Dalila, a amiga de infância do Valentim, mais uma vez sentou no banco da frente.Não reclamei, nem fiz drama. Só virei e abri a porta de trás.Mas travei por um instante.Não esperava que o Guilherme, sempre tão ocupado, fosse mesmo nessa viagem curta.Me recuperei rápido, lancei um aceno discreto.Ele usava óculos e tinha um ar meio cansado.Levantou as pálpebras, me olhou, retribuiu o aceno e voltou a fechar os olhos.Enquanto colocava o cinto, Dalila virou pra trás e arqueou a sobrancelha, provocando:— Clarice, fico enjoada no carro, vou na frente, tá?Valentim também virou pra mim:— A Dali passa mal, seja compreensiva. Não precisa fazer tempestade por coisa pequena.Soltei uma risadinha:— Tudo bem.Valentim pareceu surpreso, mas não insistiu.Dalila já tinha enfiado um pedaço de pão mordido direto na boca dele.— Val, tá ruim... come você.Ele nem piscou, comeu o pão com a maior naturalidade.Pelo retrovisor, Dalila me lançou um olhar e mostrou a língua, rindo.Ignorei ela. Pegu
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