Luiza olhou para ele, sem expressão alguma.Ele disse: - Os especialistas já estão aqui, logo tudo ficará bem. Não se preocupe tanto.Luiza não disse nada.- Você está com fome agora? Quer comer alguma coisa? - Miguel perguntou cuidadosamente.Luiza permaneceu imóvel e respondeu hesitante: - Não quero comer.Miguel não a forçou nem saiu, apenas se sentou no corredor, quieto, ao seu lado.Luiza não estava com humor para se importar com onde ele estava agora.Seu coração estava totalmente preocupado com a condição de seu pai; ela só queria que ele saísse da sala de cirurgia em segurança. O restante não importava para ela.Não se sabia quanto tempo se passou até que as luzes da sala de operações finalmente se apagassem, e os médicos saíssem.Ao ver os médicos, os cílios de Luiza tremeram, e ela se aproximou perguntando: - Doutor, como está meu pai agora?- Ele passou por uma ponte de safena, mas a situação dele ainda não está estável. Ele precisará ficar na UTI por alguns dias.Ao ouvi
Se passaram mais dois dias e Bryan acordou. No entanto, uma grande quantidade de anestesia afetou seus nervos cerebrais, o deixando um tanto confuso e sem lembrança das pessoas. O médico explicou que algumas pessoas ficavam assim após a cirurgia, e talvez ele se recuperasse em breve. Luiza só podia manter a esperança. Ela ia ao hospital todos os dias para acompanhar o pai.Não demorou muito para o Carnaval chegar. Luiza ouviu dizer que Nanda tinha saído do país, mas isso não importava para ela, não tinha nada a ver com ela. Então, dez dias se passaram e chegou o dia do divórcio.Naquela manhã, Luiza acordou, pegou um vestido claro do guarda-roupa e de repente percebeu que não conseguia mais o vestir. Sua barriga havia crescido um pouco, o bebê já estava com três meses e o vestido não servia mais. Por fim, optou por um casaco largo e encontrou Miguel no cartório. Depois de uma ausência de cerca de dez dias, ele emagreceu consideravelmente, mas ainda mantinha sua elegância, vestin
Um dos acionistas simplesmente não acreditava que ela pudesse salvar o grupo. Ele resmungou: - Por que fazer todo esse esforço? Por que você não vai implorar ao Sr. Miguel para investir algum dinheiro na empresa? Isso não resolveria a crise?Luiza o olhou friamente e respondeu: - Eu já me divorciei dele, por favor, não mencione esse homem na minha frente.- Que hipocrisia! - O acionista xingou.Luiza não retrucou. Esperou até que os acionistas saíssem resmungando antes de perguntar a Fernando: - Sr. Fernando, o que devemos fazer agora?Ela não entendia nada sobre a empresa e só podia pedir ajuda a Fernando.Fernando pensou por um momento e disse:- Na verdade, temos um projeto muito bom no grupo. Se conseguirmos atrair investimentos, talvez possamos ressuscitar...À noite.Luiza foi encontrar o Sr. Ademir, do banco. Como havia uma quantia do grupo prestes a vencer, era crucial lidar com o pessoal do banco agora, ou correriam o risco de atraso no pagamento. Para parecer mais séria,
Luiza não disse nada, permaneceu parada no lugar, olhando para o copo de bebida em suas mãos. Ela não podia beber, mas fingir tomar um gole era aceitável. Então, ela fingiu tomar um gole e olhou para o Sr. Ademir. O olhar ardente do Sr. Ademir a fez recuar. Ele a puxou para perto, pronto para derramar a bebida em sua boca. - Um gole não mostra sinceridade suficiente, não é mesmo? Tome o copo inteiro. - Ele disse enquanto envolvia a cintura dela com o braço e tinha a intenção de colocar a mão dentro de suas roupas.Luiza ficou tensa e jogou toda a bebida nele. - O que há de errado com você? Nem consegue segurar um copo de bebida? - Sr. Ademir reclamou. - Rápido, limpe isso para o Sr. Ademir.Outras pessoas entregaram uma toalha para ela e a empurraram na direção do Sr. Ademir, a instruindo a limpar a bebida de suas calças. Sr. Ademir olhou para ela de cima e a fez desabotoar o cinto, claramente sem intenção de se conter. As pessoas ao redor riram. Finalmente, Luiza percebeu que
Eduardo ficou para trás enquanto Luiza observava o olhar de medo nos olhos daquelas pessoas. Provavelmente, estavam em maus lençóis. Fechou os olhos enquanto ele a carregava para fora da sala e a colocava em uma cadeira ao lado da rua. Um segurança trouxe pomada para Miguel, que a abriu, pegou um cotonete e aplicou um pouco do creme em seu rosto. Luiza soltou um gemido de dor.- Você pegou uma faca? - Miguel levantou os olhos para ela. Luiza murmurou um "sim". - Queria matar aquele homem? - Miguel perguntou novamente. Luiza levantou os olhos e viu dois pequenos reflexos de si mesma nos olhos dele, então assentiu com a cabeça. - Sim, naquele momento, eu quis matar ele.- Você não percebeu que ele não tinha boas intenções desde o começo? Por que ficou lá para brindar com ele? - Miguel perguntou. Luiza não disse nada. Talvez fosse realmente estúpida, sempre incapaz de perceber as más intenções dos outros. Após aplicar a pomada, Miguel a fechou e olhou para ela de lado. - Quer
- Chegará o momento da falência. - Fernando suspirou, seu semblante carregado de pesar.Luiza apertou os lábios. - Vamos tentar mais uma vez. Fernando não disse nada. Na verdade, ele esperava que Luiza fosse pedir ao Miguel. Com o investimento dele, o Grupo Medeiros poderia ser revitalizado imediatamente, e todos os acionistas cessariam suas disputas. Mas ela não queria voltar, e ele não podia a forçar. Tinha que lidar com as coisas conforme elas aconteciam.À tarde, Luiza foi encontrar o CEO de outra empresa. Novamente, foi recusada pela secretária. Parecia que todos lá fora pensavam que o Grupo Medeiros estava acabado, e ninguém queria ajudar. Luiza se sentiu desanimada. Se levantou do sofá e se preparou para sair.Ao chegar à porta, viu um grupo de pessoas saindo do elevador. Era Bruna com suas amigas. Ao ver ela, Luiza abaixou instintivamente a cabeça, com medo de chamar a atenção dela. Mas mesmo com a cabeça baixa, sua beleza era notável, fácil de atrair olhares. Bruna a vi
Luiza olhou para a piscina, sem vontade de lidar com a situação, e começou a se afastar.- Luiza! - Bruna segurou sua mão. - Você não pode ir.Luiza endureceu a expressão.- Bruna, já te disse, não temos nenhum ressentimento do passado, mas se você continuar me incomodando, me machucando, eu vou chamar a polícia.- Eu disse, chame então. Se você acha que pode me machucar, tente. Quero ver qual advogado terá coragem de pegar seu caso. - Ela abaixou a voz, com um tom arrogante. - Sem meu primo, você não é nada!No segundo seguinte, elas tentaram empurrar Luiza em direção à piscina.Luiza estava um pouco assustada; ela estava grávida de três meses e, se caísse na piscina, as consequências seriam inimagináveis.Mas aquelas garotas pareciam loucas, insistindo em arrastá-la para a piscina.O medo brilhou nos olhos de Luiza, que encarou Bruna e disse:- Bruna, se você ousar me empurrar para a piscina, eu nunca vou te perdoar!- Tudo bem. - Bruna sorriu. - Estou curiosa para ver como você não
Luiza fechou os olhos, sentindo a pressão quase esmagadora, mas sabia que não podia ceder; se o fizesse, tudo realmente terminaria.Com isso em mente, abriu os olhos e argumentou firmemente com os policiais.Ela lhes explicou que, na noite anterior, foi o Sr. Ademir quem começou a agredi-la, e que ela quase foi violada.Os policiais responderam que entendiam, que já haviam investigado o incidente, mas agora, com o Sr. Ademir gravemente ferido, Luiza teria que enfrentar o processo legal e, em seguida, um advogado viria para pagar sua fiança, permitindo que ela fosse liberada.Advogado para pagar a fiança?Onde ela encontraria um advogado agora?Ela não tinha mais família.Luiza consultou a agenda em seu celular. Theo tinha um advogado, mas este foi levado para o exterior por Miguel e provavelmente não estava ciente de sua situação atual no país.Marina, o pai dela, estava à beira da morte, e ela passava muito tempo no hospital com ele, provavelmente não podendo ajudá-la.Restava apenas
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que