- Divorciadas também podem ser empregadas.Luiza quase cuspiu um gole de sangue velho.- Miguel, você está doente? Trazer sua ex-esposa de volta para trabalhar como empregada, o que você vai fazer quando sua nova esposa chegar? Como você acha que ela vai se sentir?- O que ela pensa não é da sua conta. Apenas faça seu trabalho seriamente e pague suas dívidas. - Dito isso, ele se levantou e saiu.Luiza queria matá-lo.Se sentou de volta no sofá, incapaz de evitar se sentir um pouco impotente e desanimada.Como ela poderia acabar com um homem tão desprezível?Não só não lhe deu um centavo no divórcio, como também queria pegar de volta até a bolsa.Altas horas da noite.Miguel abriu a porta do quarto e entrou.A mulher na cama dormia profundamente, com as pernas longas estendidas sobre o cobertor, sem perceber que a barra do vestido havia subido até a cintura.- Sempre chutando o cobertor.Miguel balançou a cabeça, acendeu um abajur fraco, abriu o tubo de pomada sob a luz e aplicou cuidad
Ao pensar novamente, percebeu que não tinha escolha. Devendo 4 milhões, com a capacidade atual do estúdio de ganhar dinheiro, essa dívida não seria fácil de pagar. No entanto, desde que começasse a colaborar com o Grupo NAS, o dinheiro poderia ser rapidamente devolvido. Assim, ela recuperou sua confiança, pegou um terno preto, o combinou com uma gravata e saiu.- Aqui estão suas roupas. - Disse Luiza, querendo ir embora logo após colocá-las no lugar.Miguel:- Me ajude a vestir.- Desde quando uma empregada precisa ajudar você a se vestir? - Ela se lembrou de que ele nunca permitiu que empregadas se aproximassem tanto.Miguel falou calmamente:- Você é diferente, ganha trinta mil por mês, é uma empregada de luxo, claro que tem mais trabalho a fazer.Luiza não tinha resposta, se aproximou com o rosto frio, abrindo o robe de dormir dele. Um peito definido foi revelado. Linhas musculares fortes e bem definidas, usando apenas uma cueca branca, com a linha do abdômen claramente sensual.
Luiza acenou com a cabeça. Colocou a colher de sopa de lado e levantou a mão para fazer o nó da gravata dele.Fez um nó de Windsor cheio e perfeito, elegante.- Pronto. - Luiza terminou e admirou por um momento, sorrindo.Miguel olhou para o rosto dela, se sentou para tomar o café da manhã e ordenou:- De agora em diante, chegue em casa pontualmente às 8 da noite.Luiza ficou surpresa, olhando para ele.- Por quê?- Por quê? - Ele levantou uma sobrancelha. - Você é uma empregada, não precisa voltar para trabalhar?Luiza se sentiu extremamente frustrada, mas ainda assim tentou negociar com ele.- É minha obrigação trabalhar, mas, como sabe, sou designer e muitas vezes tenho que fazer hora extra.- Faça hora extra em casa. - Miguel rebateu com uma frase. - Não é só desenhar? Onde não pode fazer isso?Luiza ficou sem palavras. Ela queria encontrar algo para retrucar, mas devia a ele 4 milhões, então não tinha muito por onde se firmar.No final, ela estava visivelmente aborrecida.Após o c
Luiza parou diante dela, examinando o vestido que trouxe. Até então, ela só o tinha visto por fotos, sem conseguir identificar claramente o corte. Mas, agora, o vendo pessoalmente, era evidente que o corte foi feito com uma faca. Luiza sorriu e disse:- Desculpe, Srta. Clara, mas os vestidos que saem do nosso ateliê, a menos que apresentem um defeito de qualidade, não são passíveis de troca ou devolução.- Isso não é um defeito de qualidade? - Clara apontou para o corte no vestido.Luiza chamou sua assistente, que apresentou um vídeo do vestido sendo embalado antes do envio.- Srta. Clara, por favor, veja, antes de enviarmos qualquer peça, gravamos um vídeo da embalagem. Se não fosse por você dizer que não tinha nada para vestir ontem à noite, eu nem teria me incomodado em ir até lá. Considerando que o vestido custou várias centenas de milhares, pensei em arrumá-lo para você. Mas, se você diz que nosso vestido é defeituoso, discordo.Após assistir ao vídeo, Clara ficou pálida.- Se
Luiza foi até lá e segurou a mão do Sr. Souza.Sr. Souza disse, com um tom zombeteiro:- Lulu, aquelas mulheres sem-vergonha estão dilapidando o dinheiro do seu marido. Você precisa se afirmar, enviar notificações judiciais quando necessário e recuperar o que é seu. Metade desse patrimônio lhe pertence; se você não tem um advogado, converse com o vovô, eu arranjo um para você.O rosto de Clara empalideceu, assumindo a cor de um fantasma, e seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar.Sr. Souza a ignorou e disse para Luiza:- Vamos ao seu escritório para conversarmos. Não permita que essas pessoas insignificantes afetem seu ânimo.- Claro. - Luiza, apoiando o Sr. Souza, subiu com ele. - Vovô, tenha cuidado com as escadas.Tendo 80 anos, Luiza temia que ele pudesse cair.No entanto, Sr. Souza caminhou com segurança, apoiado por ela até o escritório.Clara, vindo lá de baixo, correu até eles e, com os olhos vermelhos de chorar, se ajoelhou diante do Sr. Souza:- Sr. Souza, estou grávida
- Não! - Luiza voltou a si e correu para preparar o café.Ela havia sido apenas intimidada pela presença do Sr. Souza, verdadeiramente impressionante, uma figura dominante da geração anterior.- Vovô, seu café! - Luiza levou o café até seu avô.O Sr. Souza pegou, saboreou um gole lentamente e perguntou:- Eu estava bonito agora há pouco?Luiza, pensando ter entendido errado, levantou a cabeça olhando para ele, surpresa.- Agora há pouco, quando dei uma lição na amante, eu estava bonito?O Sr. Souza perguntou com uma tranquilidade impressionante.Luiza, sinceramente, respondeu:- Estava bonito!- Na verdade, você não deveria ter ficado assustada com ela. Aquele filho pode não ser do Miguel. - O Sr. Souza a lembrou.Luiza refletiu por um momento:- Se não é, por que ela arrisca enganar a todos? Não teme ser desmascarada no fim e acabar sem nada?- O que você sabe? - O Sr. Souza pegou um pirulito da mesa dela para comer. - Ela planeja te derrubar primeiro, assumindo o lugar aos poucos. Qu
Luiza concordou.Ela realmente apreciava a companhia do avô e não via inconveniência em presenteá-lo com um conjunto de roupas.Juntos, se dirigiram ao showroom, onde Luiza começou a tirar as medidas do avô.Miguel chegou, acompanhado por Eduardo, pela porta principal. Eduardo questionou Olívia, que se encontrava na recepção.- Onde está a vossa patroa?- A chefe está na sala de exposições, recebendo os clientes. - Respondeu Olívia, que não pôde evitar questionar Eduardo, ao perceber o charme de Miguel. - Qual é, exatamente, a relação do seu chefe com a nossa? Parece que ele procura pela nossa chefe com certa frequência.Luiza estava casada em segredo, e as funcionárias desconheciam seu casamento.- Não tenho liberdade para comentar. - Eduardo se manteve impassível, sem revelar qualquer detalhe.Miguel se dirigiu ao showroom e, ao entrar, avistou Luiza medindo o Sr. Souza, ambos iluminados por uma luz suave. Ela parecia encantadora.- Vovô, que tal se eu escolher um tecido de maior qua
Quando se mencionava essa criança, Miguel adotava uma expressão que sugeria que o silêncio era ouro, lançando a ela um olhar significativo.- Desça.- Você não vai falar sobre essa criança? - Luiza estava repleta de dúvidas, especialmente depois que o Sr. Souza mencionou isso à tarde, ela começou a considerar essa possibilidade.Miguel disse:- Esta criança é minha.Três meses atrás, ele havia prometido a Clara que a reconheceria o bebê publicamente como sua criança.Ao ouvir isso, Luiza tremeu, sem saber o que dizer, e forçou um sorriso amargo.- Está triste? - Miguel perguntou.Luiza respondeu, sorrindo:- Não estou triste, afinal, já estamos divorciados.- Na frente do avô, não mencione isso. - Miguel a instruiu.Luiza, confusa, perguntou:- Por quê?- Recentemente, a saúde de minha mãe piorou, e eu temo que ele sofra um golpe duplo.- Entendi.Luiza acenou com a cabeça, saindo do quarto e seguindo com ele até o quarto do avô.O Sr. Souza estava tomando sua medicação no quarto, e o
— Não tenha medo. — Theo abaixou o olhar para ela, seus olhos turvos, denunciando a embriaguez. — Eu só quero cuidar de você. — Eu não concordei. — Luiza respondeu com o rosto frio e a voz firme. Theo deu um leve sorriso, a embriaguez cada vez mais evidente. — Luiza, há dois meses você já é minha esposa. — O casamento nem chegou a acontecer. — Ela retrucou, cortante. — Eu não sou sua esposa. — Isso foi porque o Miguel estragou tudo. Caso contrário, você já seria minha esposa... — Ele murmurou, acariciando o rosto dela com um olhar intenso e obcecado. O corpo de Luiza se arrepiou, e ela ficou completamente tensa. Foi então que Theo soltou a mão dela e começou a abrir os botões de seu pijama. — Saia daqui! — A mão de Luiza estava livre novamente, e ela usou toda a força para empurrá-lo. Embora a força entre homens e mulheres fosse desigual, um homem não consegueria segurar uma mulher adulta que lutava incessantemente, a menos que usasse violência para dominá-la. Mas T
A única vez que ela foi egoísta foi quando deixou Larissa levar aquele pen drive. Ela queria que Luiza soubesse toda a verdade e nunca mais aceitasse Theo. Quanto a alguém como ela, Luiza simplesmente não conseguia odiá-la. Ela era uma pessoa lamentável. Luiza disse: — Se algum dia você me vir fugindo, pode fingir que não viu? Giovana não respondeu à pergunta, se limitando a dizer: — Eu te aconselho a ficar quietinha ao lado do Presidente Theo. Lá fora é muito perigoso. Ela enfatizava repetidamente que o mundo lá fora era perigoso. Mas se isso era verdade ou apenas algo que Giovana inventava, Luiza não sabia dizer. Afinal, ela nunca tinha saído. À noite. Luiza estava sentada no sofá, refletindo sobre aquelas notas criminais. Se o País Y era um lugar muito caótico, então Theo era ainda mais despótico ali. Mesmo que ela conseguisse fugir por sorte, Theo jamais seria levado à justiça. Isso significava que ela e sua família continuariam em perigo. Por outro lado, se
Luiza se esquivou. Theo apertou os dedos levemente rígidos e semicerrou os olhos. — Eu aconselho você a aceitar logo. Caso contrário, se eu perder a paciência, talvez tenha que usar a força com você. — Sem-vergonha! — Luiza o encarou, furiosa. Theo esboçou um leve sorriso. — Sem-vergonha por quê? Nós já fizemos nossos votos no casamento, não foi? Você disse "sim" diante do padre. — Pela lei, eu ainda sou esposa do Miguel. — Isso não significa nada. — Seus olhos ficaram mais frios. — No País Y, as leis do seu país não têm validade. Aqui, você é minha esposa e não vai escapar. Luiza apertou os lábios e preferiu não responder, temendo que suas palavras inflamassem ainda mais a conversa. — Eu queria bater um papo com você, mas hoje não tenho tempo. Preciso sair. Fique aqui quietinha, alguém trará suas refeições. — Depois de dizer isso, ele saiu. Talvez fosse encontrar o general da Brigada do Norte. Luiza permaneceu no quarto, olhando pela janela para o lado de fora. D
Ao ver o rostinho pálido de Felipinho, Luiza não conseguiu conter a dor no coração. Felipinho tinha pouco mais de três anos, mas, por causa de Theo, já havia passado por tantos eventos seguidos. Ela estava profundamente arrependida. Sentia pena do Felipinho, e odiava o Theo. O odiava com toda a sua alma! Enquanto assistia ao noticiário, completamente absorta, seu celular foi subitamente arrancado de sua mão. Ao levantar os olhos, viu que quem tinha pegado o aparelho era Theo. Ele jogou o celular de volta para Giovana e, com um rosto impassível, disse: — Já chega. Vamos comer. No dia seguinte, o navio atracou. Luiza finalmente saiu daquele porão escuro e sombrio. Ao sentir o brilho do sol pela primeira vez, ficou um pouco desconfortável e apertou os olhos. Ao olhar ao redor, viu um mar azul e um país completamente desconhecido... As placas ao redor estavam escritas em um idioma que ela não conseguia entender. No entanto, deduziu que aquele era um país quente e com ce
Ele falava, mas Luiza não olhava para ele. Theo ficou irritado e segurou o queixo dela com força, forçando ela a virar o rosto e encará-lo. — Sabe de uma coisa? Eu fui bondoso demais com você. Se, na época em que você estava grávida do Felipinho, eu tivesse sido mais firme, ele nem teria nascido. Luiza ficou atônita por um momento e, furiosa, retrucou: — Theo, você é um monstro! — Não existe homem que aceite sua mulher dar à luz o filho de outro homem. Mas por que, no final, eu aceitei? Porque eu vi o quanto você queria esse filho, vi o quanto você se esforçou para tê-lo. Então, no fim, não fiz nada contra ele. Eu aceitei. Sei que te magoei, mas pensei em passar o resto da minha vida te compensando. — Eu não preciso disso. — Luiza respondeu, palavra por palavra. — Nunca gostei de você. Ele ficou impassível. — E daí? Agora você está nas minhas mãos. Não tem como fugir. — Tanto faz. — Luiza sorriu friamente, os lábios curvados com indiferença. — Minha família morreu, e
Luiza olhou para ele, sem dizer uma palavra. — Você acha que, deixando de comer, vai me fazer sentir pena de você? — Theo perguntou com o rosto frio. Luiza sorriu com indiferença. — Não. Eu não me rebaixo a esse tipo de artimanha, porque simplesmente não me dou ao trabalho de agradar você. Theo encarou aquele rosto frio e sorriu levemente. — Ótimo. Você não quer me agradar? Então fique aqui e morra de fome, por mim tanto faz. Luiza deu um sorriso desolado e se deitou novamente na cama. Ela já havia decidido: se algo acontecesse com sua família, ela não teria mais vontade de viver. Theo podia mantê-la presa, mas, se ela desistisse da própria vida, não haveria nada que ele pudesse fazer. Com o rosto carregado, Theo saiu do quarto. Na manhã seguinte, por volta das nove, Luiza ainda se recusava a comer. Theo estava ouvindo Giovana falar sobre os assuntos no País R quando Laís veio reportar: — Sr. Theo, a Srta. Luiza ainda não quis tomar o café da manhã. Ela trouxe
Nos olhos dela, aquele homem era frio como gelo, com um sorriso gélido nos lábios. Ele disse suavemente: — Este é o preço por não me obedecer. As pupilas de Luiza se dilataram levemente. Theo continuou: — Eu te dei uma chance naquela época. Te chamei para me encontrar várias vezes, mas você ignorou. Achou que eu, mesmo em apuros, não teria como te capturar? Pois bem, mesmo que eu morra, vou te levar comigo... Luiza ficou atônita, a raiva tomando conta de seu coração. Ela levantou a mão, tentando acertá-lo no rosto. — Desgraçado! Mas não conseguiu. Theo segurou seu pulso e o torceu para trás. Ele a olhou friamente, sem nenhum traço de emoção: — Eu já te dei oportunidades no passado, mas você não as aproveitou. Agora, não há mais chance... Com a dor, Luiza franziu as sobrancelhas e lançou um olhar furioso para ele: — Você é um desgraçado! — Você está certa. Sou mesmo um desgraçado. — Ele nem sequer usava mais os óculos, não se importando em manter uma aparência civi
Theo estava sentado no sofá, o olhar frio como uma lâmina de gelo cravado nas marcas de mordida no pescoço dela. Seus olhos semicerrados estavam carregados de rancor e cobiça. — De onde vieram essas marcas no seu pescoço? Luiza ficou sem palavras. Abriu a boca, mas conseguiu pronunciar apenas uma frase: — Você... Não está morto? — Você acha que eu morreria tão facilmente? — Theo soltou uma risada sarcástica. — Mas as notícias diziam... Que você tinha se enforcado na prisão! — Se eu não tivesse forjado aquela notícia, como poderia sair da prisão? — Ele sorriu com frieza. Então era isso! As notícias sobre a prisão nas Américas eram falsas, apenas uma encenação para enganar o público. Na verdade, Theo havia escapado como um verdadeiro mestre da fuga! "Não era de se estranhar que tudo tivesse parecido tão conveniente. Um homem tão calculista como ele nunca deixaria de ter uma rota de fuga preparada." Enquanto Luiza refletia sobre isso, Theo se levantou abruptamente e agar
Luiza, sem escolha, caminhou até a entrada do elevador e disse: — Pode ficar por aqui. Eu vou subir sozinha. Volte para casa, eu também já estou indo. — Vou esperar o elevador chegar. — Ele não tinha intenção de ir embora, seus longos dedos se entrelaçando nos dela. Assim, os dois ficaram de mãos dadas até o elevador chegar, e as portas se abrirem diante deles. Luiza olhou para ele e disse: — O elevador chegou. Eu realmente preciso ir. — Tudo bem. Ele soltou a mão dela, mas permaneceu parado do lado de fora, com o olhar cheio de saudade, fixo nela. O coração de Luiza estava agitado. Mesmo quando as portas do elevador se fecharam completamente, o canto de seus lábios ainda estava levemente curvado em um sorriso. Ao chegar ao estacionamento, ela abriu a porta do carro e jogou sua bolsa para dentro. No momento em que ia entrar no veículo, uma sombra repentina surgiu ao seu lado. Luiza levantou o olhar, alarmada. Uma toalha foi pressionada contra seu nariz e boca, e