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Capítulo 7

Author: Sofia Figueiredo
Margarida saiu do Reino da Luxúria e pegou um táxi direto para casa. Anteriormente, devido à relação conturbada com a família e para facilitar o deslocamento ao trabalho, ela havia decidido morar sozinha.

Ao descer do carro, Margarida ficou parada, absorta em pensamentos, perto do condomínio. Naquela época, foi Afonso quem a ajudou com a mudança. Eles chegaram a prometer que, quando o momento fosse apropriado, ficariam noivos e depois se casariam. No entanto, no final, tudo se revelou uma grande piada, e ela acabou se tornando a "vilã" da história.

Ao lembrar dos acontecimentos do dia anterior, Margarida sentiu como se tudo não passasse de um sonho. Um pesadelo.

— Maga, você finalmente voltou? — Assim que Margarida saiu do elevador, se deparou com Lurdes, que estava parada na porta de seu apartamento com um olhar ansioso.

Margarida franziu as sobrancelhas instintivamente, pronta para dar meia-volta, mas sentiu alguém agarrar seu braço.

— Maga.

Margarida estremeceu e tentou se soltar, mas Afonso segurava firme o braço dela.

— Onde você esteve? Lulu e eu esperamos por você a noite toda. Você não faz ideia de como ficamos preocupados!

— Preocupados? — Margarida quase soltou uma risada, irritada, ela levantou o olhar e fixou os olhos em Afonso. — Você está preocupado comigo?

— Maga, não fale assim. — Lurdes se aproximou, caminhando com seus saltos altos.

Com um movimento discreto, afastou a mão de Afonso do braço de Margarida e segurou ela mesma o braço da irmã.

— Maga, eu sei que erramos, mas Afonso e eu estamos verdadeiramente apaixonados. Você foi embora por um ano e nem imagina o que Afonso passou. Eu fiquei ao lado dele o tempo todo, cuidando dele. Então, Maga...

— Você ficou ao lado dele cuidando dele? Muito obrigada, de verdade. Você sabia que o Afonso era meu namorado e mesmo assim fez questão de cuidar dele? Lurdes, qual é a sua intenção afinal? — Margarida gritou, cheia de raiva. Sentindo uma dor aguda no braço, franziu as sobrancelhas e, instintivamente, empurrou Lurdes.

Um grito agudo ecoou. Lurdes cambaleou alguns passos para trás e acabou caindo no chão.

Afonso correu até ela, segurando ela pela cintura. Ele lançou um olhar severo, repleto de decepção, para Margarida.

— Margarida, isso foi longe demais! Tudo bem, Lulu e eu erramos com você, mas o que aconteceu já aconteceu. Agora estamos noivos. Por que você não consegue aceitar a realidade?

— Eu não aceito a realidade? Vocês é que vieram atrás de mim! Vocês! — Margarida não podia acreditar que Afonso tinha se transformado naquela pessoa, ele estava realmente a acusando por causa de Lurdes? — Vamos esclarecer uma coisa: no noivado de vocês, eu desejei felicidades, não desejei? Vocês querem noivar? Noivem. Querem se casar? Casem agora mesmo. Só peço que não apareçam na minha frente, porque me dão náuseas!

Margarida gritou com raiva, encarando Afonso e Lurdes:

— Agora, saiam daqui! Imediatamente!

— Maga, como você pode ser assim?! — Lurdes olhou para Margarida com uma expressão de dor e sofrimento, como se não fosse ela a culpada, mas sim Margarida. — Afonso e eu viemos com a intenção sincera de esclarecer tudo. Nunca quisemos te machucar. Nós apenas... nós nos amamos de verdade.

— Amor verdadeiro? Que nojo. — Margarida lançou um olhar frio para Lurdes.

Antes, ela apenas achava que Lurdes era uma irmã frágil. Por ter sido salva por ela no passado, Margarida sempre cedia, independentemente do que fosse. Mas isso não significava que ela fosse fácil de manipular. Pensando em todos esses anos, Margarida percebeu que, sempre que algo a agradava, Lurdes fazia questão de pegar para si.

— Lurdes, você gosta tanto de usar coisas que já foram de outras pessoas? Pois fique à vontade. Eu, Margarida, não quero nada que esteja sujo.

— Você... — Afonso, furioso, olhou para Margarida e levantou a mão para dar um tapa nela. Mas, no momento em que ergueu a mão, alguém o segurou no ar.

Lurdes, com lágrimas nos olhos e uma expressão de inocência, balançou a cabeça e segurou o braço de Afonso com ambas as mãos.

— Afonso, não faça isso. Maga ainda é jovem e imatura. Eu não a culpo.
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