Alice disse: — Eu quero te dizer uma coisa: mesmo que você tenha me sequestrado, o Miguel não vai trocar a Luiza por mim, e você vai acabar se decepcionando. Em vez disso, por que não cooperamos? Eu posso te ajudar a causar uma ruptura no relacionamento deles. Quando a Luiza tiver o coração partido, ela naturalmente vai deixar Valenciana do Rio. O que você acha que é melhor? Que ela saia forçada, mas ainda apaixonada, ou que vá embora por conta própria, com o coração despedaçado?— O que você sugere? — Theo, incomumente, demonstrou um pouco mais de paciência ao escutá-la.— É assim: você pode mandar seus seguranças fingirem me estuprar e tirar algumas fotos para usar como ameaça. Se as pessoas souberem que eu fui violentada por homens seus, o Miguel vai se sentir culpado por muito tempo. Acredito que ele vai se sentir responsável por mim pelo resto da vida.Na última vez em que foi sequestrada, Alice já tinha pensado nisso. Se tivesse sido violentada naquela ocasião, o Miguel certame
Eduardo e sua equipe começaram a vasculhar os corpos das pessoas mortas e encontraram um maço de fotos comprometedoras.Essas fotos foram tiradas de Alice, que, para garantir a autenticidade, havia se despido completamente.Ao ver as fotos, Eduardo franziu a testa e, segurando elas nas mãos, perguntou ao Miguel:— Presidente Miguel, essas fotos são da Srta. Alice. O que devemos fazer com elas?— Destruam todas. — Respondeu Miguel friamente.— Sim, senhor!Alice ainda tremia, com o corpo todo tenso, e perguntou:— Miguel, isso foi a mando do Theo. Quem sabe ele não tenha feito cópias dessas fotos. O que faremos? Miguel, estou nas mãos deles, estou acabada...— Vamos primeiro ao hospital. — Miguel disse, tentando confortá-la com suavidade, sem saber o que mais dizer.Mas Alice se recusou a ver um médico. Ela foi levada a um quarto de hospital, onde continuava a tremer violentamente.— Não, Miguel, não quero ver um médico. Não quero que vejam o meu estado... Sujo...Ela chorava, implorand
Alice estava cheia de ciúmes.Ela pensou que, depois de Miguel ter matado Luiza, ele escolheria se casar com ela, mas, surpreendentemente, após uma viagem para a América, surgiu esse problema.Durante esses anos, Alice havia se dedicado completamente ao Grupo Sunland, pois já se considerava a dona da empresa. Mas agora, Luiza havia voltado.Alice havia tramado por tantos anos e estava a um passo de se tornar a dona do Grupo Sunland. Como ela poderia aceitar deixar outra pessoa tomar seu lugar?Ela soltou um resmungo frio e disse:— Se essa vadia ousar voltar, vou fazer com que ela passe pela mesma coisa que aconteceu quatro anos atrás.Se não fosse por Theo querer Luiza, Alice já teria pensado em matá-la.Com ódio no coração, ela perguntou a Isabelly:— Como está a situação da tia? Melhorou ultimamente?Isabelly balançou a cabeça.— Está do mesmo jeito, quase no fim.— Encontre uma oportunidade para visitá-la e diga a ela que a Luiza voltou.O coração de Isabelly deu um salto.— Alice,
Ela estava um pouco atordoada quando, de repente, seu celular tocou, era uma mensagem de Diana. Provavelmente o Felipinho tinha ido procurá-la. Luiza olhou ao redor, os empregados estavam ocupados e ninguém prestava atenção nela. Ela pegou o celular e subiu as escadas. Depois de fechar a porta, abriu o WhatsApp e fez uma chamada de vídeo para Diana. Assim que a chamada foi atendida, o rostinho delicado de Felipinho apareceu na tela. Ele cobriu a boca e sorriu maliciosamente do outro lado do vídeo. — Mamãe, ouvi dizer que você está com meu pai biológico agora? Luiza ficou surpresa. — Quem te disse isso? — O tio Francisco falou. Hoje de manhã ele veio tomar café e contou isso para a vovó. Disse que você está com meu pai agora e que não pretende voltar. — Os olhinhos de Felipinho brilhavam de expectativa. — Isso quer dizer que vocês vão se reconciliar? Então, quando vocês vão vir me buscar para voltarmos para casa com a vovó? Ao ouvir "voltar para casa", Luiza sentiu u
— Lulu, quanto tempo sem nos vermos! Você está ficando cada vez mais bonita! — Disse Marina enquanto caminhava com Luiza para o quarto do hospital.Luiza encontrou o filho de Marina, Leandro, na ala pediátrica.Leandro tinha pouco mais de 4 anos, era uma criança bonita, de pele clara, com lábios vermelhos e dentes brancos. Ele estava sentado, com o corpo pequeno, segurando um livro de histórias em inglês.Ao ouvir o som da porta se abrindo, ele olhou para cima, com um olhar incomumente calmo para a sua idade.Marina disse:— Leo, essa é sua madrinha, Luiza. Ela veio te visitar.O olhar de Leandro passou rapidamente por Luiza e voltou para o livro, o que deixou Marina um pouco constrangida. Ela então disse a Luiza:— O Leo é muito quieto, não fala muito.Luiza assentiu, se sentando com Marina ao lado da cama de Leandro.Embora Leandro estivesse doente, seu estado de saúde e sua aparência eram bons. Seus lábios e dentes brancos brilhavam, o que não era típico de uma criança doente.Mas e
As duas encheram as garrafas de água e, ao voltarem para o quarto, viram que Geraldo havia chegado.Geraldo tinha uma aparência elegante, usava óculos de lentes finas e estava sentado ao lado de Leandro. Ele tirou duas caixas de Lego e disse: — Ouvi dizer que você é muito bom nisso. Comprei duas caixas, que tal fazermos uma competição?Leandro olhou para Geraldo, seus olhos calmos e negros como a noite.Sem esperar resposta, Geraldo já havia começado a abrir o Lego, e logo os dois começaram a montar cada um o seu.Embora Leandro fosse muito quieto, sua memória era incrível. Ele olhou rapidamente o manual do Lego, pegou algumas peças pequenas com suas mãos e rapidamente montou a base, construindo camada por camada.Em pouco tempo, uma armadura estava pronta. Ele olhou para Geraldo, que ainda estava na metade da montagem, e então estendeu a mão para ajudá-lo.Geraldo sorriu.Todos diziam que seu filho tinha autismo, mas Geraldo não achava que fosse isso. Ele era extremamente inteligent
Geraldo disse: — No fim de semana, o Leo termina o segundo ciclo de tratamento. Ele quer aprender a atirar, você vai com a gente?Marina assentiu levemente com a cabeça e respondeu friamente: — Pode ser.Os dois ficaram em silêncio. Luiza, que estava ao lado, também se sentiu constrangida. "Antes, eles se davam tão bem... Como as coisas chegaram a esse ponto?"Geraldo ficou no quarto do hospital com Leandro, enquanto Marina levou Luiza para sentar no corredor.Luiza perguntou: — Você não quer mais conviver com ele?— Já estamos divorciados, para quê conviver? — Marina sorriu suavemente, como se não se importasse muito.— Então vocês vão continuar assim? Ele vem ver o Leo, e você sai?— Quando você não está aqui, eu vou para o quarto ao lado descansar um pouco. Afinal, não sou de ferro, né? Quando alguém vem ver o Leo, aproveito para tirar um cochilo.Dava para perceber o cansaço nas palavras de Marina. Sim, acompanhar uma criança em tratamento hospitalar era muito exaustivo
Luiza segurou sua mão, rindo e chorando ao mesmo tempo: — Não é nada disso, fala baixo, o Miguel ainda não sabe da existência da criança. Marina ficou surpresa: — O Miguel não sabe? — Pois é, não tive coragem de contar para ele. Dessa vez, sair de casa foi uma grande batalha. — Os seguranças ainda estavam esperando por ela perto do elevador, no corredor. — Então ele ainda é o mesmo, te mantém sob vigilância? Luiza assentiu com a cabeça. Marina balançou a cabeça e disse: — Um homem com um nível de possessividade assim é difícil de lidar. — Nem me fale... — Luiza suspirou e perguntou. — Mari, como você e o Geraldo se divorciaram? Vocês não estavam super bem? Ao ouvir isso, a expressão de Marina ficou séria e, suspirando profundamente, ela respondeu: — Talvez seja algo que só se entende depois de casar. O casamento não é só entre duas pessoas, mas entre duas famílias. Muitas coisas fogem do nosso controle. Naquela época, Geraldo era um convicto defensor do celibato
O resultado final foi que Priscila e Elias ficaram na mesma bicicleta que Eduardo. O espaço restante na bicicleta do Francisco foi ocupado pelo assistente dele, Lucas. A atmosfera no local estava especialmente fria, principalmente em volta de Francisco, onde ele mantinha uma expressão severa durante todo o trajeto. Felipinho olhou para trás e comentou: — A cara do tio Francisco está tão feia. Luiza também notou, mas não disse nada. Foi Miguel, ao lado, quem respondeu: — Essa é a tensão das famílias reconstituídas. — Famílias reconstituídas? — Felipinho parecia não entender a frase e olhou para o pai. Hoje, Miguel estava claramente diferente em termos de roupa. Ele usava um casaco escuro de lã e, por baixo, um suéter preto de gola alta. Não estava tão formal como de costume, o que lhe dava um ar mais descontraído, mas ainda assim elegante e distinto. Era impossível não notar sua presença. Miguel, olhando para as duas bicicletas à frente, explicou com um olhar profund
Ela estava muito determinada, parecia realmente não querer mais ficar com Francisco.Luiza não fez mais perguntas.Priscila, no entanto, a questionou de volta:— E você? O Miguel já veio até o País R, ficou aqui mais de uma semana, e qualquer pessoa com os olhos abertos sabe que ele fez tudo isso por você. O que você pensa sobre isso? Vai dar uma chance a ele?"Quem disse que só a Priscila tem más lembranças?"Luiza também tinha suas próprias lembranças, as de como a família Souza a magoou, e essas ainda estavam bem vivas em sua mente.Mesmo que a verdade já tivesse sido esclarecida, a dor que ela sofreu ainda era dor, não poderia ser apagada com o simples apertar de uma tecla de "excluir".Ela olhou para o nada com uma expressão tranquila.— Eu não sei. O Felipinho quer muito um pai, mas, no fundo, eu não quero.— Então você não quer. — Priscila disse, direta. — Nós mulheres temos um sexto sentido. Se não queremos, é não querer, não precisamos nos forçar. Ficar se torturando vai só no
— Bisavó, a Maria e as outras também vão! Parece que vai ser necessário preparar mais comida! — Felipinho também estava muito animado e se virou para Melissa, dizendo isso.Assim, os três se tornaram parte de um grupo maior.Miguel estava à parte, com o rosto fechado.Ele queria sair com a esposa e o filho para passar mais tempo com Luiza.Mas não esperava que Felipinho tivesse convidado a família de Francisco também. Agora, o grupo estava bem maior, e ele imaginava que seria difícil até mesmo conversar.No entanto, o que ninguém esperava era que Priscila também tivesse chamado Elias.Miguel, Luiza e Felipinho estavam em um carro.Já Francisco estava em uma situação mais difícil. Provavelmente, por ter causado algum problema com Priscila na noite anterior, ela não quis andar com ele. Ela pegou Maria no colo e entrou no carro de Elias.Francisco ficou sozinho e, com o rosto fechado, deu ordens ao motorista para seguir.Meia hora depois, o grupo chegou ao parque de diversões.Assim que s
— O tio Elias é muito legal, bonito e engraçado. Eu pensei que, se o papai e a mamãe ficassem juntos, então eu poderia me casar com o tio Elias. Não seria perfeito?Francisco ficou com uma expressão sombria e respondeu, aborrecido:— Você se casar com ele? Isso eu não aceito.— Mas o tio Elias é tão legal...— Quieta! De qualquer forma, é impossível você se casar com ele. Nem você, nem sua mãe. — Francisco a interrompeu, impedindo ela de elogiar Elias.Maria fez um biquinho e foi carregada por Francisco até o andar de baixo.Ao descer, percebeu que a sala estava cheia de gente e que provavelmente todos ouviram o que ele disse lá em cima. Francisco ficou um pouco embaraçado.Maria, no entanto, não se incomodou. Ela se desvencilhou dos braços de Francisco e correu até onde estava Felipinho.— Felipinho.Felipinho cruzou os braços e levantou uma sobrancelha, olhando para Maria.— Você quer se casar com aquele tio Elias?Maria ficou com o rosto vermelho.— Não posso? Ele é tão bonito.— Eu
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então
Melissa assentiu.— Mas um chef assim não deveria ter grandes ambições? Ele realmente não quer fama e fortuna e está disposto a ser o chef particular de vocês?— No começo, ele também não queria, mas eu apoio o desenvolvimento de novos pratos dele e prometi que o ajudaria a abrir um restaurante, a expandir sua reputação. Só assim ele aceitou trabalhar como nosso chef particular, para ter mais tempo para criar novos pratos.Ao ouvir isso, Luiza finalmente entendeu que o chef da Mansão Jardim tinha uma história importante por trás. Ela nunca havia perguntado antes; só achava que a comida dele era deliciosa. Mas, pelo visto, Miguel tinha feito várias promessas a ele.— Você foi muito atencioso. — Melissa sorriu.Miguel disse:— Se a senhora gostar da comida, posso pedir para o chef vir todos os dias e preparar as três refeições para vocês. Qualquer outra necessidade que tiver, é só me dizer; se estiver ao meu alcance, farei de tudo para atender.Ele estava tentando agradar Melissa.Meliss
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som