Helena disse:- Como eu vou conseguir falar sobre isso? Minha irmã pode achar que estou criando intrigas. Além disso, você sabe o quanto ela é infeliz. Ela nunca terá filhos, nunca se casou, e é normal que ela seja um pouco fechada e estranha.Miguel sabia que não adiantava falar sobre a família Nunes com sua mãe. Helena sempre teve compaixão por sua família, então ele apenas disse:- Algumas pessoas simplesmente não conseguem mudar. Pense nisso. - Depois de falar, ele pegou o elevador e subiu para o segundo andar.Luiza estava deitada na cama, dormindo, provavelmente de cansaço, sem nem sequer se cobrir com o cobertor.Miguel controlou a cadeira de rodas até ela. Sua cabeça estava sobre o travesseiro, a pele tão branca quanto a neve.Ela acordou tão cedo hoje e trabalhou o dia todo. Com certeza estava exausta.Miguel a ajeitou no travesseiro, tirou seus sapatos e a cobriu com o cobertor, antes de olhar fixamente para seu lindo rostinho.Ela parecia incrivelmente suave e delicada enqua
Luiza achava que ele estava fazendo uma tempestade em copo de água, fez um beicinho e disse: - Isso não é normal? Medir a barra da calça não é só se abaixando? Como mais seria?- Da próxima vez, peça para a assistente medir. - Miguel olhou para ela e ordenou.Luiza ficou sem palavras. - Se eu chamar a assistente, ela também terá que se abaixar na frente de um homem, não é?- Não me importo com as mulheres dos outros, mas você, eu me importo. - Miguel acariciou o nariz dela. - Você é minha mulher, e eu não gosto que você fique muito próxima de outros homens, entendeu?- Nem fazer amigos normais ou negócios?- Pode, mas mantenha uma distância apropriada e me informe para onde está indo com eles.- Você é muito controlador.Luiza ficou um pouco irritada, mostrando uma expressão feroz, como um pequeno animal mostrando os dentes.Miguel riu e mordeu seus lábios vermelhos. - Eu só controlo você...O beijo durou muito tempo.Ele só a soltou quando Luiza estava quase sem fôlego, seu rosto c
Trinta minutos depois, eles chegaram à feira noturna.Havia muita gente, mas não ao ponto de não conseguirem andar.Havia brinquedos, comidas, carrosséis, rodas-gigantes, churrascos, churros e até palhaços e vendedores de balões...- Ah, ali... - Luiza apontou para uma barraca de churrasco não muito longe. - Essa barraca é boa, sempre compramos aqui quando viemos.Ela o conduziu na direção da barraca e estava prestes a pedir espetinhos quando Miguel franziu o cenho e disse: - Comida de rua...Luiza ficou sem palavras.Ela olhou para o dono da barraca, felizmente, o lugar estava movimentado e o dono estava ocupado demais para os notar.Luiza disse: - Churrasco é assim mesmo, não é muito limpo, só não comemos sempre.Dizendo isso, ela estava prestes a pegar um cardápio, perguntando:- Você não quer?Miguel olhou para o cardápio oleoso e franziu a testa com desgosto. - Este cardápio está todo engordurado.- É assim mesmo, é uma barraca de churrasco, certamente vai ter gordura.- Vocês
Luiza disse: - É delicioso, você simplesmente não sabe apreciar. Sempre que venho comer com a Mari, precisamos comer até ficarmos cheias. Você é simplesmente muito educado, nunca saiu muito.- Você também é uma menina rica, não é? - Miguel rebateu, mantendo o olhar fixo nela.Luiza disse: - Isso é diferente, eu sou uma menina rica que entende da vida. Quando eu estava na faculdade, foi a Mari que me levou para comer feijoada, e isso abriu meus olhos. Pode não parecer apetitoso, mas o sabor é incrível, e depois de comer, você vai querer mais.Depois de falar, Luiza pegou algumas fatias de linguiça para ele. - Quer experimentar? O sabor é ótimo, é realmente muito bom. Experimente.Miguel pareceu hesitante. - Não, obrigado.- Se não quiser, tudo bem. - Ela colocou a linguiça na boca, sentindo uma explosão de sabor que parecia levar sua alma embora. - Hmm, é tão bom, faz tanto tempo que não comia isso, de repente me deu uma grande saudade dos velhos tempos.Sem preocupações, que felici
Luiza estava um pouco perplexa. - Não vai derreter se não comer?- Não, está frio. Quero guardar por mais alguns dias.Seria um desperdício o comer tudo de uma vez.Era mais de onze horas quando chegaram ao Residencial Brisa Flor.Luiza estava exausta, tirou os sapatos, vestiu o pijama e foi ao banheiro para remover a maquiagem.Enquanto isso, Miguel estava na sala, colocando o sorvete no freezer e secretamente se divertindo por um momento.Um tempo depois, como Luiza ainda não tinha saído do quarto, Miguel foi até lá para a encontrar. Ele a viu parada em frente ao espelho do banheiro, segurando o celular sem saber o que fazer.- O que você está fazendo? - Perguntou Miguel.Luiza respondeu: - Estou comprando óleo de limpeza. O que temos em casa está quase acabando, e coincidentemente está em promoção durante o Ano Novo. Vi que o óleo de limpeza Shu Uemura Amber Imperial na loja oficial está com uma oferta, comprando 450ml você ganha 815ml, é como se estivesse comprando o dobro pelo p
Com a outra mão livre, Miguel segurou a mão de Luiza e a colocou sobre si, sua voz carregada de malícia masculina: - Amor, me ajuda...Luiza ficou toda vermelha, repreendendo: - Você não tem medo de nada? O médico disse que você precisa se abster.- Se aguentar muito tempo também pode dar problema. - Disse Miguel com a voz rouca. - Se tiver cuidado, não tem problema.Ele a guiava, mas Luiza relutava, tentando se soltar levemente: - Não...Miguel persistia, quanto mais ela resistia, mais ele achava divertido, seus olhos com uma malícia lasciva enquanto levava a mão dela aos lábios e a beijava.Luiza arfou, sentindo um arrepio. Ele já tinha desabotoado o seu pijama e a puxava para debaixo dos lençóis.Luiza não conseguia resistir, preocupada com ele se machucar, se virou voluntariamente e ficou nos braços dele.Miguel sentiu sua gentileza, sorriu levemente, a abraçando por trás...Uma hora depois.Miguel se levantou e quis a levar para o banho.- Não me carregue, suas pernas ainda não
Miguel ficou em silêncio por um momento, visivelmente perturbado, seus olhos refletindo uma emoção sombria.Luiza não deu atenção a ele e saiu para tomar o café da manhã nutritivo preparado por Lívia.Algum tempo depois, Miguel saiu do quarto, vestindo um casaco acolchoado sobre a cadeira de rodas. - Hoje esfriou lá fora. Está frio, vista o casaco.Ela não esperava que ele, mesmo irritado, se preocupasse tanto com ela.Luiza ficou um pouco surpresa e envergonhada enquanto mastigava os cereais. - Ok, eu coloco mais tarde.Os dois saíram juntos, primeiro em direção ao hospital.Luiza estava um pouco surpresa. - Como chegamos ao Hospital Aliança?- Eu te trouxe aqui para ver seu pai. - Miguel sorriu.Luiza se sentiu comovida. Era raro ele se lembrar de visitar seu pai.Ela sorriu e entrou no hospital com ele.Bryan ainda estava na UTI, e um médico veio até eles com o prontuário médico. - O Sr. Bryan tem mostrado movimentos nos dedos recentemente. Talvez acorde em breve.Luiza olhou pa
Luiza disse: - Se ele não gosta de mim, não importa o quanto eu me esforce, não adiantará. Mas chegamos até aqui, mesmo após o divórcio. Meu pai o manipulou antes, mas ele ainda me quis, porque lá no fundo, ele sempre gostou de mim.O rosto de Alice escureceu enquanto ouvia isso, e ela não pôde deixar de dizer friamente: - Vocês dois não podem ficar juntos.Luiza lançou a ela um olhar de lado, como se tivesse pensado em algo, mas não disse nada.Alice se aproximou dela e disse suavemente: - Eu sei o seu segredo. Se você tem dignidade, deveria deixar ele o mais rápido possível. Caso contrário...- Você sabe de qual segredo? Luiza manteve a expressão calma, tentando extrair informações dela.Alice, porém, se recusou a falar mais. Ela não era tão tola, se falasse, deixaria evidências, não era mesmo?O que ela tinha dito antes foi apenas por impulso, agora ela cobria a boca, relutante em falar: - Você quer saber, não é? Mas eu não vou te contar.- Se tem algo a dizer, diga.Luiza se a
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que