Geraldo disse: — No fim de semana, o Leo termina o segundo ciclo de tratamento. Ele quer aprender a atirar, você vai com a gente?Marina assentiu levemente com a cabeça e respondeu friamente: — Pode ser.Os dois ficaram em silêncio. Luiza, que estava ao lado, também se sentiu constrangida. "Antes, eles se davam tão bem... Como as coisas chegaram a esse ponto?"Geraldo ficou no quarto do hospital com Leandro, enquanto Marina levou Luiza para sentar no corredor.Luiza perguntou: — Você não quer mais conviver com ele?— Já estamos divorciados, para quê conviver? — Marina sorriu suavemente, como se não se importasse muito.— Então vocês vão continuar assim? Ele vem ver o Leo, e você sai?— Quando você não está aqui, eu vou para o quarto ao lado descansar um pouco. Afinal, não sou de ferro, né? Quando alguém vem ver o Leo, aproveito para tirar um cochilo.Dava para perceber o cansaço nas palavras de Marina. Sim, acompanhar uma criança em tratamento hospitalar era muito exaustivo
Luiza segurou sua mão, rindo e chorando ao mesmo tempo: — Não é nada disso, fala baixo, o Miguel ainda não sabe da existência da criança. Marina ficou surpresa: — O Miguel não sabe? — Pois é, não tive coragem de contar para ele. Dessa vez, sair de casa foi uma grande batalha. — Os seguranças ainda estavam esperando por ela perto do elevador, no corredor. — Então ele ainda é o mesmo, te mantém sob vigilância? Luiza assentiu com a cabeça. Marina balançou a cabeça e disse: — Um homem com um nível de possessividade assim é difícil de lidar. — Nem me fale... — Luiza suspirou e perguntou. — Mari, como você e o Geraldo se divorciaram? Vocês não estavam super bem? Ao ouvir isso, a expressão de Marina ficou séria e, suspirando profundamente, ela respondeu: — Talvez seja algo que só se entende depois de casar. O casamento não é só entre duas pessoas, mas entre duas famílias. Muitas coisas fogem do nosso controle. Naquela época, Geraldo era um convicto defensor do celibato
Miguel estava prestes a falar, quando a Sra. Nunes segurou seu braço e disse suavemente:— Não tem nada disso. Quem disse que nossa Alice foi sequestrada ontem à noite? Isso foi apenas uma brincadeira entre ela e o Miguel. Os jovens, às vezes, exageram um pouco e, sem querer, ela acabou se machucando. Por isso viemos ao hospital para cuidar disso.A Sra. Nunes, para preservar a reputação de Alice, declarou publicamente que a pessoa envolvida com Alice era Miguel.Luiza parou por um momento.Todos ficaram chocados.Miguel franziu ligeiramente a testa e olhou para a Sra. Nunes.Os olhos envelhecidos da Sra. Nunes estavam cheios de súplica, e ela apertou a mão de Miguel, pedindo silenciosamente que ele ajudasse Alice.Os repórteres imediatamente perguntaram:— Então, Sr. Miguel, o relacionamento entre o senhor e a Srta. Alice é tão bom assim? Quando vocês pretendem se casar? Vão realizar uma cerimônia?Antes que Miguel pudesse responder, a Sra. Nunes disse:— Vai ter cerimônia, sim. A fes
Disse a Sra. Nunes: — Nesses anos, a única esperança de Alice era se casar com você. Agora, com o que aconteceu, ela perdeu a vontade de viver. Só você pode ajudá-la. — A Sra. Nunes continuou. — Miguel, mesmo que você ache que sua avó agiu errado, que ela te manipulou, você não viu todo o carinho que a Alice te deu ao longo desses anos? Ela já tem 27 anos e ficou ao seu lado por quatro anos, esperando você retomar o seu sucesso e poder se casar com ela de maneira digna. A Sra. Nunes fez uma pausa e continuou: — Se você realmente é grato a ela, agora deveria ir ao quarto e dizer que vai se casar com ela. Dê a Alice a força para continuar vivendo, para sair dessa situação difícil... O rosto de Miguel continuava sério, e, nesse momento, se ouviu o som de uma bandeja caindo no chão. Veio do quarto de Alice. O rosto da Sra. Nunes mudou, e ela, chorando, disse ao Miguel: — Miguel, parece que algo aconteceu no quarto da Alice. Vá logo ver e converse com ela. Miguel apertou os
— Vovó! — Alice abraçou a Sra. Nunes com força.A Sra. Nunes não sabia que Alice estava fingindo. Seu coração doía tanto que ela mal conseguia respirar. Abraçando Alice, ela disse:— Alice, não faça mais nenhuma besteira. Depois que você se casar com o Miguel, você será feliz. Tudo isso vai passar.Só assim Alice concordou em cooperar com os médicos para ser examinada. Ela pediu ao médico para lhe aplicar um sedativo, dizendo que queria dormir bem e se recuperar.A Sra. Nunes, ao ouvir isso, chorou de alegria e rapidamente chamou o médico.A médica entrou no quarto e aplicou a injeção em Alice.Alice logo adormeceu.A Sra. Nunes saiu do quarto com Miguel e perguntou, em um tom grave:— Aquela mulher voltou?Miguel parou abruptamente. Então, a Sra. Nunes também tinha visto Luiza?A Sra. Nunes continuou:— Não me importa qual é a sua relação com ela agora, mas você precisa se casar com a Alice. Quatro anos atrás, ela fez de tudo para te ajudar. Hoje, por causa daquela mulher, ela sofreu
Miguel a observou por um momento e disse: — Se você está chateada, pode me dizer o que pensa. Eu vou te explicar. — Não estou chateada, você quer retribuir um favor, eu deveria te apoiar. — Essa frase soou meio sarcástica. — Miguel comentou. — Está com medo de que eu te tranque de novo, por isso nem se atreve a ficar chateada? — Estou aqui para me redimir, tenho plena consciência do meu papel. — Com medo de que seus sentimentos fossem interpretados como distantes demais, ela tentou parecer mais suave. — Miguel, vá retribuir seu favor. No fim das contas, fui eu quem te prejudicou, não quero te colocar em uma situação difícil. Ela parecia tão magnânima ao falar, mas isso fez com que Miguel franzisse ligeiramente as sobrancelhas. Ele respondeu em um tom sério: — Pode ficar tranquila, eu não vou me casar com ela. Agora estou cuidando dela apenas para ajudá-la a se reerguer. — Certo. — A conversa terminou ali, sem mais o que dizer. — Vá tomar banho, eu vou dormir. Luiza se d
— Obrigada. — Luiza sorriu ao se sentar, colocando as rosas ao lado e perguntou. — Já pediu a comida?— Já, mas veja se quer pedir mais alguma coisa. — Miguel lhe entregou o cardápio. Sair para um encontro com Luiza era sua forma de tentar fazê-la se sentir mais feliz.Durante todo o processo de escolha dos pratos, Luiza manteve um sorriso no rosto.Miguel a observava em silêncio. Parecia que, ultimamente, ela estava sempre feliz, com um sorriso constante, mas ele não conseguia mais sentir suas emoções. Fosse alegria ou tristeza, ele não conseguia perceber.Luiza pediu alguns pratos e entregou o cardápio ao garçom. — Só isso, obrigada.— Certo. — O garçom saiu com o cardápio.Os pratos sofisticados foram sendo servidos um a um, e Luiza, de cabeça baixa, comia lentamente.Miguel perguntou: — Depois do jantar, o que você quer fazer? Quer passear? Ou ver um filme?— Ver um filme? — Luiza perguntou.Miguel assentiu, sorrindo: — Não é um encontro? Claro que temos que ver um filme.—
Miguel pensou um pouco antes de atender. — Alô. — Miguel, a Alice está tendo uma crise porque não consegue te ver, está chorando e gritando sem parar. Você pode vir ao hospital falar com ela, por favor? — Isabelly falou ao telefone, preocupada. Luiza, que estava perto o suficiente para ouvir, olhou para Miguel enquanto segurava a pipoca. Miguel já a observava e, vendo sua expressão despreocupada, perguntou: — Chamaram um médico? — Chamamos, mas ela não quer ouvir o que o médico diz, trancou a porta do quarto e continua chorando lá dentro. — A voz de Isabelly estava cheia de urgência. — Ela não para de chamar o seu nome, venha vê-la, por favor. Miguel apertou os lábios, lançando um olhar inconsciente para Luiza. Luiza sorriu de leve. — Vai, Alice precisa de você agora. — O filme está para começar. — Miguel respondeu. — Não tem problema, a gente pode ver o filme depois. A Alice está doente, ela é mais importante. — Luiza disse gentilmente, pegando o refrigerante das