Ela estava encurralada por ele, sem ter para onde recuar, e respondeu:- Claro, ele é uma boa pessoa.- Mas e se ele descobrir que você é casada e não te quiser mais? - A respiração fria de Miguel atingiu seu rosto.- Então, simplesmente procurarei outro. Sapos com três pernas são difíceis de encontrar, mas homens com duas pernas estão por toda parte. Com minha aparência, certamente encontrarei um.- Parece que você está decidida a trair?Luiza sorriu.- Você não quer se divorciar, então só me resta procurar alguém estando casada. Você pode procurar, eu também posso procurar, todos felizes. Assim é justo.Miguel a encarou fixamente, como se ainda achasse que ela estava jogando jogos mentais, e disse sombriamente:- Ah, quero ver, quando ele descobrir quem você realmente é, se ainda vai te amar.- Se você não atrapalhar, com certeza vamos nos dar bem. - Luiza sorriu.- Não sou tão desocupado. - Miguel resmungou, rindo em seguida. - Mas, com esse corpo seu...Ele não terminou a frase, ap
Naquela noite, dormiu muito bem. Na manhã seguinte, assim que terminou de se vestir, o celular de Luiza tocou. Ela caminhou até o criado-mudo e viu o nome "Helena" piscando na tela. Após ter saído em um encontro na véspera, Helena ligou hoje para ela, parecendo ansiosa. - Alô, sogra. - Atendeu Luiza. - Ontem você se encontrou com o Theozinho, o que achou dele? - Indagou Helena. - O Sr. Theo é uma pessoa admirável. - Você pensa em avançar para algo mais sério? - Perguntou Helena. Luiza refletiu por um instante, - Acho que vale a pena nos conhecermos melhor. Ela considerava Theo uma boa pessoa, mas era provável que ele desconhecesse sua real situação. Luiza planejava, no próximo encontro, revelar a ele que era casada com Miguel. Não gostava de iludir as pessoas. - Ele é um talento raro. Se ele nutrir bons sentimentos por você, deve agarrar essa oportunidade. De fato, foi um golpe de sorte para Luiza. Inicialmente, Helena pretendia apresentar outro executivo de
Luiza se virou e viu que Miguel estava encostado à porta, exalando uma aura inexplicável de charme.Deus era injusto. Não apenas lhe conferira poder supremo, mas também o dotou de uma aparência perfeita e sedutora.- Você comprou isso? - Perguntou ela.Os olhos de Miguel encontraram os dela, e ele sorriu. - Sim, se gostar, pode levar.- Obrigada. - Respondeu Luiza, recolocando a bolsa. Da última vez, o colar de diamantes cor-de-rosa que ele lhe deu também foi guardado no guarda-roupa. Se não era dela, ela não pegava.Ao ver a bolsa sendo devolvida, o rosto suavizado de Miguel se tornou frio novamente, e ele perguntou com gravidade: - Não quer?- Não, não é necessário. Esta bolsa é valiosa demais, se eu a estragar, não posso pagar. Vou apenas dar uma olhada no design e depois desenhar um para mim. Leve para a Clara, ela vai certamente gostar. - Respondeu Luiza ao colocar a bolsa de volta, indo em busca de uma camisa para ele.O rosto de Miguel endureceu e, sem expressão, ele afirmou:
Ela acabou de dizer que ele era uma pessoa estranha, mas suas palavras foram ouvidas por ele. Quanto a Clara, seus olhos se fixaram na bolsa em cima da mesa dela, com uma expressão indecifrável e um toque de frieza. - Primo, você ouviu, né? A Luiza sempre te considerou um estranho. - Disse Bruna.Luiza ficou momentaneamente surpresa, ela estava apenas brincando. Olhou para a assistente ao lado. A assistente que os trouxe disse: - Essas senhoritas dizem que te conhecem e querem encomendar um vestido com a senhora.A Luminar oferecia serviços de confecção de vestidos, mas devido à sua falta de renome, poucos clientes procuravam diretamente por eles. Luiza se levantou e disse: - Desculpe, estávamos apenas brincando, eu e a Mari. Ao terminar, ela lançou um olhar para Miguel. Miguel, como se não a tivesse visto, desviou o olhar, suas pupilas negras parecendo tinta espessa. Ao ver a expressão dele, Luiza pensou que ele a devia estar achando repulsiva, sem vontade de falar com ela.
Esta área era dedicada à alta costura de luxo. Clara deu uma olhada e perguntou: - Foi você quem projetou todos esses vestidos?- Sim.- São realmente lindos. - Elogiou Clara.- Clara, me lembro de que você sabe dançar. Escolha um vestido elegante e dance graciosamente com o primo na festa de aniversário. Isso seria tão lindo. - Sugeriu Bruna.- Seria realmente bonito. - Concordou Clara, apontando para um dos vestidos brancos. Ela perguntou a Miguel ao lado. - Miguel, o que acha desse vestido branco?Miguel deu uma olhada e respondeu suavemente: - Está bom.- Então eu vou experimentar aquele. - Clara sorriu para Luiza e disse. - Luiza, por favor.Luiza esteve o tempo todo abaixada, ouviu suas palavras e sorriu.- Está bem.Ela chamou a assistente, retirou o vestido branco e pediu para Clara experimentar.- Miguel, vou experimentar roupas primeiro. Espere por mim aqui. - Disse Clara suavemente.Miguel olhou para o celular como se estivesse trabalhando, acenou levemente com a cabeça.
Ela não encontrou palavras, apenas elogiou: - A Clara fica bem com qualquer coisa!- Você está exagerando, não é? Mas a Luiza é incrível, as roupas que ela desenha ficam tão boas quando vestidas. - Clara sorriu. - Mas acho que há muito tecido na cintura, gostaria de ajustar um pouco. E a saia está muito longa, estou com medo de pisar nela, então gostaria de encurtar um pouco.Ela olhou para Luiza.- Luiza, você não se importa se eu fizer muitos pedidos, certo?- Não me importo.Ela estava grávida, era normal ter preocupações com quedas. Luiza chamou a assistente para trazer uma fita métrica.Enquanto a assistente se preparava para se agachar e medir a saia de Clara, ela disse: - Luiza, estou com medo de que a assistente não meça corretamente. Você poderia medir para mim pessoalmente?- Claro. - Luiza concordou.Ela se sentiu um pouco injustiçada, mas pensando que um conjunto de vestidos de alta costura custava várias dezenas de milhares, Luiza se equilibrou emocionalmente. Ela se aga
Luiza ficou surpresa.- Presidente Pires, como você veio?- Queria dar uma olhada no ambiente do estúdio de vocês e aproveitar para ver sua mão. O olhar de Theo pousou em sua mão esquerda. - Ainda dói hoje?- Não dói mais.Ela tinha batido a mão recentemente, mas agora já não doía.- Eu trouxe uma pomada estrangeira para você, é muito eficaz para reduzir o inchaço e a contusão. ExperimenteTheo tirou um tubo de pomada e entregou a ela.- Obrigada.Luiza pegou.Bruna ficou perplexa. Theo era a pessoa por quem ela tinha interesse, mas ele sempre a tratava com indiferença. Como ele podia ser tão gentil com Luiza? Além disso, ele estava fazendo isso na frente do primo Miguel. Não temia que o primo ficasse chateado?- Clara, o que está acontecendo?Não só Luiza estava calma, mas também Miguel e Clara, todos pareciam bastante normais. Bruna sentia que o mundo estava virando de cabeça para baixo.Clara falou suavemente.- Você não sabia? Ontem Theo e Luiza tiveram um encontro às cegas, am
- Luiza, obrigada.Clara quebrou o silêncio.- Por nada. Luiza se aproximou, pegou a fita métrica e recomeçou a medir a barra do vestido para Clara.- Parece que você e Theozinho estão indo muito bem, não é? - Clara sorriu.Luiza ficou tensa.Essa informação foi passada pela sua sogra para Clara.Isso significava que a sogra já considerava Clara como a futura nora dela.- Sim. - Luiza não disse mais nada. - Srta. Clara, tem certeza de que quer ajustar a barra do vestido abaixo dos joelhos?- Sim. Clara olhou para Miguel.Miguel não disse nada, seu olhar fixava em Luiza. Seu rosto sem expressão transmitia uma sensação de opressão.Luiza se levantou, sentiu o olhar dele e olhou para ele.Os dois se encararam.De repente, o ambiente ficou silencioso.Clara estava no meio dos dois, sentindo seu coração apertar, ela quebrou o silêncio: - Luiza, só ajuste a barra do vestido, não mexa na cintura, estou com medo de engordar até o final do mês, não quero ter problemas para vestir.- Está bem
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.
Luiza franziu a testa, achando que Miguel estava confundindo o filho, e lançou a ele um olhar repreensivo antes de dizer para Felipinho: — Não é nada disso. O papai e a mamãe só estavam conversando sobre algumas coisas.— Conversando sobre o quê? É sobre voltar a casar? — Voltar a casar? — Miguel captou a palavra e perguntou. — Como você sabe essa palavra? Quem te ensinou? — Foi a Maria que me falou. Ela disse que, quando marido e mulher brigam, eles se divorciam, e quando fazem as pazes, eles voltam a casar.Luiza estava prestes a explicar o que significava divórcio, mas Miguel foi mais rápido e perguntou ao Felipinho: — Você quer muito que o papai e a mamãe voltem a casar? — Claro que sim. — Felipinho assentiu com a cabecinha e respondeu seriamente. — Senão, se o papai casar com outra pessoa e a mamãe se casar com outro, vocês vão me abandonar. Ao ouvir isso, os dois ficaram surpresos. Luiza finalmente entendeu por que Felipinho sempre queria que eles fizessem as pazes;
— O Elias veio ao aniversário da Maria, é uma coisa boa, todo mundo está feliz. Por que você está tão explosivo, parecendo um barril de pólvora? — Miguel retrucou sem rodeios.O rosto de Francisco se fechou:— Isso é problema seu?— E eu sentir ciúmes é problema seu? — Miguel rebateu, com seu rosto bonito e calmo.Bem nesse momento, o bolo chegou até eles. Maria estendeu um pedaço para Francisco:— Papai, coma o bolo.O bolo tinha sido trazido pelo próprio Elias, que o colocou diretamente nas mãos de Francisco.Miguel riu de novo:— Viu? Até o papel de pai está sendo assumido por outro homem.Francisco respondeu:— É porque eu desprezo fazer esse tipo de coisa.— Despreza fazer? Ou é porque nem tem chance de fazer? — Miguel o provocou, com um sorriso cheio de intenções.O rosto de Francisco ficou sombrio.Miguel disse:— Não diga que eu não avisei: como homem, esperar que a mulher venha rastejando para te agradar é impossível.Francisco ironizou:— Você se orgulha de se rebaixar assim?
Miguel entrou a passos largos e, com os braços fortes, levantou o filho, dizendo com um tom gentil:— Desculpe, Felipinho, eu me atrasei.— Hmph! Aachei que você nem viria. — Felipinho resmungou, mas seu humor claramente melhorou, e um pequeno sorriso apareceu em seu rosto.Luiza olhou para ele, percebendo que Felipinho estava feliz.Ela não pôde evitar olhar para Miguel. "Com ele por perto, será que tudo realmente ficaria tão melhor?"Miguel explicou:— O que eu prometo, eu cumpro. Foi só o trânsito que me atrasou um pouco.Ele explicou pacientemente ao menino.Felipinho ficou ainda mais contente e olhou para Maria, dizendo:— Maria, meu pai também veio.Maria fez um gesto de "V" com os dedos e respondeu:— Então vamos soprar as velas juntos!— Claro.Então, os dois homens, cada um segurando seu filho, se juntaram ao redor de um lindo bolo e sopraram as velas com força.Todos os adultos na sala aplaudiram.Especialmente Elias, que deu um assobio exagerado e soltou um grito de animaçã
Luiza olhou para ele: — Já está pensando no aniversário tão cedo? — Claro, esse ano é diferente. — Por que é diferente? — Nos anos anteriores, o papai nunca estava presente no meu aniversário. Este ano ele está, então é claro que será diferente! — Os olhos de Felipinho brilhavam de expectativa. Luiza o observou com uma expressão um pouco complexa. Desde que Miguel veio ao País R para ver Felipinho, o menino vinha falando muito sobre ele. Dava para ver o quanto a presença do pai era importante para ele... Mas aceitar Miguel assim... Ela simplesmente não conseguia superar essa barreira em seu coração... Nesse momento, o bolo foi trazido. Lucas entrou e perguntou a Francisco: — Presidente Francisco, o bolo já chegou, é para cortar agora? Francisco olhou para Maria, quase como se estivesse competindo por sua atenção, e pegou a filha que estava entre Priscila e Elias. — Maria, o papai preparou um bolo para você, quer cortar agora? — Francisco perguntou, olhando para
Conversando, o carro entrou na mansão da família Amorim.No vasto gramado verde, havia um carro desconhecido estacionado. Priscila estava parada sob a luz do sol, sorrindo para a pessoa dentro do carro.— Elias, você veio.O homem dentro do carro acenou com a cabeça.Em seguida, a porta do carro se abriu, e desceu um homem de feições refinadas, vestindo um terno casual, com um ar gentil e educado.— Por que você não me avisou? Se tivesse me avisado, com certeza eu teria ido ao aeroporto te buscar. — Priscila olhou para ele, com um brilho alegre nos olhos.Luiza raramente via Priscila tão bem-humorada.Já Francisco exibia um sorriso sarcástico evidente.Então era um rival amoroso.Luiza finalmente entendeu.— Hoje é o aniversário da Maria, vim especialmente para isso, queria fazer uma surpresa para ela. — Elias tirou um presente de dentro do carro. — Isso é para a Maria.— Não me entregue, daqui a pouco você mesmo pode dar a ela. Tenho certeza de que vai ficar muito feliz. — Priscila re
A situação de Bryan era algo que Miguel precisava resolver; Luiza não sentia qualquer constrangimento, pois considerava que isso era uma compensação que ele devia à família dela.Com isso resolvido, não havia mais nada para dizer entre eles.Miguel quis perguntar sobre Francisco, mas Luiza pegou uma bebida, fingindo tomar um gole enquanto olhava para o celular, mantendo a cabeça baixa para evitar conversar com ele.Tudo o que ele dizia era a mesma coisa de sempre, sem graça. Ela não queria se envolver mais com ele e, por isso, também não estava interessada em ouvir.O tempo passava, segundo a segundo.O telefone de Luiza tocou novamente.Ela estava distraída antes, aparentando ler notícias, mas, na verdade, sem absorver uma única palavra.Quando o telefone tocou, ela se recompôs, atendeu e respondeu com um tom de voz calmo:— Alô.— Estou na entrada, venha para fora. — Francisco já havia chegado.— Certo.Luiza respondeu, encerrou a ligação e colocou o celular de volta na bolsa, já se