Esse gesto fez Miguel perceber o quanto ela resistia fisicamente a ele. - Agora você está resistindo? Você me odeia? - O olhar de Miguel se tornou sombrio e intimidante.O roupão de Luiza já havia sido arrancado, pendurado como uma sombra nas mangas brancas e delicadas. Ela temia que, se ele ficasse zangado, pudesse a forçar ali mesmo. Ela respirou fundo e respondeu indiferente: - É claro, você mostrou preocupação com a Nanda várias vezes antes, me ignorando. Claro que te odeio. Nosso relacionamento já estava rachado há muito tempo.- Eu já te disse que não há nada entre mim e ela.- Mesmo que não haja nada, eu me importo. O relacionamento já está rachado, e não é só porque você disse que vai consertar, que vai ser consertado imediatamente. - Luiza levantou os olhos para ele, ousadamente. - Você me machucou, é claro que você tem que me dar tempo para me recuperar. Se você quer que eu vá com você, e mesmo assim ignora meus sentimentos, sinto muito, mas nunca vou te perdoar!A respiraç
Miguel olhou para ela por alguns minutos e não pôde deixar de rir. - Como uma designer, você não se importa com sua imagem?- Não estou com vontade de me trocar. - Sua voz transparecia insatisfação.Miguel se aproximou, envolvendo seu corpo delicado e sorriu encantadoramente. - Não fique chateada, vou te levar a um lugar.Luiza respondeu sem muito entusiasmo: - Não quero ir.- Vamos lá. - Ele a convenceu com doçura e astúcia.No carro, ele entregou uma caixa de café da manhã para ela, onde se encontrava uma refeição matinal desarrumada, claramente preparada por alguém.Luiza ficou um pouco surpresa e olhou para ele. - Não foi você quem fez este café da manhã, foi?- Fui eu quem fiz. - Miguel sorriu afetuosamente. - Experimente.- Por que você fez o café da manhã?- Você não ficou chateada comigo ontem à noite? Quero te fazer feliz, então aprendi com você e fiz um café da manhã romântico. - Miguel sorriu com ternura nos olhos.O humor de Luiza ficou um pouco complicado. Antes era e
Absorto em pensamentos, Miguel a abraçou por trás, apoiando o queixo em seu ombro, e disse suavemente: - Vamos ter uma cerimônia de casamento?Suas pestanas tremeram.Miguel continuou: - O bom dia que você confirmou do ano passado não foi em março? Logo depois do Carnaval, nós poderíamos ter o casamento.Luiza encolheu um pouco as pupilas.Miguel já havia chamado os funcionários e tirado os dois conjuntos de roupas de casamento, pedindo-lhe para os experimentar. Luiza permaneceu imóvel.- Lulu? - A intensa atenção de Miguel caiu sobre ela.Luiza levantou os olhos e olhou para o vestido de noiva mais uma vez. A luz era suave, e o vestido parecia lindo. Ela não queria usar este vestido de noiva com o estado de espírito atual. Este era seu trabalho árduo.Ela preferia o guardar para sempre, em vez de usar dessa maneira. Por isso, ela ficou parada por um longo tempo e disse apenas: - Não quero usar.- Por quê? Ele fixou o olhar nela, um pouco sombrio.Luiza apertou as mãos, finalmen
Miguel lançou um olhar feroz para ela e estava prestes a sair.- Miguel! - Luiza gritou, com um tom suplicante em sua voz. - Por favor, me deixe em paz, eu realmente não quero mais ficar com você.As pupilas de Miguel se contraíram intensamente e ele virou a cabeça para a olhar sombriamente. - Não estou de acordo. Enquanto eu não concordar, você não está autorizada a ir a lugar algum!Dizendo isso, ele bateu a porta com força e saiu.Luiza ficou parada no mesmo lugar, com os cabelos caídos em seu rosto, sem se mexer.De volta ao Jardins da Serra, já era tarde da tarde.Bryan estava jantando em casa e, ao ver ela entrar, percebeu que algo não estava certo e perguntou: - Você saiu com o Miguel hoje?- Sim. - Luiza assentiu com a cabeça, com um sorriso um pouco amargo.- Ele te intimidou?- Não. - A voz de Luiza estava muito suave e calma. - Só falei com ele sobre querer o divórcio de novo, e ele não concordou.Bryan olhou para o rosto dela e afagou sua cabeça.- Nos próximos dias, o pa
Algum tempo depois, Luiza recebeu uma ligação de Eduardo enquanto arrumava suas malas. Ao ouvir as palavras dele, ela respondeu com firmeza: - Eu não vou voltar.Eduardo a lembrou: - Sra. Luiza, o senhor já sabe sobre você e o Sr. Bryan querendo emigrar. Ele está um pouco bravo agora. É melhor você voltar.Luiza encolheu as pupilas e apertou o celular com força. - Como ele soube disso?- Foi o Ivan! Ele veio à empresa hoje e pediu cinco milhões ao Sr. Miguel, contou tudo a ele. - Disse Eduardo em voz baixa.Era o Ivan!Ela não esperava que fosse um parente deles a apunhalar pelas costas. O coração de Luiza ficou confuso e ela perguntou ao Eduardo:- Ele está muito bravo agora?- Sim. - Respondeu Eduardo honestamente.Luiza fechou os olhos e sentiu uma amargura indescritível. Por fim, fechou a mala e pegou um táxi para ir até a Quinta do Lago encontrar Miguel. Tinha medo de deixar ele ainda mais irritado se não fosse. Se fosse, talvez pudesse apelar para ele.Ao chegar na Quinta
- Não! - Luiza chorou, negando veementemente. - Eu não estou tentando ficar com ninguém, estou apenas infeliz ao seu lado, então quero sair, não tem nada a ver com outra pessoa.- Eu já disse, não permiti que você saísse daqui. - Miguel olhou para as lágrimas dela e, lentamente, soltou o queixo dela, dizendo palavra por palavra. - Não quero ver você chorar. Agora vá lá em cima, lave o rosto, a partir de hoje, você vai morar aqui, não vai a lugar nenhum.- Eu não quero!- Não estou pedindo sua opinião novamente. - Miguel tinha um olhar sombrio.Luiza ficou na frente dele, com lágrimas nos olhos, parecendo desolada.- Eu disse, não quero ficar com você, quero ir para a América, você não pode me segurar.Dizendo isso, ela estava prestes a sair da Quinta do Lago.O rosto de Miguel mudou de cor, ele agarrou a mão dela e a puxou de volta.- Eu disse a você, não pode sair, você entendeu?- Eu não entendo! - Ela foi teimosa.Vendo o ódio claro em seus olhos, a racionalidade de Miguel se esgoto
Ele a virou e disse: - Seu pai não pode vender as ações que possui, então você não pode sair da Valenciana do Rio. Então, pare de fazer birra, seja boazinha e evite um pouco de sofrimento. Depois de falar, ele a abraçou firmemente, querendo a levar para tomar banho, ele disse:- Eu vou te levar para tomar banho.- Eu não vou. - Ela apertou sua mão com força. - Miguel, me solte, eu não quero que você me dê banho.Ela não queria o ver agora.Miguel ficou em silêncio por um momento, olhando para ela, e saiu sem dizer nada.Quando ele saiu, Luiza se levantou, sentindo o estômago. Embora a noite passada tivesse sido intensa, seu estômago não doía, então estava tudo bem, certo? Mais tarde, ela pensou, confusa, o que deu no Miguel? Ele costumava a desprezar, não era? Como ele se tornou assim? Nem mesmo a deixava sair?Depois de tomar banho, ela desceu as escadas. Miguel ainda não tinha saído, estava sentado à mesa tomando café, parecendo refinado. Ele estava de bom humor.Luiza o encaro
Miguel ficou com o rosto sombrio. - Você está dizendo essas coisas só para me provocar?- Se você acha isso. - Luiza olhou nos olhos dele, com uma expressão indiferente.Miguel ficou em silêncio por um momento, olhando para ela, e então retirou a mão, amarrando sua própria gravata. - Está bem, se não quer amarrar, não amarre. Eu mesmo faço. Terminou de comer? Vamos embora.- Eu ainda não quero ir. - Luiza ficou sentada, imóvel. - A paisagem da Quinta do Lago é agradável, pretendo descansar mais uma hora.Miguel estreitou os olhos, sua voz ficando um pouco mais fria:- Luiza, não desafie minha paciência com essa atitude.Luiza riu:- Só quero descansar um pouco mais. Como isso desafia sua paciência?O rosto de Miguel ficou cada vez mais frio.Depois de um tempo, ele se levantou e saiu com passos pesados. Eduardo o seguiu.Lívia ficou parada ao lado, sem se atrever a dizer nada.Luiza ficou sentada à mesa, quieta, até ouvir o barulho do motor do carro se afastando no quintal, então el
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então
Melissa assentiu.— Mas um chef assim não deveria ter grandes ambições? Ele realmente não quer fama e fortuna e está disposto a ser o chef particular de vocês?— No começo, ele também não queria, mas eu apoio o desenvolvimento de novos pratos dele e prometi que o ajudaria a abrir um restaurante, a expandir sua reputação. Só assim ele aceitou trabalhar como nosso chef particular, para ter mais tempo para criar novos pratos.Ao ouvir isso, Luiza finalmente entendeu que o chef da Mansão Jardim tinha uma história importante por trás. Ela nunca havia perguntado antes; só achava que a comida dele era deliciosa. Mas, pelo visto, Miguel tinha feito várias promessas a ele.— Você foi muito atencioso. — Melissa sorriu.Miguel disse:— Se a senhora gostar da comida, posso pedir para o chef vir todos os dias e preparar as três refeições para vocês. Qualquer outra necessidade que tiver, é só me dizer; se estiver ao meu alcance, farei de tudo para atender.Ele estava tentando agradar Melissa.Meliss
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.
Luiza franziu a testa, achando que Miguel estava confundindo o filho, e lançou a ele um olhar repreensivo antes de dizer para Felipinho: — Não é nada disso. O papai e a mamãe só estavam conversando sobre algumas coisas.— Conversando sobre o quê? É sobre voltar a casar? — Voltar a casar? — Miguel captou a palavra e perguntou. — Como você sabe essa palavra? Quem te ensinou? — Foi a Maria que me falou. Ela disse que, quando marido e mulher brigam, eles se divorciam, e quando fazem as pazes, eles voltam a casar.Luiza estava prestes a explicar o que significava divórcio, mas Miguel foi mais rápido e perguntou ao Felipinho: — Você quer muito que o papai e a mamãe voltem a casar? — Claro que sim. — Felipinho assentiu com a cabecinha e respondeu seriamente. — Senão, se o papai casar com outra pessoa e a mamãe se casar com outro, vocês vão me abandonar. Ao ouvir isso, os dois ficaram surpresos. Luiza finalmente entendeu por que Felipinho sempre queria que eles fizessem as pazes;
— O Elias veio ao aniversário da Maria, é uma coisa boa, todo mundo está feliz. Por que você está tão explosivo, parecendo um barril de pólvora? — Miguel retrucou sem rodeios.O rosto de Francisco se fechou:— Isso é problema seu?— E eu sentir ciúmes é problema seu? — Miguel rebateu, com seu rosto bonito e calmo.Bem nesse momento, o bolo chegou até eles. Maria estendeu um pedaço para Francisco:— Papai, coma o bolo.O bolo tinha sido trazido pelo próprio Elias, que o colocou diretamente nas mãos de Francisco.Miguel riu de novo:— Viu? Até o papel de pai está sendo assumido por outro homem.Francisco respondeu:— É porque eu desprezo fazer esse tipo de coisa.— Despreza fazer? Ou é porque nem tem chance de fazer? — Miguel o provocou, com um sorriso cheio de intenções.O rosto de Francisco ficou sombrio.Miguel disse:— Não diga que eu não avisei: como homem, esperar que a mulher venha rastejando para te agradar é impossível.Francisco ironizou:— Você se orgulha de se rebaixar assim?