Luiza disse: - Se ele não gosta de mim, não importa o quanto eu me esforce, não adiantará. Mas chegamos até aqui, mesmo após o divórcio. Meu pai o manipulou antes, mas ele ainda me quis, porque lá no fundo, ele sempre gostou de mim.O rosto de Alice escureceu enquanto ouvia isso, e ela não pôde deixar de dizer friamente: - Vocês dois não podem ficar juntos.Luiza lançou a ela um olhar de lado, como se tivesse pensado em algo, mas não disse nada.Alice se aproximou dela e disse suavemente: - Eu sei o seu segredo. Se você tem dignidade, deveria deixar ele o mais rápido possível. Caso contrário...- Você sabe de qual segredo? Luiza manteve a expressão calma, tentando extrair informações dela.Alice, porém, se recusou a falar mais. Ela não era tão tola, se falasse, deixaria evidências, não era mesmo?O que ela tinha dito antes foi apenas por impulso, agora ela cobria a boca, relutante em falar: - Você quer saber, não é? Mas eu não vou te contar.- Se tem algo a dizer, diga.Luiza se a
- Sim! - Respondeu Eduardo, levando Alice, cujo rosto estava sombrio. - Não dá para acreditar, você está toda durona agora. - Miguel só abriu a boca para falar depois que todos saíram, sorrindo.Luiza resmungou: - Quem é bonzinho acaba sendo pisado. Agora eu não vou mais engolir sapos. Quem me provocar, vai ter que lidar comigo.- Mas seria melhor não fazer isso pessoalmente. - Miguel a puxou para perto, segurando sua mão.Luiza respondeu com amargura: - O quê? Você está preocupado porque bati na Alice?- Não, estou preocupado com sua mão doendo.Miguel massageou a mão dela e continuou: - Também estou preocupado que você deixe evidências ao bater em alguém. Numa questão judicial, é melhor ter cuidado.Luiza entendeu o recado.Ele queria dizer para ela evitar ao máximo usar violência, para não acabar sendo filmada e gerar problemas novamente.Ela teve uma experiência assim no passado, e Miguel não queria que acontecesse novamente.Ele apertou sua mão e disse: - Vamos, vamos para a
Este ano foi agitado para Luiza, quase a fazendo esquecer desse assunto, mas Miguel e Geraldo organizaram essa surpresa para ela.Ela deu a Marina uma pulseira que comprou para si mesma.Marina deu uma olhada e gostou muito, abraçando Luiza com força. - Lulu, você não faz ideia de como é entediante ficar de licença aqui.- Você já está no 30º dia, né?- Hoje é o 31º dia. Geraldo ainda não me deixou sair, disse que tenho que descansar dois meses completos, 60 dias, antes de sair. - Marina estava impaciente, se sentindo como se estivesse na prisão.Geraldo falou suavemente: - Você está frágil, precisa descansar.- Comer, dormir, acordar, comer e dormir, todos os dias assim, sem poder sair, estou quase enlouquecendo. - Ela reclamou com voz suave.- E nós também estamos aqui. - A voz alegre de Yago veio da porta.Todos se viraram para ver Yago, vestido com um sobretudo cor de camelo, alto e bonito, com Luana ao seu lado, radiante como sempre.- Luana, você também veio? - Luiza perguntou
Para provar o que disse, ela pegou um pedaço no prato e colocou na boca, mastigando.Geraldo semicerrou os olhos. - É sério isso? Você não disse que não estava muito bom agora pouco?- Eu só disse que não estava tão bom quanto comprado, mas na verdade é aceitável. De qualquer forma, eu achei bem gostoso.Marina não queria magoar Geraldo, que tão ocupado, fez um bolo para ela.Luana cobriu os olhos e disse para Luiza: - Eles são tão doces um com o outro, não é de invejar?Luiza segurou o riso. - Deixe eu te contar, toda vez que venho aqui, passo por esse choque. Esses dois não veem ninguém além deles, é muito ruim.Luana sorriu levemente. - Estou vendo isso pela primeira vez hoje, realmente é bem meloso.- É assim todos os dias.Era a pura verdade, Marina e Geraldo eram assim, não se sabia por que eram tão doces um com o outro.Isso devia ser o que chamavam de um relacionamento tranquilo e harmonioso, sem obstáculos ou mal-entendidos, onde todos os dias eram repletos de doçura.Nem
É difícil conseguir aquela árvore de presentes? - Miguel perguntou de repente a Geraldo.Yago ficou surpreso e tirou o cigarro dos lábios. - Sério, Miguel? Você também quer se envolver com essas coisas infantis?- É uma ótima ideia. - Geraldo respondeu com um sorriso no olhar. - Quando for o aniversário da sua esposa, você pode preparar vários presentes e os pendurar, como uma caixa surpresa. Sempre haverá algo que ela vai gostar.Miguel concordou, assentindo com a cabeça.O aniversário de Luiza era no mês seguinte, e Miguel achava que deveria começar a se preparar também.Ele se virou para perguntar os detalhes a Geraldo, e os dois começaram a conversar, deixando Yago de lado, mordendo a ponta do cigarro e cheio de dúvidas.Enquanto isso...As mulheres estavam comendo frutas.Luana disse: - Há um ditado que diz que o estômago da mulher é dividido em várias partes: uma para doces, outra para refeições e outra para frutas. E isso é realmente verdade.- Concordo! - Marina respondeu, co
Miguel não disse nada, apenas falou: - Vamos entrar e dar uma olhada.- Tudo bem.Luiza desceu do carro e ajudou Eduardo a tirar a cadeira de rodas. Miguel se sentou na cadeira e disse a Eduardo: - Eduardo, você pode ir agora. Venha nos buscar amanhã à tarde.- Vamos passar a noite aqui? - Luiza perguntou.- Você quer voltar depois de vir até aqui?- Não é isso, só que viemos de repente e eu não trouxe nada...Nem mesmo roupas.- Os empregados arrumaram o lugar esta manhã. Tem roupas, comida e tudo mais. Não se preocupe, é raro termos uma folga no Ano Novo, então vamos aproveitar e tirar umas férias. - Miguel disse, segurando a mão dela. - Você não gosta de tomar banho de termas? Aqui tem uma, e ainda podemos ver a vista noturna da cidade.Miguel a levou até o jardim.Ele comprou este lugar justamente por causa da piscina de águas termais. Podiam aproveitar a terma e, ao mesmo tempo, admirar a vista noturna das montanhas. A localização elevada permitia uma vista panorâmica da cidade.
Luiza trocou de roupa e colocou um roupão, com os pés delicados calçados em chinelos de algodão, caminhando até a porta.Miguel estava esperando do lado de fora, já vestindo um roupão. Assim que a viu aparecer, estendeu a mão para ela.- Venha.Luiza se aproximou e segurou a mão dele, olhando para sua perna.- Sua perna está machucada, você pode entrar na água?Miguel balançou a cabeça.- Não é aconselhável. Eu fico ao seu lado.Luiza ficou surpresa.- Então esta viagem às termas é só para eu me divertir?- Da última vez, você não pôde ir por causa da sua menstruação. Desta vez, não quero que minha perna estrague a diversão.Ao ouvir isso, o coração de Luiza se encheu de uma leve ternura.Ele... Às vezes, as coisas que ele dizia realmente a faziam se sentir emocionada...No quintal, uma luz suave iluminava o ambiente, e os empregados já haviam preparado chocolates e champanhe, colocados sobre a mesa ao lado.Miguel manobrou a cadeira de rodas para se aproximar, e Luiza percebeu, queren
Miguel subitamente entrou na água e abraçou Luiza por trás.- Sua perna... - Luiza disse urgentemente.- Está tudo bem, o médico examinou de manhã, a ferida já cicatrizou, posso entrar na água, só não posso forçar demais. - Sua voz rouca ecoava em seu ouvido.Luiza de repente percebeu e, com o rosto vermelho, perguntou: - Você fez o exame no hospital de manhã só para isso? Para ver se podia entrar na água?- Sim. - Ele a abraçou, seu corpo colado ao dela, ele sedutoramente disse. - O médico disse que posso entrar na água, mas não é recomendável.- Então por que você entrou na água?- Porque você é tão irresistível. Miguel beijou seu pescoço por trás. Ele originalmente não tinha intenção de entrar na água, mas a vendo sentada ali, tão delicada como uma fada, e ele sendo tão jovem e cheio de energia, naturalmente não resistiu.Neste momento, ele a abraçou e mordeu, deixando a respiração de Luiza irregular. Segurando o último vestígio de razão, ela disse: - Você deveria sair, não faça
— Bisavó, a Maria e as outras também vão! Parece que vai ser necessário preparar mais comida! — Felipinho também estava muito animado e se virou para Melissa, dizendo isso.Assim, os três se tornaram parte de um grupo maior.Miguel estava à parte, com o rosto fechado.Ele queria sair com a esposa e o filho para passar mais tempo com Luiza.Mas não esperava que Felipinho tivesse convidado a família de Francisco também. Agora, o grupo estava bem maior, e ele imaginava que seria difícil até mesmo conversar.No entanto, o que ninguém esperava era que Priscila também tivesse chamado Elias.Miguel, Luiza e Felipinho estavam em um carro.Já Francisco estava em uma situação mais difícil. Provavelmente, por ter causado algum problema com Priscila na noite anterior, ela não quis andar com ele. Ela pegou Maria no colo e entrou no carro de Elias.Francisco ficou sozinho e, com o rosto fechado, deu ordens ao motorista para seguir.Meia hora depois, o grupo chegou ao parque de diversões.Assim que s
— O tio Elias é muito legal, bonito e engraçado. Eu pensei que, se o papai e a mamãe ficassem juntos, então eu poderia me casar com o tio Elias. Não seria perfeito?Francisco ficou com uma expressão sombria e respondeu, aborrecido:— Você se casar com ele? Isso eu não aceito.— Mas o tio Elias é tão legal...— Quieta! De qualquer forma, é impossível você se casar com ele. Nem você, nem sua mãe. — Francisco a interrompeu, impedindo ela de elogiar Elias.Maria fez um biquinho e foi carregada por Francisco até o andar de baixo.Ao descer, percebeu que a sala estava cheia de gente e que provavelmente todos ouviram o que ele disse lá em cima. Francisco ficou um pouco embaraçado.Maria, no entanto, não se incomodou. Ela se desvencilhou dos braços de Francisco e correu até onde estava Felipinho.— Felipinho.Felipinho cruzou os braços e levantou uma sobrancelha, olhando para Maria.— Você quer se casar com aquele tio Elias?Maria ficou com o rosto vermelho.— Não posso? Ele é tão bonito.— Eu
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então
Melissa assentiu.— Mas um chef assim não deveria ter grandes ambições? Ele realmente não quer fama e fortuna e está disposto a ser o chef particular de vocês?— No começo, ele também não queria, mas eu apoio o desenvolvimento de novos pratos dele e prometi que o ajudaria a abrir um restaurante, a expandir sua reputação. Só assim ele aceitou trabalhar como nosso chef particular, para ter mais tempo para criar novos pratos.Ao ouvir isso, Luiza finalmente entendeu que o chef da Mansão Jardim tinha uma história importante por trás. Ela nunca havia perguntado antes; só achava que a comida dele era deliciosa. Mas, pelo visto, Miguel tinha feito várias promessas a ele.— Você foi muito atencioso. — Melissa sorriu.Miguel disse:— Se a senhora gostar da comida, posso pedir para o chef vir todos os dias e preparar as três refeições para vocês. Qualquer outra necessidade que tiver, é só me dizer; se estiver ao meu alcance, farei de tudo para atender.Ele estava tentando agradar Melissa.Meliss
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.