sendo maltratado pelo meio-irmão. O moleque, rodeado pela sua patota, fazia questão de humilhar o rapaz. Num gesto de pura maldade, arrancou um pingente de jade do pescoço de Vicente e o arremessou longe na água, antes de se mandar todo pomposo, após encher o coitado de pancada até o deixar todo roxo.Mal se aguentando nas próprias pernas, Vicente se arrastou até o rio e ent
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Capítulo 9

Na calada da noite, a luz prateada da lua deslizava por entre as árvores, envolvendo tudo ao redor com seu toque suave.Vicente já havia retornado à sede do Grupo Almeida. Ao entrar na sala de reuniões, notou que todos tinham ido embora. Restava apenas Lorenzo Frota, esparramado numa cadeira com aquele jeito descontraído de sempre, entretido num jogo no celular.Ao perceber Vicente, Lorenzo fechou o aplicativo e o encarou com um sorrisinho de canto.— Até que enfim apareceu! Que história é essa de sumir no meio duma reunião internacional? Se não fosse por mim, o contrato milionário tinha ido por água abaixo! Fala logo que urgência foi essa.Lorenzo conhecia Vicente há anos e nunca tinha visto o amigo abandonar o trabalho daquele jeito.Vicente desabou na cadeira principal, esfregando a testa, e respondeu sem pressa:— Margarida está numa roubada. O Augusto vai casar com a Leonor, que descobriu o caso dos dois. Hoje ela foi até a casa da família Carvalho e, usando um par de sapatos como
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Capítulo 10

O gerente parecia ter desbloqueado toda a empolgação que guardava na língua. Tagarelava sem parar: — Srta. Margarida, o nosso Sr. Vicente pode dar a impressão de ser frio por fora, mas, por dentro, ele tem um coração que ferve. Se um dia decidir se casar, aposto que vai tratar a esposa com tanto cuidado que ninguém se atreveria a encostar num fio de cabelo dela. Quer um exemplo? Aquela Leonor, que anda sempre emburrada, muda rapidinho de atitude quando o Sr. Vicente está por perto. Além disso, se alguém for esposa dele, também vai virar cunhada do Augusto. Se tiver alguma bronca com esse rapaz, vai poder se vingar sem que ele possa fazer muito. Mesmo Augusto tendo certa importância em Santarino, mas nem se comparava com Vicente.Com Vicente dando cobertura, sua posição iria disparar. Se sobrasse alguma conta para acertar com a Leonor e o Augusto, Margarida ainda teria a chance de resolver tudo à sua maneira. Isso poderia fazer eles pagarem por cada coisinha que andavam fazendo.Só de
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