- Vovô, você não vai ficar mais alguns dias?- Não, querida. Estou velho e tenho minhas manias de sono; não me acostumo a dormir aqui. - Sr. Souza concluiu sua caminhada matinal em breve tempo.Luiza o auxiliou a se dirigir à sala de estar para o café da manhã.Miguel desceu apressadamente, com uma expressão sombria, e se sentou à mesa.- Vovô.- Por que essa cara fechada? - Indagou o Sr. Souza, com um ar de desaprovação, erguendo uma sobrancelha. - A noite não foi boa?Ao ouvir isso, Luiza quase se engasgou com sua canja.Miguel lançou a ela um olhar gelado.- Nada disso.Ele serviu mais comida para Sr. Souza.Sr. Souza perguntou:- Então, qual é o problema?- Não é nada. - Ele optou pelo silêncio, se concentrando em seu café da manhã.Luiza estava completamente confusa sobre o que o irritava, seguindo em silêncio, sem emitir palavra alguma durante a refeição.Após o café, ambos ficaram à porta para se despedir do avô.Luiza se virou para ir ao seu Porsche, quando Miguel disse, friame
Miguel estava com dor de cabeça, tocou a própria cabeça e, sem alternativa, explicou:- Os homens são assim, às vezes simplesmente não conseguem se controlar.Luiza ficou surpresa, olhando com os olhos cheios de lágrimas para ele.Ele baixou a cabeça e a consolou:- Afinal, ainda não estamos divorciados.O rosto de Luiza se encheu de irritação novamente.- Já demos entrada no divórcio, você tem que me respeitar, não pode me forçar a nada.- Entendi. - Ele a abraçou e deu um beijo em seu cabelo.Luiza estava confusa.O que ele realmente queria dizer?Ele dizia que a detestava, mas suas ações demonstravam possessividade...Ela estava realmente perplexa e, ao chegar ao estúdio, disse a Marina:- Mari, o que você acha que significa quando um homem, mesmo depois de se divorciar, ainda quer ter relações com sua ex-esposa?Marina pensou por um momento.- Talvez ele queira desabafar os desejos de um homem?Luiza ficou sem palavras.- Mas ele tem uma namorada, se ele tem necessidades, por que n
Luiza suspirou.- Já me divorciei.- Então você agora está sem nada? - Indagou o tio.Luiza acenou afirmativamente.- Não tenho nada.- Lulu, o que posso dizer sobre você? Como pôde tratar o casamento de forma tão leviana? Se divorciou sem nem sequer discutir com os mais velhos; isso realmente me causa dor de cabeça. Deixe para lá, vou conversar com o Presidente Miguel a respeito. Se ainda houver chance de resolvermos as coisas, você virá comigo pedir desculpas a ele. Afinal, esse casamento foi um esforço imenso de seu pai; não podemos simplesmente desistir! - Após dizer isso, o tio desligou o telefone.O coração de Luiza gelou.Parecia que estava vendo a verdadeira face do tio pela primeira vez, com uma expressão desoladora.Afinal, a família Medeiros também não era seu lar.Luiza se ocupou por algum tempo, até receber uma ligação de Miguel.- Seu tio esteve na empresa me procurando. - Foi o que Miguel disse primeiro.O coração de Luiza se apertou; ele realmente tinha ido. Ela falou,
O Sr. Miguel tinha uma tendência de comprar coisas cor-de-rosa para a esposa, pois aos olhos dele, ela era como uma criança.- Sim, vá pegar a pulseira. Hoje à noite eu vou buscar ela depois do trabalho. - Disse Miguel, voltando ao trabalho.No fim do expediente, Eduardo trouxe a joia. Miguel deu uma olhada e ficou muito satisfeito, fechou a caixa de joia, abotoou o paletó e saiu do escritório. Eduardo dirigiu até a Luminar Joias. Para sua surpresa, Luiza não estava no estúdio. Eduardo olhou para o relógio. - Isso não é possível, são apenas seis horas, a Srta. Luiza não deveria ter saído ainda, não é?A Luminar Joias fechava às seis e meia. A assistente disse: - A Srta. Luiza saiu depois de receber uma ligação.Eduardo relatou isso a Miguel. O rosto de Miguel ficou gelado. Ele pegou o telefone e ligou para Luiza. Ela estava jantando com Ivan num restaurante.Quando recebeu a ligação de Miguel, Luiza lembrou das palavras de Marina e ficou um pouco fria com ele, ela atendeu a ch
Sr. Lorenzo riu. - Está sem forças?A expressão de Luiza mudou. - Vocês me drogaram?Essa sensação, era como se estivesse sob efeito de drogas.- Eu gosto quando as mulheres ficam tontas desse jeito, é mais emocionante.Sr. Lorenzo mostrou um sorriso perturbador.Luiza sentiu um aperto no couro cabeludo e tentou fugir, mas foi puxada por Sr. Lorenzo e caiu em seus braços. Ele sorriu maliciosamente e tirou o cinto da cintura.Luiza sentiu náuseas extremas, ergueu a mão e pegou a garrafa de vinho da mesa, batendo na cabeça dele. Sr. Lorenzo desmaiou instantaneamente sem nem sequer emitir um som. Luiza, apesar de se sentir repugnada, conseguiu reunir sua última lucidez e ligou para a polícia. Quando os policiais chegaram, Luiza estava tremendo no canto, completamente fraca. Enquanto isso, Sr. Lorenzo jazia no chão entre garrafas de bebida, exalando um forte cheiro de sangue.Era quase onze da noite e Luiza ainda não havia retornado. Miguel esperava no pátio, sua expressão se torna
- Sra. Souza, a senhora é a vítima, esta situação não tem nada a ver com você. Depois que terminar seu depoimento, pode ir para casa. - Disse o Diretor Yuri enquanto se aproximava dela, com uma atitude respeitosa.Nesse momento, Sra. Paloma começou a se dar conta da situação. Ela reconheceu Miguel e, aturdida, perguntou ao Diretor Yuri: - Ele é aquele jovem empresário que aparece frequentemente na televisão, o Miguel Souza?- Exatamente. - Respondeu o Diretor Yuri.Sra. Paloma quase perdeu o equilíbrio, se sentindo tonta. - Ela é a Sra. Souza?- Sim.Sra. Paloma ficou com os olhos escurecidos e desmaiou...Luiza foi levada até Miguel pelo Diretor Yuri. Seu cabelo estava bagunçado e seu rosto pálido. Miguel, com uma expressão sombria, a levou para fora da delegacia. Ele resmungou friamente: - Agora você sabe que tipo de pessoa é seu tio, não é?Luiza parou abruptamente, seus olhos de repente ficaram vermelhos. Miguel, andando com passos largos, não percebeu que Luiza ainda estava p
- O que aconteceu com minha cunhada esta noite? - Yago perguntou a Eduardo. - Por que Miguel ficou tão irritado?Eduardo resumiu brevemente os eventos da noite. Yago ficou chocado e repreendeu: - Que monstro! Ela é sua própria sobrinha!- Esses jogadores, quando perdem muito, são capazes de qualquer coisa. - Disse Eduardo, também desgostando desse tipo de escória.Depois que Yago saiu, Miguel voltou para o quarto. Luiza já havia acordado, esfregou os olhos e se sentou, parecendo um pouco atordoada.- Está com fome? - Miguel perguntou, apoiado na porta.Luiza sentiu um pouco. - Um pouco.Ela não tinha comido à noite.- Vá tomar um banho, em poucos minutos a comida estará pronta. - Miguel disse, indo para baixo.Luiza ficou um pouco surpresa. Miguel sabia cozinhar? Ela realmente não sabia disso, nunca o viu na cozinha. Ela foi para o banheiro, tomou um banho e saiu vestindo um roupão de banho rosa-claro. Miguel acabava de voltar, abriu a porta, segurando um prato de empanadas, sua
No dia seguinte.Durante o café da manhã, Luiza recebeu uma ligação de sua tia. Sua tia chorava ao telefone: - Luiza, o que o Sr. Miguel está pensando afinal? Ele cancelou todas as parcerias com o grupo e disse que se o conselho não remover seu tio, ele não fornecerá mais projetos para o grupo.Luiza ficou perplexa e olhou para o homem que estava calmamente comendo do outro lado da mesa. - Miguel, você mandou interromper todas as parcerias com o nosso grupo?- Você ainda tem alguma ilusão sobre essas pessoas? Miguel parecia um pouco irritado com o belo rosto.- Não. - Luiza balançou a cabeça. - Mas se meu tio for removido, o que faremos com nosso grupo? Quem vai o gerenciar?- Eu enviarei alguém para assumir o cargo. Você não precisa se preocupar com isso.- Você vai enviar alguém para assumir o controle do meu grupo?- No ano em que nos casamos, eu investi cem milhões no Grupo Medeiros. Eu já sou o maior acionista do Grupo Medeiros há muito tempo.Antes, ele não mexia com Ivan, ne
— Não tenha medo. — Theo abaixou o olhar para ela, seus olhos turvos, denunciando a embriaguez. — Eu só quero cuidar de você. — Eu não concordei. — Luiza respondeu com o rosto frio e a voz firme. Theo deu um leve sorriso, a embriaguez cada vez mais evidente. — Luiza, há dois meses você já é minha esposa. — O casamento nem chegou a acontecer. — Ela retrucou, cortante. — Eu não sou sua esposa. — Isso foi porque o Miguel estragou tudo. Caso contrário, você já seria minha esposa... — Ele murmurou, acariciando o rosto dela com um olhar intenso e obcecado. O corpo de Luiza se arrepiou, e ela ficou completamente tensa. Foi então que Theo soltou a mão dela e começou a abrir os botões de seu pijama. — Saia daqui! — A mão de Luiza estava livre novamente, e ela usou toda a força para empurrá-lo. Embora a força entre homens e mulheres fosse desigual, um homem não consegueria segurar uma mulher adulta que lutava incessantemente, a menos que usasse violência para dominá-la. Mas T
A única vez que ela foi egoísta foi quando deixou Larissa levar aquele pen drive. Ela queria que Luiza soubesse toda a verdade e nunca mais aceitasse Theo. Quanto a alguém como ela, Luiza simplesmente não conseguia odiá-la. Ela era uma pessoa lamentável. Luiza disse: — Se algum dia você me vir fugindo, pode fingir que não viu? Giovana não respondeu à pergunta, se limitando a dizer: — Eu te aconselho a ficar quietinha ao lado do Presidente Theo. Lá fora é muito perigoso. Ela enfatizava repetidamente que o mundo lá fora era perigoso. Mas se isso era verdade ou apenas algo que Giovana inventava, Luiza não sabia dizer. Afinal, ela nunca tinha saído. À noite. Luiza estava sentada no sofá, refletindo sobre aquelas notas criminais. Se o País Y era um lugar muito caótico, então Theo era ainda mais despótico ali. Mesmo que ela conseguisse fugir por sorte, Theo jamais seria levado à justiça. Isso significava que ela e sua família continuariam em perigo. Por outro lado, se
Luiza se esquivou. Theo apertou os dedos levemente rígidos e semicerrou os olhos. — Eu aconselho você a aceitar logo. Caso contrário, se eu perder a paciência, talvez tenha que usar a força com você. — Sem-vergonha! — Luiza o encarou, furiosa. Theo esboçou um leve sorriso. — Sem-vergonha por quê? Nós já fizemos nossos votos no casamento, não foi? Você disse "sim" diante do padre. — Pela lei, eu ainda sou esposa do Miguel. — Isso não significa nada. — Seus olhos ficaram mais frios. — No País Y, as leis do seu país não têm validade. Aqui, você é minha esposa e não vai escapar. Luiza apertou os lábios e preferiu não responder, temendo que suas palavras inflamassem ainda mais a conversa. — Eu queria bater um papo com você, mas hoje não tenho tempo. Preciso sair. Fique aqui quietinha, alguém trará suas refeições. — Depois de dizer isso, ele saiu. Talvez fosse encontrar o general da Brigada do Norte. Luiza permaneceu no quarto, olhando pela janela para o lado de fora. D
Ao ver o rostinho pálido de Felipinho, Luiza não conseguiu conter a dor no coração. Felipinho tinha pouco mais de três anos, mas, por causa de Theo, já havia passado por tantos eventos seguidos. Ela estava profundamente arrependida. Sentia pena do Felipinho, e odiava o Theo. O odiava com toda a sua alma! Enquanto assistia ao noticiário, completamente absorta, seu celular foi subitamente arrancado de sua mão. Ao levantar os olhos, viu que quem tinha pegado o aparelho era Theo. Ele jogou o celular de volta para Giovana e, com um rosto impassível, disse: — Já chega. Vamos comer. No dia seguinte, o navio atracou. Luiza finalmente saiu daquele porão escuro e sombrio. Ao sentir o brilho do sol pela primeira vez, ficou um pouco desconfortável e apertou os olhos. Ao olhar ao redor, viu um mar azul e um país completamente desconhecido... As placas ao redor estavam escritas em um idioma que ela não conseguia entender. No entanto, deduziu que aquele era um país quente e com ce
Ele falava, mas Luiza não olhava para ele. Theo ficou irritado e segurou o queixo dela com força, forçando ela a virar o rosto e encará-lo. — Sabe de uma coisa? Eu fui bondoso demais com você. Se, na época em que você estava grávida do Felipinho, eu tivesse sido mais firme, ele nem teria nascido. Luiza ficou atônita por um momento e, furiosa, retrucou: — Theo, você é um monstro! — Não existe homem que aceite sua mulher dar à luz o filho de outro homem. Mas por que, no final, eu aceitei? Porque eu vi o quanto você queria esse filho, vi o quanto você se esforçou para tê-lo. Então, no fim, não fiz nada contra ele. Eu aceitei. Sei que te magoei, mas pensei em passar o resto da minha vida te compensando. — Eu não preciso disso. — Luiza respondeu, palavra por palavra. — Nunca gostei de você. Ele ficou impassível. — E daí? Agora você está nas minhas mãos. Não tem como fugir. — Tanto faz. — Luiza sorriu friamente, os lábios curvados com indiferença. — Minha família morreu, e
Luiza olhou para ele, sem dizer uma palavra. — Você acha que, deixando de comer, vai me fazer sentir pena de você? — Theo perguntou com o rosto frio. Luiza sorriu com indiferença. — Não. Eu não me rebaixo a esse tipo de artimanha, porque simplesmente não me dou ao trabalho de agradar você. Theo encarou aquele rosto frio e sorriu levemente. — Ótimo. Você não quer me agradar? Então fique aqui e morra de fome, por mim tanto faz. Luiza deu um sorriso desolado e se deitou novamente na cama. Ela já havia decidido: se algo acontecesse com sua família, ela não teria mais vontade de viver. Theo podia mantê-la presa, mas, se ela desistisse da própria vida, não haveria nada que ele pudesse fazer. Com o rosto carregado, Theo saiu do quarto. Na manhã seguinte, por volta das nove, Luiza ainda se recusava a comer. Theo estava ouvindo Giovana falar sobre os assuntos no País R quando Laís veio reportar: — Sr. Theo, a Srta. Luiza ainda não quis tomar o café da manhã. Ela trouxe
Nos olhos dela, aquele homem era frio como gelo, com um sorriso gélido nos lábios. Ele disse suavemente: — Este é o preço por não me obedecer. As pupilas de Luiza se dilataram levemente. Theo continuou: — Eu te dei uma chance naquela época. Te chamei para me encontrar várias vezes, mas você ignorou. Achou que eu, mesmo em apuros, não teria como te capturar? Pois bem, mesmo que eu morra, vou te levar comigo... Luiza ficou atônita, a raiva tomando conta de seu coração. Ela levantou a mão, tentando acertá-lo no rosto. — Desgraçado! Mas não conseguiu. Theo segurou seu pulso e o torceu para trás. Ele a olhou friamente, sem nenhum traço de emoção: — Eu já te dei oportunidades no passado, mas você não as aproveitou. Agora, não há mais chance... Com a dor, Luiza franziu as sobrancelhas e lançou um olhar furioso para ele: — Você é um desgraçado! — Você está certa. Sou mesmo um desgraçado. — Ele nem sequer usava mais os óculos, não se importando em manter uma aparência civi
Theo estava sentado no sofá, o olhar frio como uma lâmina de gelo cravado nas marcas de mordida no pescoço dela. Seus olhos semicerrados estavam carregados de rancor e cobiça. — De onde vieram essas marcas no seu pescoço? Luiza ficou sem palavras. Abriu a boca, mas conseguiu pronunciar apenas uma frase: — Você... Não está morto? — Você acha que eu morreria tão facilmente? — Theo soltou uma risada sarcástica. — Mas as notícias diziam... Que você tinha se enforcado na prisão! — Se eu não tivesse forjado aquela notícia, como poderia sair da prisão? — Ele sorriu com frieza. Então era isso! As notícias sobre a prisão nas Américas eram falsas, apenas uma encenação para enganar o público. Na verdade, Theo havia escapado como um verdadeiro mestre da fuga! "Não era de se estranhar que tudo tivesse parecido tão conveniente. Um homem tão calculista como ele nunca deixaria de ter uma rota de fuga preparada." Enquanto Luiza refletia sobre isso, Theo se levantou abruptamente e agar
Luiza, sem escolha, caminhou até a entrada do elevador e disse: — Pode ficar por aqui. Eu vou subir sozinha. Volte para casa, eu também já estou indo. — Vou esperar o elevador chegar. — Ele não tinha intenção de ir embora, seus longos dedos se entrelaçando nos dela. Assim, os dois ficaram de mãos dadas até o elevador chegar, e as portas se abrirem diante deles. Luiza olhou para ele e disse: — O elevador chegou. Eu realmente preciso ir. — Tudo bem. Ele soltou a mão dela, mas permaneceu parado do lado de fora, com o olhar cheio de saudade, fixo nela. O coração de Luiza estava agitado. Mesmo quando as portas do elevador se fecharam completamente, o canto de seus lábios ainda estava levemente curvado em um sorriso. Ao chegar ao estacionamento, ela abriu a porta do carro e jogou sua bolsa para dentro. No momento em que ia entrar no veículo, uma sombra repentina surgiu ao seu lado. Luiza levantou o olhar, alarmada. Uma toalha foi pressionada contra seu nariz e boca, e