Lahat ng Kabanata ng Claridade de Inverno: Kabanata 1 - Kabanata 10

15 Kabanata

Capítulo 1

Dalila, a amiga de infância do Valentim, mais uma vez sentou no banco da frente.Não reclamei, nem fiz drama. Só virei e abri a porta de trás.Mas travei por um instante.Não esperava que o Guilherme, sempre tão ocupado, fosse mesmo nessa viagem curta.Me recuperei rápido, lancei um aceno discreto.Ele usava óculos e tinha um ar meio cansado.Levantou as pálpebras, me olhou, retribuiu o aceno e voltou a fechar os olhos.Enquanto colocava o cinto, Dalila virou pra trás e arqueou a sobrancelha, provocando:— Clarice, fico enjoada no carro, vou na frente, tá?Valentim também virou pra mim:— A Dali passa mal, seja compreensiva. Não precisa fazer tempestade por coisa pequena.Soltei uma risadinha:— Tudo bem.Valentim pareceu surpreso, mas não insistiu.Dalila já tinha enfiado um pedaço de pão mordido direto na boca dele.— Val, tá ruim... come você.Ele nem piscou, comeu o pão com a maior naturalidade.Pelo retrovisor, Dalila me lançou um olhar e mostrou a língua, rindo.Ignorei ela. Pegu
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Capítulo 2

Comecei a sentir um calor estranho, engoli em seco.Peguei de novo a garrafinha.A água gelada desceu pela garganta, apagando o fogo, a confusão — e me trouxe de volta.Guilherme também não afastou a perna.Ficou assim mesmo. Deixando que eu encostasse.Meu coração parou por uns segundos.Depois, começou a acelerar como louco, fora de controle.Mas, de repente, o carro virou bruscamente.Dalila deu um gritinho no banco da frente:— Quase morri de susto, Val!Ela levou a mão ao peito, teatral.Logo depois, soltou um elogio com voz doce:— Mas, Val... tua reação foi incrível agora!— Se não fosse o volante que você virou, aquela pedra tinha acertado a gente em cheio.Valentim riu todo convencido:— E aí? Val manda bem ou não manda?Dalila se inclinou e deu um beijo nele:— Val é o melhor, merece um beijinho!— Para com isso — Disse ele, lembrando que eu estava ali atrás.Fez uma cara séria e lançou um olhar de censura pra ela:— Já tá grandinha, né? Fica nessa palhaçada... a Clarice tá v
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Capítulo 3

Não importa o quanto eu fosse jovem, bonita, com um corpo perfeito.Pros olhos dele... eu não passava de carne. Igual a qualquer outra.Mesmo assim, no momento em que ele começou o exame...Fechei os olhos com força, o rosto queimando de vergonha.Quando fui embora, não sei se era impressão minha...Ou se o aquecedor tava forte demais.Mas achei que as orelhas do Guilherme... também estavam meio vermelhas.— Val, para no próximo posto? Quero ir ao banheiro. A voz da Dalila me arrancou dos pensamentos.Mordi de leve o lábio, tentando afastar a perna.Mas os dedos do Guilherme apertaram ainda mais.Abaixei os cílios, longos, pesados.Fiquei imóvel.O carro parou.Dalila, no mesmo instante, puxou o Valentim pra ir com ela. Claro.Valentim olhou pra trás, hesitando.Mas então Guilherme falou, com a voz baixa e firme:— Ela tá dormindo.Valentim pareceu aliviado na hora.— Valeu, mano. Vou só rapidinho com a Dali.— Uhum. — Respondeu Guilherme.Portas abrindo. Portas fechando. Risadas fic
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Capítulo 4

Um zumbido soou no meu ouvido. O corpo, ainda mole do beijo, agora fervia por dentro.Eu não conseguia acreditar…Que aquelas palavras tinham mesmo saído da boca do Guilherme.Minhas orelhas deviam estar em chamas.A nuca, quente como brasa.Tentei empurrá-lo, levantar a mão.Mas ele inclinou a cabeça, e um beijo leve pousou bem no meu lóbulo.— Eles tão voltando. — Sussurrou.Levei um susto.Olhei pra fora e vi Valentim e Dalila voltando, rindo.Afastei Guilherme num pulo e voltei rápido pro meu lugar.Puxei a manta e me enrolei toda, fingindo que ainda dormia.Fechei os olhos, mas os lábios… ainda ardiam.Peguei o espelhinho.O batom borrado, a boca inchada — impossível disfarçar.Fitei o Guilherme com raiva:— A culpa é sua! Minha boca tá destruída!Ele se recostou com calma, limpando os óculos com todo o tempo do mundo.Levantou os olhos, me olhou… e então apontou discretamente pra parte inferior do corpo.— E eu, reclamo com quem?Segui o olhar.Arregalei os olhos na hora.— Você…
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Capítulo 5

Mesmo a família Leal não passava de figurante diante dos Novaes.Ela só podia engolir o orgulho, mas ainda assim me lançou um olhar fulminante pelo retrovisor, morrendo de raiva.Eu sabia, mais uma vez, a culpa tinha sido jogada nas minhas costas.No restante do caminho, Dalila ficou calada.Só voltou à ativa quando chegamos no resort das águas termais. Grudou no Valentim, cheia de dengo, querendo dividir a suíte com ele.— Val... eu nunca dormi sozinha à noite. Tô com tanto medo... É uma suíte, tem dois quartos separados. A Clarice nem vai se importar, né?Dalila balançava o braço dele, manhosa.Valentim olhou pra mim com aquela cara de “me ajuda”, meio sem saída.Eu só dei um sorrisinho leve.— Então eu troco com ela. Gosto mais do quarto com vista pro jardim.Valentim ficou meio sem graça, tentou me consolar em voz baixa:— Clarice, hoje é o aniversário da Dali... vamos dar esse presente pra ela, vai. Prometo que na próxima, eu te levo pra viajar só nós dois. Pra compensar. Pode ser
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Capítulo 6

Valentim franziu levemente a testa, mas o olhar não se desgrudava de mim.— E você quer o quê, então?— Vai lá trocar de roupa. — Disse ele, enquanto segurava meu braço e me puxava pra um canto mais reservado.Só então falou mais baixo:— Clarice, você é dois anos mais velha que a Dali... cede pra ela.Empurrei a mão dele e soltei um sorriso leve.— E se eu disser que não quero?Ele se surpreendeu por um instante, depois riu baixo, com desdém:— Desde quando você tem moral pra me dizer que não quer?— Mas eu não quero mesmo assim.— Não quer? Então vamos terminar.O rosto bonito e sempre cheio de orgulho dele começou a endurecer, carregado de raiva e desprezo.Parecia ele certo de que eu ia tremer com a ameaça, que eu nunca teria coragem.— Então vamos. — Falei, empurrando sua mão. — Como você quiser.Valentim riu de repente.Mas foi um riso frio, cheio de sarcasmo:— Beleza. Dei moral demais pra você. Agora some da minha frente.Não falei nada.Só me virei, abri a porta e saí com pass
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Capítulo 7

— Você já beijou outra mulher? — Perguntei.Ele virou o rosto, colou os lábios nos meus. A respiração descompassada, a voz rouca:— Nunca.— E… nunca transou com ninguém?Guilherme segurou meu rosto com as duas mãos. O polegar passou devagar no canto da minha boca, limpando um restinho.— Nunca.Ele era alto. Mesmo de salto, eu mal alcançava o queixo dele.Minhas mãos, que antes estavam enfiadas nos cabelos dele, deslizaram devagar pela nuca até o colarinho aberto da camisa.Quando toquei o pomo de adão com a ponta dos dedos, o corpo dele reagiu como se tivesse sido incendiado.Aquele movimento brusco da garganta, o calor da palma dele contra meu rosto...Toda a confusão dentro de mim, todos os sentimentos empilhados — tudo buscando uma saída.Eu queria me perder.Fechei os olhos. Beijei devagar o ponto exato onde a pele pulsava.Os dedos dele mergulharam no meu cabelo, me puxando pra mais perto, colando nossos corpos.A respiração dele desandou de vez, mas mesmo assim ele se segurava.
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Capítulo 8

Ele afastou meu cabelo molhado da testa e entrelaçou os dedos nos meus.A respiração estava quente, irregular. A voz, rouca e baixa:— Vamos pro quarto... Aqui não. Não vai ser bom pra você.Com roupa, o Dr. Guilherme parecia magro.Nunca imaginei que, por baixo da camisa, ele teria um corpo assim.Gominhos definidos. Seco, forte na medida certa.Fiquei pensando: com o tanto que ele trabalha, como arruma tempo pra malhar?Mas, sinceramente? Melhor pra mim.Passei um bom tempo explorando cada centímetro.— Tá gostando? — Perguntou no meio dos beijos, com aquele sorriso enviesado.Claro que sim. Quem é que não gosta de homem com abdômen trincado?— Óbvio que sim. — E ainda passei a mão de novo, só pra garantir.— Então é tudo seu.Não respondi.Ele tava tão entregue, tão fora de si.Na época da faculdade, um cara como o Guilherme era tipo sonho inalcançável.Eu até tive umas fantasias, sim. Mas eram coisa de adolescente boba, que guardava segredo até de si mesma.E agora...A lua tava n
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Capítulo 9

"Quando tudo isso acabar, eu te mando mensagem. Fica bem, tá?"Fiquei olhando aquele bilhete, meio sem reação.E o primeiro pensamento que me veio à cabeça foi, isso parecia aquelas desculpas prontas que homem usava pra sumir.Talvez Guilherme só tenha visto tudo aquilo como uma aventura de uma noite.Mesmo assim, não consegui me segurar. Peguei o celular e fui procurar.A manchete do momento era sobre um grave acidente em cadeia.Os feridos tinham sido levados justamente pro hospital onde Guilherme trabalhava.Ele não mentiu.Ele disse que ia entrar em contato depois.Mas... por quê?O que ele quer dizer? E eu... o que eu vou fazer?Minha cabeça virou um nó só.Nem eu sabia o que queria.Mas tinha uma coisa clara: eu não queria mais ficar ali.Levantei, fui direto pro banho, e comecei a arrumar minhas coisas pra ir embora.Só que, ao sair do chalé e passar pela beira do lago, dei de cara com Valentim e Dalila, junto com outras pessoas.Desviei o olhar e tentei dar meia-volta.Mas Dali
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Capítulo 10

Os olhos de Valentim se arregalaram de repente. Apontou pro meu pescoço e levantou a voz:— Que porra é essa no teu pescoço?Olhei pra ele, toquei de leve a marca:— Deve ter sido mosquito.— Clarice! Vai enganar quem com essa?— Ué, o que mais podia ser? E mesmo que fosse o que você tá pensando... e daí? Amizade entre homem e mulher existe. E se rolou uns beijos, foi só porque a amizade é forte demais.Virei o rosto pra Dalila:— Não é, Srta. Dalila?O rosto dela ficou todo vermelho. Quase tremendo, mas não disse uma palavra.Ficou agarrada no Valentim com aquela carinha de coitada prestes a chorar.Mas ele nem olhou pra ela.Só mantinha o olhar cravado no meu pescoço.— Clarice, com que desgraçado você saiu ontem à noite? É melhor me contar direitinho.— Vai lá, investiga você mesmo, já que tá tão curioso.Dei um sorrisinho, levantei a sobrancelha:— Dá licença? Quero ir descansar.Talvez o que mais tenha doído naquele herdeiro mimado dos Leal... foi a minha calma.A cara dele fechou
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