Luiza não respondeu, apressadamente calçou seus sapatos. Mas Miguel já estava um passo à frente, segurando ela pelo braço:- Para onde você vai? Não disse que íamos esquiar hoje?Luiza levou um susto, se lembrando do calor da manhã, se sentiu um pouco desconfortável:- Eu não vou esquiar, vou ver a Mari.- Ela pediu para você ir?- Sim, combinei com a Mari. - Luiza afastou a mão dele e saiu apressadamente.Miguel franziu a testa.Eduardo viu Luiza sair e perguntou a ele:- Senhor, então hoje não vamos mais esquiar?- Não vamos mais. - Miguel desviou o olhar. - Marque com o Yago para mim, vamos à casa do Geraldo à tarde para ver o filho dele.- Certo. - Eduardo concordou....Quando Luiza chegou à casa de Marina, o bebê de Marina estava tomando banho. E Marina, sentada no sofá olhando para o bebê, estava com um rosto cheio de ternura.- Como você saiu? - Luiza ficou um pouco surpresa. - Você ainda não terminou o período de recuperação pós-parto, certo?- Não tem problema, já estou me
- Por que você está infeliz? - Marina perguntou.A empregada respondeu:- Srta. Marina, fazer isso vai afetar a qualidade do leite, o bebê vai ficar inquieto e o Sr. Geraldo vai ficar bravo.Nas entrelinhas, estava tratando Marina como uma máquina de fazer bebês e leite. Isso era suficiente para deixar qualquer um deprimido.Marina respirou fundo e disse friamente:- Eu pedi para você trazer o bebê aqui.A empregada, relutante, não ousou desafiá-la demais, e trouxe o bebê, o entregando nas mãos de Marina.Marina pegou o bebê e lançou um olhar frio para a empregada.Luiza também aproveitou para dar uma olhada na empregada, que parecia ter pouco mais de vinte anos, mas já falava com tanta aspereza.Quando a empregada saiu, Luiza perguntou:- Que empregada é essa? Fala de um jeito tão cruel?- Ela foi enviada pelo pai do Geraldo. - Marina abaixou os olhos, segurando o bebê para Luiza ver.O bebê embrulhado era lindo como uma escultura de jade.Luiza brincou com o bebê e percebeu que Marin
Ao ver isso, Marina finalmente ficou aliviada e suas sobrancelhas relaxaram enquanto dizia para Luiza:- Quem não é assim? Ela se chama Jane, seu pai é o mordomo da casa do pai do Geraldo. Essa garota cresceu na família Baptista e pode ser considerada uma amiga de infância do Geraldo.Então era um amor de infância, e seu pai era o mordomo da família Baptista. Não era de se admirar que ela fosse tão arrogante.Neste momento, Jane entrou com algumas pessoas.Os passos se aproximavam.Luiza olhou de relance e viu Miguel e Yago se aproximando de longe.Yago foi o primeiro a notar as duas mulheres no andar de cima e sorriu:- O que vocês estão fazendo no andar de cima?Miguel levantou os olhos e olhou para ela, sem desviar o olhar.Comparada à calma de Luiza, Marina estava muito mais nervosa. Ela ainda estava de pijama, sem sutiã.Depois de soltar um grito, ela correu apressada para o quarto.Luiza desviou o olhar e a seguiu.- Foi muito embaraçoso agora. - Marina disse, cobrindo o rosto no
O cheiro familiar de cedro flutuou no ar, fazendo Luiza se sentir um pouco desconfortável, e ela se afastou um pouco.- A Mari está se recuperando do parto agora, todos devem comer a comida da dieta pós-parto com ela. - Disse Geraldo, incentivando todos a comerem.Enquanto Marina estava emocionada, Yago estava um pouco preocupado, apoiando o queixo com a mão, ele disse:- Geraldo, você está sendo injusto. A Marina está em dieta pós-parto, nós não estamos. Por que temos que comer essas comidas sem gosto?- Se você comer na frente dela, ela vai ficar com vontade. - Respondeu Geraldo calmamente, colocando um pouco de aipo no prato de Marina.Marina olhou com um brilho nos olhos para ele. Geraldo realmente pensava nela.- Por que está me olhando? - Geraldo perguntou, também olhando para ela. Os olhos dos dois quase se entrelaçavam.Yago, ao lado, colocou a mão na testa.- Não consigo mais ver isso, o que eu fiz para merecer ser torturado assim toda vez que venho aqui?Marina riu timidament
Yago olhou com um brilho nos olhos.Ao lado, Miguel estava fumando recostado no sofá, e ao ouvir isso, exalou uma baforada de fumaça e disse:- Deixe ela ajudar, mas quando não precisar, evite perturbá-la, especialmente não fique à vista dela.Miguel estava com medo que Luiza se interessasse por Yago.Yago fez um som de desdém:- Você ainda não confia em mim? A esposa do irmão não pode ser assediada, eu não sou esse tipo de pessoa.Miguel olhou para ele calmamente:- Não estou com medo de ela se apaixonar por você, isso não é possível, mas você sempre foi muito bom para ela, temo que ela dependa demais de você.- Veja só, isso é possessividade masculina. - Geraldo virou a cabeça, olhando para Yago e fez alguns estalidos com a língua. - Ele nem sequer te leva a sério, acha que a Luiza definitivamente não vai se interessar por você, só não quer que vocês dois tenham muito contato.Yago ficou sem palavras.Ao ver a expressão abatida de Yago, até o sério Miguel não pôde deixar de esboçar u
Yago riu e disse:- Essa trilha é longa, vou levar você de volta, cunhada.- Então, que tal você me levar também? - Ele disse, sem esperar a reação dos outros no carro, abriu a porta traseira e se sentou ao lado de Luiza.Luiza parecia um pouco tensa.Yago disse:- Você não tem carro? Por que veio também?- Eu deixaria vocês dois sozinhos? - Miguel respondeu de forma sombria.Yago ficou surpreso e riu:- É verdade.Luiza ficou sem palavras.Quando chegaram ao Residencial Brisa Flor, Luiza desceu do carro.Miguel também saiu, caminhando para acompanhar seu ritmo.- O que vocês estavam conversando?Ao ouvir isso, Luiza parou por um momento, pensando que ele provavelmente não sabia o que ela tinha falado com Yago e respondeu baixinho:- Nada de mais.- Ele pediu para você fazer algo difícil? - Miguel olhou de soslaio para ela.Luiza balançou a cabeça.- Não.- Se for algo difícil, não ajude.- Não é difícil. - De qualquer forma, ela ainda precisava perguntar a Luana sobre isso.Quando che
- Isso mostra que você ainda se importa comigo.Luiza foi provocada por ele. Quando ouviu seu grito de surpresa, ela saiu para vê-lo.Miguel estava muito feliz, segurou ela e a levou para a cama, puxando o travesseiro para debaixo da cabeça dela.- Vamos dormir.- Me solte!Luiza estava sendo segurada tão apertada que mal conseguia respirar. Levantou o pé para chutá-lo, mas ele a pegou e pressionou contra sua cintura forte.Ela se assustou e sentiu que ele se aproximava, colando seu corpo no dela, sem deixar espaço.- Miguel, o que você está fazendo? - Luiza prendeu a respiração. Esse idiota, ele ia forçá-la de novo?Mas Miguel fechou os olhos e disse suavemente:- Pare de se debater, só quero que você durma.Quem dormia assim? Os dois colados, dessa forma ameaçadora, como ela conseguiria dormir?- Eu não quero, me solte! - Luiza rangeu os dentes, o empurrando e se contorcendo.Miguel respirou fundo e deu um tapa no traseiro dela.- Pare de fazer birra, ou não me culpe se eu perder o c
- Estou indo agora. - Luiza desceu da cama, se vestiu rapidamente e se lembrou do grande problema no banheiro. Ela foi até ele e disse. - A Luana está vindo, não saia daí por enquanto.Depois de falar, ela correu para abrir a porta para Luana.Luana estava vestida com uma saia esportiva preta, cintura fina e pernas longas, parecendo uma modelo de carro com um corpo incrível.- Luiza, você acabou de acordar? - Luana viu seu cabelo bagunçado. - Você marcou comigo às dez e agora já são 9h50, você sabia?Luiza ficou atônita, quase se atrasando. Provavelmente Yago já estava impaciente esperando na estação de esqui.- Desculpe, Luana, vou pegar minha bolsa e já podemos ir. - Luiza estava com pressa para sair, pegou sua bolsa e ia embora.De repente, a porta do quarto principal se abriu. Miguel, vestindo um robe preto, perguntou:- Para onde vocês vão?Ele estava parado ali, com um corpo em forma de V invertido, cabelo ainda um pouco molhado, rosto bonito e fresco.Luana ficou muito surpresa.
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que