Pilar cavalgava o dia inteiro com castanha, queria montar em Juventude mas seu cavalo não deixava ela se aproximar de nenhum outro.
- Castanha não seja bobo ! Você é meu e eu não vou te deixar.
Ela ria divertida enquanto o levava para pista profissional ele precisava de exercícios. Desde que castanha se recuperara , sempre fazia tudo o que o veterinário pedia.
- Olá Pillar.
A jovem ouviu uma voz desagradável atrás de si.
- O que faz aqui?
- Esse é um lugar publico , que eu saiba.
- Mas não é bem vinda.
Patrick assistir a tudo e temia um final infeliz Como de fato.
- Eu juro que tentei me afastar, mas me deu saudades. Eu vim para me despedir. Me deixa montá-lo , por favor! Prometo que não me aproximo dele nunca mais!
- Não!
- Só uma vez ! não seja má! Você o tem só para si todos os dias.
- Já disse que não.
A negativa de Pilar não foi suficiente .
rápida como um foguete, ela pulou no cavalo, que começou a se agitar. Nathalia se segurava como podia em cima de Castanha, se divertindo com aquela situação mas como todo bom árabe indomável ele a derrubou.
Nathalia então comeu poeira literalmente e se levantou xingando furiosa:
- Animal infeliz! Espero que morra.
Pillar indignada a esbofeteou.
- Saia já daqui e não ofenda o meu cavalo. Não quero te ver nunca mais.
Nathalia saiu correndo aborrecida e assustada.
Pillar sentou-se na grama ao lado de Castanha que se deitou a procura de carinho. O animal era muito intuitivo. Tanto que estava sempre na mesma vibe que a dona.
Tudo o que Pillar mais queria era viver sua paixão pelo selvagem em paz, mas pelo que ela podia perceber isso era impossível.
Tatá se preocupou com a palidez no rosto de Patrick.
- O que foi que aconteceu?
- Ainda bem que não viu a cena que eu acabei de ver.
Ele estava com o estômago embrulhando.
- Parece grave.
- Esse cavalo infeliz não pára de criar confusões.
- Está falando do castanha?
- De quem mais? Pillar perdeu o juízo expulsou aquela Nathalia aos tapas daqui do haras por causa desse bicho.
- Conheço minha filha. Ela não faria isso atoa. Mexeram com ela.
- Isso não pode ficar assim. Ou Pillar sossega com esse selvagem ou terei que tomar providencias.
- Que maldade mais está passando pela sua cabeça?
- Maldade? Só quero paz de uma vez por todas. E isso só vai acontecer quando eu me livrar dele definitivamente.
- E como pretende fazer isso?
- Matando como eu matei o pai.
- O quê? Você tem noção do que acabou de abrir a boca para dizer Patrick? Pillar não te perdoaria nunca. Muito menos eu. Eu só te imploro que acorde pelo amor de Deus e veja tudo que fez a sua filha sofrer
Pillar fugiu , sofreu um acidente e tudo porque você não a deixa em paz , tudo porque no fundo a culpa pela morte da mãe, não deixa a pobrezinha viver por que bela morreu.
- Não ! Isso não é verdade! Bonito foi o único responsável por todos os anos de amargura que tenho arrastado , tirando a vida da mulher que eu amava.
- Da mulher que você ama .
- Não.
- Sim. E é por isso que você até hoje sequer cogitou ter um bom relacionamento com sua filha , não é? Como deve ser. Porque Pillar nasceu quando você perdeu a mãe dela.
Patrick sofria pressões emocionais muito fortes na sua vida. O tempo passava e ele se via apaixonado por Tata .
Ansioso por revê-la , ele estava cada vez mais temeroso pela distancia que ela tomava dele, consequência de suas atitudes em relação a Pillar. Mas o seu medo maior era que Bela o afastasse definitivamente dela.
Ele se desesperava ao perceber que Taele tinha razão. Ele não enterrara Bela. Ele se desesperava ao perceber que os laços que a filha criava com o animal , não poderiam ser rompidos.
- Olá meu príncipe selvagem e mais lindo do mundo. Vamos jantar?
Pillar ofereceu cenouras , já prendendo os cabelos , pois eles eram uma atração para o cavalo.
Tinha a missão de alimentá-lo muito bem , além de dar amor, também dava vitaminas e um cardápio balanceado.
Era uma quinta, e hora de almoço.
o sol estava muito forte .
Patrick suava.
Estava sentado no quintal na mesa de piquenique. Foi tentar convencer Taele a ir para a cidade.
Para isso levou o filho. Talvez assim tivesse mais sucesso na tarefa.
Será?
Enquanto esperava que a moça terminasse seus afazeres para que se sentassem juntos , Dona Iolanda apareceu.
Ele suspirou frustrado.
- Patrick querido.
- Boa tarde Dona Iolanda.
- Tudo bem com você ? Já faz um tempinho que a gente não se vê. Querendo se livrar de mim? A senhora questionou com certo sentimento. - Querendo me livrar de aborrecimento. - Patrick querido! Lamento tanto sabe, não imagina o meu constrangimento ao pensar que posso estar aborrecendo você, pois eu o estimo muito, não teria como ser diferente com o homem que fez a minha filha a mulher mais feliz do mundo. O amor de vocês é tão lindo! Ela disparou. - Era. A velha pigarreou envergonhada e vermelha diante da declaração
Mas queria Tatá. Queria a paz que ela representava , queria a segurança e o amor que ela entregou á sua filha. Apesar de estar ciente que não conseguiria chegar ao coração da loira sem antes conquistar o da filha e Taele já deixou isso bem claro. Estava nítido para ele. Dona Iolanda acabava de adentrar o hotel. Esperava pôr um fim nos seus problemas. Furiosa ela subiu as escadas , sem se comunicar com o pessoal da recepção e bateu no 404 . Quando a porta se abriu , ela se livrou de sua bolsa e foi logo se sentando na poltrona do quarto . Não perderia tempo. Iria direto ao assunto. - Escuta aqui sua estupida! Até quando você vai deixar o que te pertence nas mãos de estranhos ? - Estranhos? Você conhece a funcionária muito bem e sempre me mantem informada sobre ela. - Não está preocupada? - Não , não! De maneira nenhuma. - Então quer dizer que eu sou a única aqui prestando papel de idiota , lutando para que
Pillar ouviu uma movimentação muito grande quando acordou. - Levaram o castanha. Ela se antecipou. - Como sabe? - Eu sinto isso. Meu coração indomável não se engana. Tenho certeza de que minha avó cumpriu com a palavra dela . Pillar abriu a porta e saiu correndo. - Pillar! Filha espere! Tatá e Patrick a seguiam mas nada a detia. Como ela tinha imaginado, uma caminhonete estava estacionada na entrada do haras, só não contava com o estado dela. Estava toda distorcida e o eixo que ligava a cabine ao veículo soltou-se seu estado e
- Vou estar sempre. Tatá prometeu emocionada ao ver que a menina não a rejeitou com a volta da sua verdadeira mãe. Assim as duas foram embora e Patrick continuou lá parado, estático , mudo e em choque. Uma fúria assustadora tomando conta de si. Tinha medo de sofrer um infarto. As batidas do coração estavam incontroláveis e tão ensurdecedoras que ameaçavam deixa-lo louco. Será que ouviu direito? Será que aquilo não era fruto de sua imaginação? Pillar inventaria um absurdo desses? E se fosse verdade? Como ele encararia Bela? Como ele reagiria diante da mulher que foi o grande amor da sua vida? Cada vez mais descontrolado ele chutou o ar , pois estava na casa de Tatá então não poderia quebrar nada. Teria que conter seus impulsos. Ele não parava de andar para lá e para cá. A revolta a dor e a insegurança queimando seu
Patrick chegou no rancho cabisbaixo. - Bom dia loira? Tem café aí? Tatá estranhou. - Claro que sim. Vai ficar parado aí na porta? - Não! Desculpa. Ele entrou. - Bom dia. Ela estava com o coração disparado. - Minha filha? - Está dormindo. - Daqui a pouco ela tem que começar a trabalhar. - Eu sei. Nós sabemos! Todo dia ela coloca o celular para despertar. Você está bem?  
Depois do trabalho, de cuidar de todas as baias do Rancho escovar animais e alimentar , Pillar foi direto para clínica. Dessa vez o pai a acompanhou. A adorável Rebelde olhava para ele com rancor. Ele tentava se aproximar, torcendo para que não fosse tarde demais. Apesar de sempre ter sido péssimo em pedir desculpas. - Não vai querer comer nada? - Não. Ela respondeu seca. - Tem uma padaria ali do lado. Se quiser compro um lanche para você. - Pai! Não quero nada! Respondeu irritada. - Tudo bem. Quando vai poder ver seu cavalo? - Acho que hoje , mais tarde. - Ok. - Mas por que pergunta? Está interessado? Ou preocupado que ele não morra? - Pillar!
No dia seguinte Patrick deixou Pillar na clínica e logo em seguida retornou com urgência para o rancho pois precisava acertar as contas com Dona Iolanda. só ficaria tranquilo depois disso. O local onde o animal estava era amplo, iluminado e arejado. Chorando, Pillar se ajoelhou ao lado dele, mal conseguindo acreditar que aquele era o árabe selvagem que assustava a todos com seu porte e coração indomáveis. Abaixando-se ela beijava e acariciava o pêlo dele . Bela então se aproximou. - Oi meu anjo. - Oi. Pillar não conseguia enxergar aquela mulher como sua mãe. - Que tal está esse nosso campeão? - Ele parece bem. - Ficou feliz com a sua presença. Amanhã se ele continuar como está hoje , vamos começar com a dieta dele. Ontem , eu Conversei com o meu colega e combinei com ele de liberar sua visita, para ver se 
Transtornado , o homem saiu sem rumo e quando deu por si , já estava em sua casa na cidade.Uma hora. Foi o tempo máximo que ele gastou em todo o percurso. A viagem durava três. Constrangido , Patrick percebeu que toda aquela agitação estava prejudicando o filho . O pequeno estava nervoso , inquieto e até passara a responder, coisa que nunca fizera. O que o levou a começar a tomar providências, pois encarar uma segunda versão de Pillar, nem pensar. Ele não teria equilibrio emocional para tal.Enquanto isso, Taele procurava por ele em cada canto daquele rancho, em vão. Não o encontrava. Depois de hesitar por uns minutos , resolveu ligar para Pillar.- Oi meu anjo.- Oi mamãe!- Pillar querida, seu pai está aí?- Não! Hoje ele não ficou. Só me deixou aqui. Isso já deve ter umas três ho
A expectativa dominava a todos. Bela , Vasco e Pillar fizeram o exame e tudo se confirmou . O menino era sim filho dela . Era irmão legitimo de Pillar. O fato foi muito Comemorado. O rapazinho passou pelo processo sem traumas , não tinha idade para entender nada. E como prometido , o nome de Bela nunca foi mencionado a ele.Os dias seguintes começaram a fluir luz. Enfim Castanha apresentou significativa melhora. Dentro de mais 3 dias, receberia alta. Doutor Oliver era excelente veterinário, mas era também, médico do coração, pois cuidava de Pillar como ninguém.O tempo passou. Patrick e Tatá trocaram alianças e já esperavam um bebê. Era uma menina, e se agitava bastante na barriga da mãe. A mesma se encontrava agora na arquibancada de um haras internacional , onde Pillar competia saltos , montada em Castanha. A torcida era imensa.O pai não c
Ela aceitou de bom grado. Estava tão exausta que não pôde evitar cochilar até chegar no rancho. E como naqueles livros ela despertou com um beijo , mas não na boca. Na testa. Abriu os olhos devagar , ainda sem acreditar , tentando entender o que tinha acontecido. Mas nada que a surpreendesse tanto, quanto o quê ouviria a seguir. - Chegamos? - Sim Bela adormecida! - Não acredito que dormi . - Dormiu. Você está exausta. - Exausta mas muito satisfeita em ter conseguido ajudar meu cavalo. Estou tão feliz! - Vocês são dois guerreiros. - Ele está se curando. Nada disso seria possível sem sua ajuda. Obrigada. Todas as palavras que eu possa buscar não são suficientes para expressar a minha gratidão. - Gratidão tenho eu por ter conhecido alguém tão especial quanto você. - Especial? Eu ? - Sim. Você! - E será que posso saber por que? - Mas é claro! &nbs
Alegria para o coração da mocinha rebelde que chegou na clinica e encontrou castanha de Pé! Seu coração dava pulos de alegria.- Ele está curado? Já pode ir pra a casa? Ela perguntou ansiosa ao doutor Oliver.- Não. Ainda não. Hoje começamos com a fisioterapia. Preparada para ajudar?- E o que eu posso estar fazendo?- Vou te explicar. E com muita paciência doutor Oliver explicou que Castanha poderia ter lesões secundarias , mais graves que as primeiras se ele ficasse parado na cocheira. Por isso eles o colocariam em movimento. Um movimento de constância e direcionado.- O castanha pode se lembrar que sentiu essa dor? Que sofreu esse acidente?- Sim. O cavalo &e
Patrick resolveu se afastar do haras. Não cogitava a possiblidade de conviver perto de Bela e ela estava presente demais. Portanto, ele optou por voltar ao rancho só aos sábados como no começo . O dia em que ela se ausentava. Pela primeira vez na vida ele e Pillar sentaram-se na varanda da casa de Tatá , descontraídos batiam um papo cabeça e tomavam cerveja. Algo que ele nunca imaginou vivenciar. Constrangido , ele balançou a cabeça , lamentando o tempo perdido. Por outro lado , estava completamente encantado com a filha. Ela era uma garota espetacular. Bela versão dois. Elas tinham tudo e ao mesmo tempo nada a ver e isso o deixava impressionado. Ele roubou dela o ultimo pedacinho de tira-gosto: queijo assado com jiló e pedaços de fígado. A rebelde bateu o pé , pirraçando. Ele gargalhava alto. - Assim não vale não ! - Perdeu perdeu ! Sua comilona! Achou o quê? Que eu ia deixar tudo isso para você? Comeu muito mais do que eu! Direitos tem que ser iguais.
Dois dias depois estavam eles de volta ao rancho que virou um caos sem os serviços da moça. Pillar, focada na recuperação do seu animal praticamente passara a morar na clinica e as tarefas foram deixadas de lado , mesmo porque já havia sido absorvida. No haras , corria boatos de que dona Iolanda pretendia demiti-la e assim , matar dois coelhos com uma cajadada só , como diria o ditado.Afastando Taele de seus serviços , a afastaria do rancho e também de Patrick. Assim , o caminho estaria novamente aberto para Bela tentar reconquistar os sentimentos adormecidos, restaurar o casamento falido e unir a família e viverem felizes para sempre. Algo que ocorreria em um conto de fadas , mas não na vida real. Tatá se sentia de pés e mãos atadas. Não sabia o que fazer , não sabia se o que ouvira se tratava apenas de conversas, ou se havia um fundo de verdade. Fato é
Patrick tirou umas cartas da manga e fez do filminho com Tatá uma autêntica sessão de cinema com direito a pipoca , brigadeiro. Até dividiam o mesmo cobertor. Que romântico. Eles faziam maratona de filmes de amor , daqueles bem açucarados, tanto que a caixa de lenços da moça já estava pela metade. A intenção do pai de Pillar era deixar a crush no clima e dessa vez ele apostava tudo para conseguir. Até massagem no pé o cara fazia. Apesar de que precisaria muito mais para conquistar o coração dela. Encantado e curioso ao mesmo tempo ele observava cada detalhe ďela. Como gostaria que aquela fosse a verdadeira mãe de seus filhos. Se tivesse tido na vida uma esposa como Taele , com certeza Pillar não teria crescido rebelde e vasco nunca teria sido jogado no orfanato. A loira nao teria essa coragem. Os dois filhos cativaram o amor dela , ele rogava conseguir também.
No jogo de sedução, Taele ia totalmente na contra mão das pretensões de Patrick . Naquela noite , enchendo-o de frustrações , ela resolvera dormir no quarto de Pillar. Ele estava na sala, deitado no sofá , com o travesseiro cobrindo a cabeça. Um urro abafado. Pensava em como proceder. A ansiedade , a frustração , o desejo tomavam conta. Como conquistar aquela mulher? Ele precisava pensar com calma e sempre costumava ser péssimo naquelas situações. Não adiantava contar com a filha , ela não colaborava. Constrangido , Patrick então resolveu recorrer ao tempo. Voltar atrás para relembrar quais artimanhas usou para conquistar Bela. Por mais que ele odiasse ter que pensar na ex.Ex.A palavra soou forte em sua mente. Agora se dava conta. Bela era sua ex. Mesmo que estivessem ligados pelo matrimônio, eram apenas papéis e nada poderia mudar isso.
Ela imaginou que viria algo mais , como de fato . O beijo. Um beijo doce , suave, que ela recebeu , mas com restrições. - Relaxa meu anjo! Eu gosto tanto de você. Uma mulher que conheci de um jeito inesperado, que transformou minha vida com amor, piedade, curando minha filha, fazendo com que eu melhorasse um pouquinho. Me tornei um homem melhor. Enxergo algumas coisas de outra maneira , concorda comigo? Perguntou de forma a derretê-la. - Sim. Mudou sim. E fico feliz de ter contribuído para isso direta ou indiretamente. - Então! E depois você é uma loira tão linda! Ela riu envergonhada. - Obrigada. - Se quer saber esses olhos azuis foram um dos motivos que fizeram com que eu me encantasse de logo de cara. - Olha! Sério! ? Por que não me disse antes? -
Tatá bem que tentou evitar expectativas mas elas aumentavam á medida em que se aproximavam , pois ela sabia o que Patrick pretendia ao leva-la para a cidade. Estariam lá sozinhos. O irmãozinho de Pillar passava um fim de semana na casa dos diretores do orfanato do qual Bela era dona e que Patrick o resgatou. Taele estava nervosa, suspirou fundo para evitar que o pretendente percebesse . Afinal qual saída ela tinha a não ser a de se acalmar? Não era mais uma mocinha , mas também não fazia parte dos seus planos se entregar profundamente para um homem que tinha a vida amorosa tão bagunçada quanto o pai de Pillar, a possibilidade de que ela dançasse nessa historia era enorme. Pois , se apegava muito fácil. Eles Tinham química, ela sentia uma vontade muito grande de cuidar dele , vez ou outra enxergara paixão em seu olhar, mas o futuro era incerto. Decididamente não havia