Ele se lembrava de que seu escritório tinha uma fechadura biométrica.Por isso, na época, ele nunca desconfiou que Luiza poderia ter acessado o conteúdo dos documentos.Luiza, um pouco envergonhada, explicou: — Naquela época, eu vi que a porta do seu escritório tinha um leitor de impressões digitais. Eu contei ao Theo, mas ele disse que não era possível fazer nada. No entanto, ele me prometeu que, se eu conseguisse pegar sua impressão digital, ele poderia me ajudar. Então, enquanto você estava dormindo, eu coloquei seus dedos em uma fita adesiva específica e levei para fora para que alguém processasse…Depois que a impressão digital foi processada, ela a trouxe de volta e usou para desbloquear a fechadura do escritório de Miguel.Embora houvesse muitos seguranças no andar de baixo, a mansão não tinha segurança interna, pois Miguel não gostava de muita intrusão em sua vida privada. A única proteção era a fechadura biométrica na porta do escritório. Fora isso, ele não tomava precauções
— Deve ser o Theo vindo te buscar. — Miguel respondeu, bebendo seu vinho, com os olhos fixos nela, como se estivesse observando sua reação.Ele ainda não acreditava completamente nela.Luiza percebeu o olhar investigativo dele e, fingindo não ter notado, assentiu com a cabeça.— Quando você for embora com ele, se ele perguntar o que você tem feito comigo nos últimos dias, o que vai dizer? — Miguel lançou um olhar a ela.Luiza pensou por um momento e respondeu: — Vou dizer que você não me feriu, que está tentando se reconectar comigo, que está me cortejando.— É mesmo? — Miguel esboçou um sorriso, com um olhar um tanto sarcástico.Ele claramente achava que ela estava mentindo descaradamente, dizendo que ele estava a cortejando quando, na verdade, parecia que ela era quem o havia seduzido, o levando a se envolver de novo com ela.Luiza ignorou o sarcasmo nos olhos dele e tocou suavemente o dorso de sua mão. — É apenas uma solução temporária. Não fique bravo, está bem?Miguel, de maneir
Miguel não queria encontrar a polícia, pois se a situação piorasse, ele seria expulso do país. Mais tarde, Luiza diria à polícia que não foi sequestrada por Miguel, mas que foi com ele voluntariamente, o que permitiria ao Miguel se livrar da acusação de sequestro. Assim, a polícia não o processaria.Miguel levou Luiza para baixo de elevador. Ao abrir a porta de vidro, o olhar de Theo se dirigiu diretamente para eles, e as armas atrás dele foram levantadas. As pessoas de Miguel também ergueram suas armas.Ambos os lados estavam prestes a entrar em um confronto iminente, a tensão estava no ar.Miguel envolveu a cintura de Luiza com um braço e, com a outra mão levantando uma arma apontada para a cabeça de Theo, caminhou lentamente em direção a ele. Muitas pessoas estavam com armas levantadas, mas ninguém se atrevia a agir, pois atrás de Theo havia uma dezena de seguranças armados. Todos estavam extremamente tensos.Theo estava igualmente nervoso, preocupado com a segurança de Luiza.
Theo lançou um olhar de desagrado, mas, no final das contas, não disse nada e a levou de carro para casa.No caminho de volta, Theo perguntou novamente:— Desta vez que o Miguel te procurou, ele realmente não disse nada para você?Luiza sabia que algumas coisas não podiam ser escondidas, então respondeu com meia-verdade:— Theozinho, o Miguel disse que há quatro anos eu peguei informações confidenciais do projeto dele, causando a ele grandes problemas. Naquela época, você não disse que era apenas um pequeno problema, fácil de resolver?Ela perguntou isso de propósito.Theo teve um lampejo de culpa em seu olhar e, depois de um momento de silêncio, disse:— Luiza, eu não te contei sobre isso só para não te envolver em nossas disputas.— Qual é a disputa de vocês?Theo a olhou com seus olhos negros, como se estivesse investigando ela, e depois de um tempo disse:— Há algo que eu não te contei, Luiza. Minha mãe, Jaqueline, foi levada à morte pelo Miguel.Luiza ficou atordoada.Theo continu
Theo explicou:— Luiza, você não precisa se culpar por isso, nós não fizemos nada. Foi uma briga interna do Grupo Sunland. Depois, o Miguel acabou matando o Michel. Ele é uma pessoa que não reconhece laços familiares, até conseguiu matar o próprio tio.Ao ouvir isso, Luiza realmente queria perguntar a ele: "E você? O seu pai biológico entregou o Grupo NAS para você, e o que você fez com ele? Seu pai agora está louco, torturado por você a ponto de não parecer mais humano." Talvez ele tivesse enlouquecido porque Theo secretamente lhe deu algum remédio.Pensando nisso, Luiza ficou cada vez mais assustada.Theo continuou falando:— O Miguel veio às Américas desta vez para se vingar de mim. Você sabe que temos um ódio mútuo, ele com certeza não vai me deixar em paz. Eu mandei alguém para matá-lo antes, porque não tinha outra escolha. Não quero ser controlado por ninguém para o resto da minha vida, então eu tomei a iniciativa de ser o vilão uma vez, também para proteger a mim mesmo.Ele rea
Era muito provável que isso tivesse sido feito por Francisco. Depois de ser mandado para o País R, ele continuou fazendo pequenos movimentos por trás. Agora que Miguel se recuperou, ele e Francisco estavam constantemente criando problemas para ele. Uma hora a empresa tinha problemas, outra hora perdia um grande cliente, outra um veículo explodia, e agora alguém queria sequestrar seu pai... Theo estava se sentindo irritado e impaciente, e se virou para Luiza: — Luiza, tenho que voltar para resolver algo, volto amanhã de manhã para ver a vovó. — Certo. — Luiza não o impediu, quanto mais cedo ele saísse, melhor. Mas Luiza sempre foi muito curiosa sobre a mulher, Giovana, qual era a relação dela com Theo? Theo estava na porta, perdido em pensamentos, e de repente tropeçou em uma pedra, quase caindo. Giovana o segurou, com a voz um pouco tensa. — Presidente Pires. Ela o abraçou, seu corpo exalava uma fragrância sutil, Theo franziu a testa e a empurrou. Giovana ficou
Depois que Theo saiu, Luiza imediatamente recebeu uma ligação de Miguel, principalmente porque tinha medo que ele ficasse bravo, o que seria difícil de acalmar depois.O telefone tocou por um tempo antes de ser atendido, mas do outro lado ninguém falou, esperando que ela iniciasse a conversa.Luiza estava na escada, olhou ao redor e, vendo que não havia ninguém, disse baixinho:— Amor, eu cheguei em casa.Ela o chamava de amor, na verdade, para agradá-lo.Ao ouvir isso, a frieza no rosto de Miguel diminuiu um pouco, e ele perguntou:— Você não fez nada com ele depois que voltou, certo?Ouça o tom de suspeita.Luiza bufou:— Você acha que dá para fazer alguma coisa em meia hora?— Meia hora dá para fazer muitas coisas.Luiza ficou sem palavras, irritada:— Estávamos dirigindo o tempo todo, Miguel. Do restaurante até minha casa, você mesmo pode ver que leva cerca de meia hora de carro!Miguel ouviu que ela estava irritada, riu:— Estou brincando com você.— Esse tipo de brincadeira não t
Ela de repente se lembrou disso.Antes de vir para as Américas, ela já tinha feito um teste de DNA com Melissa, mas Theo não mencionou nada, apenas disse que queria ajudá-la a sair de perto do Miguel.Pensando bem agora, ele provavelmente já sabia que ela era neta da Melissa, mas não contou a ela, apenas a afastou do Miguel para separá-los.Caso contrário, se Miguel a trouxesse de volta às Américas para ver a Melissa, o Theo não teria a chance de ganhar a atenção da Melissa.Pensando nisso, Luiza ficou horrorizada.Acontecia que muitas coisas, Theo estava planejando desde quatro anos atrás.— Exatamente. — Melissa também pensou nisso recentemente, tudo isso era um plano do Theo. Ela perguntou. — Luiza, o Theo já sabia que você fazia parte da família Santos?Luiza não conseguia se lembrar, estava prestes a balançar a cabeça, quando uma imagem veio à sua mente.Aquela vez!Ela foi ao topo da montanha visitar sua mãe, o pingente no pescoço apareceu. Na época, Theo olhou para ela com olhos
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que