Miguel ainda não havia dito uma palavra. Luiza olhava para ele, seus traços belos estavam de uma maneira estranha, e quanto mais ela olhava, mais seu coração se congelava. - Eu pensei que você fosse tão gentil, trazendo leite para mim todas as noites. Mas agora percebi que você estava me drogando, para que pudesse tirar meu sangue e dar para a Nanda. E você ainda diz que isso não me afetou? Será que quando a Nanda precisar de mais sangue, você fará isso de novo? Vai me deixar inconsciente e tirar o meu sangue para ela?Conforme ela falava, seus olhos se encheram de lágrimas.Ela se sentia miserável. Por causa de seu amor por Miguel, ela foi usada de várias vezes. Ele agia como se fosse bom para ela, mas na verdade, era apenas por causa de seu tipo sanguíneo especial.Vendo que ele continuava em silêncio, Luiza ficou desapontada. Se levantou, abriu a porta e disse para ele:- Vá embora, já sei de tudo. Não vou te perdoar. Por favor, vá embora.Seu coração doía tanto. Mas Miguel perm
Naquela noite, Miguel esperava por ela no pátio. Quando Luiza subiu para puxar as cortinas, viu sua silhueta esguia apoiada no carro, folhas amareladas caíam aos seus pés, solitário e melancólico. Ele estava fumando no pátio, na penumbra, Luiza não conseguia ver sua expressão claramente. Na verdade, ele raramente fumava, mas naquela noite, fumou vários cigarros seguidos, com uma expressão sombria e solitária.No dia seguinte.Luiza acordou e Miguel já tinha ido embora, ela não sabia a que horas ele tinha saído, mas também não se importava. Hoje seu pai teria alta do hospital. Luiza não queria aparecer muito cansada para ver seu pai, então se sentou na penteadeira e fez uma maquiagem leve para si mesma antes de sair de casa. No táxi, ela viu uma notícia, o Grupo Sunland tinha conseguido sucesso em investimentos em pesquisa médica!Às nove da manhã seria a conferência de imprensa sobre o medicamento. Miguel já tinha trocado de roupa, parecia ter se livrado da solidão de ontem, ele
Luiza não sabia como responder.Justo nesse momento, uma voz sólida veio por trás:- Não, vovó, tivemos apenas algumas pequenas discordâncias antes, mas agora está tudo bem.Todos viraram a cabeça e viram o alto e belo Miguel parado na porta da mansão, vestindo o mesmo terno que usou na coletiva de imprensa da manhã, com uma elegância refinada e uma beleza extraordinária. Luiza ficou um pouco surpresa. Ele não tinha ido trabalhar? Por que ele voltou de repente? Miguel se aproximou de Luiza com passos largos e gentilmente segurou sua mão. Luiza estava um pouco irritada, mas não se soltou de Miguel na frente dos mais velhos.A Sra. Medeiros, ao ver que os dois haviam se reconciliado, ficou radiante e disse:- Que bom, eu queria falar com a Luiza antes, você é um genro tão bom, onde eu encontraria outro assim!- Vovó, não se preocupe, eu e Luiza não vamos nos divorciar. - Miguel abraçou Luiza, sorrindo elegantemente.A Sra. Medeiros ficou muito feliz.Por outro lado, Bryan estava um p
O documento estava na mesa.A Sra. Medeiros pegou e examinou, então sorriu para Luiza: - Luiza, o Miguel é realmente generoso. Com este contrato, o futuro do Bryan está garantido.Os sentimentos de Luiza eram complicados. - Vovó, melhor você não ler ainda. Meu pai pode não aceitar.- Por que ele não aceitaria? Este é o dote que o Miguel deu a você. Nossa família tem todo o direito de aceitar. Além disso, o Grupo Medeiros é o trabalho de toda a vida do seu pai. Agora que ele se recuperou, deve voltar para a empresa. Não podemos o deixar aos cinquenta e poucos anos procurando trabalho por aí.Falando nisso, Luiza ficou em silêncio. Ela naturalmente não queria que o pai sofresse tanto no futuro. Mas ela tinha um nó no coração, um nó que já estava apertado várias vezes. Realmente não conseguia evitar de se importar.No andar de cima.Bryan abriu a porta do escritório. O escritório estava exatamente igual a dois anos atrás. Depois do choque inicial, Bryan se sentiu emocionado. Sua filh
Luiza sentiu um aperto no coração e se afastou. - É claro que estou zangada. Que esposa não ficaria zangada se fosse tratada como uma doadora de sangue?Ela simplesmente não conseguia o enfrentar com calma agora e disse friamente:- Volte para casa. Hoje meu pai recebeu alta, e eu não quero brigar com você. Volte primeiro e podemos conversar sobre isso mais tarde, quando estivermos mais calmos. - Mas seu pai acabou de me convidar para jantar.Luiza franziu o cenho. - Ele está planejando aceitar o presente que você deu a ele?- O Grupo Medeiros carrega os sonhos e o esforço dele. - Disse Miguel calmamente.Luiza não sabia o que dizer, seus olhos expressavam uma tristeza incompreensível. Ela não queria que seu pai sofresse no futuro, mas também sentia que, se ele aceitasse o presente de Miguel, ela não conseguiria mais o enfrentar. Quanto mais pensava nisso, mais angustiada se sentia, e as lágrimas começaram a escorrer.- Por que está chorando? Miguel se aproximou e a abraçou, lim
Luiza apertou os lábios e perguntou:- Então por que você não disse antes?- Eu não sabia como te contar. Sobre tirar seu sangue, eu fiz mesmo. Ele se aproximou dela, envolvendo seu ombro, explicando suavemente: - Há um ano, me arrependi muito disso, por isso eu estava sendo bom com você, não para usar seu sangue para salvar a Nanda, mas porque me importava com você, queria ser um pouco mais gentil.Luiza levantou os olhos de repente. - Então, no ano passado, você já estava apaixonado por mim?- Sim. - Ele assentiu, desta vez não escondendo seus sentimentos. - Desde primeira vez que fizemos sexo, decidi que ficaria com você para sempre.Luiza ficou surpresa. - Você nunca considerou nos separarmos?- Você é tão tola. Se nos divorciássemos, você seria maltratada. Como poderia suportar te ver sofrendo lá fora? - Ele disse, aproximando os lábios, beijando suavemente os dela.Luiza olhou para ele, encontrando o rosto bonito dele.Ela corou com seu olhar intenso, sem saber o que dizer, m
Tudo isso era um remorso para ela, então, quando a avó mencionou a possibilidade de realizar outro casamento, Luiza olhou imediatamente para Miguel.Miguel também a olhou de relance, como se percebesse o anseio em seus olhos, e sorriu. - Claro, o casamento de dois anos atrás não foi feito adequadamente. É hora de realizar uma cerimônia de casamento decente.Ao ouvir isso, Luiza sentiu uma sutil alegria em seu coração. Bryan também sorriu, antes desanimado por não ter comparecido ao casamento da filha. Agora, poderiam ter uma nova oportunidade e Bryan sentiu que sua vida havia valido a pena.- Então, é melhor começar a se preparar para isso. - A Sra. Medeiros disse a Luiza, que ainda estava absorta em pensamentos.Luiza ainda estava distraída, sem reação.- Luiza. - Bryan a chamou. - Sua avó está falando com você.Luiza voltou a si, piscando os olhos. - Vovó, o que você estava dizendo?- Eu estava dizendo que, se vocês vão realizar outro casamento, é melhor começar a se preparar desd
Luiza gemeu de dor e levantou a mão para bater no ombro dele. - Não faça isso na minha casa, imagine se meu pai nos pegasse.- Se ele nos visse, só diriam que estamos muito apaixonados. - Miguel riu baixo e aprofundou o beijo.Até mesmo sua língua se envolveu.Luiza sentiu que ele estava indo longe demais, então empurrou o peito dele. - Imagine se alguém nos visse!- Fique tranquila. Ele estava com a cara-de-pau em alta, segurando o queixo dela para um beijo ainda mais profundo.Luiza se sentiu perdendo o controle, afundando em seus braços, com as bochechas coradas.Depois do beijo, ele encostou a testa na cabeça dela e sussurrou roucamente: - Você só pode ficar no Jardins da Serra por 3 dias. Depois disso, precisa voltar para casa.O hálito quente bateu no rosto dela, e Luiza também estava sem fôlego. Ela sussurrou suavemente: - Eu queria ficar mais alguns dias.- Não pode. - Ele recusou firmemente. - Se você ficar uma semana, o que eu vou fazer?Enquanto falava, ele a acariciou.
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.
Luiza franziu a testa, achando que Miguel estava confundindo o filho, e lançou a ele um olhar repreensivo antes de dizer para Felipinho: — Não é nada disso. O papai e a mamãe só estavam conversando sobre algumas coisas.— Conversando sobre o quê? É sobre voltar a casar? — Voltar a casar? — Miguel captou a palavra e perguntou. — Como você sabe essa palavra? Quem te ensinou? — Foi a Maria que me falou. Ela disse que, quando marido e mulher brigam, eles se divorciam, e quando fazem as pazes, eles voltam a casar.Luiza estava prestes a explicar o que significava divórcio, mas Miguel foi mais rápido e perguntou ao Felipinho: — Você quer muito que o papai e a mamãe voltem a casar? — Claro que sim. — Felipinho assentiu com a cabecinha e respondeu seriamente. — Senão, se o papai casar com outra pessoa e a mamãe se casar com outro, vocês vão me abandonar. Ao ouvir isso, os dois ficaram surpresos. Luiza finalmente entendeu por que Felipinho sempre queria que eles fizessem as pazes;
— O Elias veio ao aniversário da Maria, é uma coisa boa, todo mundo está feliz. Por que você está tão explosivo, parecendo um barril de pólvora? — Miguel retrucou sem rodeios.O rosto de Francisco se fechou:— Isso é problema seu?— E eu sentir ciúmes é problema seu? — Miguel rebateu, com seu rosto bonito e calmo.Bem nesse momento, o bolo chegou até eles. Maria estendeu um pedaço para Francisco:— Papai, coma o bolo.O bolo tinha sido trazido pelo próprio Elias, que o colocou diretamente nas mãos de Francisco.Miguel riu de novo:— Viu? Até o papel de pai está sendo assumido por outro homem.Francisco respondeu:— É porque eu desprezo fazer esse tipo de coisa.— Despreza fazer? Ou é porque nem tem chance de fazer? — Miguel o provocou, com um sorriso cheio de intenções.O rosto de Francisco ficou sombrio.Miguel disse:— Não diga que eu não avisei: como homem, esperar que a mulher venha rastejando para te agradar é impossível.Francisco ironizou:— Você se orgulha de se rebaixar assim?
Miguel entrou a passos largos e, com os braços fortes, levantou o filho, dizendo com um tom gentil:— Desculpe, Felipinho, eu me atrasei.— Hmph! Aachei que você nem viria. — Felipinho resmungou, mas seu humor claramente melhorou, e um pequeno sorriso apareceu em seu rosto.Luiza olhou para ele, percebendo que Felipinho estava feliz.Ela não pôde evitar olhar para Miguel. "Com ele por perto, será que tudo realmente ficaria tão melhor?"Miguel explicou:— O que eu prometo, eu cumpro. Foi só o trânsito que me atrasou um pouco.Ele explicou pacientemente ao menino.Felipinho ficou ainda mais contente e olhou para Maria, dizendo:— Maria, meu pai também veio.Maria fez um gesto de "V" com os dedos e respondeu:— Então vamos soprar as velas juntos!— Claro.Então, os dois homens, cada um segurando seu filho, se juntaram ao redor de um lindo bolo e sopraram as velas com força.Todos os adultos na sala aplaudiram.Especialmente Elias, que deu um assobio exagerado e soltou um grito de animaçã
Luiza olhou para ele: — Já está pensando no aniversário tão cedo? — Claro, esse ano é diferente. — Por que é diferente? — Nos anos anteriores, o papai nunca estava presente no meu aniversário. Este ano ele está, então é claro que será diferente! — Os olhos de Felipinho brilhavam de expectativa. Luiza o observou com uma expressão um pouco complexa. Desde que Miguel veio ao País R para ver Felipinho, o menino vinha falando muito sobre ele. Dava para ver o quanto a presença do pai era importante para ele... Mas aceitar Miguel assim... Ela simplesmente não conseguia superar essa barreira em seu coração... Nesse momento, o bolo foi trazido. Lucas entrou e perguntou a Francisco: — Presidente Francisco, o bolo já chegou, é para cortar agora? Francisco olhou para Maria, quase como se estivesse competindo por sua atenção, e pegou a filha que estava entre Priscila e Elias. — Maria, o papai preparou um bolo para você, quer cortar agora? — Francisco perguntou, olhando para