- Luiza, obrigada.Clara quebrou o silêncio.- Por nada. Luiza se aproximou, pegou a fita métrica e recomeçou a medir a barra do vestido para Clara.- Parece que você e Theozinho estão indo muito bem, não é? - Clara sorriu.Luiza ficou tensa.Essa informação foi passada pela sua sogra para Clara.Isso significava que a sogra já considerava Clara como a futura nora dela.- Sim. - Luiza não disse mais nada. - Srta. Clara, tem certeza de que quer ajustar a barra do vestido abaixo dos joelhos?- Sim. Clara olhou para Miguel.Miguel não disse nada, seu olhar fixava em Luiza. Seu rosto sem expressão transmitia uma sensação de opressão.Luiza se levantou, sentiu o olhar dele e olhou para ele.Os dois se encararam.De repente, o ambiente ficou silencioso.Clara estava no meio dos dois, sentindo seu coração apertar, ela quebrou o silêncio: - Luiza, só ajuste a barra do vestido, não mexa na cintura, estou com medo de engordar até o final do mês, não quero ter problemas para vestir.- Está bem
No estúdio.Luiza levou o bolo para os funcionários comerem e depois foi com Theo para a área de exposição masculina, onde também havia muitos produtos prontos, todos desenhados por Luiza.Theo olhou cada peça, com um olhar apreciativo.- Todos são desenhados por você?- Sim. - Luiza assentiu com um sorriso. - A vestimenta que presidente Pires quer escolher é para a festa de aniversário da Clara?- Como você sabe? - Theo ficou surpreso.- Clara mencionou à tarde, dizendo que a festa de aniversário dela é no final deste mês. - Luiza riu.- Ela encomendou um vestido personalizado com você, você não se sentirá um pouco triste? - Theo assentiu.- Claro que não, ela está me dando negócios, eu não tenho motivo para ficar infeliz. - Luiza continuou sorrindo. - Presidente Pires, o que você acha deste conjunto de vestido?Ela apontou para um conjunto cinza escuro na vitrine.- O que acha?Theo a encarou.- Minha mão está machucada agora, não consigo desenhar, mas essas peças prontas podem ser m
Marina organizou os tecidos e desceu, enquanto os funcionários saboreavam o bolo, dizendo que foi enviado pelo Presidente Pires e que ele era muito bonito!- Qual Presidente Pires?Marina subiu correndo para perguntar a Luiza.- O Presidente Pires do Grupo NAS?- Sim.- Ele veio te visitar? E ainda trouxe um bolo?Luiza tomou um gole de café e respondeu despreocupadamente: - Não, ele veio encomendar um terno sob medida e, por acaso, trouxe um bolo para mim.- Por quê?- Não tem motivo, talvez ele seja uma pessoa generosa? - Luiza sorriu.Marina se sentou, deu uma mordida no bolo e perguntou novamente: - E aquelas duas atrevidas? Foram embora?- Sim, Clara fez um pedido de 680 mil.- Não imaginava que nos dias de hoje as amantes teriam tanta coragem, chegando até mesmo à frente da esposa. - Marina resmungou.- Não se preocupe com elas, o importante é que estou ganhando dinheiro.Luiza segurava dois recibos entre os dedos.- Hoje fechei dois pedidos e lucramos mais de trezentos mil.Os
Luiza olhou surpresa e disse:- Por quê? Você não é extremamente higiênico? Esse bolinho de arroz foi feito por mim, tocado pelas palmas das minhas mãos.Ao dizer isso, ela até abriu as mãos intencionalmente, o provocando.Inesperadamente, Miguel ficou apenas um segundo em choque, depois mastigou o bolinho de arroz, sem expressão, o engolindo.- Está bom.Luiza ficou completamente atônita.Vendo ela perplexa, Miguel sorriu, perguntando de forma indiferente.- Sua mão melhorou? Pode fazer bolinhos de arroz agora?- Eu só a torci um pouco, não quebrei, descanso por um ou dois dias e ficará bem.Luiza ergueu a própria mão, o inchaço já não estava tão sério, ela sentiu que estava quase curada.Miguel mastigou mais um bolinho de arroz e tomou um gole da sopa de carneiro dela.- Ei, não coma toda a minha janta, ainda tem sopa, se quiser, vá pegar, a Lívia fez uma panela grande. - Luiza exclamou.- Vá você pegar para mim.- Isso é impossível. - Luiza recusou.- Então eu vou beber dessa tigela
Luiza ficou surpresa. - É grave?- Já fui ao banheiro duas vezes, o que você acha?Miguel respondeu sombriamente, lançando um olhar sombrio para ela.Luiza mal conseguiu segurar o riso.Ao encontrar o olhar frio e sombrio de Miguel, ela não se atreveu a rir e disse: - Desculpe, vou ajudar você a voltar para o quarto e descansar.Luiza o ajudou a se sentar na cama e foi procurar medicamentos.Encontrando remédio para o estômago, ela preparou um copo de água morna e levou para Miguel.- Aqui está, é um remédio para o estômago, tome.- Ok. Miguel se levantou, pegou a água e engoliu o remédio, depois se recostou no travesseiro.- Como se sente depois de tomar? - Luiza perguntou.- Ainda com dor de estômago.- Talvez precise esperar um pouco.Luiza se sentou na beira da cama, usando um vestido de dormir rosa, cabelos longos caídos nos ombros, parecendo serena e bela.E então, o silêncio se instalou.Agora, estavam frente a frente, sem palavras a dizer.Antes, Luiza costumava inventar tóp
- Não depois, esta noite temos que nos esforçar! - Ordenou Sr. Souza.- Está bem. - Miguel abraçou Luiza, sorrindo. - Vamos começar a trabalhar duro para fazer um bebê esta noite.Luiza foi envolvida por ele, se sentindo extremamente desconfortável, ela apertou discretamente a mão dele, tentando o fazer soltar.Mas ele apertou ainda mais, perguntando ao Sr. Souza: - Vovô, você prefere menino ou menina?- Eu gosto de ambos, contanto que vocês os tenham, eu aceito meninos ou meninas.Sr. Souza viu os dois abraçados e riu alegremente.- Ouviu isso?Miguel se aproximou do ouvido de Luiza, soprando de maneira sugestiva.- Vovô disse que gosta de ambos, meninos e meninas.Luiza ficou tão vermelha que parecia que ia desmaiar.O avô riu alto.- Ter dois seria ótimo.- Está bem, então teremos dois. - Miguel respondeu sorrindo para o avô.Luiza estava completamente chocada.Ter dois?Ele devia estar sonhando!Assim que encerraram a chamada, Luiza tentou se soltar de seus braços, mas ele a abraç
Ao dizer isso, ela pegou sua bagagem e passou por ele, deixando para trás um sutil perfume. Miguel franziu o cenho, se virou, e ela já tinha saído pela porta.Ela realmente mudou. No passado, o olhar dela sempre o seguia. Agora, ela nem o olhava. Miguel semicerrou os olhos.Luiza pegou um táxi até a estação de esqui. Ao descer do carro, viu Theo esperando por ela na entrada. Ele estava usando um conjunto de roupas esportivas brancas, a brisa soprava, fresca e encantadora.- Presidente Pires!Luiza foi sorrindo até ele. Theo a observou silenciosamente. Quando ela se aproximou, ele entregou um grande buquê de margaridas cor de rosa.- Comprei durante o caminho, achei que combinaria contigo.Luiza ficou surpresa, não esperava receber flores um dia. Ela pegou o buquê e o cheirou: - Por que sempre me dão presentes em cor de rosa?Ambos pareciam gostar de presentear com cor de rosa.Theo ponderou por um momento.- Acho que é um instinto, simplesmente sinto que o rosa combina contigo.
Afinal, sendo amigo de Miguel, ele estava questionando se ela estava traindo. - Mas o Miguel também traiu a Clara, não foi? - Luiza sorriu.- Não é a mesma coisa, eles cresceram juntos desde pequenos, têm um relacionamento diferente.- Então, se o Miguel trai, isso é chamado de relacionamento diferente. Você está sugerindo isso? - Luiza estava quase rindo. - Você não está sendo hipócrita demais?Fabiano a encarou friamente.- De qualquer forma, você não pode trair o Miguel. O Miguel e o Theo são meus amigos, não permitirei que você brinque com eles.Esse cara parecia um pouco cabeça dura? Luiza sentiu que não conseguia argumentar com ele, então disse diretamente: - Então, por que você não conta isso para o Miguel?Fabiano arqueou as sobrancelhas.- Eu vou contar para o Miguel, e ele e o Theo certamente vão fazer um escândalo. Ambos são meus amigos, só posso aconselhar você a parar de fazer confusão.Luiza, resignada, levou a mão à testa. Por que ela não conseguia fazer ele entender?
Ao ver o rostinho pálido de Felipinho, Luiza não conseguiu conter a dor no coração. Felipinho tinha pouco mais de três anos, mas, por causa de Theo, já havia passado por tantos eventos seguidos. Ela estava profundamente arrependida. Sentia pena do Felipinho, e odiava o Theo. O odiava com toda a sua alma! Enquanto assistia ao noticiário, completamente absorta, seu celular foi subitamente arrancado de sua mão. Ao levantar os olhos, viu que quem tinha pegado o aparelho era Theo. Ele jogou o celular de volta para Giovana e, com um rosto impassível, disse: — Já chega. Vamos comer. No dia seguinte, o navio atracou. Luiza finalmente saiu daquele porão escuro e sombrio. Ao sentir o brilho do sol pela primeira vez, ficou um pouco desconfortável e apertou os olhos. Ao olhar ao redor, viu um mar azul e um país completamente desconhecido... As placas ao redor estavam escritas em um idioma que ela não conseguia entender. No entanto, deduziu que aquele era um país quente e com ce
Ele falava, mas Luiza não olhava para ele. Theo ficou irritado e segurou o queixo dela com força, forçando ela a virar o rosto e encará-lo. — Sabe de uma coisa? Eu fui bondoso demais com você. Se, na época em que você estava grávida do Felipinho, eu tivesse sido mais firme, ele nem teria nascido. Luiza ficou atônita por um momento e, furiosa, retrucou: — Theo, você é um monstro! — Não existe homem que aceite sua mulher dar à luz o filho de outro homem. Mas por que, no final, eu aceitei? Porque eu vi o quanto você queria esse filho, vi o quanto você se esforçou para tê-lo. Então, no fim, não fiz nada contra ele. Eu aceitei. Sei que te magoei, mas pensei em passar o resto da minha vida te compensando. — Eu não preciso disso. — Luiza respondeu, palavra por palavra. — Nunca gostei de você. Ele ficou impassível. — E daí? Agora você está nas minhas mãos. Não tem como fugir. — Tanto faz. — Luiza sorriu friamente, os lábios curvados com indiferença. — Minha família morreu, e
Luiza olhou para ele, sem dizer uma palavra. — Você acha que, deixando de comer, vai me fazer sentir pena de você? — Theo perguntou com o rosto frio. Luiza sorriu com indiferença. — Não. Eu não me rebaixo a esse tipo de artimanha, porque simplesmente não me dou ao trabalho de agradar você. Theo encarou aquele rosto frio e sorriu levemente. — Ótimo. Você não quer me agradar? Então fique aqui e morra de fome, por mim tanto faz. Luiza deu um sorriso desolado e se deitou novamente na cama. Ela já havia decidido: se algo acontecesse com sua família, ela não teria mais vontade de viver. Theo podia mantê-la presa, mas, se ela desistisse da própria vida, não haveria nada que ele pudesse fazer. Com o rosto carregado, Theo saiu do quarto. Na manhã seguinte, por volta das nove, Luiza ainda se recusava a comer. Theo estava ouvindo Giovana falar sobre os assuntos no País R quando Laís veio reportar: — Sr. Theo, a Srta. Luiza ainda não quis tomar o café da manhã. Ela trouxe
Nos olhos dela, aquele homem era frio como gelo, com um sorriso gélido nos lábios. Ele disse suavemente: — Este é o preço por não me obedecer. As pupilas de Luiza se dilataram levemente. Theo continuou: — Eu te dei uma chance naquela época. Te chamei para me encontrar várias vezes, mas você ignorou. Achou que eu, mesmo em apuros, não teria como te capturar? Pois bem, mesmo que eu morra, vou te levar comigo... Luiza ficou atônita, a raiva tomando conta de seu coração. Ela levantou a mão, tentando acertá-lo no rosto. — Desgraçado! Mas não conseguiu. Theo segurou seu pulso e o torceu para trás. Ele a olhou friamente, sem nenhum traço de emoção: — Eu já te dei oportunidades no passado, mas você não as aproveitou. Agora, não há mais chance... Com a dor, Luiza franziu as sobrancelhas e lançou um olhar furioso para ele: — Você é um desgraçado! — Você está certa. Sou mesmo um desgraçado. — Ele nem sequer usava mais os óculos, não se importando em manter uma aparência civi
Theo estava sentado no sofá, o olhar frio como uma lâmina de gelo cravado nas marcas de mordida no pescoço dela. Seus olhos semicerrados estavam carregados de rancor e cobiça. — De onde vieram essas marcas no seu pescoço? Luiza ficou sem palavras. Abriu a boca, mas conseguiu pronunciar apenas uma frase: — Você... Não está morto? — Você acha que eu morreria tão facilmente? — Theo soltou uma risada sarcástica. — Mas as notícias diziam... Que você tinha se enforcado na prisão! — Se eu não tivesse forjado aquela notícia, como poderia sair da prisão? — Ele sorriu com frieza. Então era isso! As notícias sobre a prisão nas Américas eram falsas, apenas uma encenação para enganar o público. Na verdade, Theo havia escapado como um verdadeiro mestre da fuga! "Não era de se estranhar que tudo tivesse parecido tão conveniente. Um homem tão calculista como ele nunca deixaria de ter uma rota de fuga preparada." Enquanto Luiza refletia sobre isso, Theo se levantou abruptamente e agar
Luiza, sem escolha, caminhou até a entrada do elevador e disse: — Pode ficar por aqui. Eu vou subir sozinha. Volte para casa, eu também já estou indo. — Vou esperar o elevador chegar. — Ele não tinha intenção de ir embora, seus longos dedos se entrelaçando nos dela. Assim, os dois ficaram de mãos dadas até o elevador chegar, e as portas se abrirem diante deles. Luiza olhou para ele e disse: — O elevador chegou. Eu realmente preciso ir. — Tudo bem. Ele soltou a mão dela, mas permaneceu parado do lado de fora, com o olhar cheio de saudade, fixo nela. O coração de Luiza estava agitado. Mesmo quando as portas do elevador se fecharam completamente, o canto de seus lábios ainda estava levemente curvado em um sorriso. Ao chegar ao estacionamento, ela abriu a porta do carro e jogou sua bolsa para dentro. No momento em que ia entrar no veículo, uma sombra repentina surgiu ao seu lado. Luiza levantou o olhar, alarmada. Uma toalha foi pressionada contra seu nariz e boca, e
Durante o jantar, ele a observava o tempo todo. Luiza abaixou a cabeça para tomar a sopa, desconfortável sob o olhar constante dele. Ergueu os olhos e encontrou os dele: — Por que está me olhando assim? — Quando sua avó e as outras voltam para as Américas? — Miguel perguntou enquanto descascava um camarão e o colocava no prato dela com naturalidade. Luiza olhou para o camarão, esboçou um leve sorriso, não recusou e o levou diretamente à boca: — Devem voltar amanhã. Hoje já cuidaram de toda a bagagem. — E seu pai? — Ele continuou, sem desviar o olhar. — Devo começar a organizar o retorno dele para Valenciana do Rio? Luiza pensou por um momento antes de responder: — Meu pai vai ficar no País R por enquanto. — Ainda não confia em mim? — Ele perguntou, encarando ela atentamente. Luiza respondeu com serenidade: — Não é isso. Só acho que ainda não está tão seguro. Quero esperar até que tudo esteja resolvido para trazê-lo de volta para Valenciana do Rio. — Você tem med
O olhar de Miguel parecia em chamas. Ele segurou a cintura dela com uma mão, enquanto a outra a puxava para mais perto, beijando cada centímetro de sua pele. Luiza estava tão fraca que parecia derreter como água, pendurada pelo pescoço dele, deixando que ele fizesse o que quisesse... ...Ao entardecer, o celular de Luiza tocou. Ela ouviu o toque familiar e abriu os olhos nos braços de Miguel. Viu que ele estava atendendo o celular dela. — Por que você está atendendo minhas ligações? — Perguntou ele, só então percebendo que sua voz estava rouca. À tarde, ele havia sido tão intenso que ela gritou até ficar sem voz. — Foi o Felipinho quem ligou. Então eu atendi por você. — Respondeu Miguel, segurando ela com um braço enquanto usava a outra mão para atender o telefone. Ele falou de forma preguiçosa com Felipinho, que estava do outro lado da linha. — Sua mãe talvez demore um pouco mais. Podem jantar sem ela, não precisam esperar. — Por que não precisam me esperar? — Luiza perg
— Desta vez, a reconciliação é real, certo? — Miguel perguntou. Luiza franziu as sobrancelhas, um pouco confusa. — Quero dizer, uma reconciliação de verdade, sem separações no futuro, certo? — Miguel a olhou diretamente nos olhos, sua expressão séria. Sob o olhar intenso dele, Luiza se sentiu desconfortável e, com um leve sorriso irônico, respondeu: — Isso não é garantido. Quem sabe daqui a alguns dias a gente brigue de novo? Miguel franziu a testa, impaciente. — Da sua boca não sai uma palavra boa. Luiza tentou conter o riso, mas antes que pudesse responder, Miguel a surpreendeu com um beijo. Sua voz rouca ecoou em seu ouvido: — Se não fala coisas boas, então vou lavar essa boca. Luiza congelou por um momento. "Esse é o jeito dele de lavar a boca?" Ele até colocou a língua. O beijo de Miguel a deixou sem fôlego. Tentando se recompor, ela colocou a mão no peito dele e perguntou: — Já terminou de lavar? — Não, ainda está muito suja. Precisa de mais lavagens.