Comecei a sentir um calor estranho, engoli em seco.Peguei de novo a garrafinha.A água gelada desceu pela garganta, apagando o fogo, a confusão — e me trouxe de volta.Guilherme também não afastou a perna.Ficou assim mesmo. Deixando que eu encostasse.Meu coração parou por uns segundos.Depois, começou a acelerar como louco, fora de controle.Mas, de repente, o carro virou bruscamente.Dalila deu um gritinho no banco da frente:— Quase morri de susto, Val!Ela levou a mão ao peito, teatral.Logo depois, soltou um elogio com voz doce:— Mas, Val... tua reação foi incrível agora!— Se não fosse o volante que você virou, aquela pedra tinha acertado a gente em cheio.Valentim riu todo convencido:— E aí? Val manda bem ou não manda?Dalila se inclinou e deu um beijo nele:— Val é o melhor, merece um beijinho!— Para com isso — Disse ele, lembrando que eu estava ali atrás.Fez uma cara séria e lançou um olhar de censura pra ela:— Já tá grandinha, né? Fica nessa palhaçada... a Clarice tá v
Não importa o quanto eu fosse jovem, bonita, com um corpo perfeito.Pros olhos dele... eu não passava de carne. Igual a qualquer outra.Mesmo assim, no momento em que ele começou o exame...Fechei os olhos com força, o rosto queimando de vergonha.Quando fui embora, não sei se era impressão minha...Ou se o aquecedor tava forte demais.Mas achei que as orelhas do Guilherme... também estavam meio vermelhas.— Val, para no próximo posto? Quero ir ao banheiro. A voz da Dalila me arrancou dos pensamentos.Mordi de leve o lábio, tentando afastar a perna.Mas os dedos do Guilherme apertaram ainda mais.Abaixei os cílios, longos, pesados.Fiquei imóvel.O carro parou.Dalila, no mesmo instante, puxou o Valentim pra ir com ela. Claro.Valentim olhou pra trás, hesitando.Mas então Guilherme falou, com a voz baixa e firme:— Ela tá dormindo.Valentim pareceu aliviado na hora.— Valeu, mano. Vou só rapidinho com a Dali.— Uhum. — Respondeu Guilherme.Portas abrindo. Portas fechando. Risadas fic
Um zumbido soou no meu ouvido. O corpo, ainda mole do beijo, agora fervia por dentro.Eu não conseguia acreditar…Que aquelas palavras tinham mesmo saído da boca do Guilherme.Minhas orelhas deviam estar em chamas.A nuca, quente como brasa.Tentei empurrá-lo, levantar a mão.Mas ele inclinou a cabeça, e um beijo leve pousou bem no meu lóbulo.— Eles tão voltando. — Sussurrou.Levei um susto.Olhei pra fora e vi Valentim e Dalila voltando, rindo.Afastei Guilherme num pulo e voltei rápido pro meu lugar.Puxei a manta e me enrolei toda, fingindo que ainda dormia.Fechei os olhos, mas os lábios… ainda ardiam.Peguei o espelhinho.O batom borrado, a boca inchada — impossível disfarçar.Fitei o Guilherme com raiva:— A culpa é sua! Minha boca tá destruída!Ele se recostou com calma, limpando os óculos com todo o tempo do mundo.Levantou os olhos, me olhou… e então apontou discretamente pra parte inferior do corpo.— E eu, reclamo com quem?Segui o olhar.Arregalei os olhos na hora.— Você…
Mesmo a família Leal não passava de figurante diante dos Novaes.Ela só podia engolir o orgulho, mas ainda assim me lançou um olhar fulminante pelo retrovisor, morrendo de raiva.Eu sabia, mais uma vez, a culpa tinha sido jogada nas minhas costas.No restante do caminho, Dalila ficou calada.Só voltou à ativa quando chegamos no resort das águas termais. Grudou no Valentim, cheia de dengo, querendo dividir a suíte com ele.— Val... eu nunca dormi sozinha à noite. Tô com tanto medo... É uma suíte, tem dois quartos separados. A Clarice nem vai se importar, né?Dalila balançava o braço dele, manhosa.Valentim olhou pra mim com aquela cara de “me ajuda”, meio sem saída.Eu só dei um sorrisinho leve.— Então eu troco com ela. Gosto mais do quarto com vista pro jardim.Valentim ficou meio sem graça, tentou me consolar em voz baixa:— Clarice, hoje é o aniversário da Dali... vamos dar esse presente pra ela, vai. Prometo que na próxima, eu te levo pra viajar só nós dois. Pra compensar. Pode ser
Valentim franziu levemente a testa, mas o olhar não se desgrudava de mim.— E você quer o quê, então?— Vai lá trocar de roupa. — Disse ele, enquanto segurava meu braço e me puxava pra um canto mais reservado.Só então falou mais baixo:— Clarice, você é dois anos mais velha que a Dali... cede pra ela.Empurrei a mão dele e soltei um sorriso leve.— E se eu disser que não quero?Ele se surpreendeu por um instante, depois riu baixo, com desdém:— Desde quando você tem moral pra me dizer que não quer?— Mas eu não quero mesmo assim.— Não quer? Então vamos terminar.O rosto bonito e sempre cheio de orgulho dele começou a endurecer, carregado de raiva e desprezo.Parecia ele certo de que eu ia tremer com a ameaça, que eu nunca teria coragem.— Então vamos. — Falei, empurrando sua mão. — Como você quiser.Valentim riu de repente.Mas foi um riso frio, cheio de sarcasmo:— Beleza. Dei moral demais pra você. Agora some da minha frente.Não falei nada.Só me virei, abri a porta e saí com pass
— Você já beijou outra mulher? — Perguntei.Ele virou o rosto, colou os lábios nos meus. A respiração descompassada, a voz rouca:— Nunca.— E… nunca transou com ninguém?Guilherme segurou meu rosto com as duas mãos. O polegar passou devagar no canto da minha boca, limpando um restinho.— Nunca.Ele era alto. Mesmo de salto, eu mal alcançava o queixo dele.Minhas mãos, que antes estavam enfiadas nos cabelos dele, deslizaram devagar pela nuca até o colarinho aberto da camisa.Quando toquei o pomo de adão com a ponta dos dedos, o corpo dele reagiu como se tivesse sido incendiado.Aquele movimento brusco da garganta, o calor da palma dele contra meu rosto...Toda a confusão dentro de mim, todos os sentimentos empilhados — tudo buscando uma saída.Eu queria me perder.Fechei os olhos. Beijei devagar o ponto exato onde a pele pulsava.Os dedos dele mergulharam no meu cabelo, me puxando pra mais perto, colando nossos corpos.A respiração dele desandou de vez, mas mesmo assim ele se segurava.
Ele afastou meu cabelo molhado da testa e entrelaçou os dedos nos meus.A respiração estava quente, irregular. A voz, rouca e baixa:— Vamos pro quarto... Aqui não. Não vai ser bom pra você.Com roupa, o Dr. Guilherme parecia magro.Nunca imaginei que, por baixo da camisa, ele teria um corpo assim.Gominhos definidos. Seco, forte na medida certa.Fiquei pensando: com o tanto que ele trabalha, como arruma tempo pra malhar?Mas, sinceramente? Melhor pra mim.Passei um bom tempo explorando cada centímetro.— Tá gostando? — Perguntou no meio dos beijos, com aquele sorriso enviesado.Claro que sim. Quem é que não gosta de homem com abdômen trincado?— Óbvio que sim. — E ainda passei a mão de novo, só pra garantir.— Então é tudo seu.Não respondi.Ele tava tão entregue, tão fora de si.Na época da faculdade, um cara como o Guilherme era tipo sonho inalcançável.Eu até tive umas fantasias, sim. Mas eram coisa de adolescente boba, que guardava segredo até de si mesma.E agora...A lua tava n
"Quando tudo isso acabar, eu te mando mensagem. Fica bem, tá?"Fiquei olhando aquele bilhete, meio sem reação.E o primeiro pensamento que me veio à cabeça foi, isso parecia aquelas desculpas prontas que homem usava pra sumir.Talvez Guilherme só tenha visto tudo aquilo como uma aventura de uma noite.Mesmo assim, não consegui me segurar. Peguei o celular e fui procurar.A manchete do momento era sobre um grave acidente em cadeia.Os feridos tinham sido levados justamente pro hospital onde Guilherme trabalhava.Ele não mentiu.Ele disse que ia entrar em contato depois.Mas... por quê?O que ele quer dizer? E eu... o que eu vou fazer?Minha cabeça virou um nó só.Nem eu sabia o que queria.Mas tinha uma coisa clara: eu não queria mais ficar ali.Levantei, fui direto pro banho, e comecei a arrumar minhas coisas pra ir embora.Só que, ao sair do chalé e passar pela beira do lago, dei de cara com Valentim e Dalila, junto com outras pessoas.Desviei o olhar e tentei dar meia-volta.Mas Dali
— Naquele dia, eu tava usando uma camisa masculina. — Falei.As pupilas de Valentim se contraíram na hora. O rosto foi ficando vermelho, quase furioso.E eu continuei:— A camisa era dele. Passamos a noite inteira juntos. Bebemos, conversamos... e dormimos juntos também.— Clarice! — Ele rosnou.— Calma. — Inclinei a cabeça com um sorriso — Você e a Dalila também não fizeram o mesmo?— E olha que, na época, a gente ainda nem tinha terminado.— Isso é diferente! — Valentim explodiu. — Com a Dalila foi só diversão! Se eu gostasse dela, você acha que ainda teria espaço pra você?— Aí é que tá. — Sorri, firme — Porque eu não tô brincando. Eu gosto de verdade dele.— Fala logo, porra! Quem é esse desgraçado?Valentim já tava fora de si.Pra ele, ninguém no mundo podia sequer pensar em encostar na “mulher dele”.— Juro que vou acabar com esse cara!Estava prestes a surtar de vez... quando uma voz fria soou às costas dele.— Vai acabar com quem, exatamente?Valentim congelou.Parecia um bonec
Quando acordei de novo, Guilherme ainda estava no meu apê.Pisquei várias vezes. Achei que tava sonhando.Ele estava de mangas arregaçadas, saindo da cozinha com dois pratos na mão.— Acordou? Quer comer alguma coisa?— Você... ainda tá aqui?Guilherme colocou os pratos na mesa. Ficou parado, me olhando com aquele jeito calmo, enquanto eu tentava acordar de verdade.— Tive medo que, se eu fosse embora, você sumisse de novo.Usava óculos. O cabelo, um pouco bagunçado, caía sobre a testa.Tão sereno, tão bonito. Parecia uma escultura de jade viva.Eu sempre gostei dele de óculos.Mas gostava ainda mais de ser eu quem os tirava.— Guilherme... — Caminhei até ele, levantei o rosto, olhei bem dentro dos olhos dele. — Eu não tenho mais nada. Posso perder até meu trabalho. E, pra ser sincera... eu nem sou filha dos Bueno. Só fui adotada. Eu sou egoísta. Vaidosa. Não acho que você poderia gostar de alguém como eu.Ele entendeu. Sentiu a minha insegurança, a vergonha, o medo.E me puxou pra um
Me mudei pra um novo apê alugado, tentando, aos poucos, me recompor.Durante esse tempo, Guilherme me mandou várias mensagens.Mas eu só respondia quando ele perguntava sobre minha saúde. E, mesmo assim, com frases curtas.Ele chegou a me chamar pra conversar.Pensei muito… mas não aceitei.Tinha medo de perder o controle assim que visse ele. Medo de querer abraçar, beijar, me jogar nos braços dele.Medo de querer ele só pra mim.Eu sabia, com uma clareza cruel: todo sonho doce tem hora pra acabar.Guilherme nunca me pressionou. Nem insistiu.Às vezes, eu stalkeava as redes dele.Postava pouco. Quando postava, era sempre ele correndo — de manhã ou de noite.E eu… parecia uma maluca. Ampliava as fotos ao máximo. Observava cada traço dele com fome nos olhos.No trabalho, as coisas começaram a desandar.Eu sentia, lá no fundo, que talvez o Valentim tivesse metido a mão nisso.Mas não podia me dar o luxo de sair. Só restava aguentar.Quando o salário começou a cair e a pressão quase me esm
— Pode chamar uma enfermeira? — Perguntei.Guilherme já colocava as luvas.— Tá duvidando da minha habilidade?Engoli seco. Não respondi.No segundo em que os dedos dele encostaram em mim, senti o rosto queimar.Mas, sem dúvida, ele era mesmo bom no que fazia.A dor foi dando lugar a uma estranha leveza. Um conforto que me deixava quase sonolenta.Lá pro fim do atendimento, achei ter ouvido ele chamar meu nome.Mas eu já tava tão sonolenta que nem consegui abrir os olhos.Talvez ele tenha dito algo. Talvez não.Só sei que saiu da sala em silêncio.Dormi profundamente.Quando acordei, não fui procurar por ele.Pedi pra enfermeira avisar que eu tinha ido embora.Saí do hospital de máscara, cabeça baixa, indo direto pra saída.Mas mal pisei do lado de fora, alguém me agarrou pelo braço.E, sem aviso, levei um tapa no rosto — tão forte que fiquei atordoada.Quando recobrei o sentido, vi as caras fechadas dos meus dois irmãos.— Clarice. Agora mesmo. Vamos falar com o Sr. Leal.— Eu não vo
Me perdi nos pensamentos de novo.Na cabeça, só conseguia ver as mãos dele. Como elas exploraram meu corpo naquela noite.Como invadiram territórios que ninguém nunca tinha tocado.E como ele me levou à beira do céu e do abismo — várias vezes.As lembranças daquele prazer turvo, daquele desejo entrelaçado de carinho e luxúria... me deixaram tonta.— Tá doendo de novo, na mesma região? — Guilherme perguntou.Tinha acabado de lavar as mãos, passar álcool e secar tudo com cuidado. Só então se aproximou.— Me desculpa, Clarice. Esses dias foram uma loucura. Eu devia ter te procurado antes.Fiquei encarando ele, quieta.Em só três dias, parecia que ele tinha emagrecido.Tinha até uns fiapos de barba no queixo, coisa que ele nunca deixava.Estiquei a mão sem pensar, toquei de leve:— Nem fez a barba... tá feio.Ele segurou minha mão e roçou o queixo nela, rindo baixo:— Já vou tirar.Mas eu puxei ele de volta.— Tô brincando. Assim você também tá bonito. Bem másculo, cheio de testosterona.
Os olhos de Valentim se arregalaram de repente. Apontou pro meu pescoço e levantou a voz:— Que porra é essa no teu pescoço?Olhei pra ele, toquei de leve a marca:— Deve ter sido mosquito.— Clarice! Vai enganar quem com essa?— Ué, o que mais podia ser? E mesmo que fosse o que você tá pensando... e daí? Amizade entre homem e mulher existe. E se rolou uns beijos, foi só porque a amizade é forte demais.Virei o rosto pra Dalila:— Não é, Srta. Dalila?O rosto dela ficou todo vermelho. Quase tremendo, mas não disse uma palavra.Ficou agarrada no Valentim com aquela carinha de coitada prestes a chorar.Mas ele nem olhou pra ela.Só mantinha o olhar cravado no meu pescoço.— Clarice, com que desgraçado você saiu ontem à noite? É melhor me contar direitinho.— Vai lá, investiga você mesmo, já que tá tão curioso.Dei um sorrisinho, levantei a sobrancelha:— Dá licença? Quero ir descansar.Talvez o que mais tenha doído naquele herdeiro mimado dos Leal... foi a minha calma.A cara dele fechou
"Quando tudo isso acabar, eu te mando mensagem. Fica bem, tá?"Fiquei olhando aquele bilhete, meio sem reação.E o primeiro pensamento que me veio à cabeça foi, isso parecia aquelas desculpas prontas que homem usava pra sumir.Talvez Guilherme só tenha visto tudo aquilo como uma aventura de uma noite.Mesmo assim, não consegui me segurar. Peguei o celular e fui procurar.A manchete do momento era sobre um grave acidente em cadeia.Os feridos tinham sido levados justamente pro hospital onde Guilherme trabalhava.Ele não mentiu.Ele disse que ia entrar em contato depois.Mas... por quê?O que ele quer dizer? E eu... o que eu vou fazer?Minha cabeça virou um nó só.Nem eu sabia o que queria.Mas tinha uma coisa clara: eu não queria mais ficar ali.Levantei, fui direto pro banho, e comecei a arrumar minhas coisas pra ir embora.Só que, ao sair do chalé e passar pela beira do lago, dei de cara com Valentim e Dalila, junto com outras pessoas.Desviei o olhar e tentei dar meia-volta.Mas Dali
Ele afastou meu cabelo molhado da testa e entrelaçou os dedos nos meus.A respiração estava quente, irregular. A voz, rouca e baixa:— Vamos pro quarto... Aqui não. Não vai ser bom pra você.Com roupa, o Dr. Guilherme parecia magro.Nunca imaginei que, por baixo da camisa, ele teria um corpo assim.Gominhos definidos. Seco, forte na medida certa.Fiquei pensando: com o tanto que ele trabalha, como arruma tempo pra malhar?Mas, sinceramente? Melhor pra mim.Passei um bom tempo explorando cada centímetro.— Tá gostando? — Perguntou no meio dos beijos, com aquele sorriso enviesado.Claro que sim. Quem é que não gosta de homem com abdômen trincado?— Óbvio que sim. — E ainda passei a mão de novo, só pra garantir.— Então é tudo seu.Não respondi.Ele tava tão entregue, tão fora de si.Na época da faculdade, um cara como o Guilherme era tipo sonho inalcançável.Eu até tive umas fantasias, sim. Mas eram coisa de adolescente boba, que guardava segredo até de si mesma.E agora...A lua tava n
— Você já beijou outra mulher? — Perguntei.Ele virou o rosto, colou os lábios nos meus. A respiração descompassada, a voz rouca:— Nunca.— E… nunca transou com ninguém?Guilherme segurou meu rosto com as duas mãos. O polegar passou devagar no canto da minha boca, limpando um restinho.— Nunca.Ele era alto. Mesmo de salto, eu mal alcançava o queixo dele.Minhas mãos, que antes estavam enfiadas nos cabelos dele, deslizaram devagar pela nuca até o colarinho aberto da camisa.Quando toquei o pomo de adão com a ponta dos dedos, o corpo dele reagiu como se tivesse sido incendiado.Aquele movimento brusco da garganta, o calor da palma dele contra meu rosto...Toda a confusão dentro de mim, todos os sentimentos empilhados — tudo buscando uma saída.Eu queria me perder.Fechei os olhos. Beijei devagar o ponto exato onde a pele pulsava.Os dedos dele mergulharam no meu cabelo, me puxando pra mais perto, colando nossos corpos.A respiração dele desandou de vez, mas mesmo assim ele se segurava.