Miguel não demonstrava expressão alguma, parecia não querer falar com ela, e baixou a cabeça para olhar os documentos em suas mãos. Clara percebeu que era uma desculpa para se afastar, mas ela se recusou a sair, tocando sua barriga e se dirigindo a Miguel: - Miguel, o bebê já está com mais de três meses. Amanhã tenho um exame genético marcado. Você gostaria de vir ver o bebê?Ao mencionar o exame genético, Miguel virou a cabeça e perguntou: - O exame é amanhã?- Sim. - Respondeu Clara com voz suave. - Estarei na clínica da Sra. Helena para o exame. Você pode vir ver a Sra. Helena e, de quebra, me acompanhar no exame.- Está bem. - Concordou Miguel.Luiza estava escondida na sala de descanso e ouviu a conversa. Seu coração doeu como se fosse espetado por agulhas. Ele a impedia de sair, mas ia com Clara à consulta médica. Sua dor era como se alguém a estivesse segurando com força. De repente, ela sentiu uma dor intensa na barriga, uma sensação de peso. Ela tocou e percebeu que sua
Miguel disse: - Ela não precisa da sua preocupação, você pode ir embora primeiro.- Tudo bem.Clara não disse mais nada, apenas acenou com um sorriso para Luiza.Luiza não demonstrou emoção.Logo depois, uma secretária entrou, segurando uma sacola, dizendo:- Sr. Miguel, as compras foram feitas.- Dê a ela. - Miguel instruiu.A secretária se aproximou de Luiza e entregou a sacola para ela. - Sra. Luiza, as roupas e os produtos femininos foram comprados. Você pode ir ao banheiro trocar.- Ok, obrigada!Luiza ficou um pouco vermelha, pegou as coisas e foi para o banheiro.Ela se arrumou e trocou para um novo vestido rosa antes de sair, a saia rosa era mesmo do gosto de Miguel. Ao sair, viu Clara olhando para ela com os braços cruzados em frente ao espelho, claramente esperando por ela.Ela sorriu e perguntou a mesma coisa: - Luiza, você e o Miguel se divorciaram hoje?- Ainda não. - Luiza disse a verdade.Os olhos de Clara ficaram frios. - Então você precisa se apressar, senão, se a
- Uma vez, antes do Dia da Independência, eu voltei do exterior e você ficou me importunando para te levar para as fontes termais. Era 28 de setembro, e chegou sua menstruarão, então não fomos. Você estava sofrendo tanto na cama.Ouvindo suas palavras, ela lembrou daquela vez. Foi antes do Dia da Independência do ano passado, quando ela ficou insistindo para irem às fontes termais, dizendo que ele nunca estava em casa, que não a acompanhava, e que ficaria brava se não fossem. Ela até ficou fazendo birra na frente dele. Miguel ficou irritado com a confusão e acabou concordando, reservou os ingressos, mas quando estavam prontos para sair, ela estava pálida como um fantasma e disse que estava menstruada e não poderia ir. Miguel ainda disse uma coisa, depois de tanto alvoroço, o resultado foi que ela não pôde ir. Na época, Luiza ficou muito brava, queria aproveitar o feriado, mas acabou se deparando com essa situação, quem não ficaria irritado? Ele ainda disse coisas tão desagradáveis,
Ela estava zangada com ele, mas também dependia dele, especialmente nos momentos de fragilidade, quando ele a tratava com tanta ternura, seu coração quase cedia... Mas... Não podia ser assim. Ela não podia se afundar ainda mais, quanto mais profundo, mais difícil de se segurar. Ela precisava se manter lúcida. Seu pai ainda estava esperando por ela. Ela se forçou a se acalmar. O carro logo chegou ao Jardins da Serra, Eduardo estacionou o carro e Miguel se preparou para a tirar.Luiza logo disse: - Não precisa, eu consigo subir sozinha, você pode ir embora.- Não vai demorar dois minutos.Ele insistiu, a pegando no colo e entrando na mansão.Lívia saiu da casa, perguntando:- Sr. Miguel, o que aconteceu com a Sra. Luiza?- Ela está com cólicas menstruais. Lívia, traga um copo de água quente.Miguel a levou até o quarto do segundo andar.Assim que ela tentou se levantar, ele disse: - O que quer fazer? Você não está se sentindo bem?- Estou apenas menstruada, não estou inválida.Lu
Depois do jantar.Ela decidiu dar um passeio no jardim do andar de baixo. O quintal do Jardins da Serra era esplêndido, diziam que como a mãe gostava de flores, o pai construiu um jardim que parecia um paraíso. Enquanto caminhava, ela se deparou com uma parede de carne alta.Seu nariz doeu quando bateu, levantou o olhar e viu o rosto bonito de Miguel. Ela ficou surpresa, perguntando:- O que você está fazendo aqui?- Acabei de chegar. Não estava com dor de barriga? Por que não está descansando lá em cima? - Miguel perguntou.- Quando estou com dor de barriga, caminhar um pouco costuma aliviar. - Luiza respondeu.Miguel fez um som de concordância e naturalmente tentou a abraçar. Luiza se esquivou. A mão de Miguel ficou suspensa no ar.Luiza disse: - Se não tem nada para fazer, volte para sua casa. Daqui em diante, não venha mais para o Jardins da Serra.Era uma ordem de despejo.Miguel olhou para ela por um momento, dizendo?- Só saí do trabalho às nove e meia. Acabei de chegar e n
Luiza sorriu e o convidou para entrar na sala de estar.- Theozinho, você recebeu alta?Theo sorriu.- Vim hoje para falar sobre a colaboração entre a Luminar Joias e o Grupo NAS.O assunto foi trazido à tona novamente.Luiza fez uma pausa enquanto preparava o café e olhou para ele.- Theozinho, eu pensei melhor sobre isso e sinto que ainda não estou pronta para assumir o cargo de designer-chefe. Acho que preciso aprimorar minhas habilidades por mais dois anos.- Você tem medo de que o incidente anterior aconteça novamente? - Theo perguntou sobre suas preocupações.- Não é bem isso, eu apenas sinto que minha experiência é muito limitada e deveria aprender mais. - Luiza respondeu diplomaticamente, entregando a ele o café.Theo tomou um gole do café e disse:- Isso também é uma opção. Você pode vir aprender conosco no departamento de design do Grupo NAS, seguindo o designer-chefe. Você vai crescer rapidamente.Luiza hesitou novamente.Theo não parecia ter intenções ruins.Ela expressou s
Desde que o tio Pietro foi demitido pelo grupo, os bons tempos da família chegaram ao fim.Liz odiava Luiza profundamente.Ela, antes considerada filha de um pequeno rico, viu seus pais se tornarem desempregados por causa de Luiza, e ao vê-la, não hesitou em atacá-la diretamente.- O negócio do seu pai pertence ao Grupo Medeiros, é do meu pai. Sua família, na verdade, nunca teve nada! - Luiza a corrigiu.Liz não conseguia aceitar. Se nunca tivessem tido nada, talvez pudesse aceitar, mas ter sido elevada às nuvens para depois cair ao fundo do poço era uma sensação insuportável.Liz sabia apenas que sua boa vida havia mudado por causa de Luiza, e a odiava profundamente, não pensando duas vezes antes de puxar seu cabelo.As pessoas no camarote de Miguel ouviram a confusão, e alguém disse:- Parece que duas mulheres estão brigando no corredor.Algumas pessoas saíram para assistir à cena.Eduardo também saiu e, ao ver Luiza, exclamou surpreso, correndo até ela:- Senhora!Miguel, com sua a
Miguel estava com a cara fechada, mas de repente sorriu.- Presidente Pires, você sabe o que eu estava tentando fazer com ela? Vai nos impedir assim? Na realidade, não conseguimos evitar a vontade de dormir...Antes que pudesse terminar de dizer "dormir", Luiza pisou no pé dele.Se essa palavra fosse pronunciada, Luiza perderia sua dignidade, então ela olhou friamente para Miguel.- Não permito que diga isso.- Por que não posso dizer? É a verdade. - Provocou Miguel, intencionalmente.Luiza cobriu a boca dele e o puxou para descer as escadas.- Vamos embora, chega de bobagens! Presidente Pires, temos um compromisso e precisamos sair agora.Ela arrastou Miguel para fora do restaurante e, então, irritada, o empurrou.- Por que você disse aquilo na frente dele?- O quê? Tem medo que ele descubra que você dormiu comigo e te despreze? - Zombou Miguel.- De jeito nenhum! - Luiza estava furiosa com as palavras dele, cheia de irritação, e se virou para ir embora. - Eu não sou sem-vergonha como
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.
Luiza franziu a testa, achando que Miguel estava confundindo o filho, e lançou a ele um olhar repreensivo antes de dizer para Felipinho: — Não é nada disso. O papai e a mamãe só estavam conversando sobre algumas coisas.— Conversando sobre o quê? É sobre voltar a casar? — Voltar a casar? — Miguel captou a palavra e perguntou. — Como você sabe essa palavra? Quem te ensinou? — Foi a Maria que me falou. Ela disse que, quando marido e mulher brigam, eles se divorciam, e quando fazem as pazes, eles voltam a casar.Luiza estava prestes a explicar o que significava divórcio, mas Miguel foi mais rápido e perguntou ao Felipinho: — Você quer muito que o papai e a mamãe voltem a casar? — Claro que sim. — Felipinho assentiu com a cabecinha e respondeu seriamente. — Senão, se o papai casar com outra pessoa e a mamãe se casar com outro, vocês vão me abandonar. Ao ouvir isso, os dois ficaram surpresos. Luiza finalmente entendeu por que Felipinho sempre queria que eles fizessem as pazes;
— O Elias veio ao aniversário da Maria, é uma coisa boa, todo mundo está feliz. Por que você está tão explosivo, parecendo um barril de pólvora? — Miguel retrucou sem rodeios.O rosto de Francisco se fechou:— Isso é problema seu?— E eu sentir ciúmes é problema seu? — Miguel rebateu, com seu rosto bonito e calmo.Bem nesse momento, o bolo chegou até eles. Maria estendeu um pedaço para Francisco:— Papai, coma o bolo.O bolo tinha sido trazido pelo próprio Elias, que o colocou diretamente nas mãos de Francisco.Miguel riu de novo:— Viu? Até o papel de pai está sendo assumido por outro homem.Francisco respondeu:— É porque eu desprezo fazer esse tipo de coisa.— Despreza fazer? Ou é porque nem tem chance de fazer? — Miguel o provocou, com um sorriso cheio de intenções.O rosto de Francisco ficou sombrio.Miguel disse:— Não diga que eu não avisei: como homem, esperar que a mulher venha rastejando para te agradar é impossível.Francisco ironizou:— Você se orgulha de se rebaixar assim?
Miguel entrou a passos largos e, com os braços fortes, levantou o filho, dizendo com um tom gentil:— Desculpe, Felipinho, eu me atrasei.— Hmph! Aachei que você nem viria. — Felipinho resmungou, mas seu humor claramente melhorou, e um pequeno sorriso apareceu em seu rosto.Luiza olhou para ele, percebendo que Felipinho estava feliz.Ela não pôde evitar olhar para Miguel. "Com ele por perto, será que tudo realmente ficaria tão melhor?"Miguel explicou:— O que eu prometo, eu cumpro. Foi só o trânsito que me atrasou um pouco.Ele explicou pacientemente ao menino.Felipinho ficou ainda mais contente e olhou para Maria, dizendo:— Maria, meu pai também veio.Maria fez um gesto de "V" com os dedos e respondeu:— Então vamos soprar as velas juntos!— Claro.Então, os dois homens, cada um segurando seu filho, se juntaram ao redor de um lindo bolo e sopraram as velas com força.Todos os adultos na sala aplaudiram.Especialmente Elias, que deu um assobio exagerado e soltou um grito de animaçã
Luiza olhou para ele: — Já está pensando no aniversário tão cedo? — Claro, esse ano é diferente. — Por que é diferente? — Nos anos anteriores, o papai nunca estava presente no meu aniversário. Este ano ele está, então é claro que será diferente! — Os olhos de Felipinho brilhavam de expectativa. Luiza o observou com uma expressão um pouco complexa. Desde que Miguel veio ao País R para ver Felipinho, o menino vinha falando muito sobre ele. Dava para ver o quanto a presença do pai era importante para ele... Mas aceitar Miguel assim... Ela simplesmente não conseguia superar essa barreira em seu coração... Nesse momento, o bolo foi trazido. Lucas entrou e perguntou a Francisco: — Presidente Francisco, o bolo já chegou, é para cortar agora? Francisco olhou para Maria, quase como se estivesse competindo por sua atenção, e pegou a filha que estava entre Priscila e Elias. — Maria, o papai preparou um bolo para você, quer cortar agora? — Francisco perguntou, olhando para