Luiza levou um susto e baixou a cabeça, dizendo:- Vovô!- O que você acabou de conversar com a Bruna? Por que ela ficou com o rosto pálido de medo? - Indagou o Sr. Souza.Luiza não esperava que a conversa no andar inferior tivesse sido ouvida por ele.Baixou a cabeça e respondeu:- Não foi nada de mais, apenas uma pequena discussão.Ela pensou que o Sr. Souza estaria descontente por ela ter repreendido sua neta, mas, para sua surpresa, ele acenou com a cabeça, mostrando aprovação.- Luiza, você agiu corretamente.Surpresa, Luiza ergueu a cabeça.O Sr. Souza, sorrindo, disse:- A Bruna sempre foi mimada pelos pais desde pequena, desenvolvendo uma personalidade arrogante e dominadora. É essencial ter uma cunhada como você para contê-la, assim ela pensará duas vezes antes de se exceder no futuro.Ao ouvir isso, Luiza se sentiu aliviada, sem esperar tamanha compreensão do Sr. Souza.Casada com a família Souza por dois anos, sempre recebeu gentilezas do Sr. Souza, mas nunca haviam tido um
Luiza hesitou por um instante ao ouvir Miguel dizer:- Você não precisa se envolver nisso.- Por que não me deixar cuidar disso? É uma questão de enorme importância para a sua vida, Miguel. Você já tem 30 anos, a saúde da mãe está deteriorando, e ela não terá muitos anos de vida. Meu único desejo é que você possa dar um neto à família Souza. Assim, sua posição no grupo estará garantida. Quando a mãe partir, pelo menos você terá um filho ao seu lado...Miguel não respondeu. Com passos firmes, entrou no quarto.Helena sentiu um aperto no coração, se virou e, ao avistar Luiza, seu rosto escureceu.- Há quanto tempo você está aqui?- Acabei de chegar. - Respondeu Luiza.Helena disse:- Miguel é reservado, normalmente ele não toma a frente, então você precisa ser mais proativa. Vocês são casados, não há nada de errado em ter mais abertura entre vocês. Seja mais afetuosa, os homens adoram isso.Helena estava ansiosa para que Luiza seduzisse Miguel, acreditando que, com mais tentativas e os r
- Por que não sou digna dele? - Indagou Luiza, com raiva.Miguel se virou, ostentando uma expressão profunda e gélida:- Sua família faliu, você não possui um centavo sequer, quem você pensa que merece?Ela sentiu sua autoestima abalada.Contudo, teve que admitir que era a verdade.Fosse Miguel ou Theo, ela não se sentia digna de nenhum. Luiza nunca nutriu ilusões; seu único desejo era ter um futuro próspero e seguir seus sonhos.- Por que está em silêncio? - Diante do seu mutismo, Miguel insistiu.Luiza fez uma careta:- Não há o que dizer. Vocês são todos nobres, e eu sou apenas uma plebeia, não estou à altura de vocês.Então, se levantou para caminhar pelo jardim.Ao abrir a porta, Helena se aproximou com suplementos de saúde.- Lulu, os suplementos estão prontos. Beba enquanto estão quentes.Luiza sentiu náuseas só de olhar para os suplementos.Mas, diante do olhar insistente de Helena, ela teve que pegar os suplementos escuros e viscosos e entrar no quarto.- Lulu, vou ficar aqui
Yago deu um chute nele:- Que absurdo está falando? Esta é a esposa do Miguel, Luiza.- Peço desculpas, cunhada, não a reconheci imediatamente. - O homem se desculpou prontamente.Luiza sorriu:- Não tem problema.Havia quatro ou cinco pessoas na sala, todas muito bonitas.Luiza se virou para Yago e perguntou:- Dr. Yago, tudo bem?Yago fazia o check-up anual de Luiza e eles se conheciam bem.- Tudo bem, cunhada, tudo bem, Miguel. - Yago afastou as duas pessoas no meio e convidou Miguel e Luiza para se sentarem.O grupo era muito sociável e logo se familiarizou.O garçom trouxe bebidas. Luiza, sentindo um pouco de sede, quis pegar um copo, mas Miguel foi mais rápido e pediu ao garçom:- Traga um suco de laranja, por favor.- Eu queria algo gelado. - Luiza desejava uma bebida.- Esqueceu como estava ontem depois de beber? - Ele olhou para ela com uma expressão fria.Luiza se lembrou daquelas cenas e corou levemente.Yago, sentado ao lado, comentou em voz baixa:- Miguel, você mudou, est
Yago pensou que era o fim. Miguel claramente ofendeu Luiza; senão, por que ela pareceria tão assustada ao ouvir a palavra “punição”?Yago falou suavemente, tentando aconselhar com boas intenções:- Miguel, as mulheres são para serem amadas, não para serem punidas. Você é habilidoso em muitos aspectos, é atraente e tem talento, mas quando se trata de se relacionar com as mulheres, você é um tanto inflexível. A Luiza é sua esposa, não sua subordinada. Como você pode ser tão severo com ela?- Com ela, preciso ser firme. - Respondeu Miguel, lançando um olhar significativo para Luiza.Luiza quase se engasgou."O que diabos eles estão falando? Totalmente desconexo," pensou ela.Yago também ficou confuso, não esperava que Miguel fosse tão implacável com as mulheres. Ele olhou para Luiza com empatia.- Cunhada, você realmente é digna de pena.Luiza murmurou baixinho:- Você não está errado. Com uma personalidade assim, quem estiver com ele vai sofrer.- Exatamente! - Concordou Yago. Preocupado
Luiza ficou paralisada.O patrimônio dela era apenas de cem mil, com o que ela iria conseguir pagar?Vendo a expressão difícil no rosto dela, Fabiano sorriu e disse:- Cunhada, você não tem nem algumas dezenas de milhar?- Isso não pode ser. - Yago interveio. - Com Miguel por perto, o que são algumas centenas de milhares? Com certeza ele vai ajudar a cunhada.O rosto de Luiza ficou pálido.Agora que seu cartão estava bloqueado por Miguel, de onde tiraria dinheiro para pagar?Desanimada, ela ouviu Yago exclamar:- Miguel, a cunhada está perdendo o tempo todo, você não vai ajudá-la?Miguel, sentado no sofá e olhando para o celular, lançou um olhar para Luiza ao ouvir isso.Luiza estava enredada em suas enormes dívidas de jogo, franzindo a testa em frustração.Miguel, com a testa levemente franzida, se levantou e caminhou até ela, parando em sua frente.- Mova um pouco mais para cá, por favor.Luiza levantou os olhos.Miguel, olhando para ela de cima, disse:- Entre mais um pouco, ouviu?
Luiza lançou um olhar para Miguel, sentado ao seu lado, com um perfil bonito e encantador. De repente, sentiu que era bom ter alguém para apoiá-la. Ela gostava dessa sensação de ter um porto seguro, mas sabia que não deveria se deixar levar. Afinal, Clara estava grávida e era necessário guardar seu coração.- Em que você está pensando? - Perguntou Miguel, em voz baixa.Luiza voltou a si, olhando meio atordoada para ele.- Nada, por quê?- Deixei meu celular no sofá, pode pegá-lo para mim? - Pediu Miguel.- Claro.Luiza foi buscar obedientemente. Ao pegar o celular, viu várias chamadas perdidas, todas de Clara. Os olhos de Luiza escureceram.Nesse momento, a porta da sala se abriu e Clara entrou, carregando uma bolsa. Luiza, que estava indo em direção à porta, deu de cara com ela. Clara sorriu levemente, parecendo ter esquecido o momento constrangedor da manhã, e acenou para ela.- Lulu, você também está aqui?O humor de Luiza amargou. Clara segurou sua mão, dizendo suavemente:- L
Miguel fingiu não ouvir, deu um passo largo para fora e encontrou Luiza à porta do clube.Ela estava sentada na calçada, perdida em pensamentos, fixando o olhar no canteiro de flores.Miguel se aproximou.Luiza ergueu o olhar.Então, seu pulso foi agarrado por Miguel, que, sem proferir uma palavra, a levou consigo.Luiza, atônita, indagou:- Miguel, o que está fazendo?- Vamos para casa. - Respondeu ele, sucintamente, acomodando ela no carro luxuoso e partindo em direção à casa ancestral.Durante todo o trajeto, Luiza se manteve calada.Chegando à casa ancestral, ambos permaneceram em silêncio. Luiza pegou suas roupas, se dirigiu ao banheiro para tomar banho e o fez em silêncio.Após o banho, ela avistou Miguel atendendo a uma chamada.Provavelmente era Clara, pois Miguel disse ao telefone:- Não vou mais.Luiza, com o coração apertado, fingiu não ouvir e se aconchegou sob os cobertores para dormir.Tudo aquilo já não lhe dizia respeito.Ela deveria tratá-lo como um estranho, sem se im
— Bisavó, a Maria e as outras também vão! Parece que vai ser necessário preparar mais comida! — Felipinho também estava muito animado e se virou para Melissa, dizendo isso.Assim, os três se tornaram parte de um grupo maior.Miguel estava à parte, com o rosto fechado.Ele queria sair com a esposa e o filho para passar mais tempo com Luiza.Mas não esperava que Felipinho tivesse convidado a família de Francisco também. Agora, o grupo estava bem maior, e ele imaginava que seria difícil até mesmo conversar.No entanto, o que ninguém esperava era que Priscila também tivesse chamado Elias.Miguel, Luiza e Felipinho estavam em um carro.Já Francisco estava em uma situação mais difícil. Provavelmente, por ter causado algum problema com Priscila na noite anterior, ela não quis andar com ele. Ela pegou Maria no colo e entrou no carro de Elias.Francisco ficou sozinho e, com o rosto fechado, deu ordens ao motorista para seguir.Meia hora depois, o grupo chegou ao parque de diversões.Assim que s
— O tio Elias é muito legal, bonito e engraçado. Eu pensei que, se o papai e a mamãe ficassem juntos, então eu poderia me casar com o tio Elias. Não seria perfeito?Francisco ficou com uma expressão sombria e respondeu, aborrecido:— Você se casar com ele? Isso eu não aceito.— Mas o tio Elias é tão legal...— Quieta! De qualquer forma, é impossível você se casar com ele. Nem você, nem sua mãe. — Francisco a interrompeu, impedindo ela de elogiar Elias.Maria fez um biquinho e foi carregada por Francisco até o andar de baixo.Ao descer, percebeu que a sala estava cheia de gente e que provavelmente todos ouviram o que ele disse lá em cima. Francisco ficou um pouco embaraçado.Maria, no entanto, não se incomodou. Ela se desvencilhou dos braços de Francisco e correu até onde estava Felipinho.— Felipinho.Felipinho cruzou os braços e levantou uma sobrancelha, olhando para Maria.— Você quer se casar com aquele tio Elias?Maria ficou com o rosto vermelho.— Não posso? Ele é tão bonito.— Eu
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então
Melissa assentiu.— Mas um chef assim não deveria ter grandes ambições? Ele realmente não quer fama e fortuna e está disposto a ser o chef particular de vocês?— No começo, ele também não queria, mas eu apoio o desenvolvimento de novos pratos dele e prometi que o ajudaria a abrir um restaurante, a expandir sua reputação. Só assim ele aceitou trabalhar como nosso chef particular, para ter mais tempo para criar novos pratos.Ao ouvir isso, Luiza finalmente entendeu que o chef da Mansão Jardim tinha uma história importante por trás. Ela nunca havia perguntado antes; só achava que a comida dele era deliciosa. Mas, pelo visto, Miguel tinha feito várias promessas a ele.— Você foi muito atencioso. — Melissa sorriu.Miguel disse:— Se a senhora gostar da comida, posso pedir para o chef vir todos os dias e preparar as três refeições para vocês. Qualquer outra necessidade que tiver, é só me dizer; se estiver ao meu alcance, farei de tudo para atender.Ele estava tentando agradar Melissa.Meliss
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.