- Você deveria enxugar o suor, irmão. - Nanda pensou em ir até ele para ajudá-lo a enxugar o suor.Miguel a impediu, pegando a toalha de suas mãos, dizendo em tom grave:- Eu mesmo faço isso, e além disso, para essas coisas, é melhor chamar os empregados na próxima vez. Você deveria descansar mais quando tem tempo.- É que estou muito entediada e quero encontrar algo para fazer. Acabei de acordar e não quero ser uma pessoa inútil... - Disse Nanda, um tanto triste.Miguel franzia os lábios levemente, falando em um tom suave:- Você não é inútil, com o tempo você vai se acostumar.Ela assentiu, arrumando uma mecha solta de cabelo atrás da orelha, como um anjo que não pertencia a este mundo.- Irmão, hoje estou livre, posso visitar o seu grupo empresarial?- Por que de repente quer ir ao grupo?- Estou com saudades do papai, ele costumava trabalhar ao seu lado, e agora que o papai se foi, quero visitar os lugares onde ele esteve. - Nanda disse isso com tristeza.Ao mencionar Igor, Miguel
Marina disse:- Você acha que ela está sendo muito invasiva? Sem noção de limites?- Sim. - Luiza sentia exatamente isso, embora se considerassem irmãos, não havia laços de sangue, e serem tão próximos assim não era adequado.Além disso, ela achava que Nanda dependia excessivamente de Miguel, de uma forma quase doentia.Após ouvir isso, Marina comentou:- Parece mesmo que não tem noção de limites. Vocês são um casal e precisam de espaço privado. Essa perturbação é insuportável.Um traço de resignação cruzou o rosto de Luiza.- E ainda por cima, ela disse que quer vir para o nosso estúdio para aprender.- O quê? - Marina arregalou os olhos. - Vir trabalhar conosco?- Não, ela disse que não quer dinheiro, só quer vir ao estúdio para aprender um pouco e expandir seus horizontes.Marina franzia a testa levemente.- Ela falou isso para você?- Sim, ela me pediu na cara dura, com uma expressão tão miserável que me senti mal de recusar. - Luiza massageou a testa. - Deixe para lá, vamos focar
- É assim que me sinto, mas não consigo explicar por quê. - Disse Luiza, com um sorriso forçado.- Olhe bem para ela, quem sabe o que ela tem em mente. - Instruiu Marina, pedindo que Luiza ficasse atenta.Luiza assentiu e enfiou uma colher de arroz na boca, mastigando mecanicamente....Ao entardecer, Luiza finalmente terminou suas tarefas e alongou os músculos doloridos.Pegou seu celular, deu uma olhada no Facebook e viu uma postagem de Nanda.Era uma foto de Miguel concentrado no trabalho.A legenda dizia. "Meu irmão trabalhando parece tão charmoso!"Esse tipo de comentário não parecia o de uma irmã pelo irmão, mas sim de uma admiração romântica.Antes que Luiza pudesse entender completamente, o telefone dela tocou, era Nanda.- Cunhada, eu e o irmão estamos na Luminar Joias, venha pra cá.Foi então que Luiza lembrou que Nanda tinha dito ao meio-dia que a acompanharia para comprar roupas.Luiza, um tanto resignada, arrumou seus desenhos, desligou as luzes e pegou sua bolsa para sai
Ao entrarem na loja de roupas, Eduardo pediu ao atendente que fechasse a loja para eles.O atendente, percebendo que se tratava de uma grande oportunidade de negócio, prontamente fechou o local e apresentou as edições limitadas disponíveis.Como Luiza parecia desinteressada, Nanda perguntava constantemente a Miguel:- Irmão, você acha este vestido bonito? É rosa, eu gosto muito...Ao ouvir a palavra "rosa", Luiza olhou inconscientemente para a pulseira de diamantes rosa em seu pulso, pensando que, assim como Nanda amava rosa, havia algo que as unia...O rosa, de repente, parecia um espinho cravado em seu coração.- Eu também gosto muito deste. - Disse Nanda docemente enquanto escolhia as roupas, olhando para Miguel.As respostas de Miguel eram sempre as mesmas:- Se você gosta, compre.- Você acha bonito, irmão?- É comprável. - Sua voz não demonstrava nenhuma emoção.Luiza se sentava no sofá da loja, se sentindo deslocada.Depois de olharem as roupas, eles continuaram passeando por ou
- Ela sofreu muito; deveríamos ser mais tolerantes com ela.Ao ouvir essas palavras, Luiza percebeu que não tinha nada a dizer. Miguel, se sentindo culpado em relação a Nanda, se mostrava extremamente tolerante com ela.Contudo, Luiza via Nanda como uma pessoa perigosa, uma bomba-relógio, e não queria manter uma ameaça dessas por perto. Com um sorriso irônico, disse:- Então seja bom com ela você mesmo, adeus! - Após essas palavras, soltou a mão dele e se afastou.Miguel franziu a testa, parecendo descontente.Ao deixar o shopping, o vento gelado do inverno a atingiu de frente, fazendo Luiza se sentir ainda mais só.Ela apertou o próprio casaco e caminhou até a entrada para pegar um táxi.Não muito depois, eles também deixaram o shopping. Nanda se aproximou, chamando suavemente:- Cunhada.Luiza olhou para eles uma vez. Miguel estava sob o céu noturno, seu rosto inexpressivo.Com sarcasmo, Luiza disse:- O que houve? Vocês não continuaram o encontro?Miguel ficou visivelmente mais
Miguel manteve uma expressão fria, e sua voz esfriou ao extremo.- O que você está aprontando, afinal? Você disse para não comprarmos aquela joia, e no final não a compramos. Você não quis comer, e todos nós voltamos juntos, sem que ninguém comesse, tentamos te agradar, mas você não nos ouve. O que você quer, afinal?Luiza apertou os lábios e permaneceu em silêncio.Ela estava descontente, mas não conseguia expressar o motivo.Quando Miguel falava, parecia que todos estavam tentando agradá-la, e que ela era a pessoa sendo irracional.Sim, era assim que parecia na superfície. Nanda falava de maneira doce e sofrida, enquanto Luiza era vista como temperamental, como uma mulher irracional e descontrolada.Mesmo que quisesse questionar, Luiza não conseguiria dizer muito, pois Nanda já havia afirmado que era ela quem estava com ciúmes e suspeitas infundadas sobre eles, dizendo que "o irmão gostava muito da cunhada", o que a fazia parecer mesquinha e injusta.No fim, ela só pôde dizer:- Ent
Nanda ainda falava:- O irmão é a pessoa mais próxima de mim neste mundo, e agora que a cunhada se casou com ele, espero que ela também trate bem meu irmão. O mal-entendido de ontem à noite não me deixou dormir, levantei cedo para preparar o café da manhã para o irmão e a cunhada, na esperança de receber seu perdão...Luiza sentia como se houvesse uma mosca zumbindo incessantemente em seus ouvidos.Ela não se conteve e deu a ela um tapa!O som claro ecoou no ar.Nanda caiu no chão, e omelete que segurava espirrou para todos os lados.- Nanda! - A voz de Miguel ecoou.Luiza empalideceu e olhou, vendo Miguel sair do quarto ao lado e se abaixar para verificar os ferimentos de Nanda.Ele estava de pé atrás da porta o tempo todo.Pelo lugar onde Nanda estava, ela provavelmente viu Miguel, e por isso disse aquelas palavras de propósito.- Irmão, estou bem. - Nanda, no chão, segurava o rosto, com os olhos cheios de lágrimas, mas sem deixá-las cair, uma expressão de alguém que aguentava a dor.
Luiza disse:- Não, só não quero voltar.- Não quer ver a Nanda?- Exato. Luiza era alguém que não conseguia esconder seus sentimentos e admitiu francamente que simplesmente não queria lidar com Nanda.Miguel se virou e olhou para ela friamente:- Você colocou a Nanda no hospital, ela não te culpou, e você diz que não quer vê-la?- Eu só dei um tapa nela, como ela poderia ter ido para o hospital? - Indagou Luiza, olhando para ele.- Ela ficou em coma por vários anos e acabou de acordar. Já estava com a saúde frágil, agora teve que ir ao hospital para uma transfusão de sangue.Luiza apertou os lábios.Miguel disse:- Você deveria pedir desculpas a ela.Um sentimento de sufocamento subiu ao coração de Luiza:- Eu não vou.Ela insistiu em voltar para casa, caminhou até a estrada para pegar um táxi, recusando até mesmo pegar uma carona no carro de Emerson.A expressão de Miguel estava gélida quando ele saiu do carro.Luiza levantou a mão para chamar um táxi.De repente, um par de mãos lon
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.
Luiza franziu a testa, achando que Miguel estava confundindo o filho, e lançou a ele um olhar repreensivo antes de dizer para Felipinho: — Não é nada disso. O papai e a mamãe só estavam conversando sobre algumas coisas.— Conversando sobre o quê? É sobre voltar a casar? — Voltar a casar? — Miguel captou a palavra e perguntou. — Como você sabe essa palavra? Quem te ensinou? — Foi a Maria que me falou. Ela disse que, quando marido e mulher brigam, eles se divorciam, e quando fazem as pazes, eles voltam a casar.Luiza estava prestes a explicar o que significava divórcio, mas Miguel foi mais rápido e perguntou ao Felipinho: — Você quer muito que o papai e a mamãe voltem a casar? — Claro que sim. — Felipinho assentiu com a cabecinha e respondeu seriamente. — Senão, se o papai casar com outra pessoa e a mamãe se casar com outro, vocês vão me abandonar. Ao ouvir isso, os dois ficaram surpresos. Luiza finalmente entendeu por que Felipinho sempre queria que eles fizessem as pazes;
— O Elias veio ao aniversário da Maria, é uma coisa boa, todo mundo está feliz. Por que você está tão explosivo, parecendo um barril de pólvora? — Miguel retrucou sem rodeios.O rosto de Francisco se fechou:— Isso é problema seu?— E eu sentir ciúmes é problema seu? — Miguel rebateu, com seu rosto bonito e calmo.Bem nesse momento, o bolo chegou até eles. Maria estendeu um pedaço para Francisco:— Papai, coma o bolo.O bolo tinha sido trazido pelo próprio Elias, que o colocou diretamente nas mãos de Francisco.Miguel riu de novo:— Viu? Até o papel de pai está sendo assumido por outro homem.Francisco respondeu:— É porque eu desprezo fazer esse tipo de coisa.— Despreza fazer? Ou é porque nem tem chance de fazer? — Miguel o provocou, com um sorriso cheio de intenções.O rosto de Francisco ficou sombrio.Miguel disse:— Não diga que eu não avisei: como homem, esperar que a mulher venha rastejando para te agradar é impossível.Francisco ironizou:— Você se orgulha de se rebaixar assim?
Miguel entrou a passos largos e, com os braços fortes, levantou o filho, dizendo com um tom gentil:— Desculpe, Felipinho, eu me atrasei.— Hmph! Aachei que você nem viria. — Felipinho resmungou, mas seu humor claramente melhorou, e um pequeno sorriso apareceu em seu rosto.Luiza olhou para ele, percebendo que Felipinho estava feliz.Ela não pôde evitar olhar para Miguel. "Com ele por perto, será que tudo realmente ficaria tão melhor?"Miguel explicou:— O que eu prometo, eu cumpro. Foi só o trânsito que me atrasou um pouco.Ele explicou pacientemente ao menino.Felipinho ficou ainda mais contente e olhou para Maria, dizendo:— Maria, meu pai também veio.Maria fez um gesto de "V" com os dedos e respondeu:— Então vamos soprar as velas juntos!— Claro.Então, os dois homens, cada um segurando seu filho, se juntaram ao redor de um lindo bolo e sopraram as velas com força.Todos os adultos na sala aplaudiram.Especialmente Elias, que deu um assobio exagerado e soltou um grito de animaçã
Luiza olhou para ele: — Já está pensando no aniversário tão cedo? — Claro, esse ano é diferente. — Por que é diferente? — Nos anos anteriores, o papai nunca estava presente no meu aniversário. Este ano ele está, então é claro que será diferente! — Os olhos de Felipinho brilhavam de expectativa. Luiza o observou com uma expressão um pouco complexa. Desde que Miguel veio ao País R para ver Felipinho, o menino vinha falando muito sobre ele. Dava para ver o quanto a presença do pai era importante para ele... Mas aceitar Miguel assim... Ela simplesmente não conseguia superar essa barreira em seu coração... Nesse momento, o bolo foi trazido. Lucas entrou e perguntou a Francisco: — Presidente Francisco, o bolo já chegou, é para cortar agora? Francisco olhou para Maria, quase como se estivesse competindo por sua atenção, e pegou a filha que estava entre Priscila e Elias. — Maria, o papai preparou um bolo para você, quer cortar agora? — Francisco perguntou, olhando para