Absorto em pensamentos, Miguel a abraçou por trás, apoiando o queixo em seu ombro, e disse suavemente: - Vamos ter uma cerimônia de casamento?Suas pestanas tremeram.Miguel continuou: - O bom dia que você confirmou do ano passado não foi em março? Logo depois do Carnaval, nós poderíamos ter o casamento.Luiza encolheu um pouco as pupilas.Miguel já havia chamado os funcionários e tirado os dois conjuntos de roupas de casamento, pedindo-lhe para os experimentar. Luiza permaneceu imóvel.- Lulu? - A intensa atenção de Miguel caiu sobre ela.Luiza levantou os olhos e olhou para o vestido de noiva mais uma vez. A luz era suave, e o vestido parecia lindo. Ela não queria usar este vestido de noiva com o estado de espírito atual. Este era seu trabalho árduo.Ela preferia o guardar para sempre, em vez de usar dessa maneira. Por isso, ela ficou parada por um longo tempo e disse apenas: - Não quero usar.- Por quê? Ele fixou o olhar nela, um pouco sombrio.Luiza apertou as mãos, finalmen
Miguel lançou um olhar feroz para ela e estava prestes a sair.- Miguel! - Luiza gritou, com um tom suplicante em sua voz. - Por favor, me deixe em paz, eu realmente não quero mais ficar com você.As pupilas de Miguel se contraíram intensamente e ele virou a cabeça para a olhar sombriamente. - Não estou de acordo. Enquanto eu não concordar, você não está autorizada a ir a lugar algum!Dizendo isso, ele bateu a porta com força e saiu.Luiza ficou parada no mesmo lugar, com os cabelos caídos em seu rosto, sem se mexer.De volta ao Jardins da Serra, já era tarde da tarde.Bryan estava jantando em casa e, ao ver ela entrar, percebeu que algo não estava certo e perguntou: - Você saiu com o Miguel hoje?- Sim. - Luiza assentiu com a cabeça, com um sorriso um pouco amargo.- Ele te intimidou?- Não. - A voz de Luiza estava muito suave e calma. - Só falei com ele sobre querer o divórcio de novo, e ele não concordou.Bryan olhou para o rosto dela e afagou sua cabeça.- Nos próximos dias, o pa
Algum tempo depois, Luiza recebeu uma ligação de Eduardo enquanto arrumava suas malas. Ao ouvir as palavras dele, ela respondeu com firmeza: - Eu não vou voltar.Eduardo a lembrou: - Sra. Luiza, o senhor já sabe sobre você e o Sr. Bryan querendo emigrar. Ele está um pouco bravo agora. É melhor você voltar.Luiza encolheu as pupilas e apertou o celular com força. - Como ele soube disso?- Foi o Ivan! Ele veio à empresa hoje e pediu cinco milhões ao Sr. Miguel, contou tudo a ele. - Disse Eduardo em voz baixa.Era o Ivan!Ela não esperava que fosse um parente deles a apunhalar pelas costas. O coração de Luiza ficou confuso e ela perguntou ao Eduardo:- Ele está muito bravo agora?- Sim. - Respondeu Eduardo honestamente.Luiza fechou os olhos e sentiu uma amargura indescritível. Por fim, fechou a mala e pegou um táxi para ir até a Quinta do Lago encontrar Miguel. Tinha medo de deixar ele ainda mais irritado se não fosse. Se fosse, talvez pudesse apelar para ele.Ao chegar na Quinta
- Não! - Luiza chorou, negando veementemente. - Eu não estou tentando ficar com ninguém, estou apenas infeliz ao seu lado, então quero sair, não tem nada a ver com outra pessoa.- Eu já disse, não permiti que você saísse daqui. - Miguel olhou para as lágrimas dela e, lentamente, soltou o queixo dela, dizendo palavra por palavra. - Não quero ver você chorar. Agora vá lá em cima, lave o rosto, a partir de hoje, você vai morar aqui, não vai a lugar nenhum.- Eu não quero!- Não estou pedindo sua opinião novamente. - Miguel tinha um olhar sombrio.Luiza ficou na frente dele, com lágrimas nos olhos, parecendo desolada.- Eu disse, não quero ficar com você, quero ir para a América, você não pode me segurar.Dizendo isso, ela estava prestes a sair da Quinta do Lago.O rosto de Miguel mudou de cor, ele agarrou a mão dela e a puxou de volta.- Eu disse a você, não pode sair, você entendeu?- Eu não entendo! - Ela foi teimosa.Vendo o ódio claro em seus olhos, a racionalidade de Miguel se esgoto
Ele a virou e disse: - Seu pai não pode vender as ações que possui, então você não pode sair da Valenciana do Rio. Então, pare de fazer birra, seja boazinha e evite um pouco de sofrimento. Depois de falar, ele a abraçou firmemente, querendo a levar para tomar banho, ele disse:- Eu vou te levar para tomar banho.- Eu não vou. - Ela apertou sua mão com força. - Miguel, me solte, eu não quero que você me dê banho.Ela não queria o ver agora.Miguel ficou em silêncio por um momento, olhando para ela, e saiu sem dizer nada.Quando ele saiu, Luiza se levantou, sentindo o estômago. Embora a noite passada tivesse sido intensa, seu estômago não doía, então estava tudo bem, certo? Mais tarde, ela pensou, confusa, o que deu no Miguel? Ele costumava a desprezar, não era? Como ele se tornou assim? Nem mesmo a deixava sair?Depois de tomar banho, ela desceu as escadas. Miguel ainda não tinha saído, estava sentado à mesa tomando café, parecendo refinado. Ele estava de bom humor.Luiza o encaro
Miguel ficou com o rosto sombrio. - Você está dizendo essas coisas só para me provocar?- Se você acha isso. - Luiza olhou nos olhos dele, com uma expressão indiferente.Miguel ficou em silêncio por um momento, olhando para ela, e então retirou a mão, amarrando sua própria gravata. - Está bem, se não quer amarrar, não amarre. Eu mesmo faço. Terminou de comer? Vamos embora.- Eu ainda não quero ir. - Luiza ficou sentada, imóvel. - A paisagem da Quinta do Lago é agradável, pretendo descansar mais uma hora.Miguel estreitou os olhos, sua voz ficando um pouco mais fria:- Luiza, não desafie minha paciência com essa atitude.Luiza riu:- Só quero descansar um pouco mais. Como isso desafia sua paciência?O rosto de Miguel ficou cada vez mais frio.Depois de um tempo, ele se levantou e saiu com passos pesados. Eduardo o seguiu.Lívia ficou parada ao lado, sem se atrever a dizer nada.Luiza ficou sentada à mesa, quieta, até ouvir o barulho do motor do carro se afastando no quintal, então el
- Sim.- Onde ele está? Luiza agora desejava poder o matar mil vezes.Fernando respondeu: - Ele fugiu. Já abrimos um processo, agora estamos esperando notícias da polícia.Luiza esperava no corredor enquanto a cirurgia estava em andamento, a luz vermelha continuava acesa e ela se sentia muito ansiosa.O que ela mais odiava agora era Ivan. Se ela não tivesse ouvido a avó e o tivesse deixado voltar para o grupo, isso nunca teria acontecido hoje...No Grupo Sunland.Miguel acabava de sair de uma reunião quando viu Eduardo entrar às pressas. - Sr. Miguel, algo aconteceu no Grupo Medeiros.- O que aconteceu? Miguel assinou seu nome nos documentos.- O Sr. Bryan teve um choque.Miguel parou de escrever subitamente, levantando a cabeça abruptamente.Eduardo continuou: - Ninguém do grupo quis comprar as ações do Sr. Bryan esta manhã. Depois, alguém vazou informações dizendo que foi o Ivan quem espalhou o boato. O Sr. Bryan foi o procurar para acertar as contas, os dois brigaram e o Ivan
Luiza olhou para ele, sem expressão alguma.Ele disse: - Os especialistas já estão aqui, logo tudo ficará bem. Não se preocupe tanto.Luiza não disse nada.- Você está com fome agora? Quer comer alguma coisa? - Miguel perguntou cuidadosamente.Luiza permaneceu imóvel e respondeu hesitante: - Não quero comer.Miguel não a forçou nem saiu, apenas se sentou no corredor, quieto, ao seu lado.Luiza não estava com humor para se importar com onde ele estava agora.Seu coração estava totalmente preocupado com a condição de seu pai; ela só queria que ele saísse da sala de cirurgia em segurança. O restante não importava para ela.Não se sabia quanto tempo se passou até que as luzes da sala de operações finalmente se apagassem, e os médicos saíssem.Ao ver os médicos, os cílios de Luiza tremeram, e ela se aproximou perguntando: - Doutor, como está meu pai agora?- Ele passou por uma ponte de safena, mas a situação dele ainda não está estável. Ele precisará ficar na UTI por alguns dias.Ao ouvi
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que