Ao receber a mensagem, Luiza ficou atônita.Não esperava que a sogra agisse tão rapidamente; em apenas um dia, ela já tinha encontrado a pessoa perfeita.Luiza adicionou o número.Melhor assim; quanto antes resolvesse essa questão, mais rápido se libertaria.Ela respondeu à sogra com um "Está bem" e se virou no ateliê para escolher um novo vestido que havia desenhado, aplicou uma maquiagem suave e saiu para o encontro.Assim que pegou a bolsa, o celular tocou. Era uma chamada de Miguel.- Alô? - Atendeu Luiza enquanto descia as escadas. - Sr. Miguel, estava procurando por mim?Passou a tratá-lo por Sr. Miguel.Do outro lado da linha, Miguel, com o telefone em mãos, franziu a testa.- Por que continua me chamando de Sr. Miguel?- Me parece um tratamento adequado. - Após dizer isso, silenciou, aguardando que ele prosseguisse.Miguel então falou:- Está livre esta noite?- Algum problema?- Que tal jantarmos juntos?Sobre a mesa de Miguel havia uma bolsa, um modelo que Luiza desejava, uma
- Certo.Luiza estava relativamente calma, apesar de dois brutamontes continuarem a proferir insultos do lado de fora; abrir a porta seria loucura. Quando perceberam que ela não cedia, um dos homens, num ímpeto que parecia possessão, colocou os braços sob o carro, tentando elevá-lo. O pavor tomou conta de Luiza.- O que vocês estão fazendo?Após algumas bebidas, essas pessoas pareciam ter perdido a razão. À medida que o carro era erguido, o coração de Luiza se apertou e, num momento crítico, alguém interveio, arrastando um dos brutamontes para longe e desferindo a ela um soco. O agressor se virou, apenas para se encontrar cercado por vários seguranças, que lhe aplicaram uma surra duradoura. O carro foi gentilmente recolocado no seu lugar, e Luiza, ainda aterrorizada, levou a mão ao coração, apenas para avistar um homem elegante se aproximando ao longe, de nariz proeminente e óculos sem armação, emanando uma aura imponente.Theo?Ela mal havia assimilado a situação quando Theo já e
Theo percebeu e se virou com um sorriso gentil.- Desculpe, me aproximei demais de você, não foi?Luiza respondeu:- Não tem problema, não precisa se desculpar.Ela acreditava que ele não tinha feito isso de propósito.Theo ajudou ela a se sentar no consultório médico.Quando o médico fazia perguntas, ela respondia, dócil e obediente.Ela era o tipo de mulher que instantaneamente fazia as pessoas gostarem dela, bonita, mas de uma forma nada agressiva.Theo ficou ao lado, observando ela, e, assim que o médico terminou de preencher o relatório, veio ajudá-la.- Srta. Luiza, vou levá-la à sala de radiologia.- Obrigada. - Luiza agradeceu, e Theo pegou sua bolsa, pendurando ela em seu braço naturalmente.Luiza ficou um pouco surpresa, mas não disse nada, e o acompanhou até a sala de radiologia.Era necessário esperar na fila para o exame. Theo se sentou ao lado dela, colocou um canudo no leite de morango e ofereceu a ela.- Tome um pouco de leite.- Obrigada. - Luiza aceitou o leite, seu c
- Claro. - Theo se despediu de Clara, levando Luiza consigo.Luiza tinha caminhado um pouco quando, de repente, se virou e viu Clara atrás dela, segurando o celular e tirando uma foto sua com Theo.Os dois trocaram olhares.Clara abaixou o celular e sorriu torto.Luiza pensou que Clara tinha tirado a foto dela com Theo, provavelmente, para mostrar a Miguel e espalhar fofocas.Que mulher ardilosa.Certamente, para Miguel, ela faria tudo parecer muito apaixonado.Luiza não estava enganada, foi exatamente isso que Clara fez: "Miguel, o que aconteceu com a Lulu? À noite, no hospital, vi ela com o Theo. O que isso significa?"Miguel: "O que você quer dizer?"Clara enviou uma foto de Luiza e Theo e disse: "É que eu vi Theo levando a Lulu ao hospital, Theo segurando a bolsa da Lulu, eles pareciam muito íntimos."Miguel estava em casa jantando quando recebeu a mensagem, seu rosto esfriou consideravelmente.- Senhor, o caldo de frutos do mar está pronto. Deseja que eu sirva agora ou espere a se
Luiza estava um pouco constrangida.- Obrigada por me levar para casa.- De nada. A propósito, mandei consertar o seu carro. Vou avisá-la quando estiver pronto.- Está bem, muito obrigado pela sua assistência.- Não foi nada. - Theo sorriu.Ele era muito eficiente.Luiza tinha apenas mais uma coisa a dizer:- Obrigada!Ao chegarem à Quinta do Lago, Theo estacionou o carro e observou, com pupilas escuras, a vila de estilo minimalista.- Você mora aqui?- Sim, obrigada por me trazer de volta. - Luiza respondeu, descendo do carro com o bolo.- Luiza. - Theo a chamou de repente.Luiza, segurando o bolo, se virou, e seu rosto estava suave e tranquilo sob a luz da lua.- O que foi?- Eu acho que você é muito legal. - Theo sorriu. - Tanto você quanto o seu trabalho, eu acho excelentes. Que tal? Quer tentar uma parceria conosco no NAS? Para começarmos uma nova era juntos?Uma nova era?O coração de Luiza tremia.Não estar emocionada seria mentira.Ela se esforçou tanto por anos, tudo para alca
A ira nos olhos de Miguel se espalhou por seu rosto, liberando uma risada fria.- Você está querendo me trair, não está?- Você também me traiu. E, mesmo que eu não concordasse, você deixaria a Clara por mim? - Ela perguntou, sorrindo.Os olhos de Miguel endureceram.- Impossível.Luiza sabia que ele não deixaria Clara.Então, estendeu as mãos e disse:- Então é isso. Vocês ficam juntos, e eu sofro sozinha. Acha isso justo? Mas eu me resignei. Já que você não me ama, fique com quem você ama. Eu também preciso de alguém para consolar meu coração. Então, não me impeça. Vamos cada um buscar a própria felicidade, sem brigas. Não é muito melhor assim?Ao ouvir suas palavras, Miguel ficou sombrio e, de repente, segurou a mão dela, dizendo friamente:- Você tem coragem?Luiza se assustou, pois ele estava segurando sua mão esquerda, que estava inchada e vermelha. Luiza franziu a testa de dor.- Você está machucando minha mão.Miguel percebeu então que o pulso dela estava inchado e vermelho, e
Ela estava encurralada por ele, sem ter para onde recuar, e respondeu:- Claro, ele é uma boa pessoa.- Mas e se ele descobrir que você é casada e não te quiser mais? - A respiração fria de Miguel atingiu seu rosto.- Então, simplesmente procurarei outro. Sapos com três pernas são difíceis de encontrar, mas homens com duas pernas estão por toda parte. Com minha aparência, certamente encontrarei um.- Parece que você está decidida a trair?Luiza sorriu.- Você não quer se divorciar, então só me resta procurar alguém estando casada. Você pode procurar, eu também posso procurar, todos felizes. Assim é justo.Miguel a encarou fixamente, como se ainda achasse que ela estava jogando jogos mentais, e disse sombriamente:- Ah, quero ver, quando ele descobrir quem você realmente é, se ainda vai te amar.- Se você não atrapalhar, com certeza vamos nos dar bem. - Luiza sorriu.- Não sou tão desocupado. - Miguel resmungou, rindo em seguida. - Mas, com esse corpo seu...Ele não terminou a frase, ap
Naquela noite, dormiu muito bem. Na manhã seguinte, assim que terminou de se vestir, o celular de Luiza tocou. Ela caminhou até o criado-mudo e viu o nome "Helena" piscando na tela. Após ter saído em um encontro na véspera, Helena ligou hoje para ela, parecendo ansiosa. - Alô, sogra. - Atendeu Luiza. - Ontem você se encontrou com o Theozinho, o que achou dele? - Indagou Helena. - O Sr. Theo é uma pessoa admirável. - Você pensa em avançar para algo mais sério? - Perguntou Helena. Luiza refletiu por um instante, - Acho que vale a pena nos conhecermos melhor. Ela considerava Theo uma boa pessoa, mas era provável que ele desconhecesse sua real situação. Luiza planejava, no próximo encontro, revelar a ele que era casada com Miguel. Não gostava de iludir as pessoas. - Ele é um talento raro. Se ele nutrir bons sentimentos por você, deve agarrar essa oportunidade. De fato, foi um golpe de sorte para Luiza. Inicialmente, Helena pretendia apresentar outro executivo de
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.
Luiza franziu a testa, achando que Miguel estava confundindo o filho, e lançou a ele um olhar repreensivo antes de dizer para Felipinho: — Não é nada disso. O papai e a mamãe só estavam conversando sobre algumas coisas.— Conversando sobre o quê? É sobre voltar a casar? — Voltar a casar? — Miguel captou a palavra e perguntou. — Como você sabe essa palavra? Quem te ensinou? — Foi a Maria que me falou. Ela disse que, quando marido e mulher brigam, eles se divorciam, e quando fazem as pazes, eles voltam a casar.Luiza estava prestes a explicar o que significava divórcio, mas Miguel foi mais rápido e perguntou ao Felipinho: — Você quer muito que o papai e a mamãe voltem a casar? — Claro que sim. — Felipinho assentiu com a cabecinha e respondeu seriamente. — Senão, se o papai casar com outra pessoa e a mamãe se casar com outro, vocês vão me abandonar. Ao ouvir isso, os dois ficaram surpresos. Luiza finalmente entendeu por que Felipinho sempre queria que eles fizessem as pazes;
— O Elias veio ao aniversário da Maria, é uma coisa boa, todo mundo está feliz. Por que você está tão explosivo, parecendo um barril de pólvora? — Miguel retrucou sem rodeios.O rosto de Francisco se fechou:— Isso é problema seu?— E eu sentir ciúmes é problema seu? — Miguel rebateu, com seu rosto bonito e calmo.Bem nesse momento, o bolo chegou até eles. Maria estendeu um pedaço para Francisco:— Papai, coma o bolo.O bolo tinha sido trazido pelo próprio Elias, que o colocou diretamente nas mãos de Francisco.Miguel riu de novo:— Viu? Até o papel de pai está sendo assumido por outro homem.Francisco respondeu:— É porque eu desprezo fazer esse tipo de coisa.— Despreza fazer? Ou é porque nem tem chance de fazer? — Miguel o provocou, com um sorriso cheio de intenções.O rosto de Francisco ficou sombrio.Miguel disse:— Não diga que eu não avisei: como homem, esperar que a mulher venha rastejando para te agradar é impossível.Francisco ironizou:— Você se orgulha de se rebaixar assim?
Miguel entrou a passos largos e, com os braços fortes, levantou o filho, dizendo com um tom gentil:— Desculpe, Felipinho, eu me atrasei.— Hmph! Aachei que você nem viria. — Felipinho resmungou, mas seu humor claramente melhorou, e um pequeno sorriso apareceu em seu rosto.Luiza olhou para ele, percebendo que Felipinho estava feliz.Ela não pôde evitar olhar para Miguel. "Com ele por perto, será que tudo realmente ficaria tão melhor?"Miguel explicou:— O que eu prometo, eu cumpro. Foi só o trânsito que me atrasou um pouco.Ele explicou pacientemente ao menino.Felipinho ficou ainda mais contente e olhou para Maria, dizendo:— Maria, meu pai também veio.Maria fez um gesto de "V" com os dedos e respondeu:— Então vamos soprar as velas juntos!— Claro.Então, os dois homens, cada um segurando seu filho, se juntaram ao redor de um lindo bolo e sopraram as velas com força.Todos os adultos na sala aplaudiram.Especialmente Elias, que deu um assobio exagerado e soltou um grito de animaçã
Luiza olhou para ele: — Já está pensando no aniversário tão cedo? — Claro, esse ano é diferente. — Por que é diferente? — Nos anos anteriores, o papai nunca estava presente no meu aniversário. Este ano ele está, então é claro que será diferente! — Os olhos de Felipinho brilhavam de expectativa. Luiza o observou com uma expressão um pouco complexa. Desde que Miguel veio ao País R para ver Felipinho, o menino vinha falando muito sobre ele. Dava para ver o quanto a presença do pai era importante para ele... Mas aceitar Miguel assim... Ela simplesmente não conseguia superar essa barreira em seu coração... Nesse momento, o bolo foi trazido. Lucas entrou e perguntou a Francisco: — Presidente Francisco, o bolo já chegou, é para cortar agora? Francisco olhou para Maria, quase como se estivesse competindo por sua atenção, e pegou a filha que estava entre Priscila e Elias. — Maria, o papai preparou um bolo para você, quer cortar agora? — Francisco perguntou, olhando para
Conversando, o carro entrou na mansão da família Amorim.No vasto gramado verde, havia um carro desconhecido estacionado. Priscila estava parada sob a luz do sol, sorrindo para a pessoa dentro do carro.— Elias, você veio.O homem dentro do carro acenou com a cabeça.Em seguida, a porta do carro se abriu, e desceu um homem de feições refinadas, vestindo um terno casual, com um ar gentil e educado.— Por que você não me avisou? Se tivesse me avisado, com certeza eu teria ido ao aeroporto te buscar. — Priscila olhou para ele, com um brilho alegre nos olhos.Luiza raramente via Priscila tão bem-humorada.Já Francisco exibia um sorriso sarcástico evidente.Então era um rival amoroso.Luiza finalmente entendeu.— Hoje é o aniversário da Maria, vim especialmente para isso, queria fazer uma surpresa para ela. — Elias tirou um presente de dentro do carro. — Isso é para a Maria.— Não me entregue, daqui a pouco você mesmo pode dar a ela. Tenho certeza de que vai ficar muito feliz. — Priscila re
A situação de Bryan era algo que Miguel precisava resolver; Luiza não sentia qualquer constrangimento, pois considerava que isso era uma compensação que ele devia à família dela.Com isso resolvido, não havia mais nada para dizer entre eles.Miguel quis perguntar sobre Francisco, mas Luiza pegou uma bebida, fingindo tomar um gole enquanto olhava para o celular, mantendo a cabeça baixa para evitar conversar com ele.Tudo o que ele dizia era a mesma coisa de sempre, sem graça. Ela não queria se envolver mais com ele e, por isso, também não estava interessada em ouvir.O tempo passava, segundo a segundo.O telefone de Luiza tocou novamente.Ela estava distraída antes, aparentando ler notícias, mas, na verdade, sem absorver uma única palavra.Quando o telefone tocou, ela se recompôs, atendeu e respondeu com um tom de voz calmo:— Alô.— Estou na entrada, venha para fora. — Francisco já havia chegado.— Certo.Luiza respondeu, encerrou a ligação e colocou o celular de volta na bolsa, já se