- Vou estar sempre.
Tatá prometeu emocionada ao ver que a menina não a rejeitou com a volta da sua verdadeira mãe.
Assim as duas foram embora e Patrick continuou lá parado, estático , mudo e em choque. Uma fúria assustadora tomando conta de si. Tinha medo de sofrer um infarto. As batidas do coração estavam incontroláveis e tão ensurdecedoras que ameaçavam deixa-lo louco.
Será que ouviu direito? Será que aquilo não era fruto de sua imaginação? Pillar inventaria um absurdo desses? E se fosse verdade? Como ele encararia Bela? Como ele reagiria diante da mulher que foi o grande amor da sua vida?
Cada vez mais descontrolado ele chutou o ar , pois estava na casa de Tatá então não poderia quebrar nada. Teria que conter seus impulsos. Ele não parava de andar para lá e para cá. A revolta a dor e a insegurança queimando seu peito. A sensação de ter sido enganado não era boa .
A Operação de Castanha durou 9 horas e ao seu Término, Bela deu a melhor noticia para sua filha.
- Consegui salvá-lo. Pode respirar aliviada.
Assim Pillar o fez.
- Muito obrigada.
- Lógico! Ele inspira bastante cuidados e sua recuperação vai sem bem lenta , devido á sua idade! Mas confie em mim , vocês venceram. Ele é mesmo um campeão , outro não conseguiria.
Tatá secava as lágrimas da moça com carinho.
- Acabou meu anjo! Já está tudo bem! Precisa ficar calma agora e passar força para ele também. Você ouviu a doutora. Vai ficar tudo bem.
- Isso mesmo.
Bela afirmou.
- Agora vamos para a casa?
- Não! Vou ficar aqui!
- Minha princesa, não tem necessidade! Descansa um pouco! Amanhã você volta. Garanto que estarei cuidando de tudo por aqui com o maior cuidado.
- Acho melhor escutar sua mãe Pillar!
A jovem então , segurou fortemente na mão da loira.
- A minha mãe é você!
Ela enfatizou.
- Oh meu amor!
- Que conversa é essa agora? Você nunca me abandonou , abriu os braços para uma selvagem desde que cheguei naquele rancho, aguentou todos os meus surtos. Em minuto nenhum me abandonou. Como pode ser outra pessoa?
Taele suspirou emocionada. Não encontrava palavras.
- Pillar tem razão! O fato de eu ter voltado não vai mudar nada querida pode ficar tranquila. Tenho certeza de que jamais poderei ocupar o lugar que eu abri mão , na vida e no coração dessa mocinha. Mas tenho esperanças de que vamos ter um bom relacionamento. Se aquele pirracento do pai dela deixar.
- Eu não vou permitir que ele se entrometa. Vai ser dificil , mas no que depender de mim...
- Obrigada! Ele deve estar possesso. Tenho muito medo de quando a gente se encontrar, mas não é o que eu desejo no momento. Bem , minhas queridas , se me derem licença! Tenho outros pacientes para olhar.
- Vai sim. Obrigada por ter cuidado do Castanha para nós.
- Imagina. Agora leva nossa mocinha para casa.
- Sim. Vamos filha?
Taele propôs.
- Vamos.
Concordou Pillar e com um tchau seco, se despediu de Bela.
Patrick chegou no rancho cabisbaixo. - Bom dia loira? Tem café aí? Tatá estranhou. - Claro que sim. Vai ficar parado aí na porta? - Não! Desculpa. Ele entrou. - Bom dia. Ela estava com o coração disparado. - Minha filha? - Está dormindo. - Daqui a pouco ela tem que começar a trabalhar. - Eu sei. Nós sabemos! Todo dia ela coloca o celular para despertar. Você está bem?  
Depois do trabalho, de cuidar de todas as baias do Rancho escovar animais e alimentar , Pillar foi direto para clínica. Dessa vez o pai a acompanhou. A adorável Rebelde olhava para ele com rancor. Ele tentava se aproximar, torcendo para que não fosse tarde demais. Apesar de sempre ter sido péssimo em pedir desculpas. - Não vai querer comer nada? - Não. Ela respondeu seca. - Tem uma padaria ali do lado. Se quiser compro um lanche para você. - Pai! Não quero nada! Respondeu irritada. - Tudo bem. Quando vai poder ver seu cavalo? - Acho que hoje , mais tarde. - Ok. - Mas por que pergunta? Está interessado? Ou preocupado que ele não morra? - Pillar!
No dia seguinte Patrick deixou Pillar na clínica e logo em seguida retornou com urgência para o rancho pois precisava acertar as contas com Dona Iolanda. só ficaria tranquilo depois disso. O local onde o animal estava era amplo, iluminado e arejado. Chorando, Pillar se ajoelhou ao lado dele, mal conseguindo acreditar que aquele era o árabe selvagem que assustava a todos com seu porte e coração indomáveis. Abaixando-se ela beijava e acariciava o pêlo dele . Bela então se aproximou. - Oi meu anjo. - Oi. Pillar não conseguia enxergar aquela mulher como sua mãe. - Que tal está esse nosso campeão? - Ele parece bem. - Ficou feliz com a sua presença. Amanhã se ele continuar como está hoje , vamos começar com a dieta dele. Ontem , eu Conversei com o meu colega e combinei com ele de liberar sua visita, para ver se 
Transtornado , o homem saiu sem rumo e quando deu por si , já estava em sua casa na cidade.Uma hora. Foi o tempo máximo que ele gastou em todo o percurso. A viagem durava três. Constrangido , Patrick percebeu que toda aquela agitação estava prejudicando o filho . O pequeno estava nervoso , inquieto e até passara a responder, coisa que nunca fizera. O que o levou a começar a tomar providências, pois encarar uma segunda versão de Pillar, nem pensar. Ele não teria equilibrio emocional para tal.Enquanto isso, Taele procurava por ele em cada canto daquele rancho, em vão. Não o encontrava. Depois de hesitar por uns minutos , resolveu ligar para Pillar.- Oi meu anjo.- Oi mamãe!- Pillar querida, seu pai está aí?- Não! Hoje ele não ficou. Só me deixou aqui. Isso já deve ter umas três ho
Era 9 da noite. Pillar estava no rancho , mas sua mente estava na clinica. Saiu de lá deixando seus pensamentos e o coração todo com Castanha. Só queria seu árabe de pé! Com todo aquele glamour e espirito selvagem. Ansiava voltar a praticar saltos com ele . O animal transformou sua vida. Ela se via de repente , frente a um ser que lhe inspirou entregar um sentimento puro, uma parceria de verdade. O cavalo lhe despertara também , senso de responsabilidade. E Pillar jamais imaginou se ver mudada como estava agora. Talvez , se não fosse aquele acidente, ela até o momento ainda seria aquela jovem revoltada , rebelde , que apenas queria viver a sua vida loucamente. Sem pensar duas vezes , ela pulou da cama , pegou seu cobertor e foi procurar uma das responsáveis por muitas de suas mudanças.Sorrindo, bateu na porta do quarto de Tata.- Pode entrar filha! A porta está aberta.&nb
Bem cedo , dona Iolanda informou para a neta, carrancuda. - Você tem visitas. Melhor se arrumar. E a olhou de cima a baixo. - Bela? Ela veio me ver? - Não. Não é sua mãe. Aquela ingrata que até hoje não veio me ver. - Não a julgo. Disparou corajosa. - O que disse sua menina insolente? - Não vó! Não disse nada! A senhora que deve ter ouvido algo a mais. Bem , com licença. Vou ver quem me chama. - Vê se não demora. Está te esperando lá na quadra. Curiosa , a jovem correu até lá e com o coração na mão , viu que era o doutor Oliver amigo de Bela , profissional tão atencioso que ajudava a cuidar de Castanha. Com a s
Pillar chegou no rancho e se jogou no sofa.- Ih menina! Você está com cara de quem viu passarinho verde.- Eu saí com o Doutor Oliver . Ninguém mais ninguem menos. Ele me convidou para tomar café. Veio aqui.- E quem é esse doutor Oliver?- Médico veterinario . Faz parte da equipe da mulher que me deu a luz.- Querida, você coloca as coisas de uma maneira tão peculiar.- Mas é verdade.- E esse Doutor Oliver, te deu boas noticias? Quando nosso campeão vai voltar para a casa?- Ele não disse mas de toda a maneira Castanha vai começar a fazer fisioterapia na semana que vem e ele me sugeriu ajudar.- Que legal filha.- Tenho medo de não conseguir. Nunca cuidei nem de mim mesma.-Mas pode ter certeza que o amor te guia. Pillar querida.- Sim?- Eu ...- Fala mamãe . O que aconteceu?- Estou a alguns dias com uma coisa na cabeça.- E o que é?- Não sei como te dizer.- Fala! Está começa
Pillar se calou gelada , concordava , mas simplesmente não conseguiria imaginar como seria a sua vida sem Castanha. Decidiu então a partir daquele dia , que faria simplesmente de tudo pelo bem do seu cavalo e não o perderia. Lutaria por ele como Bela lutou por Bonito , mas a diferença era que jamais permitiria que Castanha fosse assassinado. Sabia que a avó era a responsável por toda a infelicidade que ela passava no momento. Por algum motivo dona Iolanda odiava o animal e a própria neta e queria tirar ambos de seu caminho. Com qual finalidade? Ela pensava enxugando as lágrimas. As vezes desconfiava que não estava em seu caminho ser feliz. Cresceu a vida inteira sem mãe , uma mãe que fez todos pensarem que estava morta. Cresceu ao lado de um pai que pouco a compreendeu ou apoiou. Se meteu em vários problemas , tentava inconscientemente suprir aquele vazio com bebidas eaquele relacionamento pra lá de frustrado. Quando finalmente tudo mudou , ela teve que apr
A expectativa dominava a todos. Bela , Vasco e Pillar fizeram o exame e tudo se confirmou . O menino era sim filho dela . Era irmão legitimo de Pillar. O fato foi muito Comemorado. O rapazinho passou pelo processo sem traumas , não tinha idade para entender nada. E como prometido , o nome de Bela nunca foi mencionado a ele.Os dias seguintes começaram a fluir luz. Enfim Castanha apresentou significativa melhora. Dentro de mais 3 dias, receberia alta. Doutor Oliver era excelente veterinário, mas era também, médico do coração, pois cuidava de Pillar como ninguém.O tempo passou. Patrick e Tatá trocaram alianças e já esperavam um bebê. Era uma menina, e se agitava bastante na barriga da mãe. A mesma se encontrava agora na arquibancada de um haras internacional , onde Pillar competia saltos , montada em Castanha. A torcida era imensa.O pai não c
Ela aceitou de bom grado. Estava tão exausta que não pôde evitar cochilar até chegar no rancho. E como naqueles livros ela despertou com um beijo , mas não na boca. Na testa. Abriu os olhos devagar , ainda sem acreditar , tentando entender o que tinha acontecido. Mas nada que a surpreendesse tanto, quanto o quê ouviria a seguir. - Chegamos? - Sim Bela adormecida! - Não acredito que dormi . - Dormiu. Você está exausta. - Exausta mas muito satisfeita em ter conseguido ajudar meu cavalo. Estou tão feliz! - Vocês são dois guerreiros. - Ele está se curando. Nada disso seria possível sem sua ajuda. Obrigada. Todas as palavras que eu possa buscar não são suficientes para expressar a minha gratidão. - Gratidão tenho eu por ter conhecido alguém tão especial quanto você. - Especial? Eu ? - Sim. Você! - E será que posso saber por que? - Mas é claro! &nbs
Alegria para o coração da mocinha rebelde que chegou na clinica e encontrou castanha de Pé! Seu coração dava pulos de alegria.- Ele está curado? Já pode ir pra a casa? Ela perguntou ansiosa ao doutor Oliver.- Não. Ainda não. Hoje começamos com a fisioterapia. Preparada para ajudar?- E o que eu posso estar fazendo?- Vou te explicar. E com muita paciência doutor Oliver explicou que Castanha poderia ter lesões secundarias , mais graves que as primeiras se ele ficasse parado na cocheira. Por isso eles o colocariam em movimento. Um movimento de constância e direcionado.- O castanha pode se lembrar que sentiu essa dor? Que sofreu esse acidente?- Sim. O cavalo &e
Patrick resolveu se afastar do haras. Não cogitava a possiblidade de conviver perto de Bela e ela estava presente demais. Portanto, ele optou por voltar ao rancho só aos sábados como no começo . O dia em que ela se ausentava. Pela primeira vez na vida ele e Pillar sentaram-se na varanda da casa de Tatá , descontraídos batiam um papo cabeça e tomavam cerveja. Algo que ele nunca imaginou vivenciar. Constrangido , ele balançou a cabeça , lamentando o tempo perdido. Por outro lado , estava completamente encantado com a filha. Ela era uma garota espetacular. Bela versão dois. Elas tinham tudo e ao mesmo tempo nada a ver e isso o deixava impressionado. Ele roubou dela o ultimo pedacinho de tira-gosto: queijo assado com jiló e pedaços de fígado. A rebelde bateu o pé , pirraçando. Ele gargalhava alto. - Assim não vale não ! - Perdeu perdeu ! Sua comilona! Achou o quê? Que eu ia deixar tudo isso para você? Comeu muito mais do que eu! Direitos tem que ser iguais.
Dois dias depois estavam eles de volta ao rancho que virou um caos sem os serviços da moça. Pillar, focada na recuperação do seu animal praticamente passara a morar na clinica e as tarefas foram deixadas de lado , mesmo porque já havia sido absorvida. No haras , corria boatos de que dona Iolanda pretendia demiti-la e assim , matar dois coelhos com uma cajadada só , como diria o ditado.Afastando Taele de seus serviços , a afastaria do rancho e também de Patrick. Assim , o caminho estaria novamente aberto para Bela tentar reconquistar os sentimentos adormecidos, restaurar o casamento falido e unir a família e viverem felizes para sempre. Algo que ocorreria em um conto de fadas , mas não na vida real. Tatá se sentia de pés e mãos atadas. Não sabia o que fazer , não sabia se o que ouvira se tratava apenas de conversas, ou se havia um fundo de verdade. Fato é
Patrick tirou umas cartas da manga e fez do filminho com Tatá uma autêntica sessão de cinema com direito a pipoca , brigadeiro. Até dividiam o mesmo cobertor. Que romântico. Eles faziam maratona de filmes de amor , daqueles bem açucarados, tanto que a caixa de lenços da moça já estava pela metade. A intenção do pai de Pillar era deixar a crush no clima e dessa vez ele apostava tudo para conseguir. Até massagem no pé o cara fazia. Apesar de que precisaria muito mais para conquistar o coração dela. Encantado e curioso ao mesmo tempo ele observava cada detalhe ďela. Como gostaria que aquela fosse a verdadeira mãe de seus filhos. Se tivesse tido na vida uma esposa como Taele , com certeza Pillar não teria crescido rebelde e vasco nunca teria sido jogado no orfanato. A loira nao teria essa coragem. Os dois filhos cativaram o amor dela , ele rogava conseguir também.
No jogo de sedução, Taele ia totalmente na contra mão das pretensões de Patrick . Naquela noite , enchendo-o de frustrações , ela resolvera dormir no quarto de Pillar. Ele estava na sala, deitado no sofá , com o travesseiro cobrindo a cabeça. Um urro abafado. Pensava em como proceder. A ansiedade , a frustração , o desejo tomavam conta. Como conquistar aquela mulher? Ele precisava pensar com calma e sempre costumava ser péssimo naquelas situações. Não adiantava contar com a filha , ela não colaborava. Constrangido , Patrick então resolveu recorrer ao tempo. Voltar atrás para relembrar quais artimanhas usou para conquistar Bela. Por mais que ele odiasse ter que pensar na ex.Ex.A palavra soou forte em sua mente. Agora se dava conta. Bela era sua ex. Mesmo que estivessem ligados pelo matrimônio, eram apenas papéis e nada poderia mudar isso.
Ela imaginou que viria algo mais , como de fato . O beijo. Um beijo doce , suave, que ela recebeu , mas com restrições. - Relaxa meu anjo! Eu gosto tanto de você. Uma mulher que conheci de um jeito inesperado, que transformou minha vida com amor, piedade, curando minha filha, fazendo com que eu melhorasse um pouquinho. Me tornei um homem melhor. Enxergo algumas coisas de outra maneira , concorda comigo? Perguntou de forma a derretê-la. - Sim. Mudou sim. E fico feliz de ter contribuído para isso direta ou indiretamente. - Então! E depois você é uma loira tão linda! Ela riu envergonhada. - Obrigada. - Se quer saber esses olhos azuis foram um dos motivos que fizeram com que eu me encantasse de logo de cara. - Olha! Sério! ? Por que não me disse antes? -
Tatá bem que tentou evitar expectativas mas elas aumentavam á medida em que se aproximavam , pois ela sabia o que Patrick pretendia ao leva-la para a cidade. Estariam lá sozinhos. O irmãozinho de Pillar passava um fim de semana na casa dos diretores do orfanato do qual Bela era dona e que Patrick o resgatou. Taele estava nervosa, suspirou fundo para evitar que o pretendente percebesse . Afinal qual saída ela tinha a não ser a de se acalmar? Não era mais uma mocinha , mas também não fazia parte dos seus planos se entregar profundamente para um homem que tinha a vida amorosa tão bagunçada quanto o pai de Pillar, a possibilidade de que ela dançasse nessa historia era enorme. Pois , se apegava muito fácil. Eles Tinham química, ela sentia uma vontade muito grande de cuidar dele , vez ou outra enxergara paixão em seu olhar, mas o futuro era incerto. Decididamente não havia