Luiza parou diante dela, examinando o vestido que trouxe. Até então, ela só o tinha visto por fotos, sem conseguir identificar claramente o corte. Mas, agora, o vendo pessoalmente, era evidente que o corte foi feito com uma faca. Luiza sorriu e disse:- Desculpe, Srta. Clara, mas os vestidos que saem do nosso ateliê, a menos que apresentem um defeito de qualidade, não são passíveis de troca ou devolução.- Isso não é um defeito de qualidade? - Clara apontou para o corte no vestido.Luiza chamou sua assistente, que apresentou um vídeo do vestido sendo embalado antes do envio.- Srta. Clara, por favor, veja, antes de enviarmos qualquer peça, gravamos um vídeo da embalagem. Se não fosse por você dizer que não tinha nada para vestir ontem à noite, eu nem teria me incomodado em ir até lá. Considerando que o vestido custou várias centenas de milhares, pensei em arrumá-lo para você. Mas, se você diz que nosso vestido é defeituoso, discordo.Após assistir ao vídeo, Clara ficou pálida.- Se
Luiza foi até lá e segurou a mão do Sr. Souza.Sr. Souza disse, com um tom zombeteiro:- Lulu, aquelas mulheres sem-vergonha estão dilapidando o dinheiro do seu marido. Você precisa se afirmar, enviar notificações judiciais quando necessário e recuperar o que é seu. Metade desse patrimônio lhe pertence; se você não tem um advogado, converse com o vovô, eu arranjo um para você.O rosto de Clara empalideceu, assumindo a cor de um fantasma, e seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar.Sr. Souza a ignorou e disse para Luiza:- Vamos ao seu escritório para conversarmos. Não permita que essas pessoas insignificantes afetem seu ânimo.- Claro. - Luiza, apoiando o Sr. Souza, subiu com ele. - Vovô, tenha cuidado com as escadas.Tendo 80 anos, Luiza temia que ele pudesse cair.No entanto, Sr. Souza caminhou com segurança, apoiado por ela até o escritório.Clara, vindo lá de baixo, correu até eles e, com os olhos vermelhos de chorar, se ajoelhou diante do Sr. Souza:- Sr. Souza, estou grávida
- Não! - Luiza voltou a si e correu para preparar o café.Ela havia sido apenas intimidada pela presença do Sr. Souza, verdadeiramente impressionante, uma figura dominante da geração anterior.- Vovô, seu café! - Luiza levou o café até seu avô.O Sr. Souza pegou, saboreou um gole lentamente e perguntou:- Eu estava bonito agora há pouco?Luiza, pensando ter entendido errado, levantou a cabeça olhando para ele, surpresa.- Agora há pouco, quando dei uma lição na amante, eu estava bonito?O Sr. Souza perguntou com uma tranquilidade impressionante.Luiza, sinceramente, respondeu:- Estava bonito!- Na verdade, você não deveria ter ficado assustada com ela. Aquele filho pode não ser do Miguel. - O Sr. Souza a lembrou.Luiza refletiu por um momento:- Se não é, por que ela arrisca enganar a todos? Não teme ser desmascarada no fim e acabar sem nada?- O que você sabe? - O Sr. Souza pegou um pirulito da mesa dela para comer. - Ela planeja te derrubar primeiro, assumindo o lugar aos poucos. Qu
Luiza concordou.Ela realmente apreciava a companhia do avô e não via inconveniência em presenteá-lo com um conjunto de roupas.Juntos, se dirigiram ao showroom, onde Luiza começou a tirar as medidas do avô.Miguel chegou, acompanhado por Eduardo, pela porta principal. Eduardo questionou Olívia, que se encontrava na recepção.- Onde está a vossa patroa?- A chefe está na sala de exposições, recebendo os clientes. - Respondeu Olívia, que não pôde evitar questionar Eduardo, ao perceber o charme de Miguel. - Qual é, exatamente, a relação do seu chefe com a nossa? Parece que ele procura pela nossa chefe com certa frequência.Luiza estava casada em segredo, e as funcionárias desconheciam seu casamento.- Não tenho liberdade para comentar. - Eduardo se manteve impassível, sem revelar qualquer detalhe.Miguel se dirigiu ao showroom e, ao entrar, avistou Luiza medindo o Sr. Souza, ambos iluminados por uma luz suave. Ela parecia encantadora.- Vovô, que tal se eu escolher um tecido de maior qua
Quando se mencionava essa criança, Miguel adotava uma expressão que sugeria que o silêncio era ouro, lançando a ela um olhar significativo.- Desça.- Você não vai falar sobre essa criança? - Luiza estava repleta de dúvidas, especialmente depois que o Sr. Souza mencionou isso à tarde, ela começou a considerar essa possibilidade.Miguel disse:- Esta criança é minha.Três meses atrás, ele havia prometido a Clara que a reconheceria o bebê publicamente como sua criança.Ao ouvir isso, Luiza tremeu, sem saber o que dizer, e forçou um sorriso amargo.- Está triste? - Miguel perguntou.Luiza respondeu, sorrindo:- Não estou triste, afinal, já estamos divorciados.- Na frente do avô, não mencione isso. - Miguel a instruiu.Luiza, confusa, perguntou:- Por quê?- Recentemente, a saúde de minha mãe piorou, e eu temo que ele sofra um golpe duplo.- Entendi.Luiza acenou com a cabeça, saindo do quarto e seguindo com ele até o quarto do avô.O Sr. Souza estava tomando sua medicação no quarto, e o
Mas, após o Sr. Souza ouvir, ele finalmente não fez mais perguntas, acariciou sua barba e ordenou ao velho mordomo:- Sofia, fique aqui esta noite. Veja por mim se eles vão dormir no mesmo quarto.Luiza parecia resignada.O avô estava ansioso para abraçar o bisneto!Luiza estava um pouco resignada, enquanto Miguel pegava sua mão delicadamente, prometendo ao avô:- Não se preocupe, avô, nós com certeza vamos dormir no mesmo quarto.O Sr. Souza não acreditava nisso, deixou Sofia de olho neles e, tranquilamente, voltou ao seu quarto para dormir.Luiza fingiu voltar ao quarto para pegar algo.Miguel a seguiu.Luiza se virou:- E agora, o que fazemos?- Vamos dormir no quarto principal. - Miguel colocou uma mão no bolso, parecendo muito tranquilo.Luiza parecia horrorizada:- Dormir no mesmo quarto que você? Nós estamos divorciados.- Dez mil.- O quê?- Por uma noite, subtrair dez mil está bom, não está? - Miguel a olhava, vendo sua expressão hesitante. Ele adicionou. - Minha mãe não está
- Observando as bolhas de sangue na sola do seu pé. - Ele disse, segurando o pé dela e examinando as bolhas na sola, que já começavam a cicatrizar.Luiza não conseguia se acalmar por um bom tempo. Ao ver que ele havia se deitado, perguntou:- Por que você tirou a roupa?- É mais confortável dormir sem roupas. - Ele respondeu, tocando sua cabeça suavemente. - Durma.Luiza ficou completamente atônita.Como ele havia se tornado tão gentil de repente?Assim que levantou os olhos, se encontrou com seu olhar profundo.Seu olhar era incomumente suave.- Não quer dormir? Então, que tal fazermos algo interessante?Luiza fechou os olhos, assustada, suas bochechas ficaram vermelhas.Miguel a observava, seus olhos como correntes mornas, seus lábios finos se aproximaram e ele deu um leve beijo em sua testa.O coração de Luiza se agitou intensamente.Ela realmente não sabia o que as ações de Miguel significavam.Será que ele sempre a beijava assim quando ela adormecia? Ou aquela noite era uma exceçã
- Vovô, você não vai ficar mais alguns dias?- Não, querida. Estou velho e tenho minhas manias de sono; não me acostumo a dormir aqui. - Sr. Souza concluiu sua caminhada matinal em breve tempo.Luiza o auxiliou a se dirigir à sala de estar para o café da manhã.Miguel desceu apressadamente, com uma expressão sombria, e se sentou à mesa.- Vovô.- Por que essa cara fechada? - Indagou o Sr. Souza, com um ar de desaprovação, erguendo uma sobrancelha. - A noite não foi boa?Ao ouvir isso, Luiza quase se engasgou com sua canja.Miguel lançou a ela um olhar gelado.- Nada disso.Ele serviu mais comida para Sr. Souza.Sr. Souza perguntou:- Então, qual é o problema?- Não é nada. - Ele optou pelo silêncio, se concentrando em seu café da manhã.Luiza estava completamente confusa sobre o que o irritava, seguindo em silêncio, sem emitir palavra alguma durante a refeição.Após o café, ambos ficaram à porta para se despedir do avô.Luiza se virou para ir ao seu Porsche, quando Miguel disse, friame