Ao dizer isso, ela pegou sua bagagem e passou por ele, deixando para trás um sutil perfume. Miguel franziu o cenho, se virou, e ela já tinha saído pela porta.Ela realmente mudou. No passado, o olhar dela sempre o seguia. Agora, ela nem o olhava. Miguel semicerrou os olhos.Luiza pegou um táxi até a estação de esqui. Ao descer do carro, viu Theo esperando por ela na entrada. Ele estava usando um conjunto de roupas esportivas brancas, a brisa soprava, fresca e encantadora.- Presidente Pires!Luiza foi sorrindo até ele. Theo a observou silenciosamente. Quando ela se aproximou, ele entregou um grande buquê de margaridas cor de rosa.- Comprei durante o caminho, achei que combinaria contigo.Luiza ficou surpresa, não esperava receber flores um dia. Ela pegou o buquê e o cheirou: - Por que sempre me dão presentes em cor de rosa?Ambos pareciam gostar de presentear com cor de rosa.Theo ponderou por um momento.- Acho que é um instinto, simplesmente sinto que o rosa combina contigo.
Afinal, sendo amigo de Miguel, ele estava questionando se ela estava traindo. - Mas o Miguel também traiu a Clara, não foi? - Luiza sorriu.- Não é a mesma coisa, eles cresceram juntos desde pequenos, têm um relacionamento diferente.- Então, se o Miguel trai, isso é chamado de relacionamento diferente. Você está sugerindo isso? - Luiza estava quase rindo. - Você não está sendo hipócrita demais?Fabiano a encarou friamente.- De qualquer forma, você não pode trair o Miguel. O Miguel e o Theo são meus amigos, não permitirei que você brinque com eles.Esse cara parecia um pouco cabeça dura? Luiza sentiu que não conseguia argumentar com ele, então disse diretamente: - Então, por que você não conta isso para o Miguel?Fabiano arqueou as sobrancelhas.- Eu vou contar para o Miguel, e ele e o Theo certamente vão fazer um escândalo. Ambos são meus amigos, só posso aconselhar você a parar de fazer confusão.Luiza, resignada, levou a mão à testa. Por que ela não conseguia fazer ele entender?
Miguel olhou naquela direção. Luiza estava usando um traje de esqui rosa-claro, com óculos de neve coloridos, praticando esqui sob a orientação de Theo. Sua expressão não era visível, mas os cantos de seus lábios se curvavam levemente para cima, claramente se divertindo. Miguel desviou o olhar, com uma expressão fria e sombria pairando sobre ele.Luiza estava deliberadamente evitando olhar para Miguel. Ela sabia que ele estava lá e estava atraindo a atenção de todas as garotas no local. No entanto, ela não queria ser controlada por suas emoções. Ela não olhou para ele nem por um instante, se concentrando seriamente em aprender a esquiar com Theo.Ela estava praticando snowboard, parecido com skate, prendendo as fixações e Theo a ajudou a se levantar. No entanto, assim que ela ficou de pé, perdeu o equilíbrio e quase caiu.- Cuidado!Theo segurou a mão dela, a mantendo firme.Os olhos distantes de Miguel claramente se tornaram mais frios. Luiza podia sentir isso, mas se esforçou p
Na pista de esqui.Theo falou gentilmente: - Luiza, ao esquiar, não olhe para baixo, olhe para frente.- Sim!Luiza concordou, virando o olhar para frente, e de repente, seus olhos se encontraram com os de Miguel.Ele estava sentado lá, com um membro da equipe ajoelhado, ajustando seus esquis. Seu rosto estava sombrio, sem expressão. Os olhares deles colidiram. Ele a encarava. Luiza deu um salto, seu coração acelerou, e a velocidade também se descontrolou. Sentiu que estava prestes a cair, assustada a ponto de seus olhos se arregalarem.- Me salve!Ela não pôde deixar de gritar.Theo ao seu lado sorriu levemente, estendendo os braços para a frente, e a envolveu inteiramente em um abraço.Ela quase se jogou sobre ele, se colando completamente a Theo. Ambos recuaram um passo na neve, mas Theo a segurou. Os dois se olharam na neve, formando uma cena tão bonita quanto um drama romântico.- Meu Deus! Isso parece uma cena de um drama romântico.Yago, se sentava ao lado de Miguel, batendo
- Por que você não aconselhava o Miguel com essas palavras antes? Luiza riu, olhando para ele. - Agora, ele já tem um bebê dele lá fora, de que adiante eu contar essas coisas?- Talvez a criança não seja do Miguel? - Yago sugeriu. Embora ele pensasse que a criança não era de Miguel, ele não podia revelar mais sem a explicação de Miguel.Luiza ficou surpresa por um momento, achando isso impossível.- Não é possível. Se a criança realmente não é dele, por que ele se importaria tanto?Era verdade. Isso também intrigava Yago. Miguel valorizava muito a criança no ventre da Clara, mas ele não explicava nada, e ninguém conseguia entender o que ele estava pensando.- Ainda acho que você deveria considerar com mais cuidado. Se você realmente ficar com o Theo, então não haverá retorno para você e o Miguel. - Yago disse.Luiza já não se importava mais, olhando para a prancha de neve aos seus pés, e disse: - Só espero que possamos nos divorciar logo.- Vocês já chegaram ao ponto de se divorcia
- Miguel?Luiza, estava preocupada com ele, rastejou até sua posição e retirou seus óculos de neve. O seu rosto sob os óculos estava tenso, ele lançou um olhar para Luiza. - Minha perna pode estar quebrada.Quando ele caiu no buraco de neve, ouviu um som de "crack". As chances de ser uma fratura eram altas.- Sério?Luiza ficou chocada, rapidamente desceu de cima dele e começou a examinar a perna. - Qual perna?- A esquerda. - Miguel respondeu. Luiza tocou a perna. - É aqui?- Sim.Parecia que ele estava com dor, Miguel franziu a testa e ordenou: - Chame uma ambulância.- Certo.Luiza não ousou perder tempo e olhou para fora do buraco. Theo e os outros já estavam lá, todos olhando para eles com expressões preocupadas.- Vocês estão bem? - Theo perguntou a eles. O buraco de neve tinha um pouco mais de um metro de profundidade, se não houvesse ferimentos graves, não deveria ser tão ruim.Luiza se levantou do corpo de Miguel, olhando para cima ela respondeu: - Estou bem, mas a pe
- Miguel está usando uma cinta de fixação. Ele não precisa ficar no hospital. Se tudo correr bem, após observação por meia hora, ele pode ir para casa. - Disse Yago, olhando pelo corredor até encontrar Luiza e acenando para ela. Luiza apontou para si mesma, perguntando: - Está me chamando?- Sim.Luiza se aproximou, e Clara lançou um olhar a ele. - Depois de voltar para casa, Miguel precisa descansar deitado, aproximadamente de 2 a 3 semanas. Eu irei visitar ele regularmente para revisões e trocas de curativos. Cuide bem dele quando voltar. - Yago explicou.- Entendido. - Respondeu Luiza. Ela sentia a responsabilidade pelo que aconteceu com a perna de Miguel, agora era sua obrigação cuidar dele.Porém, Clara ao lado não ficou tão feliz. Agora, ela era a mulher de Miguel. Por que Yago estava passando essa responsabilidade para Luiza? Clara levou Fabiano para o quarto de hospital para encontrar Miguel. Ele estava encostado na cama, sua perna esquerda longa estava com uma tala, com
Luiza concordou com isso. Foi ela quem causou a fratura do Miguel, e ele certamente consideraria todas as contas, sem dúvida, não a deixaria facilmente. Portanto, ela ficou parada, silenciosa, na lateral, sem dizer uma palavra. Os outros dois notaram sua entrada. - Luiza, depois de voltar, você vai cuidar de Miguel. Ah, me adicione como amiga, por favor. Podemos nos comunicar pelo WhatsApp se houver alguma coisa com Miguel. - Clara disse.Luiza teve que adicionar o WhatsApp da Clara. Agora, ela era uma culpada e não podia se esquivar da responsabilidade.Pouco depois, Yago trouxe a pomada. Finalmente, eles podiam voltar para casa. Ao subir no carro do Miguel, Luiza deu um suspiro de alívio. Ela realmente não gostava de lidar com a Clara, cada palavra dela parecia calculada, era muito opressiva.Ao chegar em casa, Miguel foi ajudado até o quarto principal no segundo andar. Luiza pegou um travesseiro e o colocou debaixo da perna machucada dele, se virou e perguntou: - Há mais alg
Ao ver o rostinho pálido de Felipinho, Luiza não conseguiu conter a dor no coração. Felipinho tinha pouco mais de três anos, mas, por causa de Theo, já havia passado por tantos eventos seguidos. Ela estava profundamente arrependida. Sentia pena do Felipinho, e odiava o Theo. O odiava com toda a sua alma! Enquanto assistia ao noticiário, completamente absorta, seu celular foi subitamente arrancado de sua mão. Ao levantar os olhos, viu que quem tinha pegado o aparelho era Theo. Ele jogou o celular de volta para Giovana e, com um rosto impassível, disse: — Já chega. Vamos comer. No dia seguinte, o navio atracou. Luiza finalmente saiu daquele porão escuro e sombrio. Ao sentir o brilho do sol pela primeira vez, ficou um pouco desconfortável e apertou os olhos. Ao olhar ao redor, viu um mar azul e um país completamente desconhecido... As placas ao redor estavam escritas em um idioma que ela não conseguia entender. No entanto, deduziu que aquele era um país quente e com ce
Ele falava, mas Luiza não olhava para ele. Theo ficou irritado e segurou o queixo dela com força, forçando ela a virar o rosto e encará-lo. — Sabe de uma coisa? Eu fui bondoso demais com você. Se, na época em que você estava grávida do Felipinho, eu tivesse sido mais firme, ele nem teria nascido. Luiza ficou atônita por um momento e, furiosa, retrucou: — Theo, você é um monstro! — Não existe homem que aceite sua mulher dar à luz o filho de outro homem. Mas por que, no final, eu aceitei? Porque eu vi o quanto você queria esse filho, vi o quanto você se esforçou para tê-lo. Então, no fim, não fiz nada contra ele. Eu aceitei. Sei que te magoei, mas pensei em passar o resto da minha vida te compensando. — Eu não preciso disso. — Luiza respondeu, palavra por palavra. — Nunca gostei de você. Ele ficou impassível. — E daí? Agora você está nas minhas mãos. Não tem como fugir. — Tanto faz. — Luiza sorriu friamente, os lábios curvados com indiferença. — Minha família morreu, e
Luiza olhou para ele, sem dizer uma palavra. — Você acha que, deixando de comer, vai me fazer sentir pena de você? — Theo perguntou com o rosto frio. Luiza sorriu com indiferença. — Não. Eu não me rebaixo a esse tipo de artimanha, porque simplesmente não me dou ao trabalho de agradar você. Theo encarou aquele rosto frio e sorriu levemente. — Ótimo. Você não quer me agradar? Então fique aqui e morra de fome, por mim tanto faz. Luiza deu um sorriso desolado e se deitou novamente na cama. Ela já havia decidido: se algo acontecesse com sua família, ela não teria mais vontade de viver. Theo podia mantê-la presa, mas, se ela desistisse da própria vida, não haveria nada que ele pudesse fazer. Com o rosto carregado, Theo saiu do quarto. Na manhã seguinte, por volta das nove, Luiza ainda se recusava a comer. Theo estava ouvindo Giovana falar sobre os assuntos no País R quando Laís veio reportar: — Sr. Theo, a Srta. Luiza ainda não quis tomar o café da manhã. Ela trouxe
Nos olhos dela, aquele homem era frio como gelo, com um sorriso gélido nos lábios. Ele disse suavemente: — Este é o preço por não me obedecer. As pupilas de Luiza se dilataram levemente. Theo continuou: — Eu te dei uma chance naquela época. Te chamei para me encontrar várias vezes, mas você ignorou. Achou que eu, mesmo em apuros, não teria como te capturar? Pois bem, mesmo que eu morra, vou te levar comigo... Luiza ficou atônita, a raiva tomando conta de seu coração. Ela levantou a mão, tentando acertá-lo no rosto. — Desgraçado! Mas não conseguiu. Theo segurou seu pulso e o torceu para trás. Ele a olhou friamente, sem nenhum traço de emoção: — Eu já te dei oportunidades no passado, mas você não as aproveitou. Agora, não há mais chance... Com a dor, Luiza franziu as sobrancelhas e lançou um olhar furioso para ele: — Você é um desgraçado! — Você está certa. Sou mesmo um desgraçado. — Ele nem sequer usava mais os óculos, não se importando em manter uma aparência civi
Theo estava sentado no sofá, o olhar frio como uma lâmina de gelo cravado nas marcas de mordida no pescoço dela. Seus olhos semicerrados estavam carregados de rancor e cobiça. — De onde vieram essas marcas no seu pescoço? Luiza ficou sem palavras. Abriu a boca, mas conseguiu pronunciar apenas uma frase: — Você... Não está morto? — Você acha que eu morreria tão facilmente? — Theo soltou uma risada sarcástica. — Mas as notícias diziam... Que você tinha se enforcado na prisão! — Se eu não tivesse forjado aquela notícia, como poderia sair da prisão? — Ele sorriu com frieza. Então era isso! As notícias sobre a prisão nas Américas eram falsas, apenas uma encenação para enganar o público. Na verdade, Theo havia escapado como um verdadeiro mestre da fuga! "Não era de se estranhar que tudo tivesse parecido tão conveniente. Um homem tão calculista como ele nunca deixaria de ter uma rota de fuga preparada." Enquanto Luiza refletia sobre isso, Theo se levantou abruptamente e agar
Luiza, sem escolha, caminhou até a entrada do elevador e disse: — Pode ficar por aqui. Eu vou subir sozinha. Volte para casa, eu também já estou indo. — Vou esperar o elevador chegar. — Ele não tinha intenção de ir embora, seus longos dedos se entrelaçando nos dela. Assim, os dois ficaram de mãos dadas até o elevador chegar, e as portas se abrirem diante deles. Luiza olhou para ele e disse: — O elevador chegou. Eu realmente preciso ir. — Tudo bem. Ele soltou a mão dela, mas permaneceu parado do lado de fora, com o olhar cheio de saudade, fixo nela. O coração de Luiza estava agitado. Mesmo quando as portas do elevador se fecharam completamente, o canto de seus lábios ainda estava levemente curvado em um sorriso. Ao chegar ao estacionamento, ela abriu a porta do carro e jogou sua bolsa para dentro. No momento em que ia entrar no veículo, uma sombra repentina surgiu ao seu lado. Luiza levantou o olhar, alarmada. Uma toalha foi pressionada contra seu nariz e boca, e
Durante o jantar, ele a observava o tempo todo. Luiza abaixou a cabeça para tomar a sopa, desconfortável sob o olhar constante dele. Ergueu os olhos e encontrou os dele: — Por que está me olhando assim? — Quando sua avó e as outras voltam para as Américas? — Miguel perguntou enquanto descascava um camarão e o colocava no prato dela com naturalidade. Luiza olhou para o camarão, esboçou um leve sorriso, não recusou e o levou diretamente à boca: — Devem voltar amanhã. Hoje já cuidaram de toda a bagagem. — E seu pai? — Ele continuou, sem desviar o olhar. — Devo começar a organizar o retorno dele para Valenciana do Rio? Luiza pensou por um momento antes de responder: — Meu pai vai ficar no País R por enquanto. — Ainda não confia em mim? — Ele perguntou, encarando ela atentamente. Luiza respondeu com serenidade: — Não é isso. Só acho que ainda não está tão seguro. Quero esperar até que tudo esteja resolvido para trazê-lo de volta para Valenciana do Rio. — Você tem med
O olhar de Miguel parecia em chamas. Ele segurou a cintura dela com uma mão, enquanto a outra a puxava para mais perto, beijando cada centímetro de sua pele. Luiza estava tão fraca que parecia derreter como água, pendurada pelo pescoço dele, deixando que ele fizesse o que quisesse... ...Ao entardecer, o celular de Luiza tocou. Ela ouviu o toque familiar e abriu os olhos nos braços de Miguel. Viu que ele estava atendendo o celular dela. — Por que você está atendendo minhas ligações? — Perguntou ele, só então percebendo que sua voz estava rouca. À tarde, ele havia sido tão intenso que ela gritou até ficar sem voz. — Foi o Felipinho quem ligou. Então eu atendi por você. — Respondeu Miguel, segurando ela com um braço enquanto usava a outra mão para atender o telefone. Ele falou de forma preguiçosa com Felipinho, que estava do outro lado da linha. — Sua mãe talvez demore um pouco mais. Podem jantar sem ela, não precisam esperar. — Por que não precisam me esperar? — Luiza perg
— Desta vez, a reconciliação é real, certo? — Miguel perguntou. Luiza franziu as sobrancelhas, um pouco confusa. — Quero dizer, uma reconciliação de verdade, sem separações no futuro, certo? — Miguel a olhou diretamente nos olhos, sua expressão séria. Sob o olhar intenso dele, Luiza se sentiu desconfortável e, com um leve sorriso irônico, respondeu: — Isso não é garantido. Quem sabe daqui a alguns dias a gente brigue de novo? Miguel franziu a testa, impaciente. — Da sua boca não sai uma palavra boa. Luiza tentou conter o riso, mas antes que pudesse responder, Miguel a surpreendeu com um beijo. Sua voz rouca ecoou em seu ouvido: — Se não fala coisas boas, então vou lavar essa boca. Luiza congelou por um momento. "Esse é o jeito dele de lavar a boca?" Ele até colocou a língua. O beijo de Miguel a deixou sem fôlego. Tentando se recompor, ela colocou a mão no peito dele e perguntou: — Já terminou de lavar? — Não, ainda está muito suja. Precisa de mais lavagens.