Disse a Sra. Nunes: — Nesses anos, a única esperança de Alice era se casar com você. Agora, com o que aconteceu, ela perdeu a vontade de viver. Só você pode ajudá-la. — A Sra. Nunes continuou. — Miguel, mesmo que você ache que sua avó agiu errado, que ela te manipulou, você não viu todo o carinho que a Alice te deu ao longo desses anos? Ela já tem 27 anos e ficou ao seu lado por quatro anos, esperando você retomar o seu sucesso e poder se casar com ela de maneira digna. A Sra. Nunes fez uma pausa e continuou: — Se você realmente é grato a ela, agora deveria ir ao quarto e dizer que vai se casar com ela. Dê a Alice a força para continuar vivendo, para sair dessa situação difícil... O rosto de Miguel continuava sério, e, nesse momento, se ouviu o som de uma bandeja caindo no chão. Veio do quarto de Alice. O rosto da Sra. Nunes mudou, e ela, chorando, disse ao Miguel: — Miguel, parece que algo aconteceu no quarto da Alice. Vá logo ver e converse com ela. Miguel apertou os
— Vovó! — Alice abraçou a Sra. Nunes com força.A Sra. Nunes não sabia que Alice estava fingindo. Seu coração doía tanto que ela mal conseguia respirar. Abraçando Alice, ela disse:— Alice, não faça mais nenhuma besteira. Depois que você se casar com o Miguel, você será feliz. Tudo isso vai passar.Só assim Alice concordou em cooperar com os médicos para ser examinada. Ela pediu ao médico para lhe aplicar um sedativo, dizendo que queria dormir bem e se recuperar.A Sra. Nunes, ao ouvir isso, chorou de alegria e rapidamente chamou o médico.A médica entrou no quarto e aplicou a injeção em Alice.Alice logo adormeceu.A Sra. Nunes saiu do quarto com Miguel e perguntou, em um tom grave:— Aquela mulher voltou?Miguel parou abruptamente. Então, a Sra. Nunes também tinha visto Luiza?A Sra. Nunes continuou:— Não me importa qual é a sua relação com ela agora, mas você precisa se casar com a Alice. Quatro anos atrás, ela fez de tudo para te ajudar. Hoje, por causa daquela mulher, ela sofreu
Miguel a observou por um momento e disse: — Se você está chateada, pode me dizer o que pensa. Eu vou te explicar. — Não estou chateada, você quer retribuir um favor, eu deveria te apoiar. — Essa frase soou meio sarcástica. — Miguel comentou. — Está com medo de que eu te tranque de novo, por isso nem se atreve a ficar chateada? — Estou aqui para me redimir, tenho plena consciência do meu papel. — Com medo de que seus sentimentos fossem interpretados como distantes demais, ela tentou parecer mais suave. — Miguel, vá retribuir seu favor. No fim das contas, fui eu quem te prejudicou, não quero te colocar em uma situação difícil. Ela parecia tão magnânima ao falar, mas isso fez com que Miguel franzisse ligeiramente as sobrancelhas. Ele respondeu em um tom sério: — Pode ficar tranquila, eu não vou me casar com ela. Agora estou cuidando dela apenas para ajudá-la a se reerguer. — Certo. — A conversa terminou ali, sem mais o que dizer. — Vá tomar banho, eu vou dormir. Luiza se d
— Obrigada. — Luiza sorriu ao se sentar, colocando as rosas ao lado e perguntou. — Já pediu a comida?— Já, mas veja se quer pedir mais alguma coisa. — Miguel lhe entregou o cardápio. Sair para um encontro com Luiza era sua forma de tentar fazê-la se sentir mais feliz.Durante todo o processo de escolha dos pratos, Luiza manteve um sorriso no rosto.Miguel a observava em silêncio. Parecia que, ultimamente, ela estava sempre feliz, com um sorriso constante, mas ele não conseguia mais sentir suas emoções. Fosse alegria ou tristeza, ele não conseguia perceber.Luiza pediu alguns pratos e entregou o cardápio ao garçom. — Só isso, obrigada.— Certo. — O garçom saiu com o cardápio.Os pratos sofisticados foram sendo servidos um a um, e Luiza, de cabeça baixa, comia lentamente.Miguel perguntou: — Depois do jantar, o que você quer fazer? Quer passear? Ou ver um filme?— Ver um filme? — Luiza perguntou.Miguel assentiu, sorrindo: — Não é um encontro? Claro que temos que ver um filme.—
Miguel pensou um pouco antes de atender. — Alô. — Miguel, a Alice está tendo uma crise porque não consegue te ver, está chorando e gritando sem parar. Você pode vir ao hospital falar com ela, por favor? — Isabelly falou ao telefone, preocupada. Luiza, que estava perto o suficiente para ouvir, olhou para Miguel enquanto segurava a pipoca. Miguel já a observava e, vendo sua expressão despreocupada, perguntou: — Chamaram um médico? — Chamamos, mas ela não quer ouvir o que o médico diz, trancou a porta do quarto e continua chorando lá dentro. — A voz de Isabelly estava cheia de urgência. — Ela não para de chamar o seu nome, venha vê-la, por favor. Miguel apertou os lábios, lançando um olhar inconsciente para Luiza. Luiza sorriu de leve. — Vai, Alice precisa de você agora. — O filme está para começar. — Miguel respondeu. — Não tem problema, a gente pode ver o filme depois. A Alice está doente, ela é mais importante. — Luiza disse gentilmente, pegando o refrigerante das
Isabelly ficou tão irritada que quase quebrou os dentes de tanto ranger e xingou com a voz rouca: — Eu sabia que você não prestava! — Depois disso, desligou o telefone bruscamente, parecendo extremamente aborrecida. Luiza soltou um sorriso sarcástico e entrou na sala de cinema segurando um balde de pipoca. Ela assistiu ao filme inteiro sozinha. Embora fosse uma comédia, ela acabou chorando copiosamente. Às vezes jogava pipoca na boca, mas seu sorriso era mais triste do que o próprio choro. Quando saiu da sala, Luiza já havia recomposto suas emoções. Com seus seguranças a acompanhando, ela estava prestes a sair quando ouviu uma voz familiar: — Luiza? Luiza virou a cabeça e viu o rosto radiante de Luana. Ao seu lado estava um homem alto, seu irmão, Simão. Ambos pareciam surpresos ao vê-la. — Então é você mesma. — Luana e Simão se aproximaram. — Você voltou ao país? Luiza acenou com a cabeça e deu uma olhada em Simão, que retribuiu o gesto com um leve aceno de cabeça
— Como você encontrou a Luana e o Simão? — Miguel perguntou de lado, no carro.Luiza estava com a cabeça baixa, mas ao ouvir a voz dele, olhou em sua direção e viu a desconfiança em seus olhos.Por mais que ela se esforçasse para agradá-lo, ele ainda não confiava nela.Luiza sentiu um pouco de autodepreciação, mas respondeu com seriedade: — Acabei de ver o filme e os encontrei. Troquei contatos com a Luana e combinamos de tomar um café da próxima vez.Ela parecia tão gentil e sem qualquer erro aparente que Miguel ficou em silêncio por um momento antes de perguntar: — O filme era bom?— Sim, muito engraçado. — Ela sorriu e perguntou. — Conseguiu resolver o problema da Alice?— Sim, fiquei com ela por um tempo. Depois deram um calmante e ela dormiu. — Miguel respondeu casualmente.— E depois você voltou?— Sim.— A mãe dela não tentou te segurar? — Luiza perguntou.Isabelly a xingou tão ferozmente ao telefone, não parecia o tipo de pessoa que deixaria Miguel ir embora facilmente.— T
Ela rapidamente se escondeu no closet e atendeu a chamada de vídeo.Quando a chamada foi conectada, o rostinho bonito de Felipinho apareceu na frente de Luiza, dissipando temporariamente o frio que havia em seu coração.— Felipinho. — Ela sorriu, mas seus olhos ficaram um pouco marejados.Felipinho era uma criança esperta, e suas pequenas sobrancelhas imediatamente se franziram.— Mamãe, você não está feliz?— Claro que estou. — Luiza sorriu amplamente, com medo de não parecer convincente o suficiente, ainda piscou de forma brincalhona. — Você acha que alguém com essa cara está infeliz?Felipinho não disse nada, e só depois de um momento, com sua voz doce e suave, ele disse:— Mas mamãe, eu acho que você não está feliz.As lágrimas quase escaparam dos olhos de Luiza. Ela rapidamente os fechou, piscando para afastar a ardência.— A mamãe não está infeliz.— Mamãe, se você não está feliz com o papai, volte para nós. — A voz de Felipinho era tão leve e suave, como se quisesse confortá-la.
O resultado final foi que Priscila e Elias ficaram na mesma bicicleta que Eduardo. O espaço restante na bicicleta do Francisco foi ocupado pelo assistente dele, Lucas. A atmosfera no local estava especialmente fria, principalmente em volta de Francisco, onde ele mantinha uma expressão severa durante todo o trajeto. Felipinho olhou para trás e comentou: — A cara do tio Francisco está tão feia. Luiza também notou, mas não disse nada. Foi Miguel, ao lado, quem respondeu: — Essa é a tensão das famílias reconstituídas. — Famílias reconstituídas? — Felipinho parecia não entender a frase e olhou para o pai. Hoje, Miguel estava claramente diferente em termos de roupa. Ele usava um casaco escuro de lã e, por baixo, um suéter preto de gola alta. Não estava tão formal como de costume, o que lhe dava um ar mais descontraído, mas ainda assim elegante e distinto. Era impossível não notar sua presença. Miguel, olhando para as duas bicicletas à frente, explicou com um olhar profund
Ela estava muito determinada, parecia realmente não querer mais ficar com Francisco.Luiza não fez mais perguntas.Priscila, no entanto, a questionou de volta:— E você? O Miguel já veio até o País R, ficou aqui mais de uma semana, e qualquer pessoa com os olhos abertos sabe que ele fez tudo isso por você. O que você pensa sobre isso? Vai dar uma chance a ele?"Quem disse que só a Priscila tem más lembranças?"Luiza também tinha suas próprias lembranças, as de como a família Souza a magoou, e essas ainda estavam bem vivas em sua mente.Mesmo que a verdade já tivesse sido esclarecida, a dor que ela sofreu ainda era dor, não poderia ser apagada com o simples apertar de uma tecla de "excluir".Ela olhou para o nada com uma expressão tranquila.— Eu não sei. O Felipinho quer muito um pai, mas, no fundo, eu não quero.— Então você não quer. — Priscila disse, direta. — Nós mulheres temos um sexto sentido. Se não queremos, é não querer, não precisamos nos forçar. Ficar se torturando vai só no
— Bisavó, a Maria e as outras também vão! Parece que vai ser necessário preparar mais comida! — Felipinho também estava muito animado e se virou para Melissa, dizendo isso.Assim, os três se tornaram parte de um grupo maior.Miguel estava à parte, com o rosto fechado.Ele queria sair com a esposa e o filho para passar mais tempo com Luiza.Mas não esperava que Felipinho tivesse convidado a família de Francisco também. Agora, o grupo estava bem maior, e ele imaginava que seria difícil até mesmo conversar.No entanto, o que ninguém esperava era que Priscila também tivesse chamado Elias.Miguel, Luiza e Felipinho estavam em um carro.Já Francisco estava em uma situação mais difícil. Provavelmente, por ter causado algum problema com Priscila na noite anterior, ela não quis andar com ele. Ela pegou Maria no colo e entrou no carro de Elias.Francisco ficou sozinho e, com o rosto fechado, deu ordens ao motorista para seguir.Meia hora depois, o grupo chegou ao parque de diversões.Assim que s
— O tio Elias é muito legal, bonito e engraçado. Eu pensei que, se o papai e a mamãe ficassem juntos, então eu poderia me casar com o tio Elias. Não seria perfeito?Francisco ficou com uma expressão sombria e respondeu, aborrecido:— Você se casar com ele? Isso eu não aceito.— Mas o tio Elias é tão legal...— Quieta! De qualquer forma, é impossível você se casar com ele. Nem você, nem sua mãe. — Francisco a interrompeu, impedindo ela de elogiar Elias.Maria fez um biquinho e foi carregada por Francisco até o andar de baixo.Ao descer, percebeu que a sala estava cheia de gente e que provavelmente todos ouviram o que ele disse lá em cima. Francisco ficou um pouco embaraçado.Maria, no entanto, não se incomodou. Ela se desvencilhou dos braços de Francisco e correu até onde estava Felipinho.— Felipinho.Felipinho cruzou os braços e levantou uma sobrancelha, olhando para Maria.— Você quer se casar com aquele tio Elias?Maria ficou com o rosto vermelho.— Não posso? Ele é tão bonito.— Eu
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então
Melissa assentiu.— Mas um chef assim não deveria ter grandes ambições? Ele realmente não quer fama e fortuna e está disposto a ser o chef particular de vocês?— No começo, ele também não queria, mas eu apoio o desenvolvimento de novos pratos dele e prometi que o ajudaria a abrir um restaurante, a expandir sua reputação. Só assim ele aceitou trabalhar como nosso chef particular, para ter mais tempo para criar novos pratos.Ao ouvir isso, Luiza finalmente entendeu que o chef da Mansão Jardim tinha uma história importante por trás. Ela nunca havia perguntado antes; só achava que a comida dele era deliciosa. Mas, pelo visto, Miguel tinha feito várias promessas a ele.— Você foi muito atencioso. — Melissa sorriu.Miguel disse:— Se a senhora gostar da comida, posso pedir para o chef vir todos os dias e preparar as três refeições para vocês. Qualquer outra necessidade que tiver, é só me dizer; se estiver ao meu alcance, farei de tudo para atender.Ele estava tentando agradar Melissa.Meliss
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som