O necrotério estava tão silencioso que só se ouviam as respirações. Daniel olhou e, com frieza, recolocou o lençol sobre os corpos.— Isso não são meus pais!Ao ouvir sua afirmação tão convicta, senti apenas tristeza.— Daniel, abra bem os olhos! Os pais foram picados pela Rainha das Abelhas até ficarem irreconhecíveis. Como julgar só pela aparência?— A mãe ainda usa a aliança de ouro que você deu, o pai tem o pingente de jade que ganhou no aniversário.Diante disso, Daniel conferiu novamente. Dedos, pescoço, aliança, pingente, tudo correspondia. De repente, ele desabou de joelhos, jogando-se sobre os corpos em prantos:— Pai, mãe, como puderam me abandonar assim?Seu choro convulsivo ecoava no espaço. A enfermeira, acostumada a cenas de luto, tentou consolar:— A morte é irreversível. Já faz mais de uma semana, seria bom começar a aceitar.— Está chorando como se só agora soubesse.Daniel explodiu de raiva, agarrando o uniforme da enfermeira:— Mete-se na sua vida! Foi a incompetênci
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