Naquela noite, Miguel esperava por ela no pátio. Quando Luiza subiu para puxar as cortinas, viu sua silhueta esguia apoiada no carro, folhas amareladas caíam aos seus pés, solitário e melancólico. Ele estava fumando no pátio, na penumbra, Luiza não conseguia ver sua expressão claramente. Na verdade, ele raramente fumava, mas naquela noite, fumou vários cigarros seguidos, com uma expressão sombria e solitária.No dia seguinte.Luiza acordou e Miguel já tinha ido embora, ela não sabia a que horas ele tinha saído, mas também não se importava. Hoje seu pai teria alta do hospital. Luiza não queria aparecer muito cansada para ver seu pai, então se sentou na penteadeira e fez uma maquiagem leve para si mesma antes de sair de casa. No táxi, ela viu uma notícia, o Grupo Sunland tinha conseguido sucesso em investimentos em pesquisa médica!Às nove da manhã seria a conferência de imprensa sobre o medicamento. Miguel já tinha trocado de roupa, parecia ter se livrado da solidão de ontem, ele
Luiza não sabia como responder.Justo nesse momento, uma voz sólida veio por trás:- Não, vovó, tivemos apenas algumas pequenas discordâncias antes, mas agora está tudo bem.Todos viraram a cabeça e viram o alto e belo Miguel parado na porta da mansão, vestindo o mesmo terno que usou na coletiva de imprensa da manhã, com uma elegância refinada e uma beleza extraordinária. Luiza ficou um pouco surpresa. Ele não tinha ido trabalhar? Por que ele voltou de repente? Miguel se aproximou de Luiza com passos largos e gentilmente segurou sua mão. Luiza estava um pouco irritada, mas não se soltou de Miguel na frente dos mais velhos.A Sra. Medeiros, ao ver que os dois haviam se reconciliado, ficou radiante e disse:- Que bom, eu queria falar com a Luiza antes, você é um genro tão bom, onde eu encontraria outro assim!- Vovó, não se preocupe, eu e Luiza não vamos nos divorciar. - Miguel abraçou Luiza, sorrindo elegantemente.A Sra. Medeiros ficou muito feliz.Por outro lado, Bryan estava um p
O documento estava na mesa.A Sra. Medeiros pegou e examinou, então sorriu para Luiza: - Luiza, o Miguel é realmente generoso. Com este contrato, o futuro do Bryan está garantido.Os sentimentos de Luiza eram complicados. - Vovó, melhor você não ler ainda. Meu pai pode não aceitar.- Por que ele não aceitaria? Este é o dote que o Miguel deu a você. Nossa família tem todo o direito de aceitar. Além disso, o Grupo Medeiros é o trabalho de toda a vida do seu pai. Agora que ele se recuperou, deve voltar para a empresa. Não podemos o deixar aos cinquenta e poucos anos procurando trabalho por aí.Falando nisso, Luiza ficou em silêncio. Ela naturalmente não queria que o pai sofresse tanto no futuro. Mas ela tinha um nó no coração, um nó que já estava apertado várias vezes. Realmente não conseguia evitar de se importar.No andar de cima.Bryan abriu a porta do escritório. O escritório estava exatamente igual a dois anos atrás. Depois do choque inicial, Bryan se sentiu emocionado. Sua filh
Luiza sentiu um aperto no coração e se afastou. - É claro que estou zangada. Que esposa não ficaria zangada se fosse tratada como uma doadora de sangue?Ela simplesmente não conseguia o enfrentar com calma agora e disse friamente:- Volte para casa. Hoje meu pai recebeu alta, e eu não quero brigar com você. Volte primeiro e podemos conversar sobre isso mais tarde, quando estivermos mais calmos. - Mas seu pai acabou de me convidar para jantar.Luiza franziu o cenho. - Ele está planejando aceitar o presente que você deu a ele?- O Grupo Medeiros carrega os sonhos e o esforço dele. - Disse Miguel calmamente.Luiza não sabia o que dizer, seus olhos expressavam uma tristeza incompreensível. Ela não queria que seu pai sofresse no futuro, mas também sentia que, se ele aceitasse o presente de Miguel, ela não conseguiria mais o enfrentar. Quanto mais pensava nisso, mais angustiada se sentia, e as lágrimas começaram a escorrer.- Por que está chorando? Miguel se aproximou e a abraçou, lim
Luiza apertou os lábios e perguntou:- Então por que você não disse antes?- Eu não sabia como te contar. Sobre tirar seu sangue, eu fiz mesmo. Ele se aproximou dela, envolvendo seu ombro, explicando suavemente: - Há um ano, me arrependi muito disso, por isso eu estava sendo bom com você, não para usar seu sangue para salvar a Nanda, mas porque me importava com você, queria ser um pouco mais gentil.Luiza levantou os olhos de repente. - Então, no ano passado, você já estava apaixonado por mim?- Sim. - Ele assentiu, desta vez não escondendo seus sentimentos. - Desde primeira vez que fizemos sexo, decidi que ficaria com você para sempre.Luiza ficou surpresa. - Você nunca considerou nos separarmos?- Você é tão tola. Se nos divorciássemos, você seria maltratada. Como poderia suportar te ver sofrendo lá fora? - Ele disse, aproximando os lábios, beijando suavemente os dela.Luiza olhou para ele, encontrando o rosto bonito dele.Ela corou com seu olhar intenso, sem saber o que dizer, m
Tudo isso era um remorso para ela, então, quando a avó mencionou a possibilidade de realizar outro casamento, Luiza olhou imediatamente para Miguel.Miguel também a olhou de relance, como se percebesse o anseio em seus olhos, e sorriu. - Claro, o casamento de dois anos atrás não foi feito adequadamente. É hora de realizar uma cerimônia de casamento decente.Ao ouvir isso, Luiza sentiu uma sutil alegria em seu coração. Bryan também sorriu, antes desanimado por não ter comparecido ao casamento da filha. Agora, poderiam ter uma nova oportunidade e Bryan sentiu que sua vida havia valido a pena.- Então, é melhor começar a se preparar para isso. - A Sra. Medeiros disse a Luiza, que ainda estava absorta em pensamentos.Luiza ainda estava distraída, sem reação.- Luiza. - Bryan a chamou. - Sua avó está falando com você.Luiza voltou a si, piscando os olhos. - Vovó, o que você estava dizendo?- Eu estava dizendo que, se vocês vão realizar outro casamento, é melhor começar a se preparar desd
Luiza gemeu de dor e levantou a mão para bater no ombro dele. - Não faça isso na minha casa, imagine se meu pai nos pegasse.- Se ele nos visse, só diriam que estamos muito apaixonados. - Miguel riu baixo e aprofundou o beijo.Até mesmo sua língua se envolveu.Luiza sentiu que ele estava indo longe demais, então empurrou o peito dele. - Imagine se alguém nos visse!- Fique tranquila. Ele estava com a cara-de-pau em alta, segurando o queixo dela para um beijo ainda mais profundo.Luiza se sentiu perdendo o controle, afundando em seus braços, com as bochechas coradas.Depois do beijo, ele encostou a testa na cabeça dela e sussurrou roucamente: - Você só pode ficar no Jardins da Serra por 3 dias. Depois disso, precisa voltar para casa.O hálito quente bateu no rosto dela, e Luiza também estava sem fôlego. Ela sussurrou suavemente: - Eu queria ficar mais alguns dias.- Não pode. - Ele recusou firmemente. - Se você ficar uma semana, o que eu vou fazer?Enquanto falava, ele a acariciou.
- Não. - Luiza recusou.- Você não quer que eu fique no Jardins da Serra? Você me detesta tanto assim?- Não é que te detesto, é que tenho medo de você. Miguel tinha uma presença muito forte, e as pessoas que estavam perto dele praticamente tinham que seguir a sua vontade.Luiza não queria que sua família se sentisse desconfortável.Além disso, ela percebia que havia uma estranheza na relação entre o pai e o Miguel, mesmo que os dois tentassem agir como se estivessem bem. Havia uma clara sensação de distância entre eles.Luiza disse manhosamente: - Eu não quero que minha família se sinta desconfortável. Morar com você não seria problema para mim, você tem uma personalidade fria, mas eu consigo lidar com isso.- No passado, você realmente sempre me seguia. - Miguel provocou.Luiza não suportava a expressão convencida dele e resmungou, então, de propósito, ela colocou a mão sobre o peito dele.- Agora, é você quem me segue!Ela pressionou a mão sobre ele. Miguel soltou um grunhido aba
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que