Miguel não queria encontrar a polícia, pois se a situação piorasse, ele seria expulso do país. Mais tarde, Luiza diria à polícia que não foi sequestrada por Miguel, mas que foi com ele voluntariamente, o que permitiria ao Miguel se livrar da acusação de sequestro. Assim, a polícia não o processaria.Miguel levou Luiza para baixo de elevador. Ao abrir a porta de vidro, o olhar de Theo se dirigiu diretamente para eles, e as armas atrás dele foram levantadas. As pessoas de Miguel também ergueram suas armas.Ambos os lados estavam prestes a entrar em um confronto iminente, a tensão estava no ar.Miguel envolveu a cintura de Luiza com um braço e, com a outra mão levantando uma arma apontada para a cabeça de Theo, caminhou lentamente em direção a ele. Muitas pessoas estavam com armas levantadas, mas ninguém se atrevia a agir, pois atrás de Theo havia uma dezena de seguranças armados. Todos estavam extremamente tensos.Theo estava igualmente nervoso, preocupado com a segurança de Luiza.
Theo lançou um olhar de desagrado, mas, no final das contas, não disse nada e a levou de carro para casa.No caminho de volta, Theo perguntou novamente:— Desta vez que o Miguel te procurou, ele realmente não disse nada para você?Luiza sabia que algumas coisas não podiam ser escondidas, então respondeu com meia-verdade:— Theozinho, o Miguel disse que há quatro anos eu peguei informações confidenciais do projeto dele, causando a ele grandes problemas. Naquela época, você não disse que era apenas um pequeno problema, fácil de resolver?Ela perguntou isso de propósito.Theo teve um lampejo de culpa em seu olhar e, depois de um momento de silêncio, disse:— Luiza, eu não te contei sobre isso só para não te envolver em nossas disputas.— Qual é a disputa de vocês?Theo a olhou com seus olhos negros, como se estivesse investigando ela, e depois de um tempo disse:— Há algo que eu não te contei, Luiza. Minha mãe, Jaqueline, foi levada à morte pelo Miguel.Luiza ficou atordoada.Theo continu
Theo explicou:— Luiza, você não precisa se culpar por isso, nós não fizemos nada. Foi uma briga interna do Grupo Sunland. Depois, o Miguel acabou matando o Michel. Ele é uma pessoa que não reconhece laços familiares, até conseguiu matar o próprio tio.Ao ouvir isso, Luiza realmente queria perguntar a ele: "E você? O seu pai biológico entregou o Grupo NAS para você, e o que você fez com ele? Seu pai agora está louco, torturado por você a ponto de não parecer mais humano." Talvez ele tivesse enlouquecido porque Theo secretamente lhe deu algum remédio.Pensando nisso, Luiza ficou cada vez mais assustada.Theo continuou falando:— O Miguel veio às Américas desta vez para se vingar de mim. Você sabe que temos um ódio mútuo, ele com certeza não vai me deixar em paz. Eu mandei alguém para matá-lo antes, porque não tinha outra escolha. Não quero ser controlado por ninguém para o resto da minha vida, então eu tomei a iniciativa de ser o vilão uma vez, também para proteger a mim mesmo.Ele rea
Era muito provável que isso tivesse sido feito por Francisco. Depois de ser mandado para o País R, ele continuou fazendo pequenos movimentos por trás. Agora que Miguel se recuperou, ele e Francisco estavam constantemente criando problemas para ele. Uma hora a empresa tinha problemas, outra hora perdia um grande cliente, outra um veículo explodia, e agora alguém queria sequestrar seu pai... Theo estava se sentindo irritado e impaciente, e se virou para Luiza: — Luiza, tenho que voltar para resolver algo, volto amanhã de manhã para ver a vovó. — Certo. — Luiza não o impediu, quanto mais cedo ele saísse, melhor. Mas Luiza sempre foi muito curiosa sobre a mulher, Giovana, qual era a relação dela com Theo? Theo estava na porta, perdido em pensamentos, e de repente tropeçou em uma pedra, quase caindo. Giovana o segurou, com a voz um pouco tensa. — Presidente Pires. Ela o abraçou, seu corpo exalava uma fragrância sutil, Theo franziu a testa e a empurrou. Giovana ficou
Depois que Theo saiu, Luiza imediatamente recebeu uma ligação de Miguel, principalmente porque tinha medo que ele ficasse bravo, o que seria difícil de acalmar depois.O telefone tocou por um tempo antes de ser atendido, mas do outro lado ninguém falou, esperando que ela iniciasse a conversa.Luiza estava na escada, olhou ao redor e, vendo que não havia ninguém, disse baixinho:— Amor, eu cheguei em casa.Ela o chamava de amor, na verdade, para agradá-lo.Ao ouvir isso, a frieza no rosto de Miguel diminuiu um pouco, e ele perguntou:— Você não fez nada com ele depois que voltou, certo?Ouça o tom de suspeita.Luiza bufou:— Você acha que dá para fazer alguma coisa em meia hora?— Meia hora dá para fazer muitas coisas.Luiza ficou sem palavras, irritada:— Estávamos dirigindo o tempo todo, Miguel. Do restaurante até minha casa, você mesmo pode ver que leva cerca de meia hora de carro!Miguel ouviu que ela estava irritada, riu:— Estou brincando com você.— Esse tipo de brincadeira não t
Ela de repente se lembrou disso.Antes de vir para as Américas, ela já tinha feito um teste de DNA com Melissa, mas Theo não mencionou nada, apenas disse que queria ajudá-la a sair de perto do Miguel.Pensando bem agora, ele provavelmente já sabia que ela era neta da Melissa, mas não contou a ela, apenas a afastou do Miguel para separá-los.Caso contrário, se Miguel a trouxesse de volta às Américas para ver a Melissa, o Theo não teria a chance de ganhar a atenção da Melissa.Pensando nisso, Luiza ficou horrorizada.Acontecia que muitas coisas, Theo estava planejando desde quatro anos atrás.— Exatamente. — Melissa também pensou nisso recentemente, tudo isso era um plano do Theo. Ela perguntou. — Luiza, o Theo já sabia que você fazia parte da família Santos?Luiza não conseguia se lembrar, estava prestes a balançar a cabeça, quando uma imagem veio à sua mente.Aquela vez!Ela foi ao topo da montanha visitar sua mãe, o pingente no pescoço apareceu. Na época, Theo olhou para ela com olhos
Mas Luiza não quis ir embora. Como poderia levar informações confidenciais sozinha? Se fosse descoberta pelo Theo, sua avó certamente seria alvo de represálias. Ela não queria causar a morte de sua avó por causa disso. Então, ela balançou a cabeça.— Vovó, eu não posso ir embora sozinha. Você e meu pai ainda estão nas mãos do Theo. Eu preciso levar vocês comigo!Seu pai ainda estava na UTI. Se ela fosse embora, os dois estariam em perigo. Luiza não podia fazer isso.Melissa disse:— Não tem problema, Luiza. Sua avó já está velha, viver alguns anos a menos não faz diferença.Luiza balançou a cabeça vigorosamente.— Não, eu não posso deixá-la sozinha, vovó. Eu já pensei nisso. No dia do meu casamento com o Theo, ele pensará que tudo está correndo bem, e você me entregará o pen drive. Com certeza ele estará mais relaxado, e nós partiremos todos juntos ao País R.Ela havia pensado nisso muitas vezes enquanto Miguel a mantinha trancada.Theo tinha ambições sombrias.Miguel não confiava n
A respiração de Luiza ficou tensa.— Os seguranças aqui são todos homens do Theo. Não faça nada precipitado. Se ele souber, as coisas se complicarão ainda mais.Luiza temia que a situação saísse do controle. No estado atual, Miguel era uma ameaça; sua presença, na verdade, estava atrapalhando seus planos. Tentando esconder sua ansiedade, Luiza disse suavemente:— Querido, amanhã eu instalo as câmeras de segurança, tá bom? Só precisamos esperar uma noite.— Não. — Ele não gostava dessa ideia. Ou ela ficava ao seu lado, ou ela o deixava vê-la.Luiza mordeu o lábio inferior.Miguel estava realmente enlouquecido. Ela sentia que ele devia estar com algum problema psicológico: muita desconfiança, sempre alerta, não confiava em ninguém.Talvez o incidente de quatro anos atrás o tivesse deixado assim.Mas agora, ela realmente tinha medo dele. E se ele realmente enlouquecesse, ignorando tudo e preparando um helicóptero para levá-la de volta ao país? Ela estaria em uma situação desesperadora.A
O resultado final foi que Priscila e Elias ficaram na mesma bicicleta que Eduardo. O espaço restante na bicicleta do Francisco foi ocupado pelo assistente dele, Lucas. A atmosfera no local estava especialmente fria, principalmente em volta de Francisco, onde ele mantinha uma expressão severa durante todo o trajeto. Felipinho olhou para trás e comentou: — A cara do tio Francisco está tão feia. Luiza também notou, mas não disse nada. Foi Miguel, ao lado, quem respondeu: — Essa é a tensão das famílias reconstituídas. — Famílias reconstituídas? — Felipinho parecia não entender a frase e olhou para o pai. Hoje, Miguel estava claramente diferente em termos de roupa. Ele usava um casaco escuro de lã e, por baixo, um suéter preto de gola alta. Não estava tão formal como de costume, o que lhe dava um ar mais descontraído, mas ainda assim elegante e distinto. Era impossível não notar sua presença. Miguel, olhando para as duas bicicletas à frente, explicou com um olhar profund
Ela estava muito determinada, parecia realmente não querer mais ficar com Francisco.Luiza não fez mais perguntas.Priscila, no entanto, a questionou de volta:— E você? O Miguel já veio até o País R, ficou aqui mais de uma semana, e qualquer pessoa com os olhos abertos sabe que ele fez tudo isso por você. O que você pensa sobre isso? Vai dar uma chance a ele?"Quem disse que só a Priscila tem más lembranças?"Luiza também tinha suas próprias lembranças, as de como a família Souza a magoou, e essas ainda estavam bem vivas em sua mente.Mesmo que a verdade já tivesse sido esclarecida, a dor que ela sofreu ainda era dor, não poderia ser apagada com o simples apertar de uma tecla de "excluir".Ela olhou para o nada com uma expressão tranquila.— Eu não sei. O Felipinho quer muito um pai, mas, no fundo, eu não quero.— Então você não quer. — Priscila disse, direta. — Nós mulheres temos um sexto sentido. Se não queremos, é não querer, não precisamos nos forçar. Ficar se torturando vai só no
— Bisavó, a Maria e as outras também vão! Parece que vai ser necessário preparar mais comida! — Felipinho também estava muito animado e se virou para Melissa, dizendo isso.Assim, os três se tornaram parte de um grupo maior.Miguel estava à parte, com o rosto fechado.Ele queria sair com a esposa e o filho para passar mais tempo com Luiza.Mas não esperava que Felipinho tivesse convidado a família de Francisco também. Agora, o grupo estava bem maior, e ele imaginava que seria difícil até mesmo conversar.No entanto, o que ninguém esperava era que Priscila também tivesse chamado Elias.Miguel, Luiza e Felipinho estavam em um carro.Já Francisco estava em uma situação mais difícil. Provavelmente, por ter causado algum problema com Priscila na noite anterior, ela não quis andar com ele. Ela pegou Maria no colo e entrou no carro de Elias.Francisco ficou sozinho e, com o rosto fechado, deu ordens ao motorista para seguir.Meia hora depois, o grupo chegou ao parque de diversões.Assim que s
— O tio Elias é muito legal, bonito e engraçado. Eu pensei que, se o papai e a mamãe ficassem juntos, então eu poderia me casar com o tio Elias. Não seria perfeito?Francisco ficou com uma expressão sombria e respondeu, aborrecido:— Você se casar com ele? Isso eu não aceito.— Mas o tio Elias é tão legal...— Quieta! De qualquer forma, é impossível você se casar com ele. Nem você, nem sua mãe. — Francisco a interrompeu, impedindo ela de elogiar Elias.Maria fez um biquinho e foi carregada por Francisco até o andar de baixo.Ao descer, percebeu que a sala estava cheia de gente e que provavelmente todos ouviram o que ele disse lá em cima. Francisco ficou um pouco embaraçado.Maria, no entanto, não se incomodou. Ela se desvencilhou dos braços de Francisco e correu até onde estava Felipinho.— Felipinho.Felipinho cruzou os braços e levantou uma sobrancelha, olhando para Maria.— Você quer se casar com aquele tio Elias?Maria ficou com o rosto vermelho.— Não posso? Ele é tão bonito.— Eu
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então
Melissa assentiu.— Mas um chef assim não deveria ter grandes ambições? Ele realmente não quer fama e fortuna e está disposto a ser o chef particular de vocês?— No começo, ele também não queria, mas eu apoio o desenvolvimento de novos pratos dele e prometi que o ajudaria a abrir um restaurante, a expandir sua reputação. Só assim ele aceitou trabalhar como nosso chef particular, para ter mais tempo para criar novos pratos.Ao ouvir isso, Luiza finalmente entendeu que o chef da Mansão Jardim tinha uma história importante por trás. Ela nunca havia perguntado antes; só achava que a comida dele era deliciosa. Mas, pelo visto, Miguel tinha feito várias promessas a ele.— Você foi muito atencioso. — Melissa sorriu.Miguel disse:— Se a senhora gostar da comida, posso pedir para o chef vir todos os dias e preparar as três refeições para vocês. Qualquer outra necessidade que tiver, é só me dizer; se estiver ao meu alcance, farei de tudo para atender.Ele estava tentando agradar Melissa.Meliss
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som