O Amor Que Morreu Duas Vezes
Depois que a amiga de infância dele morreu, Eduardo Ribeiro me odiou por dez anos inteiros.
No segundo dia após o casamento, ele pediu transferência para servir nas fronteiras.
Durante esses dez anos, enviei incontáveis cartas, tentando lhe agradar de todas as formas, mas a resposta dele era sempre a mesma:
"Se você realmente se sente culpada, então morra logo!"
Até que, quando fui sequestrada, ele entrou sozinho no esconderijo dos bandidos e me salvou, levando vários tiros.
Antes de morrer, com o último fio de força, ele arrancou a mão dele da minha.
— O maior arrependimento da minha vida... foi ter me casado com você...
— Se tudo pudesse recomeçar, por favor... não volte a me atormentar...
No funeral, Sra. Ana, a mãe dele, soluçava de arrependimento:
— Filho, a culpa é da mãe... eu não devia ter te forçado...
O pai dele me lançou um olhar cheio de ódio:
— Você matou a Jamile, e agora matou também meu filho! Maldita azarada, por que ainda não morre?!
Até o coronel que tinha insistido no nosso casamento balançou a cabeça e suspirou:
— Foi erro meu separar dois corações. Eu devo um pedido de desculpas ao Eduardo.
Todos lamentavam por Eduardo Ribeiro.
Inclusive eu.
Fui expulsa da organização e, naquela mesma noite, engoli veneno no meio de um campo abandonado.
Quando abri os olhos novamente, estava de volta à véspera do casamento.
Desta vez, decidi realizar o desejo de todos eles.