Miguel ficou em silêncio por um momento, visivelmente perturbado, seus olhos refletindo uma emoção sombria.Luiza não deu atenção a ele e saiu para tomar o café da manhã nutritivo preparado por Lívia.Algum tempo depois, Miguel saiu do quarto, vestindo um casaco acolchoado sobre a cadeira de rodas. - Hoje esfriou lá fora. Está frio, vista o casaco.Ela não esperava que ele, mesmo irritado, se preocupasse tanto com ela.Luiza ficou um pouco surpresa e envergonhada enquanto mastigava os cereais. - Ok, eu coloco mais tarde.Os dois saíram juntos, primeiro em direção ao hospital.Luiza estava um pouco surpresa. - Como chegamos ao Hospital Aliança?- Eu te trouxe aqui para ver seu pai. - Miguel sorriu.Luiza se sentiu comovida. Era raro ele se lembrar de visitar seu pai.Ela sorriu e entrou no hospital com ele.Bryan ainda estava na UTI, e um médico veio até eles com o prontuário médico. - O Sr. Bryan tem mostrado movimentos nos dedos recentemente. Talvez acorde em breve.Luiza olhou pa
Luiza disse: - Se ele não gosta de mim, não importa o quanto eu me esforce, não adiantará. Mas chegamos até aqui, mesmo após o divórcio. Meu pai o manipulou antes, mas ele ainda me quis, porque lá no fundo, ele sempre gostou de mim.O rosto de Alice escureceu enquanto ouvia isso, e ela não pôde deixar de dizer friamente: - Vocês dois não podem ficar juntos.Luiza lançou a ela um olhar de lado, como se tivesse pensado em algo, mas não disse nada.Alice se aproximou dela e disse suavemente: - Eu sei o seu segredo. Se você tem dignidade, deveria deixar ele o mais rápido possível. Caso contrário...- Você sabe de qual segredo? Luiza manteve a expressão calma, tentando extrair informações dela.Alice, porém, se recusou a falar mais. Ela não era tão tola, se falasse, deixaria evidências, não era mesmo?O que ela tinha dito antes foi apenas por impulso, agora ela cobria a boca, relutante em falar: - Você quer saber, não é? Mas eu não vou te contar.- Se tem algo a dizer, diga.Luiza se a
- Sim! - Respondeu Eduardo, levando Alice, cujo rosto estava sombrio. - Não dá para acreditar, você está toda durona agora. - Miguel só abriu a boca para falar depois que todos saíram, sorrindo.Luiza resmungou: - Quem é bonzinho acaba sendo pisado. Agora eu não vou mais engolir sapos. Quem me provocar, vai ter que lidar comigo.- Mas seria melhor não fazer isso pessoalmente. - Miguel a puxou para perto, segurando sua mão.Luiza respondeu com amargura: - O quê? Você está preocupado porque bati na Alice?- Não, estou preocupado com sua mão doendo.Miguel massageou a mão dela e continuou: - Também estou preocupado que você deixe evidências ao bater em alguém. Numa questão judicial, é melhor ter cuidado.Luiza entendeu o recado.Ele queria dizer para ela evitar ao máximo usar violência, para não acabar sendo filmada e gerar problemas novamente.Ela teve uma experiência assim no passado, e Miguel não queria que acontecesse novamente.Ele apertou sua mão e disse: - Vamos, vamos para a
Este ano foi agitado para Luiza, quase a fazendo esquecer desse assunto, mas Miguel e Geraldo organizaram essa surpresa para ela.Ela deu a Marina uma pulseira que comprou para si mesma.Marina deu uma olhada e gostou muito, abraçando Luiza com força. - Lulu, você não faz ideia de como é entediante ficar de licença aqui.- Você já está no 30º dia, né?- Hoje é o 31º dia. Geraldo ainda não me deixou sair, disse que tenho que descansar dois meses completos, 60 dias, antes de sair. - Marina estava impaciente, se sentindo como se estivesse na prisão.Geraldo falou suavemente: - Você está frágil, precisa descansar.- Comer, dormir, acordar, comer e dormir, todos os dias assim, sem poder sair, estou quase enlouquecendo. - Ela reclamou com voz suave.- E nós também estamos aqui. - A voz alegre de Yago veio da porta.Todos se viraram para ver Yago, vestido com um sobretudo cor de camelo, alto e bonito, com Luana ao seu lado, radiante como sempre.- Luana, você também veio? - Luiza perguntou
Para provar o que disse, ela pegou um pedaço no prato e colocou na boca, mastigando.Geraldo semicerrou os olhos. - É sério isso? Você não disse que não estava muito bom agora pouco?- Eu só disse que não estava tão bom quanto comprado, mas na verdade é aceitável. De qualquer forma, eu achei bem gostoso.Marina não queria magoar Geraldo, que tão ocupado, fez um bolo para ela.Luana cobriu os olhos e disse para Luiza: - Eles são tão doces um com o outro, não é de invejar?Luiza segurou o riso. - Deixe eu te contar, toda vez que venho aqui, passo por esse choque. Esses dois não veem ninguém além deles, é muito ruim.Luana sorriu levemente. - Estou vendo isso pela primeira vez hoje, realmente é bem meloso.- É assim todos os dias.Era a pura verdade, Marina e Geraldo eram assim, não se sabia por que eram tão doces um com o outro.Isso devia ser o que chamavam de um relacionamento tranquilo e harmonioso, sem obstáculos ou mal-entendidos, onde todos os dias eram repletos de doçura.Nem
É difícil conseguir aquela árvore de presentes? - Miguel perguntou de repente a Geraldo.Yago ficou surpreso e tirou o cigarro dos lábios. - Sério, Miguel? Você também quer se envolver com essas coisas infantis?- É uma ótima ideia. - Geraldo respondeu com um sorriso no olhar. - Quando for o aniversário da sua esposa, você pode preparar vários presentes e os pendurar, como uma caixa surpresa. Sempre haverá algo que ela vai gostar.Miguel concordou, assentindo com a cabeça.O aniversário de Luiza era no mês seguinte, e Miguel achava que deveria começar a se preparar também.Ele se virou para perguntar os detalhes a Geraldo, e os dois começaram a conversar, deixando Yago de lado, mordendo a ponta do cigarro e cheio de dúvidas.Enquanto isso...As mulheres estavam comendo frutas.Luana disse: - Há um ditado que diz que o estômago da mulher é dividido em várias partes: uma para doces, outra para refeições e outra para frutas. E isso é realmente verdade.- Concordo! - Marina respondeu, co
Miguel não disse nada, apenas falou: - Vamos entrar e dar uma olhada.- Tudo bem.Luiza desceu do carro e ajudou Eduardo a tirar a cadeira de rodas. Miguel se sentou na cadeira e disse a Eduardo: - Eduardo, você pode ir agora. Venha nos buscar amanhã à tarde.- Vamos passar a noite aqui? - Luiza perguntou.- Você quer voltar depois de vir até aqui?- Não é isso, só que viemos de repente e eu não trouxe nada...Nem mesmo roupas.- Os empregados arrumaram o lugar esta manhã. Tem roupas, comida e tudo mais. Não se preocupe, é raro termos uma folga no Ano Novo, então vamos aproveitar e tirar umas férias. - Miguel disse, segurando a mão dela. - Você não gosta de tomar banho de termas? Aqui tem uma, e ainda podemos ver a vista noturna da cidade.Miguel a levou até o jardim.Ele comprou este lugar justamente por causa da piscina de águas termais. Podiam aproveitar a terma e, ao mesmo tempo, admirar a vista noturna das montanhas. A localização elevada permitia uma vista panorâmica da cidade.
Luiza trocou de roupa e colocou um roupão, com os pés delicados calçados em chinelos de algodão, caminhando até a porta.Miguel estava esperando do lado de fora, já vestindo um roupão. Assim que a viu aparecer, estendeu a mão para ela.- Venha.Luiza se aproximou e segurou a mão dele, olhando para sua perna.- Sua perna está machucada, você pode entrar na água?Miguel balançou a cabeça.- Não é aconselhável. Eu fico ao seu lado.Luiza ficou surpresa.- Então esta viagem às termas é só para eu me divertir?- Da última vez, você não pôde ir por causa da sua menstruação. Desta vez, não quero que minha perna estrague a diversão.Ao ouvir isso, o coração de Luiza se encheu de uma leve ternura.Ele... Às vezes, as coisas que ele dizia realmente a faziam se sentir emocionada...No quintal, uma luz suave iluminava o ambiente, e os empregados já haviam preparado chocolates e champanhe, colocados sobre a mesa ao lado.Miguel manobrou a cadeira de rodas para se aproximar, e Luiza percebeu, queren
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que