Miguel acenou com a cabeça.— Agora que voltou, pode sair para comer algo gostoso, ou pedir para a chef de casa cozinhar para você. Ela é especialista em culinária ocidental, mas também sabe fazer comida francesa e tailandesa. Se quiser comer algo, é só pedir.A Mansão Jardim havia contratado uma chef especialista em culinária ocidental, que morava ali.Luiza ficou um pouco surpresa.— Vocês contrataram uma chef da Vila das Nuvens?— Sim, você não adora a culinária ocidental? — Miguel olhou para ela sob a luz. — Agora não precisa mais sair de casa para comer.Ela ficou um pouco atônita e, sem saber o por quê, sentiu uma emoção aflorar dentro dela, algo que a comoveu um pouco.Logo depois, Miguel disse:— A partir de amanhã, vou estar ocupado, provavelmente só voltarei à noite. Se você achar que ficar em casa é chato, pode sair para dar uma volta.— Eu posso sair? — Os olhos de Luiza brilharam. Ela ainda não tinha procurado Marina, pois não havia perguntado ao Miguel se ele a deixaria s
Já fazia mais de quatro anos que ela não tinha contato com Marina. Ela havia tentado ligar para Marina, mas não conseguiu, então imaginou que a Mari devia ter trocado de número de celular. Mas ela não esperava que Marina tivesse se divorciado do Geraldo. Naquela época, o relacionamento deles parecia tão bom... Como eles chegaram a esse ponto? Ela perguntou: — Por que eles se divorciaram? — O Geraldo não disse. Naquela época, eu também estava ocupado, então não perguntei muito. Mas ouvi dizer que foi a Marina quem pediu o divórcio, e foi muito decidida. Luiza ficou extremamente surpresa. Quando a Mari teve o bebê, Luiza foi visitá-la algumas vezes, e em todas as ocasiões eles pareciam muito apaixonados. "A Mari parecia depender tanto do Geraldo, como é que eles se separaram assim de repente? O que realmente aconteceu?" Luiza pensou em ir ver a Mari, então perguntou ao Miguel: — Você tem o número atual da Mari? Parece que ela trocou de número, eu não consegui falar co
— No início, a Marina havia planejado assim: esperava que o Geraldo doasse metade do fígado para o filho, e Geraldo concordou. No entanto, o Yago disse que a doação de fígado não era a melhor solução para o tratamento. O Leo ainda é jovem, e a situação não era tão grave. Ele mencionou que há um medicamento disponível no mercado específico para a doença do Leo, mas o preço é alto. O Geraldo tem dinheiro, então poderiam tentar primeiro o tratamento com o medicamento, junto com o tratamento hospitalar, dois ciclos por mês, e caso não funcionasse, poderiam considerar a cirurgia. Assim, o risco e os danos seriam minimizados.Ao ouvir isso, Luiza achou o Dr. Yago excelente, um médico verdadeiramente dedicado.No entanto, ao saber que Leo estava doente, ela não pôde deixar de sentir o coração apertado. Decidiu que, nos próximos dias, precisaria se encontrar com a Mari e ver o Leo.Naquela noite, ela entrou em contato com Marina.Marina, ao atender o telefone, ficou bastante surpresa.— Lulu?
Diana respondeu: [Claro que sim, ele me pergunta todos os dias se eu já falei com você. Luiza, se um dia você puder, faça uma chamada de vídeo com o Felipinho.] Ao ouvir isso, Luiza sentiu um leve aperto no coração: [Ok, amanhã, quando o Felipinho acordar, me avise. Vou dar um jeito de fazer uma videochamada com ele.] Diana respondeu: [Certo.] Luiza ponderou por um momento e acrescentou: [Diga ao Felipinho que estou bem aqui, que ele não precisa se preocupar comigo.] Diana disse: [Entendido.] Terminada a conversa, Luiza ficou parada, encostada na cabeceira da cama, perdida em pensamentos. O som da água no banheiro parou. Miguel saiu do banheiro com uma toalha branca enrolada na cintura, o cabelo ainda molhado, parecendo refrescante e charmoso. Luiza ouviu o barulho, olhou para ele e ficou encarando seu rosto sensual, completamente absorta. Miguel não percebeu sua tristeza, só pensou que ela estava encantada e, sorrindo, disse: — Ficou paralisada olhando para o meu c
Mas o que acontecia quando a dopamina desaparecia? No final, o amor sempre retornava à calmaria.Sempre houve um conflito irreconciliável entre a família Medeiros e a família Souza. Será que ela realmente poderia enfrentar todos, até ao ponto de enfurecer Helena para ficar com Miguel?A resposta era: não.Se ela realmente matasse Helena de raiva, haveria uma barreira entre ela e Miguel. Sempre que se olhassem, se lembrariam de duas vidas, e, de qualquer forma, isso nunca poderia acabar bem.Durante quatro anos, sempre que ela pensava em Miguel, ela se dizia: "Não pense nisso, não escute, deixe para lá. Ele pode encontrar alguém que seja ideal para ele e viver uma vida feliz. Eu tenho o Felipinho, minha vida também está completa."Mas, quatro anos depois, Miguel ainda estava esperando por ela, ele ainda queria ficar com ela.Talvez fosse a determinação dele de querer ficar com ela a qualquer custo que a tocou, fazendo Luiza vacilar um pouco.Ouviu dizer que Helena estava prestes a falec
Miguel disse:— Luiza, a Alice está sendo seguida pelos homens do Theo. Eu preciso ir agora para salvá-la.Luiza assentiu:— Pode ir.— Há quatro anos, ela me ajudou muito. Agora, ela está sendo alvo do Theo por minha causa. Não posso ignorar isso. — Miguel percebeu que ela não parecia feliz e tentou explicar. — Você está chateada?— Não. — Ela balançou a cabeça. De que adiantaria estar chateada?Miguel olhou para ela mais uma vez, antes de se vestir e sair:— Quando eu voltar, vou te contar o que aconteceu há quatro anos.— Certo. — Luiza concordou com um aceno de cabeça....No galpão abandonado.Alice estava sentada elegantemente em frente a alguns homens uniformizados. O homem à frente era um estrangeiro, com tatuagens nos braços robustos, chamado William.Inicialmente, eles vieram mesmo para sequestrar Alice. Theo havia dado ordens para capturá-la e trocá-la por Luiza com Miguel.Foi só depois de ser capturada que Alice soube que Luiza havia voltado. Ela agora estava morando
Alice disse: — Eu quero te dizer uma coisa: mesmo que você tenha me sequestrado, o Miguel não vai trocar a Luiza por mim, e você vai acabar se decepcionando. Em vez disso, por que não cooperamos? Eu posso te ajudar a causar uma ruptura no relacionamento deles. Quando a Luiza tiver o coração partido, ela naturalmente vai deixar Valenciana do Rio. O que você acha que é melhor? Que ela saia forçada, mas ainda apaixonada, ou que vá embora por conta própria, com o coração despedaçado?— O que você sugere? — Theo, incomumente, demonstrou um pouco mais de paciência ao escutá-la.— É assim: você pode mandar seus seguranças fingirem me estuprar e tirar algumas fotos para usar como ameaça. Se as pessoas souberem que eu fui violentada por homens seus, o Miguel vai se sentir culpado por muito tempo. Acredito que ele vai se sentir responsável por mim pelo resto da vida.Na última vez em que foi sequestrada, Alice já tinha pensado nisso. Se tivesse sido violentada naquela ocasião, o Miguel certame
Eduardo e sua equipe começaram a vasculhar os corpos das pessoas mortas e encontraram um maço de fotos comprometedoras.Essas fotos foram tiradas de Alice, que, para garantir a autenticidade, havia se despido completamente.Ao ver as fotos, Eduardo franziu a testa e, segurando elas nas mãos, perguntou ao Miguel:— Presidente Miguel, essas fotos são da Srta. Alice. O que devemos fazer com elas?— Destruam todas. — Respondeu Miguel friamente.— Sim, senhor!Alice ainda tremia, com o corpo todo tenso, e perguntou:— Miguel, isso foi a mando do Theo. Quem sabe ele não tenha feito cópias dessas fotos. O que faremos? Miguel, estou nas mãos deles, estou acabada...— Vamos primeiro ao hospital. — Miguel disse, tentando confortá-la com suavidade, sem saber o que mais dizer.Mas Alice se recusou a ver um médico. Ela foi levada a um quarto de hospital, onde continuava a tremer violentamente.— Não, Miguel, não quero ver um médico. Não quero que vejam o meu estado... Sujo...Ela chorava, implorand
O resultado final foi que Priscila e Elias ficaram na mesma bicicleta que Eduardo. O espaço restante na bicicleta do Francisco foi ocupado pelo assistente dele, Lucas. A atmosfera no local estava especialmente fria, principalmente em volta de Francisco, onde ele mantinha uma expressão severa durante todo o trajeto. Felipinho olhou para trás e comentou: — A cara do tio Francisco está tão feia. Luiza também notou, mas não disse nada. Foi Miguel, ao lado, quem respondeu: — Essa é a tensão das famílias reconstituídas. — Famílias reconstituídas? — Felipinho parecia não entender a frase e olhou para o pai. Hoje, Miguel estava claramente diferente em termos de roupa. Ele usava um casaco escuro de lã e, por baixo, um suéter preto de gola alta. Não estava tão formal como de costume, o que lhe dava um ar mais descontraído, mas ainda assim elegante e distinto. Era impossível não notar sua presença. Miguel, olhando para as duas bicicletas à frente, explicou com um olhar profund
Ela estava muito determinada, parecia realmente não querer mais ficar com Francisco.Luiza não fez mais perguntas.Priscila, no entanto, a questionou de volta:— E você? O Miguel já veio até o País R, ficou aqui mais de uma semana, e qualquer pessoa com os olhos abertos sabe que ele fez tudo isso por você. O que você pensa sobre isso? Vai dar uma chance a ele?"Quem disse que só a Priscila tem más lembranças?"Luiza também tinha suas próprias lembranças, as de como a família Souza a magoou, e essas ainda estavam bem vivas em sua mente.Mesmo que a verdade já tivesse sido esclarecida, a dor que ela sofreu ainda era dor, não poderia ser apagada com o simples apertar de uma tecla de "excluir".Ela olhou para o nada com uma expressão tranquila.— Eu não sei. O Felipinho quer muito um pai, mas, no fundo, eu não quero.— Então você não quer. — Priscila disse, direta. — Nós mulheres temos um sexto sentido. Se não queremos, é não querer, não precisamos nos forçar. Ficar se torturando vai só no
— Bisavó, a Maria e as outras também vão! Parece que vai ser necessário preparar mais comida! — Felipinho também estava muito animado e se virou para Melissa, dizendo isso.Assim, os três se tornaram parte de um grupo maior.Miguel estava à parte, com o rosto fechado.Ele queria sair com a esposa e o filho para passar mais tempo com Luiza.Mas não esperava que Felipinho tivesse convidado a família de Francisco também. Agora, o grupo estava bem maior, e ele imaginava que seria difícil até mesmo conversar.No entanto, o que ninguém esperava era que Priscila também tivesse chamado Elias.Miguel, Luiza e Felipinho estavam em um carro.Já Francisco estava em uma situação mais difícil. Provavelmente, por ter causado algum problema com Priscila na noite anterior, ela não quis andar com ele. Ela pegou Maria no colo e entrou no carro de Elias.Francisco ficou sozinho e, com o rosto fechado, deu ordens ao motorista para seguir.Meia hora depois, o grupo chegou ao parque de diversões.Assim que s
— O tio Elias é muito legal, bonito e engraçado. Eu pensei que, se o papai e a mamãe ficassem juntos, então eu poderia me casar com o tio Elias. Não seria perfeito?Francisco ficou com uma expressão sombria e respondeu, aborrecido:— Você se casar com ele? Isso eu não aceito.— Mas o tio Elias é tão legal...— Quieta! De qualquer forma, é impossível você se casar com ele. Nem você, nem sua mãe. — Francisco a interrompeu, impedindo ela de elogiar Elias.Maria fez um biquinho e foi carregada por Francisco até o andar de baixo.Ao descer, percebeu que a sala estava cheia de gente e que provavelmente todos ouviram o que ele disse lá em cima. Francisco ficou um pouco embaraçado.Maria, no entanto, não se incomodou. Ela se desvencilhou dos braços de Francisco e correu até onde estava Felipinho.— Felipinho.Felipinho cruzou os braços e levantou uma sobrancelha, olhando para Maria.— Você quer se casar com aquele tio Elias?Maria ficou com o rosto vermelho.— Não posso? Ele é tão bonito.— Eu
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então
Melissa assentiu.— Mas um chef assim não deveria ter grandes ambições? Ele realmente não quer fama e fortuna e está disposto a ser o chef particular de vocês?— No começo, ele também não queria, mas eu apoio o desenvolvimento de novos pratos dele e prometi que o ajudaria a abrir um restaurante, a expandir sua reputação. Só assim ele aceitou trabalhar como nosso chef particular, para ter mais tempo para criar novos pratos.Ao ouvir isso, Luiza finalmente entendeu que o chef da Mansão Jardim tinha uma história importante por trás. Ela nunca havia perguntado antes; só achava que a comida dele era deliciosa. Mas, pelo visto, Miguel tinha feito várias promessas a ele.— Você foi muito atencioso. — Melissa sorriu.Miguel disse:— Se a senhora gostar da comida, posso pedir para o chef vir todos os dias e preparar as três refeições para vocês. Qualquer outra necessidade que tiver, é só me dizer; se estiver ao meu alcance, farei de tudo para atender.Ele estava tentando agradar Melissa.Meliss
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som