Naquela noite, Daniel, excepcionalmente, voltou para casa.Ao entrar e ver meus olhos inchados de tanto chorar, seu semblante leve rapidamente se transformou em uma carranca.— Para quem você mostra essa expressão de dor todos os dias?— Perder os pais, e você fica assim? Que azar!Daniel notou minhas roupas escuras e as flores que eu estava orando. Ele ficou furioso.— Não faça isso em casa. É desconfortável de ver. Se quer orar, vá para sua casa, não faça isso na minha frente!Ele arrancou as flores e as pisoteou furiosamente.Olhei para tudo com indiferença.Se Daniel soubesse que eu estava orando por seus pais falecidos, como ele reagiria?Depois de uma explosão de raiva, Daniel foi para o quarto e adormeceu imediatamente.Liguei silenciosamente para o Instituto de Entomologia.— Alô, Instituto de Entomologia? Tenho algumas Abelhas para identificação.Na manhã seguinte, antes da audiência, meu advogado me disse que ainda havia chances de vencer o caso.Sentada no banco dos queixoso
Daniel arregalou os olhos, as veias das têmporas saltando de repente. Seu grito angustiado vinha carregado de uma descrença dilacerante.No relatório médico, estampavam-se os nomes de seus pais.Anexadas estavam fotos horripilantes dos corpos, totalmente desfigurados pelas ferroadas da Rainha das Abelhas. Seus corpos estavam inchados e deformados, os lábios arroxeados, irreconhecíveis.Daniel não conseguia aceitar que aqueles eram seus pais.—Impossível! Esses não podem ser meus pais! Como meus pais teriam essa aparência?!—Você foi comprado pela Vitória, não foi? Está mentindo pra mim junto com ela!Vendo que Daniel ainda se agarrava a ilusões, decidi esmagá-las de uma vez por todas.—Seus pais estão mortos. Morreram exatamente no dia em que fui pedir sua ajuda!Ele balançou a cabeça, incrédulo.—Não pode ser... Foram os seus pais que morreram, não os meus!Soltei uma risada fria.—Chamar meus sogros de 'pais' é errado?Naquele instante, o último lampejo de esperança nos olhos de Dani
O necrotério estava tão silencioso que só se ouviam as respirações. Daniel olhou e, com frieza, recolocou o lençol sobre os corpos.— Isso não são meus pais!Ao ouvir sua afirmação tão convicta, senti apenas tristeza.— Daniel, abra bem os olhos! Os pais foram picados pela Rainha das Abelhas até ficarem irreconhecíveis. Como julgar só pela aparência?— A mãe ainda usa a aliança de ouro que você deu, o pai tem o pingente de jade que ganhou no aniversário.Diante disso, Daniel conferiu novamente. Dedos, pescoço, aliança, pingente, tudo correspondia. De repente, ele desabou de joelhos, jogando-se sobre os corpos em prantos:— Pai, mãe, como puderam me abandonar assim?Seu choro convulsivo ecoava no espaço. A enfermeira, acostumada a cenas de luto, tentou consolar:— A morte é irreversível. Já faz mais de uma semana, seria bom começar a aceitar.— Está chorando como se só agora soubesse.Daniel explodiu de raiva, agarrando o uniforme da enfermeira:— Mete-se na sua vida! Foi a incompetênci
Daniel estremeceu como se tivesse recebido um choque. Seus olhos se dilataram abruptamente, as veias saltando nas têmporas.Ele se lançou em direção a Lídia, os dedos cravando-se em seus ombros como garras.— O que você acabou de dizer? Você estava lá no dia em que meus pais morreram?Lídia ficou petrificada, a respiração presa na garganta. Sem hesitar, eu abri meu celular e exibi as fotos incontestáveis.— Veja com seus próprios olhos.As lágrimas jorraram dos olhos de Daniel ao contemplar a imagem de seus pais. Mas então seu olhar foi atraído para uma silhueta escura, quase imperceptível ao fundo, era Lídia, capturada no flagrante.Ela se debateu, tentando se explicar:— Eu apenas estava fazendo uma caminhada! Foi coincidência estar na mesma montanha que eles...Porém, a próxima pergunta de Daniel a deixou encurralada:— Você admitiu ter mexido no vespeiro?Lídia gaguejou, os olhos esbugalhados de pânico:— Foi... foi sem querer! Apenas uma brincadeira inocente...A memória veio com
Ao ouvir as palavras de Lídia, os lábios de Daniel começaram a tremer incontrolavelmente.Ele pensou em todo o esforço que dedicara para chegar onde estava. Nas noites solitárias, sempre se lembrava da infância, quando era chamado de ‘aberração’ pelos colegas. Agora, como diretor do instituto, recebia elogios falsos e bajulações que alimentavam seu ego distorcido.A ideia de cair em desgraça e enfrentar o desprezo novamente o aterrorizava. As sombras do passado o assombravam mais uma vez.Percebendo sua hesitação, Lídia adotou um tom supostamente consolador:— Daniel, só eu entendo sua dor. Vamos superar juntos a perda dos seus pais, não é?— Nada une mais duas pessoas do que compartilhar segredos obscuros. — Ela acrescentou, com um sorriso que gelou o sangue.Era repugnante vê-los discutir o futuro diante dos corpos ainda frescos dos sogros. Eu já não nutria esperanças em Daniel, apenas pena pelos meus queridos falecidos.Ao sair do hospital, Daniel parecia ter superado o luto, exc
Eu me apressei para o Instituto de Entomologia para buscar meu marido e salvar os pais, mas o segurança me impediu de entrar.— O Dr. Daniel não resolve assuntos após o expediente, por favor, volte outra hora.Eu insisti que se tratava de uma questão de vida ou morte, e o segurança finalmente me deixou passar.Meu marido, Daniel Martins, estava relaxado em seu escritório, tomando café tranquilamente.— Marido! Vamos logo! Os pais estão em perigo!Daniel levantou os olhos para mim, e com uma voz fria respondeu:— Que perigo? Você sabe que eu não trabalho fora do horário.Insisti, ansiosa:— Os pais foram picados por uma Rainha das Abelhas, a situação está crítica!Daniel deu uma risada irônica e respondeu:— Se foram picados por uma Rainha das Abelhas, devem ser levados ao hospital, não a mim!— E além do mais, estou prestes a cuidar dos pais da Lídia, não tenho tempo para isso!Não tive tempo para ciúmes, gritei desesperada:— Em uma emergência de vida ou morte, você ainda pensa em cui
Ao ouvir as palavras de Lídia, os lábios de Daniel começaram a tremer incontrolavelmente.Ele pensou em todo o esforço que dedicara para chegar onde estava. Nas noites solitárias, sempre se lembrava da infância, quando era chamado de ‘aberração’ pelos colegas. Agora, como diretor do instituto, recebia elogios falsos e bajulações que alimentavam seu ego distorcido.A ideia de cair em desgraça e enfrentar o desprezo novamente o aterrorizava. As sombras do passado o assombravam mais uma vez.Percebendo sua hesitação, Lídia adotou um tom supostamente consolador:— Daniel, só eu entendo sua dor. Vamos superar juntos a perda dos seus pais, não é?— Nada une mais duas pessoas do que compartilhar segredos obscuros. — Ela acrescentou, com um sorriso que gelou o sangue.Era repugnante vê-los discutir o futuro diante dos corpos ainda frescos dos sogros. Eu já não nutria esperanças em Daniel, apenas pena pelos meus queridos falecidos.Ao sair do hospital, Daniel parecia ter superado o luto, exc
Daniel estremeceu como se tivesse recebido um choque. Seus olhos se dilataram abruptamente, as veias saltando nas têmporas.Ele se lançou em direção a Lídia, os dedos cravando-se em seus ombros como garras.— O que você acabou de dizer? Você estava lá no dia em que meus pais morreram?Lídia ficou petrificada, a respiração presa na garganta. Sem hesitar, eu abri meu celular e exibi as fotos incontestáveis.— Veja com seus próprios olhos.As lágrimas jorraram dos olhos de Daniel ao contemplar a imagem de seus pais. Mas então seu olhar foi atraído para uma silhueta escura, quase imperceptível ao fundo, era Lídia, capturada no flagrante.Ela se debateu, tentando se explicar:— Eu apenas estava fazendo uma caminhada! Foi coincidência estar na mesma montanha que eles...Porém, a próxima pergunta de Daniel a deixou encurralada:— Você admitiu ter mexido no vespeiro?Lídia gaguejou, os olhos esbugalhados de pânico:— Foi... foi sem querer! Apenas uma brincadeira inocente...A memória veio com
O necrotério estava tão silencioso que só se ouviam as respirações. Daniel olhou e, com frieza, recolocou o lençol sobre os corpos.— Isso não são meus pais!Ao ouvir sua afirmação tão convicta, senti apenas tristeza.— Daniel, abra bem os olhos! Os pais foram picados pela Rainha das Abelhas até ficarem irreconhecíveis. Como julgar só pela aparência?— A mãe ainda usa a aliança de ouro que você deu, o pai tem o pingente de jade que ganhou no aniversário.Diante disso, Daniel conferiu novamente. Dedos, pescoço, aliança, pingente, tudo correspondia. De repente, ele desabou de joelhos, jogando-se sobre os corpos em prantos:— Pai, mãe, como puderam me abandonar assim?Seu choro convulsivo ecoava no espaço. A enfermeira, acostumada a cenas de luto, tentou consolar:— A morte é irreversível. Já faz mais de uma semana, seria bom começar a aceitar.— Está chorando como se só agora soubesse.Daniel explodiu de raiva, agarrando o uniforme da enfermeira:— Mete-se na sua vida! Foi a incompetênci
Daniel arregalou os olhos, as veias das têmporas saltando de repente. Seu grito angustiado vinha carregado de uma descrença dilacerante.No relatório médico, estampavam-se os nomes de seus pais.Anexadas estavam fotos horripilantes dos corpos, totalmente desfigurados pelas ferroadas da Rainha das Abelhas. Seus corpos estavam inchados e deformados, os lábios arroxeados, irreconhecíveis.Daniel não conseguia aceitar que aqueles eram seus pais.—Impossível! Esses não podem ser meus pais! Como meus pais teriam essa aparência?!—Você foi comprado pela Vitória, não foi? Está mentindo pra mim junto com ela!Vendo que Daniel ainda se agarrava a ilusões, decidi esmagá-las de uma vez por todas.—Seus pais estão mortos. Morreram exatamente no dia em que fui pedir sua ajuda!Ele balançou a cabeça, incrédulo.—Não pode ser... Foram os seus pais que morreram, não os meus!Soltei uma risada fria.—Chamar meus sogros de 'pais' é errado?Naquele instante, o último lampejo de esperança nos olhos de Dani
Naquela noite, Daniel, excepcionalmente, voltou para casa.Ao entrar e ver meus olhos inchados de tanto chorar, seu semblante leve rapidamente se transformou em uma carranca.— Para quem você mostra essa expressão de dor todos os dias?— Perder os pais, e você fica assim? Que azar!Daniel notou minhas roupas escuras e as flores que eu estava orando. Ele ficou furioso.— Não faça isso em casa. É desconfortável de ver. Se quer orar, vá para sua casa, não faça isso na minha frente!Ele arrancou as flores e as pisoteou furiosamente.Olhei para tudo com indiferença.Se Daniel soubesse que eu estava orando por seus pais falecidos, como ele reagiria?Depois de uma explosão de raiva, Daniel foi para o quarto e adormeceu imediatamente.Liguei silenciosamente para o Instituto de Entomologia.— Alô, Instituto de Entomologia? Tenho algumas Abelhas para identificação.Na manhã seguinte, antes da audiência, meu advogado me disse que ainda havia chances de vencer o caso.Sentada no banco dos queixoso
Eu estava imersa na dor da perda dos meus sogros, e liguei para Daniel para contar o que aconteceu.— Amor, os pais se foram, e foi doloroso. Volte para organizar o funeral.Mas Daniel respondeu com sarcasmo.— Morreram, e daí? Qual é o espanto?— E além disso, pessoas morrem todos os dias, seus pais morreram e é um grande problema? Que ridículo!Quando tentei explicar que eram seus pais, ele me interrompeu.— Não me ligue por coisas tão triviais! Não me incomode!Nesse momento, ouvi uma voz suave do outro lado da linha.— Daniel, é a Vitória que está te apressando? Não se preocupe, eu posso cuidar da minha mãe, mesmo que seja difícil e cansativo, eu posso aguentar.O tom de Daniel imediatamente se tornou cheio de preocupação:— Estou aqui com você, não se preocupe.Ele então mudou de tom, falando agressivamente:— Não me ligue novamente! Perder os pais não é um grande problema? Não me irrite!E desligou o telefone.Só então percebi que Daniel não sabia que eram seus pais que haviam mo
Eu me apressei para o Instituto de Entomologia para buscar meu marido e salvar os pais, mas o segurança me impediu de entrar.— O Dr. Daniel não resolve assuntos após o expediente, por favor, volte outra hora.Eu insisti que se tratava de uma questão de vida ou morte, e o segurança finalmente me deixou passar.Meu marido, Daniel Martins, estava relaxado em seu escritório, tomando café tranquilamente.— Marido! Vamos logo! Os pais estão em perigo!Daniel levantou os olhos para mim, e com uma voz fria respondeu:— Que perigo? Você sabe que eu não trabalho fora do horário.Insisti, ansiosa:— Os pais foram picados por uma Rainha das Abelhas, a situação está crítica!Daniel deu uma risada irônica e respondeu:— Se foram picados por uma Rainha das Abelhas, devem ser levados ao hospital, não a mim!— E além do mais, estou prestes a cuidar dos pais da Lídia, não tenho tempo para isso!Não tive tempo para ciúmes, gritei desesperada:— Em uma emergência de vida ou morte, você ainda pensa em cui